NEONATOLOGIA E ALEITAMENTO Flashcards

(79 cards)

1
Q

Definição, fatores de risco e manejo da hipoglicemia neonatal

A

Definição: glicemia < 47

Fatores de risco: pré-termo, PIG, GIG, mãe diabética
📌todos esses fatores indicam o rastreamento com glicemia capilar

Manejo:
SINTOMÁTICO < 40 = GLICOSE EV

• ASSINTOMÁTICO:
1) até 4h de vida:
- aleitamento na 1ª hora
- glicemia após 30 minutos da dieta:
< 25 = GLICOSE EV
• 25-40 = REALIMENTAR

2) 4-24h de vida:
- aleitamento a cada 2-3h
- glicemias antes de cada dieta
- < 35 = REALIMENTAR e repetir após 1h
• manteve < 35 = GLICOSE EV
• 35-45 = REALIMENTAR

📌Glicose EV = 2 mL/kg 10% seguidos de infusão continua 5-8 mg/kg/min.

Glicemia alvo = 40-50

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2
Q

Diagnóstico e tratamento da APLV

A

FORMAS CLÍNICAS:
• IgE mediada: broncoespasmo, urticária, angioedema, anafilaxia
Não IgE mediada: enterocolite, protocolite e enteropatia
📌mais comum

DIAGNÓSTICO
Teste de provocação oral
faz-se a retirada das proteínas do leite da dieta, estabilização do quadro e reintrodução posterior sob supervisão médica

TRATAMENTO:
dieta materna com exclusão de proteínas do leite, caso em aleitamento exclusivo
• fórmula infantil de proteínas extensamente hidrolisadas

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3
Q

Diferencie BOSSA SEROSSANGUÍNEA, CEFALOHEMATOMA e HEMORRAGIA SUBGALEAL.

A

A BOSSA é um acúmulo de líquido serossanguíneo no SUBCUTÂNEO, NÃO DELIMITADA, que ocorre de forma ESPONTÂNEA dentro da EVOLUÇÃO NORMAL do trabalho de perto.

O CEFALOHEMATOMA é um sangramento SUBPERIOSTEAL, RESTRITO ÀS SUTURAS CRANIANAS, que ocorre devido a um TRAUMA no trabalho de parto.

📌para estas duas condições, não há necessidade de intervenção específicas, uma vez que não trazem prejuízos ao RN!

A HEMORRAGIA SUBGALEAL é o sangramento entre a APONEUROSE do músculo e o periósteo. É relacionada a TRAUMA mais importante, levando até ao CHOQUE HIPOVOLÊMICO.

📌nesse caso, deve ser feita reposição volêmica e, em alguns casos, hemocomponentes, com tratamento imediato

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4
Q

Quais são as 2 perguntas iniciais na avaliação da necessidade de reanimação neonatal e como elas indicam uma conduta?

A

1) Apresenta choro ou respiração regular?

2) Apresenta tônus em flexão?

📌o NÃO para qualquer uma destas perguntas indica realizar ESTÍMULO DOLOROSO EM DORSO, se não houver melhora, CLAMPEAMENTO IMEDIATO DO CORDÃO e levar o RN para a MESA DE REANIMAÇÃO

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5
Q

Quando deve ser realizado o clampeamento de cordão em RNs com boa vitalidade?

A

< 34 semanas: após 30 segundos

> = 34 semanas: após 60 segundos

📌antes havia um limite de até 1 minuto para < 34s e até 3 minutos para >= 34s, mas a atualização de 2022 retirou essa limitação, ficando à critério médico

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6
Q

Descreva o fluxograma de reanimação neonatal, destacando as principais diferenças de acordo com a idade gestacional do RN.

A

1) Passos iniciais (ASPAS)
• Aquecer
• Secar
📌< 34s coloca em SACO PLÁSTICO, não seca
• Posicionar
• Aspirar Se necessário

2) Checar respiração e FC
• se respiração irregular, apneia, gasping ou FC < 100: iniciar VPP
📌 < 34s: FiO2 de 30%
>= 34s: FiO2 de 21%

3) Reavaliação após 30 segundos de VPP:
• manteve alterações:
- checar técnica
- se técnica adequada -> via aérea avançada
📌 IOT / máscara laringea se >34s e >2kg

4) Checar FC após via aérea avançada:
FC < 60 = massagem cardíaca
- após 60 segundos manteve FC < 60 = epinefrina

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7
Q

Qual deve ser a temperatura da sala de parto e a temperatura ideal do RN?

A

Sala de parto: 23-25 °C

RN: 36,5-37,5 °C

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8
Q

Quais são, na reanimação neonatal, a frequência respiratória alvo na VPP, a relação compressão:ventilação e a dose de epinefrina?

A

VPP: FR de 40-60 por minuto
📌ventilador manual em T é mais eficaz do que bolsa-válvula-máscara

Massagem cardíaca: 3 compressões : 1 ventilação
📌técnica preferencial = DOIS POLEGARES

Epinefrina:
• preferencial = cateterismo de veia umbilical: 0,02 mg/kg
• endotraqueal: 0,1 mg/kg
• intraóssea

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9
Q

Quando está indicada a ressuscitação volêmica na reanimação neonatal e como ela deve ser realizada?

A

Quando houver falha em estabelecer uma boa vitalidade mesmo após ventilação, compressão e uso de epinefrina adequados.

DOSE: 10mL/kg em 5-10 minutos

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10
Q

Qual é o método de escolha na avaliação da frequência cardíaca no contexto da reanimação neonatal?

A

A FC é o principal marcador para avaliar a resposta e indicar novas medidas na reanimação neonatal!!

A palpação do cordão umbilical, a ausculta do precórdio e a oximetria SUBESTIMAM a FC!

Melhor método = MONITOR CARDÍACO

📌 não dá pra palpar pulso carotídeo em RN, só braquial ou femoral

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11
Q

Quais são os valores de saturação pré-ductal normais por minuto de vida nos RNs?

