Síndromes Endócrinas - Tireoide Flashcards
(39 cards)
Efeito de Wolff-Chaikoff:
- iodo induzindo hipotireoidismo (tireoide possui mecanismos que freiam a síntese hormonal quando o iodo está em excesso)
Fenômeno de Jod-Basedow:
- iodo induzindo hipertireoidismo (em pacientes que se encontravam previamente em situação de carência de iodo, fazendo com que as células foliculares se tornassem ávidas pela substância)
Dosagem do TSH:
- valor de referência: 0,5 - 5
- diferencia distúrbios primários e secundários:
distúrbios primários: variação disconcordante com o T3/T4
distúrbios secundários: variação concordante do T3/T4 - é o exame mais sensível, o primeiro a se alterar em um distúrbio da tireoide (permite o diagnóstico de hiper/hipo subclínico)
Dosagem do T4 livre/T3:
- T4 livre: 0-9 - 2
- diferenciam hipo e hipertireoidismo:
hiper: T4 livre/T3 aumentados
hipo: T4 livre/T3 reduzidos
Síndrome do Eutireóideo Doente:
- comum em pacientes internados
- citocinas inflamatórias inibem as enzimas desiodases I e II: TSH reduz T3 reduz T4l reduz após certo tempo T3r aumenta
- fase de recuperação: TSH aumenta, T3 e T4l normalizam
- para evitar este diagnóstico: avaliar função tireoidiana apenas 1-2 meses após a alta
RAIU (Índice de Captação de Iodo Radioativo):
- % de iodo marcado captado pela tireoide 24h após sua administração
- normal: 5-30%
- hipertireoidismo: 35-95%
Exames que avaliam a anatomia tireoidiana:
- cintilografia:
. estado funcional de nódulos
. tecido tireoidiano ectópico - USG:
. nódulos císticos vs. sólidos
. nódulos não identificados à palpação - biópsia + aspiração com agulha
Hipertireoidismo vs. Tireotoxicose:
- tireotoxicose: excesso de hormônios tireoidianos nos tecidos (pode ou não ser por hipertireoidismo)
- hipertireoidismo = hiperfunção da glândula (leva a tireotoxicose)
Causas de tireotoxicose sem hipertireoidismo:
- tireoidites subagudas, fase aguda da tireoidite de Hashimoto
- tireotoxicose factícia
- destruição da glândula (radioiodo, amiodarona)
Causas de tireotoxicose com hipertireoidismo:
- primário:
doença de Graves
bócio multinodular tóxico
adenoma tóxico (doença de Plummer) - secundário:
adenoma hipofisário secretor de TSH
tumores produtores de beta-HCG
Manifestações clinicas da Doença de Graves:
- sinais inespecíficos de tireotoxicose +
- sinais específicos da Doença de Graves:
bócio difuso (com sopro, frêmito)
oftalmopatia
dermopatia
Epidemiologia da Doença de Graves:
- mulheres (9:1)
- 20-50 anos
Anticorpos da Doença de Graves:
- Anti-TRAb estimulador = responsável pelas manifestações clínicas
- Anti-TPO, Anti-TBG = marcadores de doença autoimune da tireoide
Oftalmopatia de Graves:
- 40% dos pacientes
- evolução independente do quadro tireoidiano
- tabagismo é importante fator de risco (apenas leve para Graves)
- manifestações clínicas:
olhar fixo, amedontrado
proptose
plegia
oculopatia congestiva (lacrimejamento fácil, sensação de areia nos olhos, diplopia, fotofobia) - exame de imagem: TC
Dermopatia infiltrativa de Graves (mixedema pré-tibial):
- menos de 5% dos pacientes
- evolução independente do quadro tireoidiano
- edema por proteoglicanos, sem cacifo, elevado, espesso
Diagnóstico de Doença de Graves:
- clínica
- função tireoidiana: T4l e T3 aumentados, TSH suprimido
- se dúvida diagnóstica: RAIU, anticorpos
Opções terapêuticas para TTO da Doença de Graves:
- betabloqueadores
- antitireoidianos
- radioiodoterapia
- tireoidectomia
Betabloqueadores:
- propranolol
- como sintomático
- apenas sintomas beta-adrenérgicos (tremor, palpitação, ansiedade) respondem - intolerância ao calor, perda de peso não melhoram
Antitireoidianos:
- Metimazol, Propiltiouracil
- inibem a TPO
- hormônios que já estavam estocados continuam ganhando a circulação por 6-8 semanas (usar BB nesse período)
Metimazol:
- meia-vida mais longa (dose única diária)
- mais seguro
- mais barato
- efeito mais rápido
- droga de escolha
Propiltiouracil:
- indicações:
gestantes no 1º trimestre
alérgicos/intolerantes ao MMZ
crise tireotóxica
Acompanhamento do tratamento:
- dosagem do T4l (TSH leva 3 meses para normalizar)
- 4-6 semanas após o início do tratamento
- alvo: 0,9-2
- duração: 12-18 meses
- 90% de recidiva em 2 anos (partir para a radioiodoablação)
Efeitos adversos dos antitireoidianos:
- leves = rash, urticária, febre, artralgia
- graves = hepatite medicamentosa, colestase, vasculite ANCA positivo, leucopenia, trombocitopenia, agranulocitose
Iodeto:
- Lugol ou Iodeto de Potássio
- controle da tireotoxicose pós-radioiodoablação
- 7-10 dias antes de uma tireoidectomia, para reduzir seu volume e vascularização