PEDIATRIA Flashcards

(75 cards)

1
Q

Descreva os principais diagnósticos diferenciais de estridor na pediatria

A

AGUDO:
1) Crupe viral: CAUSA MAIS COMUM GERAL! IVAS + boa resposta ao corticóide e epinefrina
2) Laringotraqueíte bacteriana: semelhante à crupe, mas NÃO responde ao corticoide e à epinefrina.
3) Epiglotite: TOXEMIA importante desde o início do quadro
4) Crupe espasmódico: surge principalmente de MADRUGADA e desaparece espontaneamente.

PERSISTENTE:
1) Laringomalácia: CONGÊNITA MAIS COMUM, estridor apenas inspiratório
2) Estenose subglótica: PÓS IOT, estridor expiratório/bifásico
3) Paralisia de pregas vocais: DISTÚRBIOS NEUROMUSCULARES, bilateral pode causar insuficiência respiratória, unilateral cursa com rouquidão e choro fraco

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2
Q

Diferencie os 2 principais tumores abdominais sólidos da infância

A

1) NEUROBLASTOMA:
• O sítio mais comum é a ADRENAL;
• Pico em LACTENTES < 2 ANOS;
• Imagem → massa sólida HETEROGÊNEA de limites IRREGULARES e com CALCIFICAÇÕES;
• Pode ULTRAPASSAR A LINHA MÉDIA;
• Envolve estruturas vasculares mas não as invade;
• Gera METÁSTASES com rapidez, podendo causar “OLHOS DE GUAXINIM” e EXOFTALMIA;
• Laboratório → aumento de ÁCIDO HOMOVANÍLICO e ÁCIDO VANILMANDELICO na urina.
‼️biópsia é obrigatória‼️

2) WILMS (NEFROBLASTOMA):
• Pico em PRÉ-ESCOLARES 2-5 ANOS;
• Pode estar associado a HEMATÚRIA e
HIPERTENSÃO ARTERIAL;
• Imagem → é REGULAR e as calcificações são incomuns;
NÃO ultrapassa a linha média;
• INVADE estruturas VASCULARES (pode causar VARICOCELE por invasão da veia renal esquerda);
• Possível associação com a síndrome de
BECKWITH-WIEDEMANN → hemi-hipertrofia (um membro pode ser maior que o outro), macroglossia, visceromegalia, aniridia.
‼️não faz biópsia‼️

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3
Q

Qual a voltagem do choque na PCR e na cardioversão sincronizada em pediatria?

A

PCR: 2 joules/kg no primeiro choque, 4 joules/kg no segundo, aumentando até o máximo de 10 joules/kg

CARDIOVERSÃO SINCRONIZADA: 0,5-1 joule/kg para o primeiro choque, aumentando até 2 joules/kg para tentativas adicionais

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4
Q

Graus de afogamento e conduta

A

Grau 0/resgate: vítima resgatada no momento iminente do afogamento, tem somente agitação.

Grau 1: tosse SEM alterações na ausculta ou sinais de insuficiência respiratória.

📌0 e 1 não tem necessidade de encaminhamento ao hospital

Grau 2: tosse com pouca espuma e estertores.
📌O2 em baixo fluxo e observação hospitalar por 24h

Grau 3: edema agudo de pulmão, SEM hipotensão (pulso radial palpável).

Grau 4: repercussões hemodinâmicas como hipotensão, ausência de pulso radial e má perfusão capilar.

📌3 e 4: O2 em alto fluxo e internação em UTI

Grau 5: parada respiratória (apneia), mas ainda com pulso central.
📌iniciar VPP

Grau 6: parada cardiorrespiratória, ausência de pulso central.
📌iniciar VPP antes da RCP!!

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5
Q

Até quando ocorre a transmissão de cada uma das doenças exantemáticas a seguir:

Sarampo
Varicela
Rubéola
Eritema infeccioso

A

Sarampo: 4-6 dias antes até 4-6 dias após o surgimento do exantema

Varicela: 2 dias antes do surgimento do exantema até todas as lesões virarem crostas

Rubéola: 7 dias antes até 7 dias após o surgimento do exantema

Eritema infeccioso: até aparecer o exantema
📌NÃO precisa isolar mais em fase de exantema, não transmite mais!!

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6
Q

Quais são as características do exantema do sarampo, suas principais complicações e o tratamento indicado?

A

Pode apresentar durante pródromo catarral o enantema patognomônico: manchas de Koplik.

O exantema é maculopapular morbiliforme de início retroauricular + face + pescoço (segue linha de implantação do cabelo) e progressão craniocaudal.

Após, evolui com descamação furfuracea.

Complicações:
• mais comum: otite média aguda
mata mais: pneumonia
• outras:
- encefalite
- panencefalite esclerosante subaguda (surge até 10 anos após infecção primária, caráter neurodegenerativo)

Tratamento
📌vitamina A + sintomáticos
• se necessitar de internação, deve ficar em quarto com isolamento por aerossol

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7
Q

Quais são as características do exantema da rubéola e suas principais complicações?

A

Apresenta pródromo com sintomas catarrais leves (sarampinho) e LINFADENOPATIA retroauricular + occipital + cervical.

O exantema é maculopapular rubeoliforme, com progressão craniocaudal rápida.

Pode apresentar enantema com manchas de Forchheirmer (petéquias em palato)

Complicações
• artropatia
síndrome da rubéola congênita
📌surdez + catarata + cardiopatia (principalmente PCA)

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8
Q

Quais são as características do exantema da varicela, suas principais complicações e o tratamento indicado?

A

O exantema apresenta polimorfismo regional, com início em couro cabeludo, face e tronco e progressão centrifuga.

