Hanseníase, Iridodiclite Heterocrômica de Fuchs e Uveíte Intermediária Flashcards

1
Q

Qual é a tríade de Ciclite Heterocrômica de Fuchs?

A

Heterocromia de íris.

Iridociclite crônica.

Catarata.

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2
Q

Qual a epidemiologia da Ciclite de Fuchs?

A

Acomete indivíduos entre a 3ª e 4ª décadas de vida.

Sem predileção por sexo.

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3
Q

Fuchs

Possíveis agentes associados? (5)

A
  1. Rubéola.
  2. CMV.
  3. Toxoplasma
  4. HSV.
  5. EBV.

(Toxoplasma e causas virais)

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4
Q

Quais são as características da uveíte na ciclite de Fuchs?

A

Uveíte anterior, insidiosa, crônica, geralmente unilateral.

A uveíte pode ser assintomática, sendo comum o diagnóstico acontecer durante exame de rotina.

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5
Q

Como são os precipitados ceráticos na ciclite de Fuchs?

A

Os precipitados ceráticos são brancos, arredondados, pequenos/médios e com distribuição difusa pelo endotélio (não respeitam a distribuição do triângulo de Arlt).

Entre os PKs deposita-se fibrina, dando aos PKs aspecto estrelado.

Os PKs podem desaparecer e reaparecer durante o curso da doença.

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6
Q

Qual é a causa da heterocromia de íris na ciclite de Fuchs?

A

A heterocromia de íris (ocorre em cerca de 35% dos casos) é secundária à atrofia do estroma da íris.

A íris atrófica geralmente é mais clara, mas em pacientes com íris previamente claras pode haver heterocromia inversa, na qual o olho acometido fica mais escuro, pela exposição do epitélio pigmentar da íris.

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7
Q

O que é o sinal de Amsler?

A

Hemorragia na câmara anterior no momento da paracentese da cirurgia de catarata. Trata-se de sinal característico observado nos pacientes com ciclite de Fuchs.

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8
Q

As sinéquias posteriores são frequentes na ciclite de Fuchs?

A

NÃO!

Sinéquias posteriores geralmente não estão presentes.

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9
Q

Qual a principal complicação da ciclite de Fuchs?

A

Glaucoma (incidência de 60%). Principal complicação da doença e potencialmente causadora de perda visual irreversível.

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10
Q

Qual a etiologia postulada para o glaucoma na ciclite de Fuchs?

A

Acredita-se que possa ser secundário ao processo inflamatório crônico e disfunção trabecular.

O ângulo encontra-se aberto e geralmente não há goniossinéquias.

O uso indiscriminado de corticóides pode contribuir para o glaucoma nestes pacientes.

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11
Q

Qual o tratamento da ciclite de Fuchs?

A

Corticóides tópicos não estão indicados de rotina. Podem ser utilizados por curto período de tempo em pacientes sintomáticos.

Midriáticos podem ser utilizados em caso de desconforto ocular e caso existam nódulos irianos na borda pupilar, para evitar a formação de sinéquias posteriores.

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12
Q

Qual o prognóstico do glaucoma na ciclite de Fuchs? Qual o tratamento?

A

O glaucoma nestes pacientes costuma ser refratário. Cirurgia anti-glaucomatosa com Mitomicina pode ser indicada precocemente.

O risco de falência é grande, devido à inflamação crônica.

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13
Q

Como conduzir a cirurgia de catarata nos pacientes com ciclite de Fuchs? Quais as principais dificuldades e complicações?

A

Corticóides tópicos e/ou sistêmicos devem ser introduzidos uma semana antes do procedimento e mantidos por cerca de 4 semanas.

Midríase inadequada e hemorragia peroperatória (sinal de Amsler) são intercorrências possíveis na cirurgia.

Opacidade de cápsula posterior no pós-operatório é mais frequente nestes pacientes.

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14
Q

Qual a epidemiologia da Hanseníase?

A

A doença é mais prevalente em países subdesenvolvidos como Brasil, países da África e Ásia.

