Principais pragas das culturas agrícolas Flashcards
(96 cards)
Algodão
* Bicudo-do-algodoeiro
(Anthonomus grandis): principal praga do algodoeiro.
Os primeiros besouros
migram para a lavoura durante o florescimento. A oviposição ocorre principalmente nos botões florais (que ficam deformados, “flor-balão”), mas também nas flores e maçãs.
Adultos e larvas se alimentam
internamente das maçãs, provocando grandes prejuízos.
Controle cultural (e legislativo, em alguns estados) pela remoção da soqueira, enleiramento e queima dos restos culturais (controle do bicudo, broca-da-raiz, lagarta-rosada e percevejo-castanho).
Controle químico realizado em cultura armadilha plantado ao redor
da área. Esse plantio é realizado de um a três meses antes da implantação da lavoura (até cinco linhas de
planta suscetível ou a própria cultivar comercial), sendo realizado controle químico com fipronil, piretroides
ou organofosforados. Controle comportamental por coleta massal com armadilhas contendo feromônio.
Algodão
- Lagartas: provocam grandes prejuízos na cotonicultura, atacando tanto botões florais quanto
maçãs, como a lagarta-rosada (Pectinophora gossypiella), a lagarta-da-maçã (Heliothis virescens) e a lagartado-cartucho (Spodoptera fruiperda); quanto as folhas, como o curuquerê (Alabama argillacea).
Algodão
A lagarta rosada:
A lagarta rosada realiza a oviposição nos botões florais e nas maças jovens. As larvas penetram nos tecidos e atingem as sementes, afetando a produção e qualidade das fibras e também a qualidade do óleo da semente.
Sintomas característicos de flores “roseta” (não se abrem) e maçãs “carimã” (defeituosas, não se abrem).
Controle cultural pelo plantio fora da época de pico populacional da praga (maio em SP).
Algodão
lagarta-da-maçã
As mariposas da lagarta-da-maçã realizam a postura nas regiões apicais, sendo que as lagartas se alimentam inicialmente de
brotações e botões florais e depois passam a atacar as maçãs.
*A lagarta-do-cartucho provoca danos
semelhantes.
Algodão
Curuquerê (Alabama argillacea).
o curuquerê é uma lagarta com potencial de consumo de grandes áreas foliares, chegando a causar prejuízos significativos pela desfolha que provoca. Controle químico seletivo com benzoilureias e não-seletivo com piretroides ou organofosforados.
Controle biológico com Bacillus thuringiensis e tricograma. Controle comportamental de lagarta-rosada por confundimento com feromônio sexual.
Algodão
* Ácaros:
- Ácaros: principalmente o ácaro-rajado (Tetranychus urticae) e o ácaro-branco
(Polyphagotarsonemus latus), e também o ácaro-vermelho (Tetranychus ludeni) ocasionalmente
Algodão
ácaro-rajado (Tetranychus urticae)
viva na face inferior das folhas do terço médio da planta (tecem teias para proteção dos ovos), provocando sintomas na face superior das folhas. Formam-se manchas marrom-avermelhadas esparsas que
coalescem. Sua incidência é favorecida por altas temperaturas, baixa umidade e pela adubação nitrogenada.
Provoca prejuízos na quantidade e qualidade das fibras.
Algodão
o ácaro-vermelho (Tetranychus ludeni)
O ácaro-vermelho tem menor importância e tem
efeitos semelhantes ao ácaro-rajado.
Algodão
ácaro-branco
(Polyphagotarsonemus latus)
O ácaro-branco (também chamado de ácaro-da-rasgadura) também
vive na face inferior das folhas (não tece teia), mas no terço superior da planta. Atacam folhas novas,
provocando escurecimento e enrolamento das bordas para baixo, evoluindo para rasgaduras no limbo.
Favorecido por elevadas temperaturas e chuva. O ataque nas brotações reduz o número de maçãs e a
qualidade das fibras. Controle químico com avermectinas, enxofre, benzoilureias e organofosforados.
Algodão
* Pulgões:
- Pulgões: uma das principais pragas do algodoeiro (Aphis gossypii principalmente e também Myzus
persicae), principalmente em plantas jovens.
Alimentam-se sugando seiva da planta, vivendo sob as folhas
e em brotações. Provocam encarquilhamento das folhas e deformação dos brotos, levando ao
depauperamento da planta.
São transmissores de viroses (vermelhão e azulão do algodoeiro) e a excreção açucarada que secretam leva ao desenvolvimento de fumagina nas folhas, com redução da área
fotossintética. Controle químico com inseticidas sistêmicos neonicotinoides e organofosforados e
tratamento de sementes.
Algodão
* Broca-da-raiz (Eutinobothrus brasiliensis):
- Broca-da-raiz (Eutinobothrus brasiliensis): pequeno besouro que realiza a postura endofítica na
região do coleto da planta. Após a eclosão, as larvas alimentam-se dos tecidos do colmo, criando galerias
em direção à raízes. O coleto torna-se engrossado e a planta exibe sintomas de amarelecimento e murcha
por devido à destruição dos vasos condutores. Controle químico por tratamento de sementes (fipronil,
neonicotinoides).
Algodão
* Tripes (Frankliniella schultzei):
- Tripes (Frankliniella schultzei): praga inicial. São raspadores-sugadores, alimentando-se do conteúdo celular extravasado das células.
As bordas das folhas atacadas voltam-se para cima, ocorrem estrias prateadas ou esbranquiçadas. Favorecidos por condições de temperatura mais baixa e menor umidade.
Controle químico principalmente com produtos sistêmicos (organofosforados e neonicotinoides) e tratamento de sementes (fipronil).