Complicações:
• mais comum: infecção bacteriana secundária
📌GAS e S aureus

varicela progressiva
📌disfunção hepática + coagulopatia

varicela congênita (< 20s):
📌lesões cicatriciais em dermátomos + hipoplasia de membros + doença neurológica grave

ataxia cerebelar aguda

Tratamento:
1) Aciclovir VO:
> 12 anos
• 2º caso no domicílio
• doença pulmonar/cutânea
• uso de corticoide não imunossupressor

2) Aciclovir EV:
• imunossuprimidos
• RNs
• varicela progressiva

‼️NÃO se deve fazer uso de AAS pelo risco de síndrome de Reye‼️

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9
Q

Como deve ser feita e quais são as indicações de profilaxia pós exposição de sarampo?

A

‼️PARAMPO 36‼️

vacina até 72h (3 dias):
- indivíduos sem nenhuma dose da vacina tríplice viral expostos
📌a vacina da profilaxia, quando feita entre 6-12 meses, NÃO conta para o calendário vacinal de rotina!!

imunoglobulina até 6 dias:
- imunossuprimidos
- gestantes suscetíveis
- < 6 meses
📌exceto aqueles nascidos com >2500g filhos de mães vacinadas

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10
Q

Como deve ser feita e quais são as indicações de profilaxia pós exposição de varicela?

A

‼️VARICELA 54‼️

vacina até 5° dia:
- bloqueio hospitalar
- surtos em creches e escolas

imunoglobulina até 4° dia:
- imunossuprimidos
- gestantes suscetíveis
- < 9 meses hospitalizada
- RN pré termo:
📌 < 28s OU < 1000g sempre
📌 > 28s se mãe suscetível
- RN de mãe com varicela 5 dias antes até 48h após o parto

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11
Q

Como deve ser feita e quais são as indicações de profilaxia pós exposição de rubéola?

A

Apenas com VACINAÇÃO DE BLOQUEIO para crianças de 6 a 12 meses em até 3 dias da exposição.

📌 é a mesma vacina do sarampo, então é igual :)

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12
Q

Qual é o agente etiológico, manifestações clínicas e complicações do exantema súbito / roséola?

A

Causada pelo HSV 6 ou 7, com transmissão através de contato com portador assintomático
📌a principal transmissão é beijar lactentes!!

O pródromo caracteriza-se pelos pontos de Nagayama e febre alta sem sinal localizatório, quando cessa, aparece o exantema maculopapular de início em tronco!

Complicações
- mais comum: crise febril
- encefalite (cada vez caindo mais em provas)

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13
Q

Qual é o agente etiológico, manifestações clínicas e complicações do eritema infeccioso?

A

É causado pelo Parvovírus B19

📌 NÃO transmite na fase exantemática (imunomediada, pós infecção) » NÃO precisa isolar

Geralmente não possui pródromo, ou é inespecífico!

O exantema é TRIFÁSICO:
1ª fase: face esbofeteada/palhaço/asa de borboleta/rash malar
2ª fase: exantema rendilhado/reticulado que poupa região palmoplantar
3ª fase: recidivas após gatilhos (sol, estresse, exercício)

Complicações
- crise aplásica
📌principalmente relacionada à ANEMIA FALCIFORME!

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14
Q

Qual é o agente etiológico, manifestações clínicas, tratamento e complicações da escarlatina?

A

É causada pelo Strepto pyogenes (grupo A) produtor de toxina eritrogênica.

Apresenta como pródromo a faringite estreptocócica, seguida de exantema:

micropapular (lixa)
• progressão craniocaudal rápida
• descamação laminar/lamelar
sinal de Pastia: mais intenso em Pregas
sinal de Filatov: palidez perioral (Face)
língua em morango

O padrão ouro para o diagnóstico é a cultura de orofaringe.

Tratamento
- penicilina ou amoxicilina
📌azitromicina não previne complicações não supurativas

Complicações
- supurativas
- não supurativas: febre reumática e GNPE

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15
Q

Quais são os critérios diagnósticos para a doença de Kawasaki incompleta?

A

Na presença de PCR ≥ 3 mg/dL e VHS ≥ 40 mm/hora, avaliar:

3 ou mais achados laboratoriais:
1. Anemia para a idade
2. Plaquetas ≥ 450.000 após o 7º dia de febre
3. Albumina ≤ 3 g/dL
4. Aumento de ALT
5. Leucócitos ≥ 15.000/mm3
6. Leucocitúria

OU

Ecocardiograma alterado

📌lembrando que ela deve ser rastreada em crianças com febre ≥ 5 dias e 2 ou 3 critérios clínicos compatíveis OU em crianças com febre ≥ 7 dias sem outra explicação

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16
Q

Qual é a principal complicação da doença de Kawasaki?

A

Aneurisma de coronárias!!

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17
Q

Como deve ser feito o tratamento da doença de Kawasaki?

A

Imunoglobulina 2g/kg até o 10º dia de doença

AAS:
• doses moderadas ou altas até a criança ficar afebril por, ao menos, 48 a 72 horas.
• dose de manutenção por 6-8 semanas, se não apresentar evidência de alteração coronariana

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18
Q

Como deve ser o tratamento em crianças que apresentam critérios para Síndrome Inflamatória Multissistêmica Pediátrica e Doença de Kawasaki simultaneamente?

A

Devido à semelhança entre as duas condições, a dificuldade no diagnóstico ocorre com frequência! Nesses casos, tratar com:

Corticoide (conduta na SIMS-P) +
Imunoglobulina (conduta em Kawasaki)

📌Aproveitando o flashcard para relembrar os critérios de ambas:

SIMS-P:
• Exantema / conjuntivite / mucosite;
• Hipotensão / choque;
Disfunção miocárdica / pericardite / valvulite / anormalidades coronárias;
Coagulopatia;
• Sintomas gastrointestinais;
• VHS / PCR / procalcitonina elevados;
• Nenhuma outra causa de inflamação microbiana;
• RT-PCR, antígeno ou sorologia para Covid-19 ou contato com pacientes com essa doença.

KAWASAKI:
Febre ≥ 5 dias (obrigatório);
• Alterações dos lábios e cavidade oral
Hiperemia conjuntival bilateral sem exsudato
• Eritema / edema / descamação palmoplantar
Exantema polimorfo
Linfonodomegalia cervical ≥ 1,5 cm

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19
Q

Qual é a alteração clínica mais comum na SIMS-P?