As alterações oftalmológicas são frequentes nos pacientes com Hanseníase, variando entre 30-100% dependendo da população estudada.

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15
Q

Qual o agente causador da Hanseníase?

A

Mycobacterium leprae

Bácilo álcool-ácido resistente, intracelular obrigatório

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16
Q

Qual a principal via de transmissão da Hanseníase?

A

A principal via de transmissão é respiratória, principalmente através de indivíduos portadores da forma multibacilar.

Quando o paciente inicia o tratamento, ele deixa de ser transmissor da doença.

17
Q

Qual o período de incubação da Hanseníase?

A

A doença tem um período de incubação prolongado, podendo permanecer latente por cerca de 5 a 7 anos.

18
Q

Como é feito o diagnóstico da Hanseníase?

A

Diagnóstico - 1 ou mais das seguintes características

  • Lesão cutânea com alteração de sensibilidade.
  • Acometimento de nervo periférico/espessamento neural.
  • Baciloscopia positiva. A baciloscopia é obtida a partir de raspados intradérmicos, lóbulo auricular e cotovelos. A baciloscopia negativa não afasta o diagnóstico.
19
Q

Como é classificada a Hanseníase?

A

Paucibacilar - presença de até 5 lesões de pele.

Multibacilar - presença de mais de 5 lesões de pele.

20
Q

Qual a forma clínica da Hanseníase com mais manifesações oftalmológicas?

A

As manifestações oculares são mais comuns na forma multibacilar, principalmente na forma clínica Virchowiana.

21
Q

Quais são os principais mecanismos de lesão ocular na Hanseníase?

A

Lesão dos nervos trigêmeo (NC V) e facial (NC VII).

Invasão bacilar direta por via externa ou endógena (sanguínea).

Reações imunológicas, podendo causar iridociclite, esclerite, neurite óptica e piora da hipoestesia corneana.

22
Q

Quais são as alterações mais comuns da Hanseníase ocular?

A

Madarose de supercílio.

Redução da sensibilidade corneana.

23
Q

Quais as principais causaas de cegueira na Hanseníase Ocular?

A

Lesões corneanas secundárias ao lagoftalmo.

Irite crônica.

24
Q

Quais as alterações palpebrais causadas pela Hanseníase?

A
  • Madarose de cílios e supercílios. Ocorre por invasão direta do bacilo no folículo piloso. Trata-se de alteração tardia, ocorre cerca de 10 anos após o início da doença.

- Paresia/paralisias musculares na face pela infiltração bacilar do nervo facial.

  • Hansenomas cutâneos - infiltração da pele pelo bacilo. Podem provocar dermatocálase.
25
Q

Quais são as alterações da Hanseníase no sistema lacrimal?

A
  • Redução da produção lacrimal por invasão da glândula pelo bacilo ou lesão de ramos nervosos do nervo facial.
  • Olho seco secundário à hipoprodução lacrimal, redução das piscadas, ectrópio, lagoftalmo, meibomite, conjuntivite e dacriocisitite.
  • Epífora pode ocorrer por ectrópio e redução do funcionamento da bomba lacrimal.
  • Dacriocistite crônica pode ocorrer secundária a processo séptico nasal.
26
Q

Quais as alterações esclerais/espisclerais na Hanseníase?

A

Episclerite e esclerite podem ocorrer, em associação com iridociclite, principalmente associados às reações imunológicas hansênicas.

Hansenomas podem estar presentes próximo ao limbo.

27
Q

Quais as alterações corneanas na Hanseníase ocular?

A

Espessamento e opacidade dos nervos corneanos é uma alteração comum. Trata-se de fenômeno transitório, assintomático, mais comum nos estados iniciais da doença.

Ceratite puncttata avascular - ceratite em pó de giz. Pequenas opacidades subepteliais, que surgem no quadrante corneano temporal superior. Esta alteração é patognomônica da doença e aparece devido à presença de bacilos intracelulares.

Redução da sensibilidade corneana por lesão do trigêmeo.

28
Q

Quais as alterações uveais na Hanseníase ocular?

