Outras provas - CESPE Flashcards
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Na execução da política fundiária, todos os imóveis classificados como latifúndios se sujeitam, em princípio, a desapropriação para fins de reforma agrária.
Errado
Não são todos os imóveis classificados como latifúndios que se sujeitam à desapropriação para fins de reforma agrária. A CF estabelece critérios específicos para a desapropriação, vinculados ao cumprimento da função social da propriedade. Ademais, a pequena e média propriedade rural, desde que seu proprietário não possua outra, é assegurada contra desapropriação para fins de reforma agrária, conforme o artigo 185 da CF.
Aspectos ligados ao cumprimento da legislação trabalhista não são juridicamente apropriados para definição de imóveis aptos a desapropriação para fins de reforma agrária.
Errado
O cumprimento da legislação trabalhista é, sim, um dos critérios para aferir o cumprimento da função social da propriedade, conforme estabelecido no artigo 186 da CF. Aspectos relacionados às relações de trabalho são considerados na determinação de se um imóvel rural cumpre ou não sua função social.
Em respeito à autonomia municipal, a CF preconiza a adoção de plano diretor como recomendação para os municípios, sem caráter vinculante.
Errado
A Constituição Federal, no artigo 182, §1º, estabelece que o plano diretor é obrigatório para cidades com mais de vinte mil habitantes, e não apenas uma recomendação sem caráter vinculante. Esse plano diretor tem o papel de orientar a política de desenvolvimento e expansão urbana, sendo uma ferramenta vinculante para a gestão municipal.
Um imóvel pode ser produtivo e, ao mesmo tempo, não cumprir sua função social, caso em que poderá ser objeto de desapropriação para fins de reforma agrária.
Certo
Conforme os artigos 182, 184 e 186 da Constituição Federal (CF), a função social da propriedade é um princípio central tanto da política urbana quanto da política fundiária e da reforma agrária. Um imóvel pode ser considerado produtivo sob o aspecto agrícola, mas ainda assim não cumprir sua função social se não atender aos requisitos estabelecidos no artigo 186 da CF, que incluem aproveitamento adequado; utilização adequada dos recursos naturais disponíveis e preservação do meio ambiente; observância das disposições que regulam as relações de trabalho; e exploração que favoreça o bem-estar dos proprietários e dos trabalhadores. Portanto, mesmo um imóvel produtivo pode ser desapropriado para fins de reforma agrária se não cumprir sua função social nestes outros aspectos.
Devido à proteção do direito de propriedade como direito fundamental, são limitados os meios de execução da política urbana, sendo proibido ao poder público, por exemplo, exigir edificação compulsória em imóvel.
Errado
De acordo com o artigo 182 da CF, o poder público pode sim exigir a edificação, utilização ou parcelamento compulsório de um imóvel urbano não utilizado, subutilizado ou não edificado, contrariando a afirmação de que seriam proibidas tais exigências. Isso faz parte das prerrogativas do poder público para assegurar o cumprimento da função social da propriedade.
Como órgão essencial à função jurisdicional, o Ministério Público deve intervir em todos os processos judiciais.
Errado
Embora o Ministério Público seja essencial à função jurisdicional, ele não deve intervir em todos os processos judiciais. Sua atuação é obrigatória nos processos que envolvem interesse público, como nas causas penais, em questões que afetam incapazes e em outras situações em que os interesses sociais ou coletivos indisponíveis estejam em jogo.
A defesa do regime democrático por parte do Ministério Público compreende apenas a atuação do órgão no processo eleitoral.
Errado
A defesa do regime democrático pelo Ministério Público vai além da atuação no processo eleitoral. Inclui, por exemplo, o combate à corrupção, a promoção da transparência e a defesa dos princípios administrativos.
O princípio da indivisibilidade é o que fundamenta a possibilidade de substituição de membros do Ministério Público uns pelos outros em processos.
Certo
O princípio da indivisibilidade refere-se à característica do Ministério Público de permitir que seus membros se substituam mutuamente. Isso significa que, apesar de os procuradores e promotores terem independência funcional no exercício de suas atribuições, eles podem ser substituídos por outros membros da instituição sem que haja prejuízo para a continuidade do trabalho processual. Este princípio está relacionado aos artigos 127 e 128 da Constituição Federal, que tratam da organização do Ministério Público.
Os membros do Ministério Público são regidos pelo regime estatutário dos servidores públicos em geral.
Errado
Os membros do Ministério Público têm seu próprio regime jurídico, que é diferenciado do regime estatutário geral dos servidores públicos, e estão sujeitos a um estatuto próprio.
Em casos excepcionais, a fim de evitar atrasos na prestação jurisdicional, um juiz pode designar membro do Ministério Público ad hoc, para atuar em um processo.
Errado
A designação de membros do Ministério Público ad hoc é considerada inconstitucional, já que a Constituição estabelece que o Ministério Público é um órgão permanente, não admitindo a indicação de membros temporários ou excepcionais para atuar em determinados processos.
Quaisquer servidores públicos eleitos para exercer mandato eletivo precisam afastar-se do exercício de suas funções anteriores.
Errado
Não é necessário que todos os servidores públicos eleitos para mandato eletivo se afastem de suas funções. No caso de eleição para cargo de vereador, por exemplo, se houver compatibilidade de horários, o servidor poderá acumular as duas funções.
O tempo de serviço do servidor afastado para exercer mandato eletivo contará para todos os fins legais, inclusive para efeito de promoções por merecimento.
Errado
Embora o tempo de serviço do servidor afastado para exercer mandato eletivo possa contar para fins legais como tempo de contribuição e para a aposentadoria, para efeito de promoção por merecimento, geralmente, é necessário que o servidor esteja no exercício de suas funções para que seja avaliado e possa concorrer a promoções nessa modalidade.
