ISTs Flashcards
(41 cards)
1- Corrimento Uretral > Definição Uretrites
- ISTs caracterizadas por inflamação da uretra acompanhada de corrimento uretral
- Agentes microbianos podem ser transmitidos por relação sexual via anal, vaginal, oral
1- Corrimento Uretral > Características e sintomas associados
- Aspecto varia de mucoide a purulento
- Volume variável
- Associado à dor ureteral (independente da micção)/ Disúria/ Estrangúria (micção lenta e dolorosa)/ Prurido uretral/ Eritema do meato uretral
1- Corrimento Uretral > Agentes Etiológicos
- Neisseria gonorrhoeae e Chlamydia trachomatis;
- Outros Menos frequentes > Trichomonas vaginalis/ Ureaplasma urealyticum/ Enterobactérias (nas relações anais insertivas)/ Mycoplasma genitalium/ vírus do herpes simples (HSV)/ adenovírus/ Candida sp.
- Causas traumáticas (produtos e objetos utilizados na prática sexual)
1- Corrimento Uretral > Tipos de Uretrites
- Uretrite Gonocócica
- Uretrite Não-Gonocócica
- Uretrite persistente
1- Corrimento Uretral > Uretrite GONOCÓCICA
- Processo infeccioso/ inflamatório da mucosa uretral causado pela Neisseria gonorrhoeae (diplococo Gram negativo intracelular).
- Risco de transmissão entre infectado > não infectado de 50% por ato sexual
1- Corrimento Uretral > Uretrite GONOCÓCICA > Sinais e sintomas
- Determinados pelos locais primários de infecção (membranas mucosas da uretra/ endocérvice/ reto/ faringe/ conjuntiva)
- Frequentemente assintomática em mulheres e quando ocorre na faringe/reto
- No homem > 80% com corrimento uretral e/ou disúria (50%)
- Corrimento purulento ou mucopurulento
- Raramente queixa de sensibilidade aumentada no epidídimo e queixas compatíveis com balanite (dor, prurido, hiperemia da região prepucial, descamação da mucosa e, em alguns casos, material purulento e de odor desagradável no prepúcio)
- Período de incubação de 2 a 5 dias
1- Corrimento Uretral > Uretrite GONOCÓCICA > Complicações e outros sítios de infecção
- No homem, à partir de infecção ascendente à partir da uretra (orqui-epididimite e prostatite)
- Infecção gonocócica disseminada é rara (1%) e acomete mais mulheres (disseminação hemática à partir das membranas mucosas infectadas) > febre, lesões cutâneas, artralgia, artrite e tenossinovite sépticas/ endocardite aguda, pericardite, meningite e peri–hepatite.
- Infecção retal é usualmente assintomática mas pode causar corrimento retal (10%) ou dor/desconforto perianal ou anal (7%)
- Infecção da faringe (em ambos sexos) é usualmente assintomáticas
1- Corrimento Uretral > Uretrite NÃO GONOCÓCICA >
- É a Uretrite sintomática cuja bacterioscopia é negativa para o gonococo
- Etiologias > Chlamydia trachomatis/ Ureaplasma urealyticum/ Mycoplasma hominis/ Trichomonas vaginalis;
- Uretrite não gonocócica é a principal manifestação da infecção por Chlamydia no homem (Chlamydia responsável por 50% dessas uretrites)
- Transmissão via sexual (risco de 20% por ato)
- Período de incubação, no homem, de 14 a 21d
- 2/3 das parceiras estáveis de homens com uretrite não gonocócica hospedam a Chlamydia > podem reinfectar seu parceiro e desenvolver quadro de DIP.
1- Corrimento Uretral > Uretrite NÃO GONOCÓCICA > Sintomatologia / complicações
- Corrimentos mucoides, discretos, com disúria leve e
intermitente. - Uretrite subaguda é forma de apresentação de 50% dos pctes com uretrite por Chlamydia;
- Em alguns casos o corrimento da não gonocócica pode simular, clinicamente, o da gonorreia;
- Complicações > prostatite, epididimite, balanite, conjuntivite (por autoinoculação) e síndrome uretro-conjuntivo-sinovial ou síndrome de Reiter.