A

Nódulos irianos inespecíficos de Koeppe (borda pupilar) e Busacca (superfície iriana).

Nódulos específicos - Pérolas irianas. Achado patognomônico. Corresponde a agregados de bacilos e monócitos.

Uveíte anterior aguda ou crônica, granulomatosa ou não granulomatosa. As causadas diretamente pelo bacilo são crônicas, insidiosas e bilaterais.As causadas por reações imunológicas hansênicas são agudas e sintomáticas.

29
Q

Quais as possíveis alterações da hanseníase no segmento posterior?

A

Pode haver vasculite retiniana, pérolas retinianas, atrofia peripapilar e manchas hipocrômicas.

Reações imunológicas hansênicas podem causar neurite óptica, edema macular cistóide e coroidopatia serosa central crônica.

30
Q

Qual o tratamento da Hanseníase?

A

Forma paucibacilar - Rifampicina + Dapsona por 6-9 meses.

Forma multibacilar - Rifampicina + Dapsona + Clofazimina por 12-18 meses.

As reações hansênicas imunológicas são tratadas com Corticóides/Talidomida sistêmicos.

As inflamações intra-oculares são tratadas com corticóides tópicos/cicloplégicos.

31
Q

Qual o sítio primário de inflamação na uveíte intermiediária?

A

Vítreo, retina periférica e pars plana.

32
Q

Qual a epidemiologia da uveíte intermediária?

A

Preferência por crianças, adolescentes e adultos jovens - 5 a 30 anos.

Bilateral em 70-90% dos casos.

Sem predileção por raça ou sexo.

33
Q

Quais as principais causas de uveíte intermediária?

A

Idiopática - pars planite. Principal etiologia.

Associação com outras doenças:

  • Esclerose múltipla.
  • HTLV.
  • Doença de Lyme.
  • Toxocaríase.
  • Linfoma.
  • Sífilis.
  • Hepatite C.
  • Vírus Epstein-Baar.
  • HIV.
  • Doença de Whipple.
34
Q

Quais as duas alterações mais importantes da uveíte intermediária?

A

Vitreíte de intensidade variável, formando condensações inferiores - Snowballs. Característica mais importante da doença. Podem perdurar por períodos variáveis.

Formas mais graves da doença formam placas organizadas, e que podem neovascularizar, na região da pars plana, chamadas Snowbanking.

35
Q

Qual a principal complicação e principal causa de baixa visual na uveíte intermediária?

A

Edema macular cistóide é a complicação mais comum e responsável por baixa visual na doença

36
Q

Quais alterações corneanas e na câmara anterior podem estar presentes uveíte intermediária?

A

Reação de câmara anterior, hiperemia conjuntival leve e PKs finos estão geralmente presentes.

Endoteliopatia corneana autoimune - edema corneano estromal inferior, associado a PKs linerares no limite da córnea normal.

37
Q

Quais alterações, além da vitreíte, podem estar presentes no segmento posterior de paciente com uveíte intermediária?

A

Vasculite retiniana periférica pode estar presente e pode causar hemorragia vítrea.

Pode haver hiperemia e edema de disco óptico.

38
Q

Qual o tratamento da uveíte intermediária?

A

Casos bilaterais: corticóide sistêmico (Prednisona 0,5-1,0 mg/kg/dia por via oral). Em casos refratários ou em caso de efeitos colaterais significativos, indica-se imunossupressor.

Casos unilaterais: corticóide subtenoniano (Triancinolona 20 mg). Casos unilaterais refratários podem ser medicados com corticóide sistêmico.

Fotocoagulação a laser ou crioterapia são indicadas caso haja neovascularização e isquemia periférica importante.

Vitrectomia está indicada em casos de hemorragia vítrea recorrente, descolamentos tracionais e membranas epirretiniana.

39
Q

V ou F?

O HTLV se apresenta como uveíte na maiora das vezes como uma uveíte anterior não-granulomatosas.

A

Falso
O HTLV se apresenta como uveíte na maiora das vezes como uma uveíte intermediária.