Os servidores públicos em geral gozam das garantias de estabilidade e efetividade.
Errado
Apenas os servidores públicos efetivos, após o cumprimento do estágio probatório e aprovação neste, gozam da garantia de estabilidade. A efetividade é a condição do servidor nomeado para cargo de provimento efetivo, após a aprovação em concurso público, mas a estabilidade é uma proteção adicional após o estágio probatório.
O tempo de serviço prestado a um ente da federação deve ser computado no estágio probatório do servidor aprovado para cargo de outro ente.
Errado
O tempo de serviço prestado a um ente federativo não é automaticamente contado para efeito de cumprimento do estágio probatório em outro ente. O estágio probatório é um período de avaliação da aptidão e capacidade para o cargo no qual o servidor foi recém-nomeado. No entanto, para efeitos previdenciários, o tempo de serviço anterior pode ser contado para aposentadoria e outros benefícios, desde que haja a devida compensação financeira entre os entes federativos, conforme regras específicas de cada regime previdenciário.
A legislação infraconstitucional não pode, em princípio, definir a remuneração de um cargo público como percentual da remuneração de outro cargo.
Certo
O artigo 37, inciso XIII, da Constituição Federal veda expressamente que a remuneração de cargos públicos seja vinculada ou escalonada, proibindo que a remuneração de um cargo seja estabelecida como percentual da remuneração de outro. Esta disposição visa evitar distorções e efeitos cascata na estrutura remuneratória dos servidores públicos.
As competências dos estados federados são orientadas pelo princípio da exclusividade do interesse, o qual dispõe que as matérias de interesse exclusivamente regional interessam apenas aos estados.
errado
O princípio da exclusividade do interesse não é um princípio orientador das competências estaduais. Na verdade, muitas competências são concorrentes entre a União, os estados e, em alguns casos, os municípios. O que define a competência estadual não é a exclusividade, mas o princípio da preponderância do interesse regional ou local.
Em virtude da repartição de competências que a CF define, os estados federados encontram espaço para exercer certo grau de soberania, embora de forma limitada.
errado
Embora os estados tenham autonomia, eles não possuem soberania. A soberania é uma característica do Estado nacional como um todo, e no Brasil, ela é exercida pela União.
O poder constituinte que os estados podem exercer na produção de suas constituições se caracteriza por ser inicial e independente, embora não seja ilimitado.
errado
O poder constituinte exercido pelos estados na produção de suas constituições não é inicial nem independente; é um poder derivado e decorrente, limitado e subordinado à Constituição Federal.
Na repartição de competências não tributárias, as competências que a CF não tenha atribuído à União ou aos municípios cabem, em princípio, aos estados-membros.
certo
De acordo com o artigo 25, § 1º, da Constituição Federal de 1988 (CF), as competências que não são atribuídas à União ou aos municípios são, por exclusão, de competência dos estados. Isso se baseia no princípio de que o que não está expressamente concedido à União e não é de competência dos municípios é reservado aos estados, o que é conhecido como competência residual. No campo tributário, isso significa que os estados podem instituir impostos sobre matérias que não estejam expressamente vedadas ou atribuídas a outros entes federativos pela Constituição.
Em respeito às competências dos estados e à capacidade de que produzam sua própria constituição, as limitações ao poder decorrente são apenas as expressas na CF.
errado
As limitações ao poder de auto-organização dos estados não são apenas expressas, mas também implícitas, uma vez que as constituições estaduais devem obedecer não só às normas expressas na Constituição Federal, mas também aos princípios e estrutura estabelecidos por ela.
Cabe às polícias civis a apuração de todas as infrações penais, salvo as infrações militares.
errado
de acordo com o artigo 144 da Constituição Federal de 1988, não cabe exclusivamente às polícias civis a apuração de todas as infrações penais. A Constituição estabelece uma repartição de competências entre as diversas polícias. As polícias civis são responsáveis pela apuração das infrações penais, exceto as militares, mas a Polícia Federal também tem atribuições específicas, como a apuração de infrações penais contra a ordem política e social ou em detrimento de bens, serviços e interesses da União, incluindo outras infrações cuja prática tenha repercussão interestadual ou internacional que exija repressão uniforme.
É juridicamente válida a criação, por lei estadual, de órgão de polícia científica que não necessariamente componha a estrutura da Polícia Civil.
certo
a Constituição Federal permite que os estados organizem suas polícias civis com base em suas necessidades e conforme definido em lei. A criação de um órgão de polícia científica pode ser uma dessas organizações, e a ADI 6621 reforça que tal órgão pode compor a estrutura da Polícia Civil do estado, desde que a criação seja feita por meio de lei estadual e respeite os princípios e normas gerais estabelecidos pela Constituição.
As polícias de investigação criminal também exercem atividade administrativa não voltada à elucidação de infrações penais.
certo
as polícias de investigação criminal, além de suas funções judiciárias de apuração de infrações penais, também exercem atividades administrativas. Essas atividades administrativas não estão voltadas diretamente para a elucidação de infrações penais, mas podem envolver, por exemplo, a gestão de recursos humanos, controle de patrimônio, emissão de certidões e atendimento ao público em geral. Essas funções administrativas são essenciais para o suporte das atividades-fim das polícias.
A ação de habeas corpus é cabível apenas quando alguém tenha sofrido restrição ilegal de sua liberdade de locomoção e não deve substituir recurso no processo penal.
errado
O habeas corpus não é cabível apenas em situações de restrição ilegal da liberdade de locomoção; ele também pode ser preventivo, isto é, para evitar uma ameaça à liberdade de locomoção.