1- Corrimento Uretral > Uretrite PERSISTENTES
- Pctes diagnosticados com uretrites devem retornar após instituição do tratamento com 7 dias;
- Se sintomas persistentes ou recorrentes de uretrite, estamos diante de uma Uretrite Persistente; podem resultam de:
> Resistência bacteriana
> Não adesão ao tratamento
> Reinfecção
> Agentes não abordados no tratamento anterior (Trichomonas vaginalis, Mycoplasma genitalium e Ureaplasma urealyticum)
> Causas não-infecciosas de uretrites (trauma, instrumentalização, inserção de corpos estranhos intrauretrais ou parauretrais, irritação química)
1- Corrimento Uretral > DIAGNÓSTICO
- Pode ser confirmado pela presença de pelo menos um dos seguintes:
> Drenagem purulenta ou mucopurulenta ao ex físico
Bacterioscopia pela coloraçãod e Gram da secreção uretral evidenciando > 5 PMN / Infecção gonocócica confirmada se diplococos gram neg intracel no interior dos PMN (obs: em mulheres apenas 30-60% são positivas)
Teste de esterase leucocitária positiva em urina de primeiro jato ou exame microscópico de sedimento urinário de primeiro jato com > 10 PMN;
outros métodos > NAAT (biologia molecular)/ captura híbrida/ etc
obs: Se resultado mostrar infecção > Tratamento e acompanhar e, se necessário, tratar as parceiras
1- Corrimento Uretral > TRATAMENTO > Por etiologia
1) URETRITE GONOCÓCICA E POR CLAMÍDIA NÃO COMPLICADA (Uretrite e proctite)
1- Ciprofloxacina + Azitromicina
1- Ceftriaxona + Azitromicina (para menores de 18 e gestantes)
2- Ceftriaxona + Azitromicina OU Cefotaxima
2) URETRITE POR CLAMÍDIA
1- Azitromicina (em menores de 18 ou gestantes = azitromicina ou amoxicilina)
2- Amoxicilina
3) URETRITE POR MYCOPLASMA GENITALIUM
1- Azitromicina
2- Ulcera genital > Definição/sintomatologia da síndrome
- Sd clínica produzida por agentes infecciosos sexualmente transmissíveis;
- Se manifestam como lesões ulcerativas erosivas, precedida ou não por pústulas e/ou vesículas; acompanhada ou não de dor, ardor, prurido, drenagem de material mucopurulento, sangramento e linfadenopatia regional
2- Ulcera genital > Etiologias mais comuns
- Treponema pallidum (Sífilis primária ou secundária)
- HSV- 1 e HSV-2
- Haemophilus ducreyi (Cancroide
- Chlamydia trachomatis sorotipo L1, L2 e L3 (LGV
- Klebsiella granulomatis (Donovanose)
obs: podem ser encontrados isoladamente ou associados em uma mesma lesão;
- prevalência sofre múltiplas influências (ambiental, populacional, socioeconômicos, gêneros, etc)
obs: presença de úlceras associada a risco elevado de transmissão/aquisição de HIV
2- Ulcera genital > Aspectos específicos
- Os aspectos clínicos das ulceras genitais são bastante variados e têm baixa relação de sensibilidade/ especificidade com o agente etiológico
- Diagnóstico com base na impressão clínica tem VPP muito baixo
- 25% SEM qualquer diagnóstico etiológico
- OBS: Embora esteja comumente relacionada a ISTs em populações sexualmente ativas, as ulceras genitais não são, exclusivamente ISTs. Podem ser infecções por FUNGOS, VÍRUS OU BACTÉRIAS (ex. dermatoses
bolhosas, como o pênfigo, o eritema multiforme e a dermatite de contato; líquen plano erosivo; aftas; lesões traumáticas; erupção fixa por drogas e até mesmo lesões malignas, como o carcinoma espinocelular).
2- Ulcera genital > Sífilis Primária (cancro duro)
- T.pallidum penetra em pele íntegra
- processo patogênico é vasculite
- Contato sexual com indivíduo infectado
- Período de incubação de 10 a 90d (média de 3 s)
- Primeira manifestação é ulcera, geralmente única, indolor, base endurecida, fundo limpo, sendo rica em treponemas ocorrendo no local de entrada da bact (pênis, vulva, vagina, colo uterino, ânus, boca, etc)
- Tal estágio pode durar de 2 a 6 semanas e desaparecer espontaneamente.
