Medicina interna Flashcards
(95 cards)
Sintomas de cefaleia em salvas
- disfunção autonómica ipsilaterais (ptose e miose)
- congestão ipsilateral com lacrimejo excessivo
- sem alterações visuais
- dor muito intensa
- occurer até 8x/dia durante vároas semanas (6-8 semanas)
Medicações profilácticas para cefaleia de salvas
Verapamil
Lítio
Topiramoto
Como interroper um ataque de cefaleia de salvas aguda
Inalação de oxigénio 100%
administração de triptanos subcutâneamente
Como avaliar nódulos tiroideus?
Doseamento da TSH
Ecografria do pescoço cervical
- seguido por biópsia aspirative com agulha fina se for indicado
Uma jovem de 15 anos de idade é seguida em consulta de imunoalergologia por suspeita de
alergia alimentar ao amendoim. Há cerca de quatro meses, após comer amendoins ficou com
lesões avermelhadas na pele de forma dispersa algumas com edema e prurido associado.
Estas lesões surgiram cerca de 20 minutos após a ingestão de amendoins. Deste este episódio
o doente não voltou a comer amendoim por receio de nova reação. Nega sintomas respiratórios como dispneia, palpitações e sintomas do foro gastrointestinal. O doente sempre ingeriu
amendoins sem problemas e não teve nenhuma reação alérgica a outros frutos secos. O teste
Prick (picada) e o Prick-prick (picada no alimento e picada no antebraço) são negativos para o
amendoim. O doseamento de IgE específica do amendoim é negativa. Dos seguintes, qual é o
próximo passo mais adequado na gestão da doente?
a) Evicção de amendoim e vestígios, sem realização de mais testes para estudo.
b) Realização de prova de provocação oral
c) Repetir estudo analítico, com novo doseamento de IgE específica para o amendoim.
d) Reavaliar periodicamente, já que é uma alergia que tende a desaparecer com a idade.
e) Prescrever adrenalina intramuscular, não prosseguindo estudo.
B) Realização de prova de provocação oral
Dado que todo o estudo
efetuado foi negativo, a prova de provocação oral é o método que permite avaliar a existência de
alergia alimentar. Esta prova deve ser realizada nos seguintes contextos: Se IgE negativa: avaliar
tolerância; * Se IgE positiva: dúvidas no desencadeante; estabelecimento de tolerância; avaliar reatividade cruzada
- Contraindicada se reação prévia grave, comorbilidades (asma não
controlada, infeção), tratamento com β bloqueadores ou AINEs
Qual a apresentação de uma pneumonia Mycoplasma pneumoniae?
Pneumonia atípica
- evolução indolente
- tosse seca
- auscultação cardíaca e pulmonar normal
- eritema macular eritematoso
O que fazer em doentes com tuberculose pulmonar tendo iniciado terapêutica com
esquema de isoniazida, rifampicina, pirazinamida e etambutol (HRZE), que encontram com elevações das transaminases?
Perante elevações das transaminases superiores a 5x o limite superior do normal, ou sintomáticas = suspender todos a
medicação tuberculostáticas.
Perante elevações assintomáticas, inferiores a 5x o limite superior = manter a medicação anti-bacilar e continuar com vigilância laboratorial e clínica.
Como avaliar nódulos tiroideus?
Tirar níveis de TSH e a
ecografia da tireoide:
- Doentes com níveis normais ou elevados TSH e com > 1cm de diâmetro na ecografia devem ser submetidos a aspiração por agulha fina com citologia do nódulo.
- Doentes com baixos valores de TSH devem ser submetidos a cintigrafia tiroideia.
Um homem de 71 anos vem ao serviço de urgência após notar, desde há 4 horas, dificuldade
em andar e diminuição de sensibilidade no membro inferior direito. A história médica inclui hipertensão arterial, fibrilhação auricular e dislipidemia. A medicação habitual inclui losartan, sinvastatina e rivaroxabano. Ao exame físico o doente está orientado na pessoa, no tempo e no espaço. Ao exame neurológico apresenta força muscular grau 1/5 no membro inferior esquerdo e 5/5 nos restantes membros. A sensibilidade à dor está diminuída na região distal do membro inferior esquerdo e mantida nos restantes membros. O restante exame físico, incluindo o restante exame neurológico, encontra-se dentro dos parâmetros de normalidade. A TC do crânio realizada de imediato não demonstra alterações. Qual dos seguintes vasos é responsável pela irrigação do território mais provavelmente afetado neste doente?
a) Artéria cerebral anterior esquerda.
b) Artéria cerebral média esquerda.
