Hemostasia / Trombose Flashcards

(49 cards)

1
Q

Fases da hemostasia:

A
  • primária:
    responsáveis = plaquetas
    parada do sangramento através da formação de um tampão plaquetário
  • secundária:
    responsáveis = fatores de coagulação
    impedir o retorno sangramento através da estabilização do tampão plaquetário por uma rede de fibrina
  • terciária:
    responsáveis = fatores fibrinolíticos
    impedir a ocorrência de trombose através da fibrinólise
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2
Q

Fases da hemostasia primária:

A
  • adesão plaquetária:
    colágeno — GP Ia/IIa e GP VI (ligação fraca)
    FvWB — GP Ib (ligação forte)
  • ativação plaquetária:
    liberação de ADP e Tromboxano A2
    mudança da conformação
  • agregação plaquetária:
    ligação plaqueta-plaqueta através da GP IIb/IIIa, com intermediação do fibrinogênio
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3
Q

Como avaliar a hemostasia primária:

A
  • contagem de plaquetas:
    normal: 150mil - 450mil
  • função das plaquetas:
    Tempo de Sangramento (TS)
    normal: 3 - 7 minutos
    obs: TS só é confiável se a Contagem de Plaquetas estiver normal
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4
Q

Componentes da hemostasia secundária:

A
  • via intrínseca:
    fatores VIII, IX e XI
    objetivo: ativar o fator X
  • via extrínseca:
    fator VII
    objetivo: ativar o fator X
  • via comum:
    fatores X, V, protrombina e fibrinogênio
    objetivo: formar a rede de fibrina
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5
Q

Como avaliar a hemostasia secundária:

A
  • via intrínseca:
    PTTa (normal: < 30s)
  • via extrínseca:
    TAP ou TP (normal: < 10s ou relação paciente/controle < 1,5)
    RNI (normal: < 1,5)
  • via comum:
    PTTa e TAP / RNI
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6
Q

Fatores de coagulação dependentes de Vitamina K:

A
  • 2, 7, 9 e 10

* obs: fator 8 é o único que não é produzido pelo fígado

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7
Q

Componentes do sistema fibrinolítico e anticoagulantes endógenos:

A
  • plasmina:
    deriva do plasminogênio ativado pelo tPA
    quebra a rede de fibrina
  • antitrombina III:
    inativa todos os fatores de coagulação ativados (especialmente a trombina e o fator Xa)
  • proteínas C e S:
    são fatores vitamina K-dependentes
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8
Q

Drogas antiagregantes:

A
  • AAS / AINEs:
    inibem a enzima COX-1, impedindo a produção de Tromboxano A2 (interfere na ativação plaquetária)
  • Bloqueadores do receptor de ADP (Clopidogrel, Prasugrel, Ticagrelor):
    bloqueam o receptor do ADP, impedindo a ação dessa molecula (interfere na ativação plaquetária)
  • Antagonistas da GP IIb / IIIa:
    impedem a ligação entre as plaquetas mediada pela GP IIb/IIIa (interferem na agregação plaquetária)
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9
Q

Drogas anticoagulantes:

A
  • heparinas
  • antagonistas da vitamina K
  • inibidores do fator Xa
  • trombolíticos
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10
Q

Heparina Não-Fracionada:

A
  • aumenta a atividade da antitrombina III
  • uso EV
  • inibição principalmente da trombina e do fator Xa (via comum)
  • alarga o PTTa (alargamento do TAP não ocorre por questões laboratoriais)
  • resposta extremamente variável de paciente para paciente (monitorar com PTTa de 6/6 horas, alvo: 2,5 - 3,5)
  • antídoto: protamina
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11
Q

Heparina de Baixo Peso Molecular:

A
  • aumenta a atividade da antitrombina III
  • uso SC (Enoxaparina / Clexane)
  • inibição mais específica do fator Xa
  • não alarga PTTa e nem TAP
  • resposta previsível (não requer monitorização; se desejar fazer&raquo_space; dosar fator Xa)
  • protamina tem ação apenas parcial
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12
Q

Warfarina (cumarínicos):

A
  • inibem a síntese dos fatores vitamina K-dependentes: 2, 7, 9 e 10 / proteínas C e S
  • ´primeiro fator a ser reduzido: proteína C (fator anticoagulante = nos primeiros dias de uso a Warfarina tem ação pró-coagulante&raquo_space; associar com Heparina)
  • fator mais afetado: fator 7 (principal da via extrínseca)&raquo_space; exame que mais se altera é o TAP / RNI
  • requer monitorização: TAP / RNI (alvo: 2 - 3)
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13
Q

Inibidores do Fator Xa:

A
  • indiretos:
    inibem o fator Xa via ativação da antitrombina III
    Fondaparinux (uso SC)
  • diretos:
    inibem diretamente o fator Xa
    Rivaroxabana, Apixabana (uso oral)
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14
Q