A

DISFUNÇÕES CARDÍACAS!!

📌não é febre, mialgia, artralgia, porque isso são sintomas do próprio Covid em si!

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20
Q

Quais são os principais sítios de metástases do neuroblastoma?

A

Medula óssea, fígado e órbitas. Os principais sintomas são dor óssea, proptose e equimose palpebral.

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21
Q

Quais são os tipos mais comuns de tumores do SNC na infância e suas manifestações clínicas?

A

Os tumores de SNC são a SEGUNDA neoplasia mais comum na infância (atrás de leucemia), sendo os TUMORES SÓLIDOS MAIS COMUNS na infância, com pico de 5-10 anos.

📌a localização mais comum é em FOSSA POSTERIOR

Clinica (varia com localização):
Tríade de Cushing: bradicardia + hipertensão + alteração do padrão respiratório
• cefaleia pior ao decúbito que desperta o paciente
• vômitos em jato
• alterações de comportamento
• fundoscopia: papiledema
• paralisia do VI par (abducente): estrabismo convergente e diplopia, com inclinação da cabeça para o lado da lesão
• macrocefalia (lactentes com fontanela ainda aberta)
olhar em “sol poente”
• alterações de marcha e coordenação,
• convulsões e déficits focais.

Diagnóstico:
• RNM = padrão-ouro

Tipos mais comuns:
astrocitoma (ótimo prognóstico)
meduloblastoma (alta malignidade)

📌CRANIOFARINGIOMA:
• localizado na sela túrcica
• pode comprimir hipófise e hipotálamo, causando alterações hormonais (diabetes insipidus, baixa estatura, puberdade precoce e obesidade)
• pode comprimir nervo óptico e causar alterações visuais

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22
Q

Cite 2 síndromes genéticas associadas a tumores de sistema nervoso central

A

1) Neurofibromatose tipo l: manchas café com leite ao exame físico; associa-se a gliomas de vias ópticas e meningiomas

2) Esclerose tuberosa: máculas hipomelanocíticas ao exame físico; associa-se a gliomas e ependimomas

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23
Q

Criança de 12 anos é encaminhada por apresentar crises epilépticas. Ao exame é verificado comportamento dentro do transtorno do espectro autista, presença de angiofibromas em região malar e mento, presença de quatro máculas hipomelanocíticas.
O diagnóstico mais provável seria?

A

ESCLEROSE TUBEROSA (epilepsia + angiofibroma + máculas hipomelanocíticas)

📌um diagnóstico diferencial importante seria a neurofibromatose, que também guarda correlação com tumores do SNC, mas cursa com manchas CAFÉ COM LEITE

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24
Q

Quais são as principais diferenças entre o retinoblastoma hereditário e o esporádico?

A

HEREDITÁRIO
40%
• surge por volta de 15 meses
Bilateral
• Multifocal
📌risco de sarcoma, câncer de pulmão e outras neoplasias