A

Até 5 minutos: 70-80%

5-10 minutos: 80-90%

> 10 minutos: 85-95%

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12
Q

Qual é a diferença na sequência de reanimação neonatal para RNs nascidos banhados em mecônio?

A

A sequência é a mesma de outros RNs!

Apenas caso haja falha do primeiro ciclo de VPP, está indicada ASPIRAÇÃO DE HIPOFARINGE, apenas 1 vez.

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13
Q

Qual condição clínica indica IOT imediata na sala de parto?

A

HÉRNIA DIAFRAGMÁTICA!

RN com abdome escavado e ausculta de RHA no tórax, deve ser intubado antes de ventilar pelo risco de distensão de alças e piora do padrão respiratório!

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14
Q

Conduta frente ao clampeamento de cordão em RN filho de mãe com HIV?

A

CONTROVERSA!

Segundo SBP e OMS, deve-se realizar o clampeamento TARDIO

Segundo o Ministério da Saúde, deve-se realizar o clampeamento IMEDIATO

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15
Q

Quais são os parâmetros considerados no índice de APGAR?

A

1) RESPIRAÇÃO:
0: ausente
1: fraca/irregular
2: forte/choro

2) FREQUÊNCIA CARDÍACA:
0: ausente
1: < 100
2: > 100

3) TÔNUS
0: flácido
1: flexão de membros
2: movimento ativo

4) COR
0: pálido/cianótico
1: cianose de extremidades
2: rosado

5) IRRITABILIDADE REFLEXA
0: ausente
1: algum movimento
2: espirros/choro

📌o APGAR é medido no 1º e 5º minutos, mas se apresentar-se ainda menor que 7, deve ser repetido com 10, 15 e 20 minutos

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16
Q

Principais diferenças epidemiológicas, clínicas, radiológicas e de conduta nas seguintes condições:

1) Síndrome do desconforto respiratório neonatal

2) Taquipneia transitória do RN

3) Síndrome de aspiração meconial

4) Sepse neonatal

A

1) Síndrome do desconforto respiratório neonatal (doença das membranas hialinas)
• FR: prematuridade, sexo masculino, diabetes materno
• desconforto respiratório PROGRESSIVO
• RX: infiltrado reticulogranular difuso com aerobroncograma
• tratamento: CPAP e SURFACTANTE
📌prevenção: corticoide antenatal

2) Taquipneia transitória do RN (síndrome do pulmão úmido):
• FR: cesárea eletiva, pós datismo
• taquipneia, desconforto leve, RESOLUÇÃO RÁPIDA
• RX: congestão hilar, aumento da trama vascular, derrames
• tratamento: SUPORTE ventilatório

3) Síndrome de aspiração meconial
• FR: sofrimento fetal, pós datismo
• GRAVE: pneumonite química e bloqueio expiratório
• RX: infiltrado alveolar grosseiro, pneumotórax, hiperinsuflação
• tratamento: VENTILAÇÃO MECÂNICA + antibiótico + surfactante se refratário

4) Sepse neonatal
• FR: RPMO (>18h), corioamnionite, prematuridade
• comprometimento de múltiplos órgãos e HIPOATIVIDADE
• RX: hipotransparência reticulogranular
📌 hemograma: relação I/T >= 0,2
• tratamento:
- precoce (até 72h): ampi + genta
- tardia (> 72h): oxacilina + genta, se pensar em hospitalar, cobrir gram negativo também

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17
Q

Recém nascido PIG apresenta risco aumentado para doença de membranas hialinas?

A

Se não tiver prematuridade associada, NÃO!

PIG -> estresse crônico -> cortisol elevado -> boa maturação pulmonar -> fator “protetor”

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18
Q

V ou F: os diuréticos de alça fazem parte do tratamento da síndrome do pulmão úmido?

A

FALSO!

Apesar de apresentar aumento de trama vascular e derrames, a taquipneia transitória do recém nascido tem evolução BENIGNA, necessitando apenas de SUPORTE VENTILATÓRIO.

Não se faz diurético!!

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19
Q

Classificação dos recém nascidos quanto ao peso, idade gestacional e peso por idade

A

Peso:
- peso insuficiente: 2500-2999g
- baixo peso: < 2500g
- muito baixo peso: < 1500
- extremo baixo peso: < 1000 g

IG:
- pré termo: < 37 semanas
tardio: >= 34 semanas
extremo: < 28 semanas
- termo: 37 - 41+6
- pós termo: >= 42 semanas

Peso x IG:
- PIG: <p10
- AIG: p10-p90
- GIG: >p90

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20
Q

Até quando está indicado o aleitamento materno e quais são as classificações quanto à complementaridade do aleitamento?

A

Aleitamento materno exclusivo até os 6 meses, complementado até 2 anos no MÍNIMO

• aleitamento exclusivo: SÓ leite humano (origem materna ou bancos de leite)

• aleitamento predominante: LM + líquidos (chá, sucos)
nunca
‼️proibido suco de fruta < 1 ano

• aleitamento misto: LM + outros leites (fórmula, leite de vaca)
→ fórmula até 1 ano / leite de vaca quando inevitável
📌atualização: MS em 2023 permitiu uso de leite de vaca de 6-11 meses e depois até 23 meses

• aleitamento complementado: LM +
sólidos/semisólidos
→ a partir de 6 meses
📌NÃO utilizar liquidificador, textura é importante e vai aumentando progressivamente

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21
Q

Vantagens do leite materno em relação ao leite de vaca

A

LEITE HUMANO:

menos proteína
📌 menor % de caseína, maior % de proteína do soro (alfalactoalbumina)
» menor sobrecarga renal, maior digestibilidade, menos alergênico

menos eletrólitos

mais carboidratos (lactose)
» facilita a evacuação

mais gordura
» ativa vias metabólicas, reduzindo risco de dislipidemia
📌 LC-PUFA: ARA/DHA
» formação da retina e mielinização do SNC

• mesma quantidade de ferro (baixa), mas maior biodisponibilidade
📌lactoferrina

• fatores protetores:
IgA secretória, lisozima, fator bífido e oligossacarídeos

LEITE DE VACA

• mais proteína:
📌betalactoglobulina (APLV) e caseína

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22
Q

Principais diferenças entre colostro vs. leite maduro e leite anterior vs. leite posterior:

A

COLOSTRO:
• 3º-5° dia de vida
• mais proteína e eletrólito
imunoglobulinas e vitamina A

LEITE MADURO:
• final da 2ª semana de vida
• mais lactose e gordura

LEITE ANTERIOR:
• mais rico em proteínas

LEITE POSTERIOR:
• mais gordura
» ganho ponderal e saciedade
📌por isso, não é indicado ficar trocando a mama ao longo do aleitamento, pelo risco de não receber o leite posterior

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23
Q

Como ocorre o estímulo à lactação durante a gestação, no puerpério e ao longo do aleitamento?

