Queimados Flashcards

(56 cards)

1
Q

Principal etiologia das queimaduras no Brasil

A

Chama

2º lugar: escaldadura

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
2
Q

Queimaduras

A

Feridas traumáticas causadas por agentes térmicos, químicos, elétricos, radioativos ou fricção que atuam nos tecidos de revestimento do corpo humano, determinando destruição parcial ou total da pele e seus anexos, podendo atingir camadas mais profundas, como tecido celular subcutâneo, músculos, tendões e ossos

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
3
Q

CLASSIFICAÇÃO ETIOLÓGICA DAS QUEIMADURAS

A

Calor (chama, escaldadura e contato), químicos, eletricidade, fricção e radiação.

  1. Chama: lesão por ar superaquecido
  2. Escaldadura: lesão por contato com líquidos quentes
  3. Contato: lesão por contato com materiais sólidos quentes ou frios
  4. Químicos: lesão por contato com agentes químicos nocivos
  5. Eletricidade: lesão por condução de corrente elétrica através dos tecidos
How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
4
Q

CLASSIFICAÇÃO SEGUNDO A PROFUNDIDADE:

A
  • Primeiro grau: Envolvem apenas a epiderme e não deixam sequelas
  • Segundo grau superficial: Epiderme + derme superficial. Não costuma deixar cicatriz mas o local da lesão pode ser mais claro (discromia)
  • Segundo grau profundo: Toda a derme. Há destruição das terminações nervosas da pele e deixa cicatrizes
  • Terceiro grau: Profundas, acometem toda a derme e atinge subcutâneo, com destruição total de nervos, folículos pilosos, glândulas sudoríparas e capilares sanguíneos. Não curam sem apoio cirúrgico.
How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
5
Q

Queimaduras de Primeiro grau

A
  • Superficial
  • Envolvem apenas a epiderme
  • Dor, calor e eritema (com palidez ao toque)
  • Lesão seca e não produz bolhas
  • Melhora no intervalo de 3 a 6 dias podendo descamar
  • Não há formação de cicatriz, não necessitam de reposição volêmica.
How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
6
Q

Queimaduras de Segundo grau superficial

A
  • Epiderme + porção superficial da derme (papilar)
  • Dor, edema, bolhas, erosão e ferida de aparência úmida (base da bolha rósea/hiperemiada)
  • Reepitelização ocorre a partir dos anexos subcutâneos
  • Melhora de 3 a 4 semanas
  • Não costuma deixar cicatriz, mas pode ocorrer discromia
How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
7
Q

Queimaduras de segundo grau profunda

A
  • Acometem toda a derme
  • Pode ocorrer destruição das terminações nervosas da pele, glândulas sudoríparas e folículos capilares (lesões menos doloridas, secas, de base branca e de difícil reepitelização)
  • A cicatrização demora mais que 3 semanas e costuma deixas cicatrizes, geramente necessita de enxertia
How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
8
Q

Queimaduras de Terceiro grau

A
  • Acometem tecidos subcutâneos, com destruição total de nervos, folículos pilosos, glândulas sudoríparas e capilares sanguíneos, podendo atingir músculos e estruturas ósseas.
  • Lesões esbranquiçadas/acinzentadas ou enegrecidas/com aspecto de couro, secas, indolores e deformantes que não curam sem apoio cirúrgico, necessitando de enxerto ou retalho.
How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
9
Q

Queimaduras de Quarto grau

A
  • Algumas literaturas trazem terceiro grau como até o subcutâneo e quarto grau como queimaduras que atingem músculos, ossos e órgãos internos (típico de queimaduras elétricas)
  • ATLS não
How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
10
Q

Classificação por extensão

(Regra dos 9 de Wallace)

A

Adulto:

  • Toda a cabeça e pescoço: 9% da superfície corporal total
  • Membro superior: 9%. 4,5% frente e 4,5% dorso
  • Tronco: 36%. 18% frente e 18% dorso
  • Membro inferior: 18%. 9% frente e 9% dorso
  • Períneo e Genitália: 1%

Criança (o que muda)

  • Cabeça: 18%
  • Membro inferior: 14%, sendo 7% frente e 7% dorso

Para determinar com maior precisão o tamanho das feridas em CRIANÇAS, pode ser usado o diagrama de Berkow, que classifica o tamanho de acordo com a idade da criança.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
11
Q

Repercussões locais das queimadura

(zonas de dano tecidual)

A

Zona de coagulação

  • Porção central da lesão
  • Tecido não viável (destruído no evento causal e sem chance de recuperação)