c) Artéria cerebral posterior direita.
d) Artéria basilar.
e) Artéria cerebelosa póstero-inferior esquerda.
a) Artéria cerebral anterior esquerda. – é a opção correta. Num doente com um quadro de perda de força e diminuição da sensibilidade no membro inferior direito, o diagnóstico mais provável é acidente vascular cerebral (AVC) isquémico da artéria cerebral anterior esquerda, a qual é responsável pela irrigação da face medial do córtex motor e somatossensorial,
correspondentes aos membros inferiores contralaterais. Este pode cursar ainda com incontinência urinária, reaparecimento de sinais primitivos, abulia e disartria.
b) Artéria cerebral média esquerda – é responsável pela irrigação da face lateral do hemisfério esquerdo, nomeadamente ínsula,
opérculo e parte dos córtices frontal, parietal, temporal e occipital, originando ainda as artérias lenticulostriadas. Um AVC do seu território cursa tipicamente com hemiparesia com hemi-hipostesia, hemianopsia homónima contralateral e, caso seja o hemisfério dominante, alterações da linguagem (dependendo se a área mais afetada é a de Broca ou Wernicke). Se o hemisfério
afetado for o não dominante verifica-se neglect e anosognosia.
c) Artéria cerebral posterior direita – é responsável pela irrigação da face inferior do lobo temporal direito e das faces medial e inferior do lobo occipital direito, libertando ainda artérias penetrantes que irrigam o hipotálamo, o mesencéfalo dorsolateral e o tálamo. Um AVC do seu território cursa tipicamente com hemianopsia
homónima contralateral, que poupa a mácula, diminuição da sensibilidade, perda de memória e vertigem.
d) Artéria basilar – é responsável pela irrigação de parte do tronco cerebral e do cerebelo, bifurcando-se em artérias cerebrais posteriores no seu fim. Um AVC do seu território
cursa com ataxia, nistagmo, paresia dos movimentos conjugados do olhar, disartria e disfagia.
e) Artéria cerebelosa póstero-inferior esquerda – é um ramo da artéria vertebral, sendo responsável pela irrigação da porção lateral do bulbo raquidiano e da porção inferior do cerebelo. Um AVC do seu território constituiu a síndrome de Wallenberg que cursa com: diminuição da sensibilidade contralateral no tronco e membros, diminuição da sensibilidade homolateral na face, disfagia, diminuição do reflexo do vómito e disfonia, ataxia, disdiadococinésia e dismetria homolaterais, síndrome de Horner homolateral, vertigem e nistagmo homolaterais.
Um homem de 32 anos vem ao consultório médico por quadro com 6 meses de evolução de
cansaço fácil, anorexia, perda de peso involuntária e diminuição da líbido. Nega febre, vómitos,
alterações do trânsito gastrointestinal, dor torácica e dispneia. Tem antecedentes pessoais de diabetes tipo 1, medicado habitualmente com insulina. Não tem antecedentes familiares de relevo. Os sinais vitais são temperatura 37,3 oC, frequência respiratória 18 cpm, pressão arterial 99/60 mmHg e frequência cardíaca 91 bpm. À observação, o doente apresenta pele bronzeada e mucosas descoradas. Existe hiperpigmentação das gengivas. A auscultação cardiopulmonar encontra-se dentro dos parâmetros da normalidade. O abdómen é mole e depressível, sem dor à palpação e sem palpação de massas ou organomegálias. Existe
rarefação pilosa na região axilar e púbica. Qual das seguintes alternativas esperaria encontrar,
com maior probabilidade, na avaliação analítica deste doente?
a) Acidose metabólica
b) Hiperglicémia
c) Hipernatrémia
d) Hipocalcémia
e) Leucocitose neutrofílica
a)Acidose metabólica – é a opção correta. Este doente com antecedente pessoal de diabetes mellitus tipo 1 apresenta um quadro compatível com insuficiência suprarrenal primária (doença de Addison) – cansaço, anorexia, perda de peso, diminuição da líbido, rarefação pilosa, hiperpigmentação da pele e mucosas e perfil hipotensivo – de provável etiologia autoimune (a principal causa de doença de
Addison) no contexto de síndrome poliglandular autoimune. Nesta patologia existe diminuição das três linhagens de hormonas produzidas no córtex da suprarrenal, nomeadamente aldosterona (hiponatrémia, hipercaliémia e acidose metabólica), cortisol (hiperpigmentação da pele,
hiponatrémia, hipoglicémia e hipotensão) e androgénios (diminuição da líbido e rarefação pilosa).