ESPORÁDICO
60%
• surge por volta de 25 meses
Unilateral
• Unifocal

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25
Como o retinoblastoma se apresenta clinicamente, à fundoscopia e à análise histopatológica?
O retinoblastoma cursa com **leucocoria** (70%) e **estrabismo** (20%), podendo causar também anisocoria, glaucoma, hifema e baixa acuidade visual. Fundoscopia: **massa calcificada e vascularizada** Histopatológico: **rosetas de Flexner-Wintersteiner**
26
Quais são os 2 diagnósticos diferenciais principais do retinoblastoma e quando pensar neles?
Doença de COATS • descolamento de retina por exsudato Rabdomiossarcoma • tumor de órbita • proptose de evolução rápida
27
Resumão sobre osteossarcoma
O osteossarcoma é o **tumor ósseo maligno primário mais comum** em crianças e adolescentes. Os locais mais frequentes são as **metáfises de ossos de crescimento rápido** (joelhos e ombros), com dor persistente nesses locais (> 3 meses). 📌 *pico durante a fase do estirão (10 a 19 anos), sendo diagnóstico diferencial da "dor de crescimento"* RX: • lesões osteoblásticas ou osteolíticas • **triângulo de Codman** 📌 *indica reação periosteal, não é patognomônico* LABORATÓRIO: • aumento de **fosfatase alcalina** e **LDH** TRATAMENTO: • cirurgia + quimioterapia. 📌 *NÃO responde à radioterapia*
28
Em qual faixa etária os rabdomiossarcomas ocorrem em maior frequência?
Os rabdomiossarcomas são os **sarcomas de partes moles mais frequentes**, com maior incidência em crianças e adolescentes com MENOS DE 14 ANOS. 📌 *a clínica varia conforme a localização do tumor, que tem CRESCIMENTO RÁPIDO!*
29
Qual exame complementar devemos sempre solicitar para crianças menores de 2 anos com suspeita de violência?
Radiografia de CORPO TODO! Nessa faixa etária as crianças não sabem informar ou manifestar precisamente a dor, então pedimos mesmo sem queixa ou evidência de trauma.
30
Quais são as orientações para um sono seguro em lactentes?
Posicionar o bebê de **barriga para cima** e **encostado aos pés do berço** Vestir com **roupa confortável** e **evitar cobertores** Utilizar **colchão firme** e **evitar travesseiros** Retirar objetos do berço Se o bebê **chorar, responda sempre** NÃO FUMAR‼️
31
Como transportar as crianças adequadamente no carro de acordo com a faixa etária, peso e estatura?
BEBÊ CONFORTO VIRADO PARA TRÁS: • pelo menos **até os 2 anos**, preferencialmente até os 3 anos, sem limite superior de idade CADEIRINHA VIRADA PARA FRENTE: • utilizar pelo máximo de tempo possível, até atingir peso máximo (**18kg**) ASSENTO ELEVADOR: • utilizar até que o cinto de segurança se adapte com perfeição, tipicamente com estatura de **1,45 m** (geralmente entre 9 e 13 anos) 📌 *Todas as crianças devem viajar no banco traseiro até os 13 anos*
32
Quais são os sinais de alarme para manter a criança em observação ou para realizar TC após TCE segundo o PECARN?
< 2 ANOS: • observação se: - perda de consciência **> 5 segundos** *ou* - **hematoma** não frontal *ou* - alteração **comportamental** *ou* - mecanismo de trauma grave • TC se: - alteração do estado mental *ou* - Glasgow < 15 *ou* - **fratura de crânio palpável** 2 ANOS OU MAIS: • observação se: - qualquer **perda de consciência** *ou* - **vômitos** *ou* - **cefaleia** *ou* - mecanismo de trauma grave • TC se: - alteração do estado mental *ou* - Glasgow < 15 *ou* - **sinais de fratura de base de crânio**
33
Como checar o pulso em crianças < 1 ano?
Checar o pulso BRAQUIAL!! 📌 só conseguimos palpar bem o pulso carotídeo em crianças maiores de 1 ano
34
Como devem ser realizadas as compressões torácicas na RCP pediátrica?
FREQUÊNCIA: • 1 socorrista = **30:2** • 2 socorristas = **15:2** • via aérea avançada: **100-120 compressões por minuto**, assíncronas, com **1 ventilação a cada 2-3 segundos** *(20-30 por minuto)* TÉCNICA: • lactentes: 2 dedos ou **2 polegares** (preferencial), com profundidade de **4 cm** • crianças: 1 ou 2 mãos, profundidade **5 cm**
35
Qual é a principal causa de PCR em pediatria?
HIPÓXIA, sendo o ritmo mais comum a ASSISTOLIA
36
Qual é o fluxograma de tratamento de pacientes pediátricos com bradicardia com sinais de instabilidade?
Se após a adequação da ventilação (com bolsa-válvula-máscara), persistir a **FC < 60 bpm**, deve-se iniciar RCP com compressões torácicas.
37
A partir de qual valor de PAS consideramos hipotensão no contexto do choque pediátrico?
RN termo: < 60 1 a 12 meses: < 70 1 a 10 anos: **< 70 + [2 x idade (anos)]** > 10 anos: < 90
38
Qual é a definição atualizada de sepse na pediatria?
Infecção suspeitada ou confirmada + **escore Phoenix ≥ 2** 📌já o CHOQUE SÉPTICO é definido como a presença de **sepse + ≥ 1 critério cardiovascular** do escore Phoenix
39
Quando e como está indicada a suplementação de vitamina A em crianças?
A suplementação A só é feita em **locais com alta prevalência de hipovitaminose A**: 📌 *Norte, Nordeste, Vale do Ribeira, Vale do Jequitinhonha* Está indicada dos **6 meses aos 5 anos**, com doses a cada 6 meses e nunca em intervalos menores que 4 meses: - 1º ano: 100.000 Ul - de 1 a 5 anos 200.000 Ul
40
Mãe traz à consulta menino de 5 anos de idade, referindo que há 2 meses iniciou desenvolvimento de caracteres sexuais secundários sem outras queixas ou antecedentes patológicos. Ao exame físico: alta estatura para idade, Tanner: G3P3; axilarca e acne. Qual a hipótese diagnóstica?