Zona de estase

  • Porção com inflamação e baixos níveis de perfusão
  • Tecido viável, porém, pode se tornar inviável nas primeiras 48h, expandindo a área e profundidade da lesão
  • Pode ser salvo ou não

Zona de hiperemia

  • Área mais externa,
  • Não há dano, mas sim, inflamação.
  • A perfusão microvascular não é prejudicada, não há risco de perda tecidual
How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
12
Q

Alterações sistêmicas (gerais) nos queimados

A
  • As alterações sistêmicas irão envolver diversos órgãos
  • Resposta circulatória hiperdinâmica com aumento da temperatura corporal, com glicólise, lipólise, proteólise

Na ausência de suporte nutricional, as reservas proteicas rapidamente se esgotam, levando à desnutrição e à perda de tecido muscular ativo

  • Existem duas fases após o episódio de queimadura: “EBB PHASE” OU HIPODINÂMICA (refluxo)
  • Fase de Fluxo hiperdinâmico e hipermetabólico (hiperdinâmica)
How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
13
Q

“EBB PHASE” OU FASE HIPODINÂMICA (refluxo)

A
  • Dura de 24 a 72h
  • Permeabilidade vascular aumentada e extravasamento de fluidos para o interstício (depleção de volume intravascular e formação de edema)
  • Mecanismo responsável: liberação de mediadores de permeabilidade microvascular e liberação de mediadores inflamatórios
  • O objetivo nessa fase é restaurar e manter a perfusão tecidual, evitando isquemia por hipovolemia
How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
14
Q

Fase de fluxo hiperdinâmico e hipermetabólico (hiperdinâmica)

A
  • Início 24-72h após queimadura
  • Diminuição da permeabilidade vascular
  • Aumento da FC e diminuição da RVP = aumento do DC (1,5x maior; Taxa metabólica 3x maior)
  • Cicatrização da integridade microvascular e aumento do fluxo sanguíneo periférico = redistribuição preferencial para a área queimada
  • Semanas a anos para resolução
How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
15
Q

ESTADO HIPERMETABÓLICO - QUEIMADURAS

A

Consequência da liberação de mediadores inflamatórios + resposta ao estresse

  • Aumento dos hormônios catabólicos (cortisol, catecolaminas) = aumento da lipólise e proteólise
  • Diminuição dos hormônios anabólicos (GH e testosterona)
  • Aumento da taxa de matabolismo basal (aumento da temperatura corporal)
  • Aumento da demanda de glicose e neoglicogênese hepática
  • Uso da proteína muscular como fonte de energia.
How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
16
Q

ALTERAÇÕES SISTÊMICAS

CARDIOVASCULARES

A
  • No início, fase de debito diminuído, resistência aumentada, pois há hipovolemia.
  • Depois de 24 a 72h, com a reposição volêmica adequada, há aumento do DC, da FC, e um estado hiperdinâmico
  • Pode haver arrtmias provocadas pela rabdomólise, principalmente em queimaduras elétricas
How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
17
Q

ALTERAÇÕES SISTÊMICAS

RENAIS

A

Alteração da volemia, diminuição do DC e do fluxo sanguíneo para os rins, podendo levar à necrose tubular e IRA.

No casos das queimaduras elétricas, a IRA pode ocorrer secundária a rabdomiólise, comum nesse tipo de lesão.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
18
Q

ALTERAÇÕES SISTÊMICAS - SISTEMA IMUNE

A
  • Perda da barreira de proteção natural da pele
  • Depressão imunológica
  • Formação de reguladores negativos do crescimento mieloide (diminui a produção na medula de fatores para maturação de células da linhagem mieloide: macrófagos, neutrófilos)
  • Alto risco de infecções (principal causa de morte)
How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
19
Q

ALTERAÇÕES SISTÊMICAS

GASTROINTESTINAIS

A
  • Atrofia mucosa (morte epitelial por apoptose)
  • Diminuição da absorção de glicose, ác. graxos, AA
  • Aumento da permeabilidade da mucosa à macromoléculas
  • ÍLIO PARALÍTICO (se SQ > 25%, choque ⇒ vasoconstricção da mucosa intestinal ⇒ ilío paralítico. retorno a peristalse: 3 a 5° dia)
How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
20
Q

A primeira etapa no atendimento de um queimado

A

Interromper o processo da queimadura

  • Irrigação com abundantes volumes de água em temperatura ambiente
  • Retirada de todas as roupas e joias
  • Curativos estéreis e não aderentes (evita contaminação continua e dor pelo fluxo de ar sobre as terminações nervosas expostas)
  • Cremes não devem ser aplicados nesse momento (impedem a visualização direta da queimadura e a determinação da gravidade)
How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
21
Q

Exame básico inicial dos queimados

A

Queimado = politraumatizado

Avaliação primaria (ABCDE) e secundaria

A – Vias Aéreas e c cervical: Avaliar a presença de corpos estranhos, verificar e retirar qualquer tipo de obstrução.