A

Gestação:
ESTRÓGENO e PROGESTERONA estimulam a proliferação mamária
📌nessa fase, a prolactina encontra-se elevada, mas inibida

Puerpério:
Saída da placenta interrompe inibição da prolactina » APOJADURA
📌esse processo INDEPENDE da sucção

Durante a lactação:
SUCÇÃO estimula hipófise:
• anterior: PROlactina > PROdução de leite
• posterior: ocitocina > ejeção de leite
📌adrenalina bloqueia ocitocina:
dor, estresse, etc. atrapalham o aleitamento

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24
Q

Resumão das principais queixas mamárias no período puerperal:

Fissura x Candidíase mamilar
Ingurgitamento x Mastite

A

FISSURA MAMILAR:
• principal causa: lactente abocanha o mamilo ao invés da aréola
• orientações:
1) mudar de posição (reveza área exposta)
2) ordenhar antes da mamada (estimula reflexo da ejeção)
3) oferecer mama menos acometida primeiro
4) não aplicar pomadas ou cremes
5) exposição solar = prevenção!!
📌depois que já tem fissura piora

CANDIDÍASE MAMILAR:
• pele brilhante + dor em fisgada
antifúngico tópico
- mãe: pomada
- criança: solução oral

INGURGITAMENTO MAMÁRIO:
• vermelhidão GENERALIZADA
pode provocar febre
• orientações:
1) manter aleitamento em livre demanda
2) ordenhar antes e esvaziar após mamada
3) compressas frias entre mamadas

MASTITE
• vermelhidão mais LOCALIZADA
• febre + queda do estado geral
• antibiótico: cobertura para S. Aureus
📌Cefalexina
• drenagem se abscesso -> suspender
aleitamento