Arroz
* Percevejo-do-colmo (Tibraca limbativentris):
também chamado de percevejo-marrom, suga a seiva
dos colmos das plantas de arroz. Injeta toxinas que originam os sintomas de “coração morto”, com morte
de hastes nas plantas jovens, e “panícula branca”, com chochamento dos grãos em plantas em estágio
reprodutivo. Controle químico por piretroides ou pela associação de neonicotinoides + piretroides
Arroz
* Percevejo-da panícula ou chupão-do-arroz (Oebalus poecilus):
percevejo marrom-avermelhado
com expansões laterais no tórax. Provoca germinação dos grãos na planta (viviparidade) pela entrada de
água nos orifícios de alimentação.
Os grãos leitosos se tornam chochos ou atrofiados e quebradiços durante
o beneficiamento.
Controle químico pela associação de neonicotinoides + piretroides (ou sulfoxaminas +
piretroides)
Arroz
* Gorgulho-aquático ou bicheira-do-arroz (Oryzophagus oryzae):
besouros com ciclo de vida anfíbio,
ocorrendo nas lavouras de arroz inundado.
A postura ocorre nas hastes, onde as larvas eclodem e se
alimentam, migrando posteriormente para as raízes, onde completam a metamorfose.
Os prejuízos podem
ser bastante significativos, sendo os danos mais severos em canteiros de mudas.
Controle químico por
tratamento de sementes (fipronil, neonicotinoide) ou pulverização (benzoilureias, clorantraniliprole,
neonicotinoides).
Arroz
Outras pragas generalistas
Outras pragas generalistas (que acometem outras culturas) incluem cupins (discutidos mais adiante);
lagartas, como a lagarta-elasmo, o curuquerê-dos-capinzais, a lagarta-do-cartucho (tratadas nas pragas do
milho) e a broca-da-cana (no arroz também causa “coração morto” e “panícula branca”); e cigarrinhas
(pragas de pastagens).
Cafeeiro
* Broca-do-café (Hypothenemus hampei)
besouro de cerca de 3 mm que se alimenta dos grãos de
café. Os adultos permanecem nos frutos caídos durante a entressafra, migrando para os frutos em novembro
a janeiro (período de trânsito da broca).
Provocam danos graves à produção pela depreciação da qualidade do café. O controle biológico é realizado pelo parasitoide vespa-de-Uganda e com a aplicação do fungo entomopatogênico Beauveria bassiana. Controle cultural pela colheita com repasse e colheita de varrição, reduzindo a pressão de inóculo pela remoção dos frutos da área, evitando que a infestação passe de uma safra para a outra.
Cafeeiro
* Bicho-mineiro (Leucoptera coffeella):
as mariposas ovipositam nas folhas. Quando os ovos eclodem,
as lagartas penetram a epiderme e constroem galerias no interior das folhas (minas), provocando intensa
desfolha.
A incidência é mais severa no período chuvoso.
O controle biológico é realizado por vespas parasitoides.
O controle químico preventivo é comumente feito juntamente com o tratamento para
ferrugem, pela associação de fungicidas e neonicotinoides.
O controle químico deve ser feito com produtos sistêmicos (neonicotinoides) ou com efeito em profundidade (cartap, avermectinas).
Cafeeiro
* Ácaros:
principalmente o ácaro-vermelho (Oligonychus ilicis). Furam as células e se alimentam do conteúdo celular que extravasa. Provocam bronzeamento nas folhas que têm também aderidas à superfície teias e sujeira características da presença de ácaros.
Controle biológico com ácaros predadores. Fungicidas
cúpricos e inseticidas piretroides estimulam a reprodução dos ácaros. Controle químico com rotação de
produtos acaricidas (enxofre, avermectinas, cetoenois, como espirodiclofeno).
Cafeeiro
* Cigarras: várias espécies
- Cigarras: várias espécies (Quesada gigas, Fidicina sp.). Após a eclosão dos ovos (postura endofítica
nos ramos), as ninfas de primeiro ínstar migram para o sistema radicular onde se alim entam sugando seiva.
Controle químico com neonicotinoides. Controle comportamental com armadilhas sonoras.
Controle biológico com nematoides entomopatogênicos.
Cana
* Broca-da-cana-de-açúcar
(Diatrea saccharalis):
principal praga da cultura. O adulto é uma mariposa (2,5 cm) que realiza a postura dos ovos nas folhas. As lagartas alimentam-se inicialmente das folhas, depois migram para as bainhas e penetram nos colmos, onde abrem galerias de baixo para cima. Em plantas novas, provocam secamento de colmos e “coração morto”.
Os prejuízos indiretos são muito grandes, pois os orifícios abertos servem de entrada para fungos causadores da podridão vermelha (Colletotricum falcatum e Fusarium moniliforme), que reduz grandemente o rendimento de álcool e açúcar.
Práticas de controle
cultural incluem a colheita sem desponte e o uso de variedades resistentes ou tolerantes.
Cana
O controle biológico da broca-da-cana?
constitui um dos programas de maior sucesso no Brasil, sendo empregados
vespas parasitoides de ovos (Trichogramma galloi) e de lagartas (Cotesia flavipes).
Controle químico preferencialmente com produtos seletivos, como benzoilureias.
Cana
* Broca-gigante (Castnia licus):
importante praga nas lavouras de cana do Nordeste, causando
prejuízos semelhantes à broca-da-cana, mas sem um método de controle eficiente.
Cana
* Lagarta-elasmo (Elasmopalpus lignosellus):
a postura ocorre nas folhas, onde as lagartas inicialmente se alimentam, depois migrando para a região do coleto, onde penetram no colmo e escavam galerias em direção ao solo. Provocam amarelecimento e murcha dos colmos com “coração negro”.
O controle é pouco eficiente pela localização subterrânea das lagartas, porém são desfavorecidas por ambiente úmido.