A aldosterona, para além de promover a retenção de sódio e a excreção urinária de potássio,
estimula a secreção de hidrogénio a nível renal. Assim, a diminuição desta substância leva à retenção de cargas ácidas com consequente acidémia, traduzindo um processo de acidose metabólica.
Quais as alterações notadas na síndrome da lise tumoral?
Alterações metabólicas:
- hipercaliémia
- hiperfosfatemia
- hipocalcémia
- hiperuricemia
- aumento na creatina (lesão renal aguda)
Estes distúrbios iónicos podem causer prolongamento do intervalo QT
Qual o tratamento para síndrome da lise tumoral?
Hídratação endovenosa
Alopurinol (profilaxia da hiperuricemia)
Rasburicase (para degradação rápida do ácido úrico – se disponível)
Diálise em situações graves
Anti-CCP vs fator reumatoide
Anti-CCP: altamente específico para artrite reumatoide
Fator reumatoide: menor especificidade, podendo estar
presente em doentes com LES (lupus eritematoso sistémico), sarcoidose, síndrome de Sjogren e outras doenças crónicas.
Como calcular Unidade Maço-Ano (UMA)?
número de maços por dia x número de anos de tabagismo
Características de cancros de pulmão
Adenocarcinoma:
- lesão periférica
- associação fraca ao tabagismo
- osteoartropatia digial
- crescrimento lento/moderado
- tratamento com cirurgia +/- QT/RT
Carcinoma de Células Pavimentosas (Squamous):
- lesão central
- associação forte ao tabagismo
- hipercalcemia (por PTHrP)
- crescrimento moderado
- tratamento com cirurgia +/- QT/RT
Tratamento com cirurgia +/- QT/RT:
- lesão central
- associação muito forte ao tabagismo
- associado a SIADH, síndrome de Cushing e Eaton-Lambert
- crescrimento rápido e agressivo
- Tratamento com QT e RT (sem cirurgia)
O que é o teste de tilt?
Um teste no qual o doente é contido num leito em decúbito dorsal durante 15 minutos, seguido de elevação progressiva até um ângulo de 70º com a horizontal. O teste é positivo quando se verifica hipotensão reflexa e bradicardia (por causa
vasovagal) ou hipotensão lenta progressiva (por hipotensão ortostática) acompanhada de
pressíncope ou síncope. É realizado quando o ECG é normal e não há evidência de doença cardíaca estrutural.
O que signifíca os seguintes resultados do teste de tilt?
- Queda de Pressão Arterial (PA) + bradicardia com sintomas
- Queda isolada de PA
- Aumento exagerado da FC (≥30 bpm) sem queda de PA
- Queda de Pressão Arterial (PA) + bradicardia com sintomas: Síncope vasovagal
- Queda isolada de PA: Hipotensão ortostátics
- Aumento exagerado da FC (≥30 bpm) sem queda de PA: POTS (síndrome da taquicardia ortostática postural)
O que é a Síndrome Hemolítico Urémico?
Triáde de:
- anemia hemolítica microangiopátoica
- trombocitopenia
- urémia (lesão renal aguda)
Típicamente afeta crianças e é causada por toxinas bacterianas, em particular a Escherichia coli 0157:H7
O que é a Púrpura Trombocitopênica Trombótica?
Pêntade de:
- anemia hemolítica microangiopátoica
- trombocitopenia
- urémia (lesão renal aguda)
- febre
- alterações neurológicas
Resulta de uma deficiência de ADAMT13 –> agrevação de plaquetas
Tratemento com plasmaférese urgente + corticosteroides
O que identifica o teste de fragilidade osmótica?
Identifica defeitos
membranares congénitos na hemoglobina.
É usado para diagnosticar a esferocitose hereditária (apresenta com anemia normocítica, aumento da concentração de hemoglobina
corpuscular média e da contagem de reticulócitos, bem como achados de anemia hemolítica - aumento da bilirrubina não conjugada, diminuição da haptoglobina ou aumento de LDH. Estes pacientes têm mais probabilidade da litíase biliar.
O teste preferível (gold-standard) é o teste com eosina-5-maleimida (EMA), que quantifica a ligação das proteínas membranares dos
eritrócitos ao pigmento EMA.
Quais os sinais da encefalopatia de Wernicke?
- Instalação aguda de encefalopatia (desorientação e confusão)
- Disfunção oculomotora (parésia bilateral do musculo reto externo, nistagmo)
- Ataxia da marcha
Qual a terapia de manutenção de Lúpus Eritematoso Sistêmico (LES)?
Hidroxicloroquina
Em situações agudas, utilisa-se coritcóides que são reduzidos progressivamente.