pediatria Flashcards
(43 cards)
Recém-nascido prematuro de 31 semanas apresenta taquipneia, tiragem intercostal e gemidos expiratórios nas primeiras 2 horas de vida. Mãe com diagnóstico de corioamnionite. Radiografia de tórax com padrão reticulogranular difuso e broncograma aéreo evidente. Qual o diagnóstico mais provável e qual a conduta inicial?
➡️ Responder explicando:
Diagnóstico: Síndrome do Desconforto Respiratório (SDR)
Conduta: suporte ventilatório com CPAP nasal, monitorização gasométrica, considerar surfactante intratraqueal conforme evolução clínica.
Recém-nascido de 27 semanas, 950g, parto vaginal por rotura prematura de membranas. Ao nascer, apresenta choro fraco e dificuldade respiratória progressiva. Não foi possível completar o esquema antenatal de corticoide. Qual a conduta ventilatória e farmacológica ideal na sala de parto?
Manutenção de temperatura, ensacolamento, suporte ventilatório com CPAP ou intubação conforme escore de Silverman-Andersen.
Administração precoce de surfactante, preferencialmente por técnica minimamente invasiva (LISA/MIST) se respirando espontaneamente.
RN prematuro de 25 semanas evolui nas primeiras horas com acidose respiratória (pH 7,20), PaCO2 de 70 mmHg e necessidade de FiO2 de 70% para manter SatO2 de 90%. RX de tórax mostra “pulmão branco”. Qual o manejo ventilatório e farmacológico neste caso?
Indicação de ventilação mecânica invasiva.
Surfactante intratraqueal.
Ventilação protetora para evitar baro/volutrauma.
Correção de distúrbios hidroeletrolíticos.
Prematuro extremo de 26 semanas, dependente de oxigenoterapia há 35 dias, apresenta episódios recorrentes de broncoespasmo e dificuldade no ganho ponderal. Qual o diagnóstico e quais medidas terapêuticas devem ser instituídas?
Diagnóstico: Displasia Broncopulmonar.
Tratamento: oxigenoterapia, diuréticos, broncodilatadores, corticoide inalatório, dieta hipercalórica, profilaxia com palivizumabe.
Gestante diabética mal controlada, em trabalho de parto com 34 semanas, indica cesárea eletiva. Quais medidas pré e pós-natais devem ser tomadas para prevenir e tratar a SDR?
Corticoide antenatal se tempo permitir.
Preparo neonatal para assistência ventilatória.
Surfactante conforme necessidade.
Monitorização metabólica por risco de hipoglicemia.
Prematuro com SDR em ventilação mecânica evolui com pneumotórax à direita. Quais são os mecanismos fisiopatológicos responsáveis por essa complicação e qual a conduta imediata?
Barotrauma pela hiperdistensão alveolar.
Inserção de dreno torácico.
Ajuste de parâmetros ventilatórios.
Recém-nascido prematuro com SDR grave, em ventilação mecânica e uso de surfactante, evolui com fontanela abaulada e sinais de piora neurológica no 3º dia de vida. Qual exame deve ser solicitado e qual a principal preocupação nesse contexto?
Ultrassonografia transfontanela.
Avaliar hemorragia intraventricular.
Importância da monitorização hemodinâmica e ventilatória.
Lactente com DBP estável em uso de oxigenoterapia domiciliar apresenta baixo ganho ponderal. Qual a estratégia nutricional indicada e qual a sua justificativa fisiopatológica?
Dieta hipercalórica (120-150 kcal/kg/dia).
Evitar volume excessivo que pode precipitar falência cardíaca.
Demanda energética aumentada para crescimento pulmonar e prevenção de infecções.
Lactente de 5 meses, nascido com 27 semanas, em seguimento ambulatorial para DBP. É outono. Qual imunoprofilaxia deve ser indicada e qual a justificativa?
Palivizumabe (imunoglobulina anti-VSR).
Risco aumentado de infecção grave pelo VSR em displásicos.
Prematuro com DBP evolui com taquipneia, hepatomegalia e sopro sistólico. Ecocardiograma revela hipertensão pulmonar. Explique a fisiopatologia dessa complicação e as medidas terapêuticas.
Fibrose pulmonar e vasoconstrição hipóxica como causa.
Tratamento com oxigenoterapia, diuréticos e possível uso de vasodilatadores pulmonares.
- Explique detalhadamente a fisiopatologia da Síndrome do Desconforto Respiratório (SDR), destacando o papel do surfactante e as alterações histopatológicas.
A SDR é causada pela deficiência de surfactante associada à imaturidade estrutural dos pulmões, típica de recém-nascidos prematuros. O surfactante, produzido pelos pneumócitos tipo II, reduz a tensão superficial alveolar, prevenindo o colapso na expiração. Sem ele, há colabamento alveolar, hipoventilação, hipoxemia e acidose. A tentativa de manter a oxigenação leva a esforço respiratório intenso, que causa lesão alveolar, ativação inflamatória, acúmulo de exsudato fibrinoso e formação de membrana hialina. As alterações histopatológicas incluem alvéolos preenchidos por fibrina e exsudato, espaços alveolares fechados e pulmões pesados, pouco arejados.
- Qual o principal fator fisiopatológico da Síndrome do Desconforto Respiratório (SDR) do prematuro?