HAMARTOMA HIPOTALÂMICO! O primeiro passo na avaliação de casos de puberdade precoce é diferenciar entre periférica e central: - PERIFÉRICA: ADRENARCA (acne, aumento do odor corporal, pubarca e axilarca), SEM caracteres sexuais secundários (broto mamário ou aumento testicular) - CENTRAL: apresenta CARACTERES SEXUAIS SECUNDÁRIOS, como é o caso do paciente (genitália em G3 de Tanner) Em segundo lugar, devemos avaliar se o desenvolvimento puberal é isossexual ou contrassexual: - ISOSSEXUAL: segue as características do sexo do paciente, como é o caso - CONTRASSEXUAL: se aproxima do sexo oposto 📌*tem mais importância em meninas, pois os androgênios podem desviar a genitália de forma mais intensa do que os estrogênios nos meninos (ex: adrenocarcinomas e hiperplasia adrenal congênita)* Agora, sabendo que se trata de PUBERDADE PRECOCE CENTRAL ISOSSEXUAL, qual é a principal causa? - MENINAS: **idiopática** (80-90%) - MENINOS: **tumores de SNC**, sendo a idiopática responsável por apenas 20-30% dos casos! 📌*em especial os hamartomas hipotalâmicos, mas também outros tumores (astrocitomas, ependimomas, pinealomas, gliomas hipotalâmicos/ópticos)* ‼️**ou seja, SEMPRE fazer neuroimagem em meninos com puberdade central precoce**‼️
41
RN de 15 dias apresentou 2 picos de febre nas últimas 24h, com temperatura máxima de 38,2. Ao exame, FR = 45 irpm, sons respiratórios normais, oroscopia e otoscopia sem alterações. Qual é a conduta mais adequada?
Temos um RN com FEBRE SEM SINAIS LOCALIZATÓRIOS (ou sem foco aparente), que é a febre com DURAÇÃO **≥ 24-72H** sem uma causa estabelecida. Independentemente da idade, caso haja QUEDA DO ESTADO GERAL, devemos INTERNAR, solicitar EXAMES COMPLETOS **(hemograma + hemocultura, EAS + urocultura, líquor e RX de tórax)** e iniciar ATB EMPÍRICO. Caso o paciente esteja BEG e estável, a conduta dependerá de: • RN < 30 DIAS → **sempre INTERNAÇÃO** + EXAMES COMPLETOS + ATB empírico (**AMPI+GENTA**). 📌 *Se houver história de herpes genital materno, acrescentar aciclovir.* • Lactentes de 1 A 3 MESES (faz painel viral + hemograma + hemocultura para determinar risco): - ALTO RISCO clínico (alterações laboratoriais, comorbidades, história gestacional/neonatal de risco) → **INTERNAÇÃO** + EXAMES COMPLETOS + ATB EMPÍRICO. - BAIXO risco clínico → antitérmico + **ACOMPANHAMENTO diário**. • Crianças de 3 MESES A 3 ANOS: - Tax < 39°C → antitérmico + **ACOMPANHAMENTO diário** (provavelmente é viral) + **considerar** EAS + URC. - Tax ≥ 39°C → **iniciar investigação** com EAS + URC + hemograma e prosseguir conforme os resultados. Voltando ao caso, apesar de o RN estar BEG, ele tem < 1 mês de idade. Logo, deve ser internado, ser submetido a exames para pesquisa de foco e receber ATB com ampi+genta. 📌 diagnóstico diferencial: FEBRE DE ORIGEM INDETERMINADA: febre com DURAÇÃO **> 3 SEMANAS** sem foco aparente (ou **após 1 semana de investigação hospitalar**). Aqui sim necessitamos de maiores investigações sempre obrigatoriamente.
42
Adolescente, 13 anos e 6 meses, sexo masculino, procurou o pediatra com preocupações sobre sua estatura. Gestação e parto sem anormalidades. Ao nascer, o peso foi 3100g e o comprimento 50 cm. O desenvolvimento neuropsicomotor sempre foi adequado. Há bom desempenho na escola. Nega doenças crônicas graves. Com 12 anos, passou por uma consulta com o médico de família da sua região, que não encontrou nenhuma anormalidade e suas medidas foram: peso = 30 kg e estatura = 134 cm (escore z: -2,05). Na consulta atual, exame físico persiste sem anormalidades, o estadiamento puberal é G2P1 e a estatura é 139 cm (escore z: -2,23) e o peso de 33 kg. A idade óssea nesse momento é de 11,4 anos. A mãe tem 162 cm e o pai tem 173 cm. A causa mais provável da baixa estatura deste paciente é:
HIPOTIREOIDISMO! Questão cheia de dados para desviar do diagnóstico! Primeiro, vamos confirmar a BAIXA ESTATURA pelo **escore Z < -2**. Depois, o primeiro passo é avaliar a VELOCIDADE DE CRESCIMENTO (**antes da puberdade a média é de 5-7 cm/ano**). Há 1 ano e meio, o paciente tinha 5 cm a menos, tendo uma VC de 3,3cm/ano, REDUZIDA para o esperado! Assim, as variantes da normalidade são excluídas, uma vez que não alteram a VC: - baixa estatura familiar: pais são baixos (alvo genético baixo) - atraso constitucional: idade óssea atrasada Nos voltamos então para as causas patológicas: - desnutrição - causas endócrino metabólicas: .**hipotireoidismo: primeiro sinal = redução velocidade crescimento** .deficiência GH: manifestação mais precoce (3 anos de idade) .Cushing (elevação de cortisol) - síndromes genéticas: .Turner: sexo feminino (45X, atraso puberal) .displasias ósseas: proporções corporais alteradas Nesse caso, não temos nenhum fenótipo típico sindrômico, logo, nosso raciocínio deve ser imediatamente direcionado para as endocrinopatias. A mais comum e, portanto, a principal hipótese é o hipotireoidismo.
43
Qual é a alteração genética e as manifestações clínicas da Síndrome de Prader-Willi?
A Síndrome de Prader-Willi ocorre pela ausência de expressão dos genes paternos do **cromossomo 15** Manifesta-se ao nascimento com **hipotonia** importante e, em > 8 anos, com **hiperfagia e obesidade mórbida**
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Paciente de 4 anos e 6 meses apresenta IMC x Idade no Z escore = 2. Qual é a classificação nutricional dessa criança?
RISCO DE SOBREPESO! Lembre-se, até 5 anos, o sobrepeso é caracterizado por z escore MAIOR que +2, estando o igual a +2 ainda dentro da faixa de risco para sobrepeso!
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MFS, 10 anos, vem ao pediatra devido a ganho de peso excessivo (5kg em 6 meses, cresceu 4 cm). Mãe refere aumento dos pelos no corpo, muito sono e que gosta de dormir tarde vendo séries no celular. Atividade física somente nas aulas de educação física, uma vez por semana. Está em uso de budesonida nasal 32 mcg 12/12 horas e beclometosana inalatoria 100 mcg 12/12 há 3 meses para tratamento de rinite e asma. Ao exame físico: Estatura: p75 Peso: p95 IMC: > p95 Tanner: M2P3 Escurecimento da pele na região do pescoço. O diagnóstico nutricional e sua etiologia mais provável são:
OBESIDADE (IMC z > +2), sendo a etiologia mais comum a **obesidade exógena**! Essa questão apresenta variáveis para tentar induzir o pensamento para a Síndrome de Cushing, como o uso de corticoides, porém, a paciente apresenta ESTATURA NORMAL e DESENVOLVIMENTO PUBERAL NORMAL! Além disso, temos alguns fatores de risco para a obesidade exógena, como o **uso de telas, sono inadequado e sedentarismo**.
