Imunidade aos Microorganismos Flashcards

(31 cards)

1
Q

Como a imunidade inata atua contra bactérias extracelulares?

A
  • Fagocitose e Inflamação: Neutrófilos e macrófagos recrutados por produtos bacterianos e citocinas (produzidas por macrófagos e DCs) que promovem a migração de outros leucócitos para o sítio da infecção. Estas células irão destruir os patogénos nos fagolisssomos após a fagocitose.
  • Ativação do Complemento: As bactérias expressam manose em sua superfície que se liga à lectina de ligação à manose ativando o complemento pela via das lectinas —-> opsonização, fagocitose aumentada das bactérias, formação do MAC.
    C3a e C5a —> inflamação.
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2
Q

Como a imunidade adaptativa atua contra bactérias extracelulares?

A

As respostas são dirigidas contra toxinas e antígenos da parede celular de bactérias que podem ser:

  • Polissacarídeos → resposta T-independente - Proteção contra bactérias encapsuladas (S. pneumoniae, Neisseria).
  • Proteínas → resposta T-dependente.
    Anticorpos de alta afinidade: Neutralização de toxinas bacterianas.
    Opsonização (marcar a bactéria para a fagocitose) → IgG.
    Ativação do complemento → IgM e IgG → lise da bactéria ou aumento da fagocitose.

Os antígenos proteicos de bactérias extracelulares também ativam células T auxiliares Th17 que recrutam neutrófilos e monócitos, promovendo, assim, inflamação local em sítios de infecção bacteriana.
Th17 produz:
IL-17 → recruta neutrófilos.
IL-22 → estimula produção de peptídeos antimicrobianos por células epiteliais.

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3
Q

Quais os danos causados pela resposta imune a bactérias extracelulares²

A

Danos Causados pela Resposta Imune
1. Inflamação: Produção de ROS e enzimas lisossômicas → dano tecidual.

  1. Sepse e choque séptico: Ativação maciça de macrófagos por componentes bacterianos da parede celular, como: LPS (Gram-negativas) e peptidoglicanos (Gram-positivas).
    Induz produção de citocinas inflamatórias potentes: TNF, IL-1, IL-6.
    Pode levar a:
    - Disfunção orgânica, alterações de perfusão, metabolismo e coagulação (sepse).
    - Colapso circulatório e coagulação intravascular disseminada (choque séptico).
  2. Piroptose: Tipo de morte celular inflamatória ativada por: LPS intracelular, ativando inflamassomos.
    Libera DAMPs e citocinas inflamatórias → amplifica a inflamação
  3. Superantígenos - Algumas toxinas bacterianas funcionam como superantígenos:
    Ligam-se diretamente ao MHC II e à região Vβ do TCR de células T CD4⁺.
    Isso leva à ativação policlonal massiva de T CD4⁺ → tempestade de citocinas.
    Pode causar síndrome inflamatória sistêmica grave.
  • Febre reumática: Reação cruzada entre anticorpos anti-estreptococos e antígenos cardíacos.
  • Glomerulonefrite pós-estreptocócica: Deposição de complexos imunes nos glomérulos.
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4
Q

Quais as formas de evasão por bactérias extracelulares?

A

Mecanismos de resistência à imunidade inata:
Cápsula polissacaridica: inibe a fagocitose.

Ácido siálico na cápsula: Inibe ativação do complemento (viaalternativa).

Evasão da imunidade humoral: As bactérias podem evadir a imunidade humoral variando seus antígenos de superfície, como as proteínas das fímbrias (pilinas), importantes para a adesão às células do hospedeiro. As bactérias também podem liberar blebs de membrana contendo antígenos, desviando os anticorpos para longe da célula bacteriana real.

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5
Q

Como a imunidade inata atua contra bactérias intracelulares?

A
  • Fagócitos (neutrófilos e macrófagos): fagocitam, mas muitas bactérias resistem à degradação. Os produtos bacterianos são reconhecidos por TLRs e receptores do tipo NOD, levando a ativação de fagocitos.
  • Células NK: ativadas por IL-12 e IL-15 (produzidas por macrófagos e DCs) e por ligantes ativadores nas células infectadas: NKs produzem IFN-γ, que ativa macrófagos e promove o kiling de células infectadas.
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6
Q

Como a imunidade adaptativa atua contra bactérias intracelulares?