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25
Quais são as principais contraindicações ao aleitamento materno?
ABSOLUTAS: • **HIV** • **HTLV** • **galactosemia** » fórmula sem lactose • **amiodarona** » hipotireoidismo RN • **antineoplásicos** / imunossupressores RELATIVAS: • **herpes simples** - evitar contato DIRETO com a lesão • **CMV** - se RN **< 1500g** ou **< 30 semanas**, oferecer leite PASTEURIZADO • **fenilcetonúria** - volume restrito de LM + fórmula sem fenilalanina • **vacina de febre amarela** - suspender por **10 dias** em lactentes **< 6 meses** • radiofármacos (suspensão temporária) • linezolida e ganciclovir: - uso ocasional: suspensão temporária - uso regular: contraindicação NÃO CONTRAINDICA: • **tuberculose**: - bacilífera: uso de **máscara cirúrgica** - abacilífera (tratamento **> 2 semanas**): normal 📌*mastite tuberculose contraindica!* • **hepatite B**: - RN deve receber **vacina + imunoglobulina** •**hepatite C** • nova gestação (*exceto se ameaça abortamento ou prematuridade*)
26
Como é feita a suplementação de sulfato ferroso e de vitamina D em crianças?
Termo + AIG: - **sem** FR: inicia aos **6 meses** - **com** FR: inicia aos **3 meses** 📌 **1mg/kg/dia** Prematuro ou baixo peso: - inicia com **1 mês** < **2500g: 2** mg/kg/dia < **1500g: 3** mg/kg/dia < **1000g: 4** mg/kg/dia - **após 1 ano: 1 mg/kg/dia** Em todos os casos, mantém até 2 anos! VITAMINA D • iniciar na 1ª semana de vida - até **1 ano: 400U/dia** - 1 a **2 anos: 600U/dia**
27
Segundo o Programa de Reanimação Neonatal da SBP, a diluição e a dose a ser administrada de adrenalina por via IV, quando necessária, respectivamente são:
Diluição 1:10.000 Dose 0,1 a 0,3 ml/ kg
28
Quais devem ser os cuidados intraparto e pós parto para RNs filhos de mãe com HIV?
Realizar profilaxia intraparto com **AZT EV** em casos de **carga viral detectável ou desconhecida** Parto EMPELICADO sempre que possível Clampeamento do cordão: - SBP: tardio se nascer bem - OMS: imediato sempre, independente da vitalidade **Primeiro banho precoce**, ainda na sala de parto EVITAR ASPIRAÇÃO DE VIAS AÉREAS, só se for realmente necessária Coletar 1ª CARGA VIRAL em **até 4h de vida**, o mais rápido possível Iniciar profilaxia para o RN o mais precoce possível
29
Como deve ser feita a profilaxia de HIV e Pneumocistose para RNs expostos ao HIV?
BAIXO RISCO: apenas Zidovudina (AZT) ALTO RISCO: - >= 37 semanas: Zidovudina + Lamivudina + RALTEGRAVIR - < 37 semanas: Zidovudina + Lamivudina + NEVIRAPINA - < 34 semanas: apenas Zidovudina 📌 manter profilaxia até **4 semanas de vida** e coletar CV para avaliação **2 e 8 semanas após o término** desta SEMPRE fazemos profilaxia para Pneumocistose com Bactrim de **4 semanas a 4 meses de vida** após, avaliar manutenção de acordo com: - infecção confirmada: mantém até 1 ano - 1 ano a 6 anos: manter se **CD4 < 500** - após 6 anos: manter se **CD4 < 200** (igual adulto)
30
Como é feito o diagnóstico de transmissão vertical pelo HIV em RNs expostos e como a infecção é descartada?
1) coletar 1ª CARGA VIRAL em até **4h de vida** - negativa: repetir com **14 dias, 6 semanas e 12 semanas** de vida - positiva: 📌 **< 100: coletar DNA pró viral** (confirma se positivo) 📌**> 100: confirma** TRANSMISSÃO VERTICAL direto 2) Exclusão definitiva da infecção: - **2 CV indetectáveis APÓS SUSPENSÃO da profilaxia** - **sororreversão** anti-HIV em imunoensaio aos **12 meses** de idade 📌*se ainda não tiver ocorrido a sororreversão, pode repetir imunoensaio com 18 e 24 meses*
31
Durante uma USG pré-natal, observam-se dedos sobrepostos, mandíbula inferior pequena e malformação dos pés. Qual é o diagnóstico?
TRISSOMIA DO 18, também conhecida como Síndrome de Edwards.
32
Qual é a cardiopatia mais comum em pacientes com Síndrome de Down?
**DEFEITO DE SEPTO ATRIOVENTRICULAR** Vamos aproveitar para relembrar outras malformações relacionadas à trissomia do 21 mais cobradas em provas: - prega palmar única - fissura palpebrar oblíqua - dobras epicânticas - macroglossia 📌guardar que a **tireoidopatia mais comum nesses pacientes é o HIPOtireoidismo**
33
Quais são as cardiopatias congênitas acianóticas?
1. comunicação interatrial (CIA) 2. comunicação interventricular (CIV) 3. persistência do canal arterial 4. defeito do septo atrioventricular 5. coarctação de aorta 📌se for muito grave pode ser cianótica
34
Quais são as cardiopatias congênitas cianóticas?
1. **tetralogia de fallot** 2. **transposição de grandes vasos** 3. **hipoplasia VE** 4. atresia pulmonar 5. drenagem anômala total das veias pulmonares 6. tronco arterial comum 7. anomalia de ebstein 8. **atresia tricúspide**
35
Quais são as estruturas fetais que comunicam as circulações esquerda e direita? Quando é esperado o fechamento delas?
Forame oval - comunica **AD e AE** 📌*sangue só passa pelo território pulmonar para irrigar, não para oxigenar* - fechamento verdadeiro **até 1 ANO de vida** Canal arterial - comunica **tronco da artéria pulmonar e aorta** - fechamento verdadeiro **até 1 SEMANA de vida** 📌 o fechamento funcional de ambos ocorre NAS PRIMEIRAS HORAS DE VIDA pela **queda da pressão pulmonar e aumento da RVP**
36
O que é o teste de hiperóxia e quando ele é considerado positivo?
O teste de hiperóxia é utilizado para diferenciar cianose de origem pulmonar da de origem cardíaca em neonatos. Se houver aumento da PaO2 com hiperoxigenação, temos uma provável origem pulmonar. Se a PaO2 for mantida, temos uma provável origem cardíaca (cardiopatia congênita cianótica).
37
Quais são as características clínicas da CIA, seus tipos e seu tratamento?
A comunicação interatrial (CIA) é uma cardiopatia congênita ACIANÓTICA, dividida em 3 tipos: - ostium primum » buraco na parte inferior - ostium **secundum** » buraco no meio (**mais comum**) - seio venoso » buraco próximo à inserção da veia cava Ela se manifesta com uma ausculta de **DESDOBRAMENTO FIXO DE B2**, e o sopro característico é **sistólico ejetivo pulmonar** pela sobrecarga do VD. Cursa com aumento da área cardíaca direita, apresentando ao **ECG rsR' em V1.** 📌pode evoluir para flutter atrial/FA na 4ª década de vida se não corrigido O tratamento é CIRÚRGICO ou por **fechamento percutâneo com prótese** (este só é possível no tipo ostium secundum).