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Quais são as etapas do tratamento da desnutrição grave e os objetivos principais de cada uma?
1) ESTABILIZAÇÃO: - hipotermia: incubadora - hipoglicemia: dieta **normocalórica e normoproteica** - antibioticoprofilaxia (**ampicilina + aminoglicosídeo**) - desidratação (**soro resomal**) 📌*paciente desnutrido tem hiponatremia por aporte intracelular, então soro tem menos Na pra evitar hipernatremia posterior* - **NÃO fazer reposição Fe** ‼️ - complicação: SÍNDROME DE REALIMENTAÇÃO 📌*cursa com HIPOFOSFATEMIA e/ou HIPOCALEMIA e/ou HIPOMAGNESEMIA* 2) REABILITAÇÃO: - dieta **hiperproteica hipercalórica** - **reposição Fe** 3) ACOMPANHAMENTO: prevenir recaída
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Resumão de deficiências de vitaminas
Vitamina A - hipo: **cegueira noturna** e **manchas de Bitot** na córnea - hiper: **pseudotumor cerebral** (hipertensão intracraniana) Vitamina B1 (TIAMINA): - **Beribéri** - **encefalopatia de Wernicke** (oftalmoplegia, ataxia e distúrbios mentais) Vitamina B2 (RIBOFLAVINA) - **queilite, glossite**, fotofobia e deficit de crescimento Vitamina B3 (NIACINA) - **Pelagra**: DOENÇA DOS 3 Ds (demência, diarreia e dermatite) Vitamina B12 (COBALAMINA) - anemia megaloblástica e parestesias Vitamina C (ácido ascórbico) - **Escorbuto** (sangramento cutaneomucoso, dor óssea e hemorragia subperiosteal) Vitamina D - **raquitismo, craniotabes e rosário raquítico** 📌*a depender da gravidade, pode ter HIPOCALCEMIA, HIPOFOSFATEMIA, aumento do PTH e da fosfatase alcalina* Vitamina E - **hemólise e neuropatia** (ataxia) Vitamina K (filoquinona) - hemorragia
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Uma criança de 8 meses apresenta choro a movimentação da perna direita e edema na parte medial da coxa. RX demonstra fratura em vara verde e deficiência de mineralização. A mãe nega febre, queda ou qualquer trauma. A criança foi submetida ao procedimento de Kasai para atresia biliar, sem sucesso e aguarda transplante de fígado. O diagnóstico mais provável é:
RAQUITISMO por deficiência de vitamina D 📌 A atresia de vias biliares provoca esse déficit pelo prejuízo de absorção de vitaminas lipossolúveis (não excreta bile)
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Quando devemos solicitar exames de IMAGEM diante do diagnóstico de HAS infantil?
ECOCARDIOGRAMA para todos, **pesquisar lesão de órgão alvo** ULTRASSOM RENAL para **menores de 6 anos** ou naqueles que tiverem **urina EAS ou função renal** alteradas
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Indicações de tratamento medicamentoso na HAS infantil:
**Falha** de resposta a MEV **Hipertrofia de VE** Associação com **DRC ou DM** HAS **sintomática** HAS **estágio 2** sem fator modificável identificado
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Qual é a fisiopatologia da fibrose cística e suas principais manifestações respiratórias, do TGI e hidroeletrolíticas?
A fibrose cística ocorre pela mutação do **gene CFTR**, alterando a permeabilidade de íons **cloreto** e bicarbonato nas células epiteliais SISTEMA RESPIRATÓRIO: - colonização por *S. aureus, H. influenzae e Pseudomonas* 📌 *supressão da P. aeruginosa em casos de colonização crônica: **tobramicina inalatória*** - bronquiolite grave, sibilância e bronquiectasias 📌 ***Azitromicina** 3x/semana como efeito imunomodulador* - baqueteamento digital - **polipose nasal** FÍGADO - cirrose PÂNCREAS: - insuficiência exócrina: deficiência de vitaminas lipossolúveis (**A, D, E e K**) - **diabetes** - pancreatite INTESTINO - **íleo meconial** - obstrução intestinal OUTROS: - **hiponatremia e alcalose metabólica** - infertilidade masculina (azoospermia obstrutiva) - déficit de crescimento
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Como é feita a triagem e o diagnóstico da fibrose cística?
TRIAGEM NEONATAL: - teste do pezinho - avaliação do **tripsinogênio imunorreativo** - se alterado, repetir em até **30 dias** de vida DIAGNÓSTICO: - teste do suor - positivo: CLORO **≥ 60** - duvidoso: **30 a 59** 📌*cd: repetir teste do suor* *OBS: pesquisa do gene CFTR está indicada se o teste do suor não for conclusivo, mas a clínica for típica*
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Qual foi a medicação incorporada no SUS em 2023 para o tratamento da fibrose cística?
**Trikafta** (elexacaftor + tezacaftor + ivacaftor) - Elexacaftor + tezacaftor: corrigem a proteína CFTR defeituosa - Ivacaftor: potencializa a ação da proteína CFTR, mantendo o canal de íons aberto 📌*além disso, podemos citar a TOBRAMICINA INALATÓRIA para supressão de Pseudomonas e a AZITROMICINA 3x/semana para efeito imunomodulador*
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Qual foi a novidade em termos de profilaxia de bronquiolite viral aguda implementada em 2024?
O uso de **vacina contra o VSR em gestantes** para proteger o bebê!
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Para quais lactentes está indicada a profilaxia de bronquiolite viral aguda com Pavlizumabe e Nirsevimabe?
PAVLIZUMABE: 📌*15mg/kg IM, 1x no mês, até 5 doses, durante a sazonalidade do VSR* - **< 1 ano** nascidos de **≤ 28 semanas** - **< 2 anos** com **displasia broncopulmonar** ou **cardiopatia** congênita com repercussão hemodinâmica - até 2 anos com cardiopatia congênita que mantém repercussão hemodinâmica e com displasia broncopulmonar que mantém uso de O2/corticoide ‼️*a SBP também indica para **< 6 meses** nascidos de **< 32 semanas*** NIRSEVIMABE (apenas rede privada): - imunização passiva em dose única para **TODOS os lactentes na 1ª sazonalidade** de VSR - pode-se acrescentar +1 dose para crianças de 2 anos (2ª sazonalidade) que sejam consideradas mais vulneráveis