2- Ulcera genital > Sífilis Secundária
- Surge, em média, após 6s a 6m da infecção
> Erupção cutânea em forma de máculas (roséola) e/ou pápulas princ no tronco;
Eritemato-escamosas palmo-plantares
Placas eritematosas branco-acinzentadas nas mucosas;
Lesões pápulo-hipertróficas nas mucosas ou pregas cutâneas
Alopécia em clareira ou madarose
Raramente - acometimento hepático, meníngeo e/ou até ocular
- tende a desaparecer espontanemente em poucas semanas
2- Ulcera Genital > Herpes Genital (família/ predomínio ds tipos/ tipos de manifestação)
- HSV-1 e 2 pertencem a família Herpesviridae (da qual também fazem parte CMV, varicela zoster, Epstein-Barr)
- HSV-1 costumar predominar em lesões periorais e HSV-2 em lesões genitais;
- Manifestações da infecção pelo HSV podem ser divididas em:
> Primoinfecção
> Surtos recidivantes
obs: proporção das infecção sintomáticas variam entre 13 e 37% (maioria são assintomáticos)
2- Ulcera Genital > Herpes Genital > PRIMOINFECÇÃO
- Incubação média de 6 dias
- Manifestações, em geral, mais severas/ quadro muito sintomático:> Lesões eritemato-papulosas, de 1 a 3mm que evoluem para vesículas sobre base eritematosas/ dolorosas/ localização variável na região genital
Conteúdo das vesículas geralmente citrino, raramente turvo
Sintomas gerais: febre/ mal-estar/ mialgia/ disúria com ou sem retenção urinária
Linfonodomegalia inguinal dolorosa bilateral em 50%
Nas mulheres pode simular ITU baixa/ Se acomete colo pode cursar com corrimento vaginal, podendo ser abundante;
Nos homens o acometimento uretral pode provocar corrimento uretral/ raramente acompanhada de lesões extragenitais
Quadro pode durar de 2 a 3 semanas
2- Ulcera Genital > Herpes Genital > RECIDIVAS (etiopatogênese/ fatores de reativação)
- Após infecção genital, o HSV ascende pelos nervos periféricos sensoriais e penetra nos núcleos das células dos gânglios sensitivos e entra em latência;
- Recorrência mais frequente em HSV-2 (90% contra 60% de HSV-1 nos primeiros 12 meses)
- O que pode estimular recidiva: > quadros infecciosos > exposição a radiação UV > traumatismos locais > menstruação > estresse físico/emocional > antibioticoterapia prolongada > imunodeficiência
2- Ulcera Genital > Herpes Genital > RECIDIVAS (sintomatologia)
- Quadro da reativação menos intenso que na primoinfecção;
- Pode haver prôdromo > prurido leve ou sensação de “queimação”, mialgias, “fisgadas” nas pernas, quadris e região anogenital
- Recorrência tende a ser no mesmo local que a lesão inicial
- Lesões podem ser cutâneas e/ou mucosas
- Vesículas agrupadas sobre base eritematosa que evoluem para pequenas ulceras arredondadas ou policíclicas
- Nas mucosas é incomum a visualização de vesículas, pois se rompem facilmente
- Sintomas gerais são mais raros
obs: regressão espontânea em 7 a 10 dias/podendo ou não deixar cicatriz
obs: tendência natural é que os surtos tornem-se menos frequentes e menos intensos ao longo do tempo.
2- Ulcera Genital > Herpes Genital > RECIDIVAS > Manifestações em Imunodeprimidos / DD
- Cursam com manifestações atípicas:
> Lesões ulceradas ou hipertróficas, de grandes dimensões e persistindo na ausência de tratamento local ou até mesmo sistêmico
> DD - Os diagnósticos diferenciais incluem o cancroide, a sífilis, o LGV, a donovanose e as ulcerações traumáticas.
2- Ulcera Genital > Cancroide (cancro mole)
- Haemophillus ducreyi (+ freq regiões tropicais)
- Transmissão exclusivamente sexual
- Mais freq em sexo masculino
- Cancro mole/ cancro venéreo/ cancro de Ducrey
- Incubação de 3 dias até 2 semanas
- Risco de infecção por intercurso sexual de até 80%
2- Ulcera Genital > Cancroide (cancro mole) > Sintomatologia
- Lesões múltiplas (podendo ser única), habitualmente dolorosas e devido a autoinoculação;
- Borda irregular/ Contornos eritemato-edematosos/ Fundo irregular recoberto por exsudato necrótico, ameralado, fétido (quando removido revela tecido de granulação de sangramento fácil)
- Regiões mais cometidas no homem são frênulo e sulco bálano-prepucial / Na mulher: fúrcula e face interna dos pequenos e grandes lábios
- Em 30% o bacilo atinge linfonodos inguino-crurais (bubão)/ Unilaterais em 2/3 dos casos/ observados quase que exclusivamente nos homens (início com tumefação sólida e dolorosa, evoluindo para liquefação e fistulização em 50% - por orifício único)
- Raramente lesões extragenitais ou doença sistêmica
- Pode haver drenagem pelo orifício único e a cicatrização tende a ser desfigurante