A
  1. Células T CD4+ Th1: diferenciação induzida por IL-12 → produzem IFN-γ e expressam ligante de CD40 → ativam macrófagos.
    Macrófagos ativados produzem substâncias, principalmente dentro dos fagolissomos: óxido nítrico (NO), enzimas lisossômicas e ROS.
  2. Células T CD8+ (CTLs): Importante contra bactérias que escapam para o citosol (ex: Listeria).
    Reconhecem antígenos bacterianos no citoplasma via MHC I → Induzem a morte da célula infectada.

Ativação crônica de macrófagos e T → inflamação prolongada. Pode gerar:
Reação de hipersensibilidade tardia (DTH)
Granulomas (ex: tuberculose) → fibrose, necrose e dano tecidual.

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6
Q

Como funcionam os mecanismos de evasão de bactérias intracelulares?

A

Estratégias: inibem fusão fagossomo-lisossomo, escapam para o citoplasma ou ainda neutralizam substâncias microbicidas (ex: ROS).
Consequência: infecções crônicas, com latência e reativação se o sistema imune estiver comprometido.

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7
Q

Como a imunidade inata atua contra fungos?

A
  • Neutrófilos e macrófagos: Reconhecem os fungos por PRRs (TLRs, receptores de dectina e de manose) → liberam ROS e enzimas lisossômicas. Ou seja, fagocitam e destroem fungos.
  • Complemento: Ativado pelas vias alternativa e das lectinas → opsoniza fungos para fagocitose, mas não os lisa bem (paredes espessas resistem ao MAC).
  • Neutrófilos são críticos contra fungos extracelulares (ex: Candida). A neutropenia (redução do número de neutrófilos no sangue) está associada a infecções graves.
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8
Q

Como a imunidade adaptativa atua contra fungos extracelulares e intracelulares?
Qual célula T CD4 é ineficaz para combater fungos?

A

Fungos extracelulares: Carboidratos fúngicos estimulam as DCs e os macrófagos por meio de receptores como dectina para liberar citocinas que promovem a diferenciação Th17 → as células Th17 recrutam neutrófilos que fagocitam e destroem os fungos.

Fungos intracelulares: A imunidade celular mediada por Th1 é um mecanismo de defesa importante, essas respostas envolvem Th1, CD4+, CD8+ e ativação de macrófagos.

Em contrapartida, respostas fúngicas com células Th2 predominantes são ineficazes e causam danos aos tecidos, como reações inflamatórias graves.

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9
Q

Como a imunidade inata atua contra vírus?

A

A produção de Interferons Tipo I (IFN-α e IFN-β) ocorre por células infectadas, células dendríticas plasmocitoides e macrófagos, induzidas por TLRs endossômicos (RNA/DNA viral) —> inibi a replicação viral (em células infectadas e não infectadas) e estimula fatores de restrição*.
*proteínas antivirais que impedem a replicação e disseminação viral.

Células NK (Natural Killer) eliminam células infectadas antes do desenvolvimento da imunidade adaptativa.
Ativadas quando: Células infectadas diminuem expressão de MHC I (escape dos CTLs) ou ezpressam ligantes ativadores de NK.

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10
Q

Como a imunidade adaptativa atua contra vírus ?

A

A imunidade adaptativa contra infecções virais é mediada por anticorpos que bloqueiam a ligação e a entrada do vírus nas células hospedeiras e por CTLs, que eliminam a infecção destruindo as células infectadas.

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11
Q

Quais os mecanismos de evasão dos vírus?

A
  • Variação antigênica de antígenos virais.
  • Bloqueiam etapas da via MHC I.
  • Produzem moléculas imunossupressoras.
  • Exaustão de celulas T.
  • Infectam células do próprio sistema imune.
  • Bloqueio da produção de IFN do tipo I.
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12
Q

Como a resposta inata atua contra parasitas?

A

A principal resposta a protozoários é a fagocitose, por meio da ativação de TLRs, porém muitos protozoários resistem ao killing fagocítico e replicam-se dentro de macrófagos.

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13
Q

Como a resposta adaptativa atua contra parasitas?

A

Th1: é ativada quando a célula T CD4 reconhece antígeno apresentado por uma célula apresentadora (APC) via MHC II, geralmente após a fagocitose de um microrganismo intracelular.
Secreta IFN-γ, que ativa macrófagos a destruir patógenos.

Th17: secreta citocinas como IL-17, recrutando neutrófilos para defesa contra fungos e bactérias extracelulares.

CD8+ (citotóxicas): ativadas por antígenos apresentados via MHC I, atuam liberando granzimas e perforinas, promovendo morte de células infectadas.