38
Qual é a cardiopatia congênita mais comum de todas?
COMUNICAÇÃO INTERVENTRICULAR (CIV) A CIV é uma cardiopatia congênita ACIANÓTICA, dividida em 2 tipos: - muscular (parte inferior do septo) - perimembranosa (parte superior do septo) Manifesta-se por uma **HIPERFONESE DE B2** e um **sopro sistólico de alta amplitude**. 📌pode progredir até ICC se não corrigida O tratamento é CIRÚRGICO na presença das seguintes indicações: - 6-12m com **hipertensão pulmonar** - 24m com **QP/QS >2** (fluxo pulmonar 2x maior do que fluxo sistêmico) - tipo **perimembranoso** » risco lesão valvar aórtica 📌 no tipo **muscular** pode-se realizar **acompanhamento** até o fechamento, com uso de **diuréticos e vasodilatadores** ⚠️*PEGADINHA: a MALFORMAÇÃO cardíaca mais comum é a **valva aórtica bicúspide**!*
39
Qual é a cardiopatia mais comum em pacientes com síndrome da rubéola congênita?
PERSISTÊNCIA DO CANAL ARTERIAL! 📌*também possui forte associação com prematuridade, sofrimento respiratório e uso de drogas na gestação* É uma cardiopatia congênita ACIANÓTICA e apresenta-se com **SOPRO CONTÍNUO EM MAQUINARIA**, pulsos amplos e aumento de câmaras esquerdas. O tratamento é feito com INIBIDORES DA CICLOXIGENASE (**ibuprofeno ou indometacina**) 📌*canal arterial INDO embora* Em casos refratários, pode-se realizar o fechamento por hemodinâmica (COILS) ou cirúrgico.
40
Quais são as manifestações clínicas e eletrocardiográficas do defeito do septo atrioventricular? Qual é o tratamento de escolha?
O DSAV é uma cardiopatia congênita ACIANÓTICA causada pelo defeito do coxim endocárdico. É a cardiopatia mais comum em pacientes com **síndrome de down** Caracteriza-se por uma **CIA ostium primum + CIV perimembranosa** Apresenta sopro sistólico ejetivo por sobrecarga ou **CLEST MITRAL** (sopro sistólico aspirativo), além de hiperfonese ou desdobramento fixo de B2. Ao ECG, apresenta **bloqueio divisional anterossuperior**: - desvio do eixo cardíaco para a esquerda - QRS positivo em AVL e negativo em AVF e D2 ‼️**O tratamento é SEMPRE CIRÚRGICO**‼️
41
Qual é a cardiopatia mais comum em pacientes com síndrome de Turner?
COARCTAÇÃO DE AORTA É uma cardiopatia congênita ACIANÓTICA e, classicamente, apresenta-se com **sopro sistólico axilar/dorsal** e **diferença de pulsos e PA entre MMSS e MMII**. Ao RX de tórax, observamos o **SINAL DE ROESLER** (erosões de arcos costais) e o **sinal do 3** (dilatação pré e pós estenose). O tratamento pode ser via hemodinâmica por **dilatação com balão** ou cirúrgico. 📌em casos CRÍTICOS, a CoA pode se manifestar com **Síndrome de Eisenmenger**, com apresentação CIANÓTICA e **detecção pelo teste do coraçãozinho**! Nesses casos, deve-se administrar **PROSTAGLANDINA** para manter o canal arterial aberto até a cirurgia!
42
Qual é a principal complicação comum às cardiopatias congênitas acianóticas?
**SÍNDROME DE EISENMENGER** Nela ocorre uma **inversão do shunt**, tornando-se da DIREITA PARA A ESQUERDA, devido ao aumento progressivo da pressão pulmonar. Por isso, o sangue não passa pelo território pulmonar, gerando HIPÓXIA e CIANOSE. O tratamento é SINTOMÁTICO (*BCC, inibidores da fosfodiesterase, prostaciclina e bosentana*) até a cirurgia de **transplante pulmonar/cardíaco**.
43
Quais são as malformações presentes na Tetralogia de Fallot e o principal achado ao RX? Qual é a complicação grave associada à essa cardiopatia e como é feio o seu manejo?
1) **CIV** 2) **estenose pulmonar** 3) **dextroposicionamento/cavalgamento da aorta** 4) **hipertrofia de VD** É uma cardiopatia congênita CIANÓTICA, apresentando **sopro sistólico pulmonar** à ausculta. No RX tórax, temos um **coração em bota/tamanco holandês**‼️ O tratamento consiste em **PROSTAGLANDINA** para manter o canal arterial aberto **até atingir 5kg** para a correção definitiva. 📌em casos de instabilidade: cirurgia paliativa de emergência de **Blalock Taussig** COMPLICAÇÃO = CRISE HIPERCIANÓTICA - cianose intensa desencadeada por estresse - cd: **oxigênio + flexão mmii sobre abdome/cócoras + morfina + propranolol**‼️
44
Qual é a cardiopatia congênita cianótica mais comum?
TRANSPOSIÇÃO DE GRANDES VASOS 📌*controverso!! algumas referências falam da Tetralogia de Fallot* É um quadro GRAVE, e seu diagnóstico deve ser intraútero ou muito rápido após o nascimento (sangue não passa no pulmão)! Ao RX tórax, temos um **coração em ovo deitado**. O tratamento deve ser feito com PROSTAGLANDINA para manter o canal arterial aberto até a **cirurgia de JATTENE (switch arterial)**.
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Quais são as fases cirúrgicas da correção da hipoplasia de VE?
A hipoplasia de VE é uma cardiopatia congênita CIANÓTICA, que apresenta-se por **sopro sistólico em B2 única e hiperfonética** e alterações ao ECG: - alterações de repolarização (não tem VE) - pode ter supra de ST (irrigação coronariana deficiente) O tratamento cirúrgico é em 3 etapas. - 1ª fase: **Norwood** - 2ª fase: **Glenn** - 3ª fase: **Fontan**
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Paciente de 3 meses de vida com cianose central desde o nascimento. Ao exame físico, primeira bulha maior em foco mitral que tricúspide, sopro sistólico em borda esternal esquerda baixa. Ao Raio X, diminuição da circulação pulmonar e aumento de ventrículo esquerdo. Ao ECG, sobrecarga ventricular esquerda com hemibloqueio anterior esquerdo. Pulsos normais. A doença mais provável é:
ATRESIA DE TRICÚSPIDE!! Temos uma cardiopatia congênita CIANÓTICA, com **B1 mais evidente em foco mitral** do que tricúspide , sobrecarga de VE e **HEMIBLOQUEIO ANTERIOR ESQUERDO**, característicos dessa malformação.
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Durante a avaliação de um RN com 4 dias de vida, foi observado atividade precordial hiperdinâmica, FC = 190 bpm, FR = 55 irpm e SatO, = 92%. Também foi notado sopro em maquinária contínuo, audível com maior volume na área infraclavicular esquerda. Qual é o diagnóstico?