B – Boa respiração? Administração de O2 a 100% (máscara umidificada). Suspeita de lesão inalatória = IOT precoce. Avaliar queimaduras circunferenciais no tórax (limitação constrictiva, escarotomia)

C – Circulação. 2 AVP calibrosos (mesmo em área queimada, na impossibilidade - acesso central), determinar SCQ e usar Parkland para repor volemia.

D – Disfunção neurológica: Glasgow, pupilas.

E – Expor e Examinar a área queimada, avaliar a lesão

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
22
Q

Critérios de transferência para o centro de queimados

A

Critérios:

  1. Queimaduras de 2° grau com + de 10% da SCQ
  2. Queimaduras de 3º grau
  3. Queimaduras em face, pés, mãos, períneo e grandes articulações
  4. Queimaduras elétricas (incluindo raios) e químicas
  5. Lesões inalatórias
  6. Lesões circunferenciais
  7. Queimaduras + comorbidades
  8. Queimaduras + trauma
  9. Situações de maus tratos, autoextermínio e situações sociais adversas
How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
23
Q

Reposição volêmica

A
  • 2 Acessos venosos calibroso
  • Determinação da SCQ
  • Parkland: xml x peso corporal (kg) x % SQC
    • 2 mL no > 14 anos
    • 3 mL < 14 anos ou < 30 Kg
    • 4 mL na queimadura elétrica
  • Infusão: 50% do volume , nas primeiras 8 h e 50% nas 16h seguintes
  • Observar diurese e glicemia

IMPORTANTE: O tempo da infusão é contado a partir do horário que ocorreu a queimadura e não que o doente chegou a unidade de tratamento.

24
Q

Fórmula de Parkland

A

2ml x peso corporal (kg) x % da área queimada

  • 2 mL se > 14 anos
  • 3 mL se < 14 anos ou 30 Kg
  • 4 mL se queimadura elétrica

