Linfoma Flashcards
(21 cards)
Defina linfoma
Neoplasia em linfonodos, podem ser nos nódulos linfáticos ou raramente em outros tecidos linfoides não ganglionares (extranodais)
Explique as três zonas principais do gânglio linfático
- Zona cortical: predomina linfócito B
- Zona paracortical: predomina linfócito T
- Zona medular: com linfócitos B e plasmócitos
Fatores de risco para linfoma
- Infecções virais como Epstein-Barr, HIV e HTLV
- Doenças autoimunes
- Exposição à radiação ionizante ou agentes tóxicos
- Imunodeficiência
- Transplante de órgãos
Linfoma é uma das causas de linfonodomegalia. Quando pensar em linfoma neste achado?
- Mais de 2 cm, aumento assimétrico
- Supraclaviculares ou escalenos > localização atípica
- Mobilidade diminuída, consistência endurecida
- Aderidos a planos profundos
- Indolores
- Associado a sintomas B: febre, perda de peso, sudorese noturno
Os linfomas são classicamente definidos como Hodgkin e não Hodgkin. Diferencie-os
No linfoma de Hodgkin, há uma célula característica:
- Célula grande, binucleada, com núcleos eosinofílicos e citoplasma abundante. Antes, essa célula era chamada de célula de Hodgkin ou célula de Reed-Sternberg, sendo bem característico da doença, apesar de compreender apenas 1% da massa tumoral
- Não acomete o sangue periférico
Linfomas não Hodgkin são um grupo extenso e heterogêneo, tendo em comum a ausência dessa célula
- Quais 30 tipos de linfoma não Hodgkin
- Pode cometer não só linfonodos como órgão linforreticulares, como medula, baço, fígato e TGI
- Geralmente apresenta células malignas que invadem o sangue periférico
- Predominante de célula B, tendo também células T e natural killer
Explique o paradoxo do prognóstico das células não Hodgkin
- Indolentes > progridem lentamente, porém o tratamento é difícil
- Agressivos > crescem rápido e mais fáceis de tratar
Explique o linfoma MALT
- Linfoma de tecido linfoide associado a mucosa
- Acomete a zona marginal dos folículos linfoides nas mucosas
- Proliferação predominantemente de células B
- Principalmente linfomas gástricos
- Ligado a inflamação crônica > associação com H. pylori, entre outras infecções
- Doenças autoimunes também podem estar envolvidas, sendo comum estar associado a Hashimoto, etc
Explique o linfoma folicular
- Segundo tipo mais frequente dos linfomas não Hodgkin
- Levemente mais comum em mulheres, predominante nos 60 anos
- Principalmente linfócito B
- Associação com algum fator de risco não é comprovado, mas há associação com pesticidas e outros químicos
- Pode estar associado a infiltração hepática e acometimento de medula óssea
- Clinicamente indolente, muitos permanecem assintomáticos e descobrem em fases avançadas
Explique o linfoma difuso de grandes células B
- Grupo de linfomas agressivos
- Associado a sintomas B: febre, sudorese noturna e perda de peso
- Infiltração linfonodal difusa, podendo aparecer em outros meios, principalmente TGI
- Linfonodomegalia de crescimento rápido
Explique o linfoma de Burkitt
- Subtipo altamente agressivo
- Apresenta-se frequente em sítios extranodais, como massas abdominais
- Associados a Epstein-Barr e HIV
- Associação também a locais onde a malária é endêmica > neoplasia de infância mais comum dessa área
Explique o linfoma não Hodgkin do tipo micose fungóide / síndrome de Sézary
- Infiltração extranodal, sendo primariamente cutânea
- Comportamento clínico indolente, com lesão de pele em placa eritemiatosa não coalescente, pruriginosa e em área não exposta (área de banho)
- Parece fúngico, mas vai se percebendo que não trata com antifúngico
Manifestações clínicas dos Linfomas não Hodgkin
- Linfonodomegalia
- Esplenomegalia e hepatomegalia com o decorrer da doença
- Dores nas costas e pernas por compressão nervosa
- Lesão cutânea > no linfoma cutâneo