PERSISTÊNCIA DO CANAL ARTERIAL O **sopro contínuo em maquinaria** em provas é sinônimo dessa cardiopatia congênita! 📌lembre-se da associação da PCA com a síndrome da Rubéola congênita!
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Um recém-nascido a termo apresentou quadro de desconforto respiratório rapidamente progressivo nas primeiras 48 horas de vida, que culminou com ICC grave e choque. Realizado ecocardiograma, firmou-se o diagnóstico de coarctação crítica de aorta. Qual é a conduta Inicial recomendada nessa situação?
PROSTAGLANDINA E1 em infusão contínua! Diante de cardiopatias congênitas cianóticas ou da coarctação de aorta critica, é necessário **manter o canal arterial aberto** para permitir que sangue oxigenado chegue à circulação sistêmica até a correção definitiva do defeito! 📌*como a prostaglandina tem meia vida curta, ela deve ser feita em infusão contínua, não em bolus*
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Paciente, 10 anos, durante consulta de rotina observou-se hiperfonese de B1 e desdobramento fixo de B2. Sopro sistólico +/6 em borda esternal esquerda. Pressão arterial e pulsos normais. É uma criança saudável e joga futebol. Diante do relato qual lesão cardíaca é a mais provável?
**DESDOBRAMENTO FIXO DE B2 = CIA!!** Guarde esse conceito para as provas.
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Menina de 13 anos apresenta hipertensão arterial (aferida no membro superior direito), diminuição da amplitude dos pulsos femorais e dificuldade de palpar os pulsos tibiais anteriores e posteriores. Mantém saturação arterial acima de 95% nos membros superiores e inferiores, sem diferença significativa entre eles. Raio x de tórax: presença do sinal de Röesler (desgaste das bordas inferiores das costelas). Qual é o diagnóstico?
**COARCTAÇÃO DE AORTA!** É uma cardiopatia congênita ACIANÓTICA, com forte associação com SÍNDROME DE TURNER e cursa com sopro irradiado para axilas e dorso, **SINAL DE ROESLER** e pulsos e PA maiores em mmss do que em mmii.
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RN cuja mãe não realizou pré-natal, apresenta cianose labial e periférica, tiragem subcostal moderada, FR = 70ipm, FC = 150bpm, Sat02 = 80% e sistólico leve, em borda paraesternal, apagamento de B1 e hiperfonese de B2. O ecocardiograma (ECO) mostrou transposição de grandes vasos, com septo atrioventricular íntegro. Para esse caso, o tratamento medicamentoso urgente é:
PROSTAGLANDINA, para manter o canal arterial aberto! Lembre-se, a **TRANSPOSIÇÃO DE GRANDES VASOS** é uma cardiopatia congênita CIANÓTICA incompatível com a vida, devendo ser diagnosticada idealmente intraútero! Nela, o sangue oxigenado não chega à circulação sistêmica, a não ser pela comunicação do canal arterial patente, que deve ser mantido até a **cirurgia de JATTENE**.
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Um recém-nascido com diagnóstico de microcefalia, microftalmia, fissuras palpebrais e cardiopatia congênita, PROVAVELMENTE teve como causa durante a gestação:
SÍNDROME ALCOÓLICA FETAL
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Recém-nascido de 2.200g nasceu com 35 semanas de gestação. Sua mãe realizou pré-natal e afirmou não ter tido problemas. O líquido amniótico tinha uma aparência acastanhada. Ao nascimento, o recém-nascido apresentou exantema pústulo-eritematoso difuso, palidez, recusa da alimentação, taquipneia e cianose. O hemograma completo indicou monocitose acentuada. Ele foi a óbito 4h após o nascimento, em seguida ao início dos antibióticos. Qual a provável hipótese diagnóstica?
Sepse neonatal na vigência de **líquido amniótico acastanhado + pústulas + monocitose = LISTERIOSE** A infecção materna por *Listeria monocytogenes* é, na maioria dos casos, assintomática e se dá pela ingestão de alimentos contaminados. 📌é importante causa de MENINGITE em RNs, devendo ser tratada com **cefotaxima + ampicilina**
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Quais são as principais manifestações clínicas da sífilis congênita precoce e tardia?
PRECOCE surge até os 2 ANOS de vida: - rinite sifilítica - pênfigo palmoplantar - **pseudoparalisia de Parrot** - periostite em metáfise = **sinal de Weinberg** - neurossífilis: liquor com **células > 25** OU **proteínas > 150** ou VDRL + TARDIA surge APÓS os 2 anos de vida: - fundo de olho em **sal e pimenta** - Tríade de Hutchinson: **dentes de Hutchinson + ceratite intersticial + surdez neurossensorial** - **articulação de Clutton**: derrame articular estéril
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Como é o fluxograma de avaliação e tratamento da sífilis congênita para filhos de mães INADEQUADAMENTE e ADEQUADAMENTE tratadas?
Mãe inadequadamente tratada = sífilis congênita sempre‼️ 1) Avaliar VDRL + exame físico + hemograma + liquor + RX de ossos longos - **tudo normal = penicilina benzatina 50.000 Ul/kg, dose única** - qualquer alteração = avaliar liquor 2) Avaliar liquor: - **normal** = penicilina cristalina EV OU **procaina IM 10 dias** - alterado = **penicilina cristalina EV 10 dias** 📌*nesta última, temos dx de neurosífilis* Mãe adequadamente tratada: 1) Tudo normal = acompanhamento 2) Qualquer alteração = tratar
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Como deve ser feito o acompanhamento do VDRL de RNs expostos à sífilis?
Repetir VDRL com **1, 3, 6, 12 e 18 meses**! 📌*é esperada queda aos 3 meses e negativação aos 6 meses* Testes TREPONÊMICOS não são obrigatórios, mas podem ser considerados apenas após os 18 meses.
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Como é feito o diagnóstico de toxoplasmose congênita? Qual é a conduta?
Frente à infecção aguda materna, deve-se solicitar o **PCR de líquido amniótico por AMNIOCENTESE**, a partir de **18 semanas** de gestação. O tratamento é com ESPIRAMICINA até **16 semanas**, após inicia-se o ESQUEMA TRÍPLICE: **Sulfadiazina + Pirimetamina +Ácido folínico**. Se confirmada infecção fetal pela amniocentese, **manter esquema tríplice por 1 ANO**. Se a infecção fetal for descartada pela amniocentese, manter espiramicina até o fim da gestação. 📌a **Prednisona** está indicada no acometimento NEUROLÓGICO (**proteinorraquia > 1.000**) e OCULAR (**coriorretinite** em atividade)