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Quais são os principais micro-organismos responsáveis pelas pneumonias atípicas em lactentes e em > 5 anos, respectivamente?
LACTENTES = Chlamydia trachomatis - **pneumonia afebril do lactente** - infecção no parto vaginal - associação com **conjuntivite** neonatal - pneumonia de evolução insidiosa, 7 dias ou mais, sem febre, com **eosinofilia** - tratamento: MACROLÍDEO (**azitromicina**/eritromicina) > 5 ANOS = Mycoplasma - sintomas de via aérea superior (**faringite**) - **miringite bolhosa** - **anemia hemolítica** - síndrome de **Stevens Johnson** - eritema multiforme - fenômeno de **Raynaud** - síndrome de **Guillain-Barré**
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Quais são as 3 fases clínicas da coqueluche, seu tratamento e profilaxia preconizados?
1) Fase catarral: - IVAS - **petéquias** em face e tronco 2) Fase paroxistica: - acessos de tosse + **guincho** - em < 3m: **apneia e cianose** 3) Fase de convalescência LABORATÓRIO: leucocitose com **linfocitose** RX: **coração felpudo** (infiltrado peri hilar) 📌CD: **Azitromicina 10mg/kg 5 dias** PROFILAXIA com Azitromicina se: • ‹ 1a • 1-7a sem vacinação/incompleta/desconhecida • › 7a com contato íntimo e contactante vulnerável no domicílio • adultos que trabalham na área da saúde ou em creches
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Em quais situações está indicado o tratamento com antibiótico na otite média aguda?
SEMPRE: - **< 6 meses** - casos **graves** (*febre > 39°C, dor intensa, > 48h de evolução*) - presença de **otorreia** < 2 anos: **otite bilateral** 📌*ESCOLHA: Amoxicilina 5-10 dias **(associar Clavulanato em caso de conjuntivite = EYEmófilo)***
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Quais são os 3 principais vírus causadores de faringite que devemos considerar como diagnóstico diferencial da amigdalite estreptocócica?
FEBRE FARINGOCONJUNTIVAL (**Adenovírus**) - faringite + **conjuntivite + adenomegalia pré auricular** HERPANGINA (**Coxsackie A)** - comum em lactentes e pré escolares - faringe **posterior** ulcerada MONONUCLEOSE (**EBV**) - linfadenopatia generalizada - hepatoesplenomegalia - **rash pós amoxicilina** - diagnóstico: • **linfocitose** com atipia linfocitária • **anticorpos heterófilos** • anticorpos específicos (maior sensibilidade e especificidade) - **corticoide** em casos de tonsilas muito edemaciadas com risco de obstrução
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Quais são os 4 métodos de coleta de urocultura na pediatria e quando consideramos o diagnóstico de ITU em cada um deles?
Jato médio: **>= 100.000** UFC Saco coletor: - alta chance de contaminação (maior **valor preditivo negativo**) - considerar >= 100.000 UFC (questionável) Cateterismo vesical: **>= 50.000** UFC Punção suprapúbica: - padrão ouro - considerar **qualquer crescimento bacteriano** 📌*exceto pequena quantidade de gram +*
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Como deve ser feita a investigação com imagem em casos de ITU na pediatria?
**TODOS que apresentaram ITU febril: USG!!** 📌*< 2 anos: já inicia antibioticoprofilaxia enquanto aguarda exame* 1) USG **normal: acompanhamento** 📌*DMSA ou UCM em caso de recidiva* 2) USG alterado: segundo exame - **UCM**: ideal para investigar **refluxo vesicoureteral e válvula de uretra posterior** - cintilografia estática com **DMSA**: avaliar presença de **cicatriz renal** 📌*4-6 semanas após infecção* ‼️na presença de RVU, VUP ou CICATRIZ está indicada a ANTIBIOTICOPROFILAXIA‼️
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Quais são as indicações de profilaxia para ITU na pediatria e os principais antibióticos utilizados?
1) **< 2 anos**, após ITU febril, enquanto **aguarda investigação** com USG 2) **Anomalias obstrutivas**, até a correção cirúrgica 3) **RVU III-V** 4) RVU I-II, com recidiva de ITU ou cicatriz à DMSA 5) **ITU de repetição** 📌*2 pielonefrites, 1 pielonefrite + 1 cistite ou 3 cistites* Os antibióticos de escolha são: - NITROFURANTOÍNA (1-2mg dose única diária) - BACTRIM (1-2 mg dose única diária) - CEFALEXINA
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Qual é o exame de escolha para o diagnóstico de RVU, sua classificação e indicações de antibioticoprofilaxia?
O exame de escolha é à URETROCISTOGRAFIA MICCIONAL (UCM), demonstrando retorno do contraste para os ureteres: - Grau I: refluxo apenas até ureter - Grau II: refluxo até pelve renal - Grau III: dilatação leve - Grau IV: dilatação moderada - Grau V: ureter tortuoso ‼️a antibioticoprofilaxia para ITU está indicada nos graus **III-V** ou nos graus I-II na presença de ITU recidivada ou cicatriz renal na DMSA
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O que é a válvula de uretra posterior (VUP) e quais são suas principais manifestações antenatais e pós natais?
Malformação **exclusiva do sexo M** e principal uropatia obstrutiva nessa população! Antenatal: - hidronefrose bilateral + distensão vesical intraútero - **sinal da fechadura** - **oligoâmnio** Pós natal: - bexigoma (“massa abdominal palpável) - jato urinário fraco/esforço miccional - **UCM: dilatação uretra posterior** A conduta consiste em **sondagem vesical pós parto** e antibioticoprofilaxia até correção definitiva (**ablação** via endoscópica).
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Qual é a epidemiologia da estenose da junção ureteropélvica (EJUP) e a conduta conforme os graus de comprometimento?
É a **principal uropatia obstrutiva da infância** e causa de hidronefrose intraútero!! 📌*somente na população MASCULINA, o mais comum é o RVU* Epidemiologia: - homens 2:1 - **60% unilateral E** / 10% bilateral Está indicada **antibioticoprofilaxia para ITU em TODOS os graus**!! - I e ll: resolução espontânea - **III e IV: pieloplastia**