- Predisposição a processos infecciosos > linfonodos não estão funcionantes pela proliferação neoplásica
- Associar sempre a sintomas B
Manifestações laboratorias dos Linfomas não Hodgkin
- Hemograma: linfocitose ou atipia linfocitária; pode ter anemia normocítica e normocrômica; plaquetas normais
- Medula óssea pode ter infiltração de células inflamatórias
- Imunofenotipagem de células B e T > encontrando predominantemente células B alteradas
- Biópsia do gânglio
Tratamento e prognóstico dos Linfomas não Hodgkin
Tratamento:
- Depende do tipo histológico, mas em geral se utiliza quimioterapia, podendo ser associada a anticorpo monoclonal anti-SD20
- Radioterapia pode ser utilizada se tumor localizado
- Transplante hematopoético pode estar indicado a depender do caso
Prognóstico:
- Varia de acordo com o local, tipo histológico, extensão do acometimento, idade, nível de DHL e estadiamento
- Mas em geral tem prognóstico melhor do que os linfomas de células T
Explique agora o Linfoma de Hodgkin quanto a epidemiologia
- Associação ao vírus Epstein-Barr, HIV e doenças auto-imunes
- Um dos poucos tumores mais frequentes em homens, raro em crianças
- Associado a judeus e história familiar de linfoma
Manifestações clínicas do linfoma de Hodgkin
- Adenopatia cervical é a queixa principal > crescimento constante, aderido, indolor, consistência de borracha, localizado e associado a sintomas B
- Pode ocorrer disseminação por continuidade: cervical > mediastino > pulmão > baço. Como se tivesse seguindo um caminho, já que não acomete sangue periférico
- Dolorido com a ingesta de álcool > característico de Hodgkin, apenas de incomum
- Esplenomegalia discreta
OBS: Sem sítio cervical, pode ter um único foco com massa mediastinal, visto pela imagem
Manifestações laboratoriais do linfoma de Hodgkin
- Hemograma não mostra grandes alterações
- Medula óssea não é comum ser acometida
- Biópsia excisional de gânglio mostrando a célula de Reed-Sternberg > sendo patognomônico. Deve ser uma biópsia excisional, retinando o gânglio complento, preferindo o maior gânglio
- Aumento de DHL
- Diminuição do ferro sérico
- Exames radiológicos > RX, TC
Por que ocorre diminuição do ferro sérico no linfoma de Hodgkin?
Associado a uma anemia de fase aguda, por ação inflamatória, levando a aumento de Hepcidina, a qual regula absorção e produção de ferro sérico, enquanto os estoques permanecem normais
Diagnóstico do linfoma de Hodgkin
Biópsia excisional de gânglio mostrando a célula de Reed-Sternberg > sendo patognomônico.
Deve ser uma biópsia excisional, retinando o gânglio complento, preferindo o maior gânglio
Não serve fazer punção aspirativa, nem para diagnóstico e nem para excluir linfoma de Hodgkin
Tratamento e prognóstico do linfoma de Hodgkin
Tratamento:
- Geralmente quimioterapia, podendo ser associado a RT
- Candidatos a transplante de medula são aqueles com alto LH e idade inferior a 40 anos
Prognóstico
- Relacionamento a massa tumoral, estadiamento, tipo histológico, idade
- Sobrevida livre de doença por 5 anos representa cura. A maioria após 5 anos não apresenta recaída
Por fim, compare linfomas de Hodgkin e não Hodgkin em relação a:
1- Distribuição dos gânglios
2- Acometimento de sangue periférico
3- Envolvimento mediastinal
4- Envolimento abdominal
5- Infiltração de medula óssea
6- Infiltração hepática
7- Epidemiologia
1- Nos de hodgkin tem disseminação por contiguidade, enquanto nos não Hodgkin envolve áreas afastadas
2- Não Hodkin acomete, por isso não depende da disseminação por continuidade
3- Comum nos Hodgkin
4- Comum nos não Hodgkin, como MALT, LDCB e Burkitt
5- Comum no linfoma folicular
6- Comum no linfoma folicular
7- Não Hodgkin é mais comuns aos 60 anos, o Hodgkin pode ocorrer também em um pico dos 20-30 anos e é em geral menos incidente