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O que é a Tétrade de Sabin?
É a tétrade clínica da TOXOPLASMOSE CONGÊNITA: 1) Calcificações intracranianas **DIFUSAS** 2) Coriorretinite 📌 *a toxoplasmose é a principal causa de uveíte posterior infecciosa (coriorretinite) do mundo* 3) Hidrocefalia ou microcefalia 4) Deficiência intelectual
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Quando deve-se suspeitar da infecção congênita pelo CMV, quais são as alterações laboratoriais e o tratamento?
A clínica consiste em SURDEZ NEUROSSENSORIAL + CALCIFICAÇÕES **PERIVENTRICULARES** + Hepatoesplenomegalia No laboratório, temos PLAQUETOPENIA, aumento de BILIRRUBINAS e de **ALT** O diagnóstico pode ser feito pelo PCR em **urina ou saliva**. O tratamento é com **GANCICLOVIR EV** e está indicado em quadros multissistêmicos ou de infecção do SNC 📌 Lembrar que para RN **< 1500g** ou **< 30 sem**, deve-se **pasteurizar o leite materno** de mães infectadas
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Diferencie varicela congênita de varicela neonatal
Na síndrome da varicela congênita, temos malformações decorrentes da infecção intrauterina entre **5 e 24 semanas de gestação**: - Lesões cicatriciais na pele - Hipoplasia de membros - Alterações neurológicas - Alterações oftalmológicas Já a varicela neonatal é a infecção do RN quando a mãe tem varicela entre **5 dias antes e 2 dias depois do parto**, com risco elevado de VARICELA PROGRESSIVA.
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Quais são as 3 principais manifestações da rubéola congênita?
1) **Surdez neurossensorial** 2) Malformações cardíacas - mais comum: **persistência do canal arterial** - segunda mais comum: estenose da artéria pulmonar 3) **Catarata congênita**
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Qual é a principal causa de síndrome nefrótica em menores de 1 ano?
SÍFILIS CONGÊNITA!! 📌*após 1 ano a principal etiologia é a idiopática, com apresentação pela doença de lesões mínimas*
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Quais são as principais características da icterícia fisiológica do recém nascido? Qual a sua fisiopatologia?
É o tipo mais comum de icterícia neonatal! Ocorre por um **aumento da circulação enterohepática** e por imaturidade hepática do RN. Características: - surge entre **2° e 3° dia** de vida 📌*icterícia nas primeiras 24h é sempre patológica* - nível máximo de bilirrubina total = **12 a 13** - zonas **1-2 de Kramer** (até o **umbigo**) - duração **< 2 semanas**
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Quando devemos suspeitar de icterícia por doenças hemolíticas neonatais? Como diferenciar entre as principais causas?
A hemólise manifesta-se como icterícia nas **primeiras 24h de vida** e tem 2 causas principais: 1) Incompatibilidade ABO: - mais comum‼️ 📌*se a questão der só o Coombs direto positivo, marcar ABO, porque é mais comum que a Rh* - **eluato POSITIVO** - mãe O, feto A/B/AB (**NÃO precisa de sensibilização prévia**) - **coombs direto pode ser positivo ou negativo!!** - esferócitos no sangue periférico 2) Incompatibilidade Rh: - mais **grave** - mãe Rh negativo **sensibilizada** (primigesta não tem), feto Rh positivo - **coombs direto positivo** 📌*OBS: antígenos irregulares = coombs direto positivo sem fatores para incompatibilidade ABO/Rh* 3) Esferocitose hereditária: - **coombs direto negativo!!** - **eluato NEGATIVO** 📌*para diferenciar da ABO utilizamos o eluato* - teste da fragilidade osmótica - esferócitos no sangue periférico 4) Deficiência de G6PD - Gaveta (naftalina) Seis (sulfas) P (primaquina) D (dapsona)
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Quais são as 2 causas de icterícia associada à amamentação? Como diferenciá-las?
Do ALEITAMENTO materno: - mesmos mecanismos da icterícia fisiológica exacerbados - criança que não mama bem - AME + **perda ponderal excessiva** nos primeiros dias de vida - transitória Do LEITE materno: - substância do leite que impede maturação hepática - **persistente (> 2 semanas)** - teste terapêutico: **Bb abaixa com retirada do leite materno**
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Qual é o fluxograma de avaliação e tratamento da icterícia em RNs > 35 semanas e > 2kg?
1) Avaliar presença de fatores de risco para icterícia patológica: - incompatibilidade **ABO ou Rh** - icterícia nas primeiras **24 a 36 horas** de vida - prematuridade (**35-37 semanas**) - **dificuldade no aleitamento** ou perda de peso > 7% - **cefalo-hematoma** ou equimoses - história de **irmão que realizou fototerapia** - mãe **diabética** - sexo **masculino** - descendência **asiática** 2) Se presentes, prosseguir com a investigação: - **bilirrubina** ‼️ - hemograma com **reticulócitos** - **Coombs direto** - **GSRh** da mãe e do RN - outras etiologias (TSH, G6PD, antígenos irregulares) 3) Avaliar Bilirrubina total conforme **zonas de Buthani** (gráfico) - BT **> p95**: ALTO RISCO 📌fototerapia + reavaliação em **4-8h** - BT **> p75**: RISCO INTERMEDIÁRIO ALTO 📌fototerapia + reavaliação em **12-24h** - BT **< p75**: ALTA com retorno em **72h**
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Quando indicamos fototerapia no tratamento da icterícia em RNs nascidos < 35 semanas?
1.000 - 1.500g = fototerapia se BT **6-8** 1.500 g - 2.000g = fototerapia se BT **> 8-10** 2.000 - 2.500g = fototerapia se BT **> 10-12** 📌*acima de 35 semanas e de 2kg, avaliamos a presença de fatores de risco, dosamos a BT e utilizamos o gráfico de Buthani*
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Qual é o exame PADRÃO OURO no diagnóstico de atresia das vias biliares? Qual é o procedimento cirúrgico utilizado no seu tratamento?
USG: suspeita Biópsia: sugere **COLANGIOGRAFIA: confirma (padrão ouro)**‼️ A **cirurgia de Kasai (portoenterostomia)** deve ser feita até as **8 semanas** de vida!! 📌*se demorar = transplante hepático*