A) Hipertrofia da musculatura lisa brônquica
B) Aumento da produção de surfactante
C) Deficiência de surfactante alveolar
D) Infecção viral congênita
E) Hipervolemia neonatal
✅ Resposta: C
Explicação: A SDR decorre da deficiência de surfactante associada à imaturidade pulmonar.
A respeito do surfactante pulmonar, assinale a alternativa correta:
A) É composto apenas por lipídios.
B) SP-A e SP-D são proteínas hidrofóbicas.
C) É produzido pelos pneumócitos tipo I.
D) A principal função é reduzir a tensão superficial alveolar.
E) A deficiência de SP-B não está associada a displasia broncopulmonar.
✅ Resposta: D
Explicação: Sua principal função é reduzir a tensão superficial, prevenindo o colapso alveolar.
A administração do surfactante exógeno deve ser feita preferencialmente:
A) Após 72 horas de vida
B) Quando o recém-nascido estiver em ventilação espontânea
C) Antes de 2 horas de vida, idealmente
D) Apenas em recém-nascidos com mais de 34 semanas
E) Sempre de forma profilática
✅ Resposta: C
Explicação: Administração precoce melhora desfechos, idealmente nas primeiras 2 horas.
Qual das seguintes complicações é mais comumente associada ao tratamento da SDR com ventilação mecânica?
A) Hemorragia hepática
B) Hipotermia
C) Retinopatia da prematuridade
D) Hematoma subdural
E) Leucomalácia periventricular
Resposta: C
Explicação: Exposição excessiva ao oxigênio pode levar à retinopatia da prematuridade.
A “nova” displasia broncopulmonar é caracterizada principalmente por:
A) Fibrose pulmonar exuberante
B) Desenvolvimento alveolar prejudicado
C) Metaplasia escamosa intensa
D) Hipertrofia importante da musculatura brônquica
E) Espessamento pleural acentuado
Resposta: B
Explicação: A nova DBP cursa com prejuízo do desenvolvimento alveolar e vascular.
Sobre o uso de corticoides antenatais, assinale a afirmativa correta:
A) Contraindicado em gestantes com risco de parto pré-termo.
B) Deve ser administrado no momento do parto.
C) Favorece a maturação pulmonar fetal.
D) Indicado apenas acima de 37 semanas.
E) Não influencia na incidência de SDR.
✅ Resposta: C
Explicação: Corticoide acelera a maturação pulmonar, reduzindo risco de SDR.
O método LISA/MIST de administração de surfactante é vantajoso porque:
A) Evita completamente o risco de displasia broncopulmonar
B) Permite administração sem necessidade de ventilação espontânea
C) Reduz necessidade de ventilação mecânica invasiva
D) É o único método indicado em prematuros abaixo de 24 semanas
E) É feito por acesso venoso
✅ Resposta: C
Explicação: O método minimamente invasivo reduz risco de VM e complicações associadas.
A indicação para iniciar ventilação mecânica em SDR inclui:
A) PaCO2 < 35 mmHg
B) FiO2 ≥ 60% com PaO2 < 50 mmHg
C) pH > 7,45
D) Saturação de oxigênio > 97%
E) Radiografia de tórax normal
✅ Resposta: B
Explicação: Critérios incluem hipoxemia grave apesar de FiO2 elevada.
A profilaxia com palivizumabe está indicada em:
A) Todos os prematuros, independentemente de idade gestacional
B) Apenas em neonatos com mais de 35 semanas
C) Displásicos, prematuros <28 semanas e cardiopatas cirúrgicos
D) Somente em crianças com mais de 2 anos
E) Apenas após episódio prévio de infecção por VSR
✅ Resposta: C
Explicação: Indicada para prevenir infecção grave por VSR em populações vulneráveis.
O surfactante intratraqueal deve ser administrado na dose de:
A) 20 mg/kg
B) 200 mg/kg
C) 50 mg/kg
D) 1 mL/kg
E) 100 mg/kg
✅ Resposta: B
Explicação: Dose padrão recomendada é de 200 mg/kg, podendo repetir conforme evolução.
Cite e explique os principais fatores de risco para a SDR, distinguindo entre causas maternas, obstétricas e neonatais.
Resposta:
Maternos: Diabetes Mellitus descompensada (hipóxia intrauterina, atraso na maturação pulmonar); falta de pré-natal adequado.
Obstétricos: Rotura prematura de membranas com corioamnionite, descolamento prematuro de placenta, partos traumáticos, cesariana eletiva precoce.
Neonatais: Prematuridade (quanto menor a IG, maior o risco), gemelaridade, asfixia perinatal, hipovolemia, hipotermia, hipoglicemia, hipoxemia prolongada.
Quais são os critérios diagnósticos da SDR no recém-nascido?
História de prematuridade e imaturidade pulmonar.
Início do desconforto respiratório nas primeiras 3 horas de vida.
Evidência de complacência pulmonar reduzida e trabalho respiratório aumentado.
Necessidade de oxigênio e/ou suporte ventilatório por >24 horas.
Radiografia de tórax com padrão reticulogranular e broncograma aéreo.
Diferencie os graus radiológicos da SDR, descrevendo as características de cada um (I a IV).
Grau I: Padrão reticulogranular fino, broncograma aéreo ausente ou discreto.
Grau II: “Vidro fosco”, broncograma além da silhueta cardíaca, silhueta menos nítida.
Grau III: Reticulogranular confluente, broncograma generalizado, silhueta cardíaca mal definida.
Grau IV: Opacificação total (“pulmão branco”), broncograma intenso, silhueta cardíaca não visualizada.