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14
Q

Como parasitas evadem o sistema imune?

A
  1. Variação antigênica: Alteram os antígenos de superfície ao longo do ciclo de vida.
  2. Ocultação do sistema imune: Viver intracelularmente nas células do hospeideiro, formar cistos resistentes, viver em ambientes protegidos, como o lúmen intestinal.
  3. Inibição ativa da resposta imune: Indução de anergia de células T, estimulam à produção de células T reguladoras, que suprimem a imunidade e favorecem a persistência da infecção.

Esses mecanismos tornam as infecções parasitárias difíceis de eliminar e de prevenir por vacinação.

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15
Q

O que são parasitas?

A

Organismos que vivem em um hospedeiro causando-lhe prejuízo. Podem variar de vírus a artrópodes como carrapatos.

16
Q

Como é a resposta imune contra helmintos?

A

A resposta imune contra helmintos é predominantemente mediada por IgE e células Th2, que promovem ativação de eosinófilos, mastócitos e produção de muco:
- Th2 ativa eosinófilos via IL-5 e induz produção de IgE por células B.
IgE se liga ao helminto e à FcεR de eosinófilos, mastócitos e basófilos → degranulação → morte ou expulsão do verme.

  • Envolve IgE ligada ao helminto por sua região Fab - Células como eosinófilos, basófilos e mastócitos têm receptores Fcε (para IgE).
  • A ligação ao FcεR leva à degranulação, liberando mediadores tóxicos (ex.: histamina, MBP) que imobilizam, danificam ou expulsam o verme.
17
Q

Quais são os fatores e proteínas de fase aguda que atuam no combate de parasitas? (5)

A
  • Proteína C reativa (PCR - pentraxina): opsonina produzida pelo fígado; reconhece fosfocolinas de bactérias. É produzida constitutivamente em baixa quantidade, PAMPs ou DAMPs sinalizam para o fígado aumentar a produção de proteína C reativa, ela é um marcador de inflamação crônica.
  • Fibrinogênio e outras proteínas da coagulação: estancam hemorragias e ajudam a reter microrganismos no local da lesão.
  • Lectinas ligantes de manose (MBL): reconhecem carboidratos em patógenos, semelhantes à C1q da via clássica do complemento.
  • Ficolinas*: reconhecem açúcares específicos; participam da ativação do complemento pela via das lectinas.
  • Sistema complemento: atua por opsonização (C3b), quimiotaxia e recrutamento de leucócitos (C5a) e formação do MAC (complexo de ataque à membrana).
    *ficolinas se ligam a carboidratos.
18
Q

O que são as NETs?

A

NETs (Neutrophil Extracellular Traps): Redes extracelulares de DNA lançadas por neutrófilos, que aprisionam e matam patógenos. Contêm histonas, calprotectina (sequestra zinco), MPO, elastase e outras enzimas antimicrobianas.

19
Q

Quais as funções dos anticorpos? (4)

A
  • Neutralização de toxinas, vírus e bactérias.
  • Opsonização: Fc se liga a receptores em fagócitos, facilitando a fagocitose.
  • Citotoxicidade celular dependente de anticorpos (ADCC): NKs reconhecem Fc de IgG ligada ao alvo e liberam grânulos citotóxicos.
  • Ativação do complemento: Fc se liga à C1q, iniciando a via clássica → lise (MAC), inflamação (C3a, C5a) e opsonização (C3b).
20
Q

Porque a IgG tem uma meia-vida plasmática longa?

A

Receptor Fc neonatal (FcRn): Recicla IgG, impedindo sua degradação em endossomos → confere longa meia-vida à IgG.

21
Q

Explique o que é e como funciona a CItotoxicidade Celular Dependente de Anticorpos (ADCC).

A

ADCC (Citotoxicidade Celular Dependente de Anticorpos):
Anticorpos IgG se ligam a antígenos de superfície de células-alvo:
- Células NK reconhecem Fc → liberam granzimas e perforinas → lise osmótica da célula-alvo.
- Ativação do Complemento: IgG e IgM ligadas a antígenos iniciam a via clássica, levando a: formação do MAC (lise), opsonização (C3b) e inflamação (C3a, C5a).

22
Q

Como toxinas atuam e como ocorre a neutralização de toxinas por IgG (plasma) e IgA (mucosas)?