Inibidores da Trombina:

A
  • Dabigatrana (uso oral)
  • inibição direta da Trombina
  • OBS: Dabigatrana + Inibidores Diretos do Fator Xa = Novos Anticoagulantes Orais
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15
Q

Trombolíticos:

A
  • Alteplase:
    rtPA (tPA recombinante)
    fibrinoespecífico (só ativa o plasminogênio ligado a rede de fibrina&raquo_space; não consome o fibrinogênio livre no plasma)
  • Estreptoquinase:
    não é fibrinoespecífico (ativa também o plasminogênio livre no plasma, consumindo o fibrinogênio plasmático&raquo_space; alto risco de sangramento)
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16
Q
Distúrbio da hemostasia primária vs. secundária:
>> local
>> sinais e sintomas
>> tempo
>> controle
A
  • local:
    primária = pele e mucosas
    secundária = articulações, músculos, órgãos internos
  • sinais / sintomas:
    primária = epistaxe, gengivorragia, petéquias, equimose
    secundária = hemartrose, hematoma muscular / retroperitoneal
  • tempo:
    primária = ‘não para de sangrar’, mas consegue-se o controle facilmente, apenas com compressão mecânica
    secundária = ‘para mas volta a sangrar’, controle difícil
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17
Q

Principais causas de trombocitopenia:

A
  • principal: aumento da destruição

- outras causas: diminuição da produção, diluição, sequestro esplênico, pseudotrombocitopenia

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18
Q

Causas de aumento na destruição de plaquetas;

A
  • púrpura trombocitopênica imune (PTI) idiopática
  • púrpura trombocitopênica imune (PTI) secundária
  • púrpura trombocitopênica trombótica (PTT)
  • CIVD
  • SHU
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19
Q

Fisiopatologia da PTI (idiopática e secundária):

A
  • presença de anticorpos anti-GP IIb/IIIa (anticorpos anti-plaquetas)&raquo_space; opsonização&raquo_space; destruição
  • idiopática: causa desconhecida para a presença dos anticorpos
  • secundária: anticorpos surgem em decorrência de doenças (HIV, dengue, LES, LLC) ou drogas (heparina)
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20
Q

Quadro clínico da PTI:

A
  • sinais / sintomas de distúrbio da hemostasia primária
  • crianças (maioria): quadro agudo e autolimitado
  • adultos (mulheres, 20-40 anos): quadro crônico, 6-12 meses
  • história de infecção respiratória cerca de 4 semanas antes do quadro
21
Q

Diagnóstico de PTI:

A
  • plaquetopenia e mais nada!!
  • excluir outras causas de plaquetopenia (leucemias, anemia aplásica)
  • em casos de dúvida diagnóstica: biópsia de MO (hiperplasia de megacariócitos)
22
Q

Tratamento da PTI:

A
  • corticoide VO se:
    sangramento ativo ou
    plaquetopenia < 10.000 na PTI aguda
    plaquetopenia < 20 - 30.000 na PTI crônica
  • imunoglobulina IV se:
    sangramento grave (SNC, TGI)
    opção: corticoide IV
  • em casos refratários:
    Rituximabe, esplenectomia
23
Q

Transfusão de plaquetas na PTI:

A
  • feito na minoria dos casos (apenas em casos de sangramento ameaçador a vida)
  • plaquetas novas também serão destruídas
24
Q

Fisiopatologia da Trombocitopenia Induzida por Heparina (HIT):