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Zonas de Kramer e correspondência com o nível de bilirrubina:
Lembrar que é uma progressão craniocaudal: - 1: cabeça e pescoço » BT =6 - 2: **até umbigo » BT = 9** - 3: até joelhos » BT = 12 ‼️*passou do umbigo, sinal de perigo* - 4: até tornozelos/antebraços » BT = 15 - 5: até plantas/palmas » BT = 18
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O que é o Kernicterus e como se dá sua evolução clínica trifásica?
O Kernicterus se dá pela IMPREGNAÇÃO DE BILIRRUBINA no SNC! Se não evitado precocemente evolui com: 1ª fase: - **hipotonia** muscular - letargia - fraqueza do reflexo de sucção 2ª fase: - **espasticidade** muscular - opistótono (espasmo da coluna vertebral, resultando em posição de arco) - febre 3ª fase: - **paralisia cerebral**, de 2 a 3 meses de vida - sequelas (perda auditiva; displasia dentária; paralisia do olhar; deficiências no aprendizado, memória e comportamento)
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Recém-nascido de 8 dias, masculino, é levado à emergência por sonolência, prostração e dificuldade de sucção há 12h. Vinha bem até então, mamando ao seio com intervalo aproximado de 2 em 2 horas, evacuando uma vez ao dia, fezes normais. Pré-natal sem intercorrências, nasceu de parto vaginal com peso de 3200 g, a termo, apgar 8/9. Fez todos os testes de triagem neonatal. Há 2 dias, precisou repetir triagem metabólica, pois foi detectada alteração sobre a qual família não sabe informar. Ao exame, está em REG, desidratado +++/4+, pouco responsivo, extremidades frias, peso de 2600g. Qual é a hipótese diagnóstica mais provável, e os DHE e DAB esperados para esse paciente?
HIPERPLASIA ADRENAL CONGÊNITA, na sua forma clássica ou perdedora de sal! Ocorre por **deficiência da 21 hidroxilase**, resultando em deficiência de glico e mineralocorticoides, além de virilização. 📌*é detectado no teste do pezinho por um **acúmulo de 17 hidroxiprogesterona*** Pelo déficit de ALDOSTERONA, esperamos **hiponatremia + hipercalemia + acidose**
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Quando deve ser coletado, idealmente, o teste do pezinho e quais são os principais fatores externos que podem falsear seu resultado?
A coleta deve ser feita entre o **3º e 5º** dias de vida!! 📌*antes de 48h de vida pode dar **falso-negativo para a fenilcetonúria**, por ainda não ter mamado o suficiente para acumular fenilalanina; ou **falso-positivo para hipotireoidismo**, por ainda ter TSH materno circulante*. FATORES EXTERNOS: - ÍLEO MECONIAL: falso-negativo para **fibrose cística**. - PREMATURIDADE e TRANSFUSÃO DE CH: falso-negativos para **hemoglobinopatias e galactosemia**. Novo teste deve ser coletado **90-120 dias após a transfusão**.
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Quais são as doenças rastreáveis atualmente pelo teste do pezinho?
HFHFHF Três vezes: - Hemoglobinopatias - Fibrose cística - Hiperplasia adrenal congênita - Fenilcetonúria - Hipotireoidismo congênito - deFiciência de biotinidase - Toxoplasmose congênita 📌*ATUALIZAÇÃO (maio de 2023): **homocistinúria clássica** será incluída no Programa Nacional de Triagem Neonatal*
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Quais são as 5 etapas de ampliação do teste do pezinho no SUS?
1) ✅ • Fenilcetonúria • Hemoglobinopatias • Toxoplasmose congênita 2) ⏭️ • **Galactosemia** • **Aminoacidopatias** • Distúrbio do ciclo de **ureia** • Distúrbios de betaoxidação de **ácidos graxos** 3) Doenças lisossômicas 4) Imunodeficiências primárias 5) Atrofia muscular espinhal
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Quais são os valores de TSH no teste do pezinho considerados normais, limítrofes e alterados? Qual é a conduta em cada caso?
**< 10: normal** 📌*nenhuma conduta* **10-20: limítrofe** 📌*repetir teste* **> 20: sugestiva de hipotireoidismo** 📌*dosagem sérica de TSH + T4L*
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Quando devemos realizar o teste do coraçãozinho e qual é o fluxograma de acordo com o seu resultado?
Para TODOS os RNs com idade gestacional ≥ 35 semanas, em bom estado geral, assintomáticos, em alojamento conjunto, entre **24 e 48 horas de vida**. 📌*oximetria de pulso em MSD (pré-ductal) e em um dos MMII (pós-ductal)* - **≤ 89%**: POSITIVO -> **ecocardiograma** - **90-94%** ou diferença **≥ 4%** -> **repetir teste em 1h**, até 2 vezes - **≥ 95%** e diferença **≤ 3%**: NEGATIVO -> **seguimento** de rotina
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Quando devemos realizar e repetir o teste do olhinho?
Nas **primeiras 72h de vida**, antes da alta da maternidade, e deve ser repetido **pelo menos 3 vezes ao ano nos primeiros 3 anos** de vida! 📌*NÃO substitui a avaliação oftalmológica completa, que deve ser feita até 6 meses, no máximo, 1 ano*
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Quando devemos realizar o teste da orelhinha e qual exame devemos solicitar diante de resultado alterado
Teste da orelhinha = emissões otoacústicas evocadas (EOA), avalia apenas o **sistema de condução do som**! Deve ser feito com **48h de vida**. 📌 *vérnix na orelha externa pode dar falso negativo! repetir em 30 a 50 dias* POSITIVO = seguimento habitual NEGATIVO = repetir ou solicitar **PEATE/BERA** (avalia orelha interna, nervo auditivo e tronco encefálico) ‼️*crianças com FATORES DE RISCO já fazem PEATE/BERA direto (TORCHS, prematuros, sepse, anomalias craniofaciais)*
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Qual é o exame utilizado na diferenciação da hemorragia do trato gastrointestinal neonatal por deglutição de sangue materno da doença hemorrágica do RN?
**APT Test** com NaOH 1%: - NEGATIVO: manteve **marrom/amarelo** = deglutição de **sangue materno**; - POSITIVO: mudou para **rosa = doença hemorrágica** do RN. 📌Algo a mais: A doença hemorrágica do RN pode se dividir em duas formas: - forma clássica: associada à **prematuridade** - forma precoce: associada a **medicamentos maternos** (principalmente anticonvulsivantes)