A
  1. A toxina se conecta a receptores específicos na superfície da célula.
  2. A célula “engole” o complexo toxina-receptor através de um processo chamado endocitose.
  3. Dissociação da toxina para liberar a cadeia ativa, que envenena a célula: Dentro da célula, a toxina se separa e libera uma parte ativa que pode danificar ou matar a célula.
  4. O anticorpo protege a célula bloqueando a ligação da toxina: Anticorpos IgG ou IgA de alta afinidade se ligam à toxina antes que ela alcance a célula, impedindo sua ligação aos receptores. Assim, neutralizam a toxina e protegem a célula.

Anticorpo impede que toxinas ou microrganismos se liguem a seus receptores por:
- Competição direta (impedimento estérico), por exemplo ao se ligar a uma toxina.
- Alteração conformacional do patógeno.

23
Q

Como anticorpos IgA e IgG podem atuar neutralizando vírus e bactérias?

A

Anticorpos IgG ou IgA de alta afinidade se ligam ao vírus, impedindo que ele se conecte aos receptores celulares e, em alguns casos, impedindo a fusão viral com a célula, bloqueando assim a infecção.

Anticorpos IgG ou IgA se ligam às adesinas bacterianas, impedindo a adesão às células e, consequentemente, bloqueando a infecção logo no início.

24
Qual a função da glicosilação de Igs?
As IgGs possuem um glicano N-linked na posição Asn297 (asparagina 297) da porção Fc. A composição dos glicanos Fc pode variar conforme: sexo, idade, ciclo hormonal, estilo de vida, entre outros. A glicoslilção de Igs influenciam na estabilidade, afinidade por FcRs e função imunológica. Propriedades anti-inflamatórias das Igs dependem do tipo e nível de glicosilação
25
Qual a função da variação antigênica?
Patógenos podem escapar da imunidade adaptativa ao alterar estruturas reconhecíveis pelo sistema imune, como antígenos de superfície como de pilosidades (pili ou fímbria - proteína pilina) Ao alterar a pilina, evitam o reconhecimento pelo sistema imune, possibilitando reinfecções.
26
O que é ecdise antigênica?
Ecdise antigênica: Eliminação periódica do revestimento superficial (ex.: cutícula de helmintos), removendo assim anticorpos ligados. Também pode ser chamada de "muda" antigênica.
27
Qual o mecanismo de evasão da Leishmania spp.?
Mecanismos de Escape de Leishmania spp. da Ação dos Neutrófilos Entrada silenciosa (“Cavalo de Troia”). 1. Leishmania pode entrar nos neutrófilos sem ativar imediatamente a resposta oxidativa. Esses neutrófilos infectados sofrem apoptose e são fagocitados por macrófagos, permitindo que o parasita entre neles de forma silenciosa — sem ativar o sistema imune. Inibição do "burst" oxidativo. 2. Algumas cepas suprimem ativamente o complexo NADPH oxidase dos neutrófilos, reduzindo a produção de espécies reativas de oxigênio (ROS). Resistência a efetores antimicrobianos. O parasita apresenta resistência parcial a: ROS (espécies reativas de oxigênio). RNS (espécies reativas de nitrogênio). Enzimas proteolíticas presentes nos fagolisossomos. Esses mecanismos ajudam Leishmania a sobreviver mesmo dentro de células com alta atividade microbicida como os neutrófilos.
28
O que é deriva antigênica e rearranjo antigênico?
Deriva antigênica (Antigenic drift) - Acúmulo gradual de mutações pontuais nos genes virais que codificam proteínas de superfície — principalmente hemaglutinina (HA) e neuraminidase (NA). Consequência: Gera variantes com antígenos ligeiramente modificados, o sistema imune reconhece parcialmente o vírus, mas não o suficiente para impedir a infecção, causa as epidemias sazonais de gripe. Rearranjo antigênico (Antigenic shift): Mudança abrupta e significativa nos genes de HA e/ou NA, geralmente por reassortimento genético entre vírus da gripe humanos e animais (como aves ou suínos). Consequência: Origina um subtipo novo com antígenos muito diferentes. A população humana tem pouca ou nenhuma imunidade prévia. Pode resultar em pandemias (ex: H1N1 em 2009).
29
Qual a importância da cápsula para a evasão de microorganismos?
Função da cápsula: Atuam como uma barreira física, dificultando o reconhecimento e a ligação por fagócitos. Impedem a opsonização eficiente por anticorpos e proteínas do complemento (como C3b). Reduzem a ativação do sistema imune inato.
30
O que é mimetismo molecular?
Diversos patógenos, desde vírus até vermes, possuem proteínas que mimetizam ou interagem com FcRs, utilizando essa estratégia para subverter a resposta imune.