Hidronefrose Flashcards
(19 cards)
Definição
Dilatação da pelve e cálice renais causada por aumento da pressão hidrostática secundária a um processo obstrutivo ou funcional
A dilatação do sistema pielocalicial gera atrofia progressiva do parênquima renal
Causas na infância
As principais causas de obstrução na infância são as anomalias congênitas - estenose da junção pieloureteral
1:1500 nascimentos
65% sexo masculino
40% das massas de origem renal
Válvula da uretra posterior: doença bilateral = grave, causa mais comum de oligohidrâmnio
Quadro clínico e achados
USG pré-natal alterada - dilatação da pelve renal, oligohidrâmnio (maior gravidade), bexiga aumentada
Massas abdominais palpáveis - 50% são de origem renal e destas 40% correspondem à estenose de junção pieloureteral
Sintomas relacionados à altura da obstrução e à causa (oligo-anúria, infecções de repetição, dor, distensão abdominal, obstipação)
História natural da doença
50% das hidronefroses desaparecem após o nascimento
80% das hidronefroses comprovadas após o nascimento melhoram ou estabilizam
20% pioram e necessitam de tratamento cirúrgico com melhores resultados antes dos 6 meses de idade
Principais causas da hidronefrose
Estenose da junção pieloureteral, estenose da junção uretero-vesical, refluxo vesico-ureteral, válvula da uretra posterior
Principais sintomas da hidronefrose
Geralmente não causa sintomas, mas quando ocorrem podem incluir:
Dor no lado e nas costas, que pode se irradiar para região inferior do abdome ou virilha
Dor ao urinar ou sensação de urgência para urinar que é frequente
Náusea e vômito
Febre
Falta de ganho de peso em bebês
Perda de peso ou de apetite
Sangue na urina
Estenose congênita de JUP
Desenvolvimento anômalo de fibras musculares lisas do ureter com fibrose
Alteração funcional que culmina com estase e dilatação
Geralmente unilateral e à esquerda
Pode estar associado a outras malformações genitourinárias
Achados ao US: hidronefrose de grau variável sem dilatação ureteral, crônica - acentuada hidronefrose, com afilamento do parênquima renal, terminal - massa cística ocupando a loja renal
Diagnóstico da estenose de JUP
US pré-natal: detecta hidronefrose e outras anomalias urinárias antes do nascimento
US pós-natal: avalia a anatomia e função renal após o nascimento
Cintilografia renal (DTPA e DMSA): DTPA verifica obstruções dinâmicas, e DMSA avalia lesões do parênquima
Uretrocistografia miccional: examina o refluxo vesicoureteral e a anatomia da bexiga
Urorressonância: fornece imagens detalhadas das vias urinárias, útil em casos complexos
USG pós-natal (estenose de JUP)
Experiência do examinador: habilidade do profissional é crucial para o diagnóstico preciso
Avaliação anatômica: identifica anomalias estruturais nos rins e ureteres
Dimensões analisadas: rim - tamanho e morfologia, pelve - dilatação, sinal de obstrução, parênquima renal - espessura, indica possível dano, ureter - dilatação ou irregularidade
Classificação da hidronefrose
Grau 0: ausência de hidronefrose, complexo ecogênico central normal
Grau 1: leve separação do complexo ecogênico central
Grau 2: complexo ecogênico central mais aberto e aparecem alguns cálices
Grau 3: pelve dilatada com quase todos os cálices visíveis
Grau 4: grau 3 com maior afinamento do parênquima renal
Cintilografia renal
DTPA com diurético (furosemida) - avalia obstrução (retenção > 50%)
Renograma com MAG3 - melhor definição que o DTPA, indicado para anatomia e baixa função renal
DMSA - avalia o parênquima e identifica lesões
Estenose de JUV
Hidronefrose + megaureter - obstrução na JUV leva à dilatação do ureter e da pelve renal
Associação com estenose de JUP - obstrução combinada nas junções ureteropiélica e ureterovesical
Segunda causa de hidronefrose - crianças - detecção principalmente em exames pré-natais
Megaureter obstrutivo primário - dilatação do ureter devido à obstrução na JUV
Propedêutica (estenose de JUV)
USG obstétrico - identifica hidronefrose e anomalias urinárias no pré-natal
USG de vias urinárias - avalia dilatação e função renal inicial
Cintilografia renal (DTPA e DMSA) - analisa o fluxo urinário e a função segmentar dos rins
Uretrocistografia - verifica a presença de refluxo vesicoureteral associado
Urorressônância - fornece imagens detalhadas para mapeamento de obstruções complexas
Estenose de JUV - tratamento
Conduta conservadora - monitoramento em casos sem prejuízo renal
Displasia do trato urinário - acompanhamento conforme função renal
Cirúrgico - indicado para piora renal ou infecções frequentes (ITU)
Derivação - alívio temporário da obstrução renal
Refluxo vesicoureteral
Definição: é o retorno da urina da bexiga para o trato urinário superior
Causas:
Primárias: causado por um defeito na junção ureterovesical
Secundário: decorrente do aumento da pressão intravesical, disfunções miccionais ou fatores iatrogênicos
Quadro clínico - RVU
Infecção do trato urinário, hipertensão arterial, proteinúria de 24h acima de 2g é altamente sugestiva de nefropatia de refluxo
Conduta RVU
Excluir vesicopatias - bexiga neuropática, disfunção vesical
Exames para avaliação - USG dinâmico, cintilografia (DMSA)
Tratamento RVU
Tratar disfunção vesical
Conservador - graus leves
Tratamento cirúrgico - graus IV e V
Avaliar função renal
Tratamento da válvula de uretra posterior
Endoscopia, derivações, multidisciplinar e transplante