A
  • formação de anticorpos contra o complexo Heparina + Fator 4 Plaquetário
  • resultado = ativação (trombose) e consumo (plaquetopenia) plaquetário
25
Fatores de risco para HIT:
- mulher - HNF - pós-op. de cirurgia ortopédica obs: pode afetar qualquer sexo, pode ocorrer com qualquer heparina, em doses profiláticas ou terapêuticas
26
Escore 4T para diagnóstico de HIT:
- tempo de uso (tipicamente entre 5 - 10 dias) - trombocitopenia (tipicamente > 20.000) - trombose (presente em mais da metade dos casos) - sem ouTras causas aparentes de trombocitopenia
27
Tratamento da HIT:
- suspensão da heparina | - adicionar inibidores diretos da trombina (Dabigatrana) ou do Fator Xa (Apixabana, Rivaroxabana)
28
Semelhanças entre a PTT e a SHU:
- cursam com oclusão trombótica trombocitopênica de pequenos vasos - consequências: lise das hemácias aos passar pelos vasos ocluídos (anemia hemolítica, esquizócitos) isquemia de diversos órgãos (manifestações neurológicas, IRA) consumo de plaquetas (plaquetopenia)
29
Fisiopatologia da PTT:
- deficiência (herdada ou adquirida) da protease ADAMTS 13 >> FvWB gigantes >> adesão, ativação e agregação plaquetária >> microangiopatia trombótica
30
Quadro clínico da PTT:
- mulher adulta + - dor abdominal, náuseas, vômitos + - PENTA: plaquetopenia esquizócitos (anemia hemolítica microangiopática) neurológicos (manifestações neurológicas) temperatura elevada (febre) anúria (IRA) - rara
31
Confirmação diagnóstica da PTT:
- biópsia (gengiva, MO, pele) com depósitos hialinos subendoteliais - atividade da ADAMTS 13 < 10%
32
Tratamento da PTT:
- plasmaférese
33
Transfusão de plaquetas na PTT:
- não fazer!!!! (seria como dar mais combustível para a trombose)
34
Fisiopatologia da SHU:
- E coli O157:H7 >> shigotoxina >> lesão endotelial >> ativação plaquetária >> microangiopatia trombótica
35
Quadro clínico da SHU:
- criança + - história de diarreia invasiva + - anemia hemolítica microangiopática (esquizócitos) + - plaquetopenia / clínica de distúrbio da hemostasia primária + - retenção azotêmica na maioria dos casos (diferentemente da PTT)
36
Diagnóstico e tratamento da SHU:
- diagnóstico: clínico | - tratamento: suporte (diálise, correção de DHE e AB, controle pressórico, etc)
37
Laboratório nos distúrbios plaquetários qualitativos:
- Tempo de Sangramento (TS) aumentado | - Contagem de Plaquetas normal (quando reduzida, é desproporcional à gravidade do sangramento)
38
Principais distúrbios qualitativos hereditários da hemostasia primária:
- Bernard-Soulier = deficiência da GP Ib (defeito na adesão plaquetária) - Glanzmann = deficiência da GP IIb / IIIa (defeito na agregação plaquetária) - Doença de vWB = deficiência do FvWB (defeito na adesão plaquetária)
39
Principais causas adquiridas de distúrbio qualitativo da hemostasia primária:
- uremia | - drogas (antiplaquetários)
40
Classificação da Doença de vWB:
- Tipo 1: mais comum (80% dos casos) redução moderada do FvWB exames normais - Tipo 2: distúrbio qualitativo do FvWB ``` - Tipo 3: mais raro (<5% dos casos, único autossômico recessivo) redução intensa do FvWB TS e PTTa alargados (PTTa alarga pois o FvWB também atua protegendo o fator VIII, que cai com sua deficiência) ```
41
Diagnóstico da Doença de vWB:
- determinar a atividade do FvWB - quantitativo: dosagem do FvWB - qualitativo: teste da ristocetina
42
Tratamento da Doença de vWB:
- sangramento mucoso: DDAVP (desmopressina) IV ou Intranasal (costuma ser o suficiente) - sangramento grave: reposição do fator 8 crioprecipitado (fator 8, FvWB, fator 13, fibrinogênio) plasma fresco congelado (todos os fatores) antifibrinolíticos (ácido tranexâmico)
43
Deficiência de fatores da Via Intrínseca:
- Hemofilia A: deficiência do fator 8 (mais comum) - Hemofilia B: deficiência do fator 9 - Hemofilia C: deficiência do fator 11 (mais rara)
44
Quadro clínico das Hemofilias:
- hemorragias (gastrointestinais, genitourinárias, retroperitoneais) - hematomas (musculares, retroperitoneais) - hemartrose (de grandes articulações, geralmente joelhos)
45
Tratamento das Hemofilias:
``` - A = repor: fator VIII (escolha) ou crioprecipitado ou plasma fresco congelado ``` - B = repor: fator IX ou plasma fresco congelado - C = repor: plasma fresco congelado
46
Fisiopatologia da CIVD:
- exposição exagerada ao Fator Tecidual >> ativação intensa da cascata de coagulação ``` - consequências: microtrombose difusa (IRA, disfunção hepática, manifestações neurológicas, gangrena de dígitos) sangramentos cutâneo-mucosos e de órgãos internos (consumo de plaquetas e fatores de coagulação) anemia hemolítica microangiopática com esquizócitos (lise das hemácias ao passar pelos microtrombos) ```
47
Classificação da CIVD:
- aguda: hemorragia prevalece - crônica: neoplasias produtoras de Fator Tecidual tromboses de repetição (fígado e MO são capazes de repor as plaquetas e fatores de coagulação consumidos)
48
Tratamento da CIVD:
- aguda = suporte / tratar a doença de base | - crônica = heparinização
49
Hemoderivados:
- complexo protrombínico = fatores vitamina K-dependentes (2, 7, 9 e 10) - crioprecipitado = fator de vWB, fator 8, fator 13, fibrinogênio - plasma fresco congelado = todos os fatores