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O que é a doença de Prune-Belly?
Ocorre em 95% dos casos no sexo MASCULINO, com a tríade: **malformação abdominal + obstrução uretral + criptorquidia** É uma causa de óbito neonatal devido à hipoplasia pulmonar (obstrução de uretra, ocorre oligoamnio severo). A conduta neonatal é a realização de **vesicostomia e correção abdominal**.
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Quais são os principais achados clínicos de desidratação na pediatria e o plano terapêutico recomendado para cada grau?
PLANO A: sem desidratação - ofertar **100-200mL** de SRO em domicílio após cada evacuação ou vômito PLANO B: desidratação leve - indicativos: • **irritabilidade** • olhos fundos • **sedento** • **lágrimas ausentes** • perda de peso **até 10%** - **50-100mL/kg em 4-6h** de SRO na unidade de saúde PLANO C: desidratação grave - indicativos: • **letargia** • olhos MUITO fundos • **incapaz de beber líquidos** • **PULSO FINO/AUSENTE** • perda de peso **> 10%** - < 1 ano: 30mL/kg em **1h** + 70mL/kg em **5h** - 1 ano: 30mL/kg em **30min** + 70mL/kg em **2h30min** 📌*manutenção em 24h: Holliday Seagar* • *até 10 kg = 100 ml/kg* • *10-20kg = 1000ml + 50ml/kg de peso acima de 10kg* • *> 20kg = 1500ml + 20ml/kg de peso acima de 20kg* (**máximo 2000mL**) ZINCO (10 a 14 dias): - < 6 meses: 10mg/dia - 6 meses a 5 anos: 20mg/dia
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Quando estão indicados antibióticos no manejo da diarreia aguda na pediatria e quais são os fármaco de escolha segundo a faixa etária?
Os antibióticos estão indicados na presença de disenteria COM comprometimento do estado geral!! - < 3m: **ceftriaxona** - 3m-10a: **azitromicina** - >10a / >30kg: **ciprofloxacino**
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Como diferenciar a diarreia osmótica da secretória e quais micro-organismos causam cada uma delas?
OSMÓTICA: - gap osmolar fecal ALTO - MELHORA com jejum - rotavírus e E. Coli enteropatogênica SECRETÓRIA: - gap gap osmolar fecal BAIXO - MANTÉM mesmo com jejum - causada por enterotoxinas bacterianas
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Quais são os estigmas clínicos das diarreias causadas pelos seguintes patógenos: - Escherichia coli enterotoxigênica - Escherichia coli êntero-hemorrágica - Shigella - Campylobacter jejuni - Salmonella - Yersinia enterocolitica - Vibrio cholerae
E. coli enterotoxigênica = diarreia do viajante 📌*Toxina Turismo* E coli êntero-hemorrágica = SHU **Shigella = manifestações neurológicas** 📌*principal causadora de disenteria no Brasil* Campylobacter jejuni = Guillain-Barré 📌*Campylobarré* **Salmonella = bacteremia** e osteomielite em anemia falciforme Yersinia enterocolitica = linfadenite mesentérica 📌*pseudoapendicite* Vibrio cholerae = diarreia em "água de arroz"
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Tratamento medicamentoso de escolha da constipação crônica na pediatria e alternativas:
Primeiro, se houver fecaloma devemos realizar a DESIMPACTAÇÃO FECAL: - 1ª escolha = **PEG 1-1,5g/kg/dia** (máximo 100g) por **3-6 dias** - alternativa: enemas Depois, introduzimos a manutenção por pelo menos 2 meses: - 1ª escolha: **PEG 0,2-0,8 g/kg/dia** - alternativa: lactulona 1-2 g/kg/ dia, dividido em 1 ou 2 tomadas (causa desconforto abdominal) ‼️ **óleo mineral** NÃO deve ser indicado para crianças menores ou pacientes com neuropatia e disfagia: risco de **broncoaspiração e pneumonia lipoídica**
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O que muda na avaliação de controle da asma em crianças menores de 5 anos?
A avaliação de despertares noturnos e limitações de atividades diárias é igual às maiores de 5 anos e adultos. A diferença ocorre na avaliação de SINTOMAS DIURNOS e USO DE MEDICAÇÃO DE RESGATE, pois, nas menores de 5 anos, o critério de positividade é a ocorrência em **mais de 1 vez na semana**, ao invés de mais de 2 vezes como é em crianças maiores e adultos.
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O que é o Indice preditivo de asma (IPA) e quais são os critérios considerados por ele?
O IPA foi desenvolvido para avaliar a maior probabilidade desse diagnóstico em crianças com mais de 2 anos 1) OBRIGATÓRIO: Criança **≥ 2 anos** com história de **quatro ou mais episódios de sibilância** com **pelo menos um diagnosticado por médico** 2) Critérios maiores: - Pai ou mãe com asma - Dermatite atópica - Sensibilização a um ou mais aeroalérgenos 3) Critérios menores - Alergia alimentar - Rinite alérgica - Sibilância NÃO associada a infecções virais - Eosinofilia > 4%
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Qual foi a atualização no diagnóstico de asma na pediatria trazida pelo último GINA?
A possibilidade de se utilizar o PICO DE FLUXO EXPIRATÓRIO em locais com indisponibilidade de espirometria. 📌lembrando dos valores de variação com broncodilatador: - Espirometria - **12** - Pico de fluxo Expiratório - **15**
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Quando suspeitar de hipotonia benigna do lactente e qual é a conduta?
A hipótese de hipotonia benigna deve ser considerada em bebês que não conseguem se manter firmes, têm dificuldade para engatinhar, ficar de pé ou caminhar. Podem ser vistas alterações nas manobras semiológicas que testam o tônus muscular: - **Tobler: vence a gravidade** quando é segurado pelos pés, dobrando cabeça, braços e pernas - **Tração**: elevação da cabeça diante da tração dos braços com a criança deitada - **Cachecol ou Echarpe**: cruzar os braços da criança diante do pescoço (como um cachecol) e depois soltá-los. Na hipotonia, ocorre queda sem resistência - **Rechaço**: em flexionar os membros inferiores sobre o tronco e depois soltá-los bruscamente. Na hipotonia, ocorre retorno sem resistência ‼️ A conduta é a **estimulação e reavaliação precoce** do lactente, com tendência de melhora até os 3 anos.