Preferencialmente = RL

25
Tratamento da dor
Para adultos: * Dipirona = de 500mg a 1 grama (EV) * Morfina = Administre de 0,5 a 1mg para cada 10kg de peso (diluído em SF a 0,9%) Para crianças: * Dipirona = de 15 a 25mg/kg em EV * Morfina = Administre de 0,5 a 1mg para cada 10kg de peso (diluído em SF a 0,9%)
26
Nutrição queimados
Não existe nada na medicina que eleve a resposta metabólica quanto um grande queimado Fórmula de Curreri e Luterman * 25 kcal/kg/dia + 40kcal x %SCQ Outras medidas * 1 a 2g/kg/dia de proteína * Agentes anabólicos: GH, IGF, Insulina, Testosterona, Propanolol e Oxandrolona O uso de sondas nasoentéricas são recomendadas em paciente com superfícies queimadas \> 20%
27
Condições favoráveis a infecções em queimados
* Perda da integridade cutânea * Imunodepressão * Predisposição à translocação bacteriana a partir do trato digestivo (sonda enteral precoce parece diminuir esse risco) * Presença de dispositivos invasivos (ventilação mecânica, cateteres venosos profundos, sonda vesical de demora)
28
Como reduzir complicações infecciosas em queimados
* Vigilância constante * Antibiótico profilático perioperatório (debridamento e troca de curativos em CC) * Higiene das mãos * Cabeceira a 30 a 45° * Nutrição enteral precoce * Controle glicêmico adequado
29
USO DE ANTIBIÓTICOS EM QUEIMADOS
Antibioticoprofilaxia * Prescrita em casos de desbridamento e enxertia, no perioperatório, não utilizar por mais de 24h. ATB tópicos: pomadas e soluções (não esterilizam, mantém os micro-organismos sob controle) * Acetato de mafenida a 11% (Sulfamylon®), sulfadiazina de prata a 1% (Silvadene®), polimixina B, neomicina, bacitracina, mupirocina e agente antifúngico nistatina. ATB sistêmicos: * Não devem ser recomendados rotineiramente (promovem pressão seletiva) * Organismos que devem ser levados em consideração na escolha (S. aureus e Pseudomonas spp)
30
Escarotomia X Fasciotomia
Escarotomia * indicada em paciente que apresentam queimadura de 3º grau circunferencial de tórax ou extremidades que estejam cursando com restrição da expansão torácica ou isquemia distal. * Neste procedimento é realizado apenas a incisão da escara (queimadura de 3º grau) para liberação da restrição. Fasciotomia * Indicado quando o paciente apresenta síndrome compartimental após dano causado em um grupo muscular (fraturas e queimaduras elétricas, mas comumente) onde o aumento da pressão causada pelo acúmulo de sangue ou fluídos no compartimento causam sofrimento tecidual (compressão vasculo-nervosa). * Neste caso, é realizado uma incisão da fáscia para liberação da pressão dos compartimentos
31
Cuidados com a ferida
Métodos conservadores: limpeza diária com desbridamento manual dos tecidos soltos e a aplicação de substâncias tópicas Métodos agressivos: excisão cirúrgica, enxertos e os retalhos. 1. Desbridamento com a retirada de corpos estranhos e tecidos desvitalizados (Há discordância entre a retirada ou não de bolhas) 2. Limpar a ferida com água e clorexidina desgermante a 2% (Na falta desta, água e sabão neutro) 3. Aplicar sulfadiazina de prata a 1% (antibiótico tópico mais utilizado). Trocar 2 x/dia porque a prata oxida-se. 4. Fazer curativo oclusivo, exceto em face e períneos. As camadas do curativo são: atadura de morim ou de tecido sintético (rayon) contendo o princípio ativo (sulfadiazina de prata a 1%), gaze absorvente/gaze de queimado + algodão hidrófilo + atadura de crepe.
32
Excisão/Desbridamento
* **Excisão tangencial:** melhor resultado estético (raspagens de 0,1 a 0,3 mm). * **Excisão fascial:** caráter mutilante. Por lesar vasos linfáticos pode gerar linfedema. É utilizada em casos de queimaduras que atravessem gordura e músculos e queimaduras infectadas. * **Excisão total:** faca de mão ou dermátomo (calibrado 0,4 a 0,8 mm) passado para desbridar excisando a ferida de espessura total até achar um leito viável (gordura)
33
Enxertia
Promove fechamento da ferida Substratos biológicos e sintéticos * Biológicos * Autoenxerto: mais utilizados * Aloenxertos (cadáveres): substitutos temporários * Xenoenxertos (animais): substitutos temporários por causa da resposta imunológica Fechamento verdadeiro só pode ser obtido com autoenxertos ou isoenxertos (gêmeos univitelinos).
34
Balneoterapia
* Banho com água corrente ou uso de compressa úmida feito diariamente em sala do CTQ * Troca do curativo e a degermação das feridas (com clorexidina ou PVPI) * Executado sob efeito de analgesia e sedação Finalidades: * Higiênica (evitar infecção, remoção de impurezas e manutenção da área cruenta limpa) * Terapêutica (facilitar a cicatrização pela melhoria das condições de circulação sanguínea) * Preventiva (prevenir sequelas de retração cicatricial) Analgesia ⇒ retirada do exsudato com água corrente ⇒ escovação da área com degermante ⇒ abrasão e retirada de tecido necrótico ⇒ enxágue ⇒ secagem ⇒ terapia tópica sulfadiazina de prata ⇒ curativo.
35
QUEIMADURAS DE VIAS AÉREAS - Etiologia
Térmica x Tóxica * Tóxica: Lesão inalatória resultante da inalação de gases tóxicos e produtos incompletos da combustão (mais comum p.ex. CO) * Térmica: Fogo ou substância muito quente (muito difícil acontecer) A lesão inalatória (LI) é a principal causa da mortalidade em pacientes queimados ou vítimas de incêndio.
36
Intoxicação por CO | (Aspectos gerais e clínica)
Intoxicação por CO → uma das causas mais frequentes de óbito nos pacientes com LI → a extensão da lesão depende da concentração de CO, duração da exposição e das comorbidades do indivíduo exposto. Os sintomas podem ser relacionados com o nível de carboxiemoglobina no sangue: * Cefaleia pulsátil, dispneia, irritabilidade, diminuição da visão, confusão, convulsões e inconsciência, podendo ser fatal quando atinge cerca de 80%
37
QUEIMADURAS DE VIAS AÉREAS - Diagnóstico
Sinais e sintomas indicativos de LI Diagnóstico-padrão: broncoscopia das vias aéreas superiores. Achados compatíveis com lesão por inalação: * edema das vias aéreas, inflamação, necrose da mucosa, presença de fuligem e carbonização das vias aéreas, descamação de tecido e material carbonáceo nas vias aéreas.
38
QUEIMADURAS DE VIAS AÉREAS - Manejo
* Administração de oxigênio a 100% (máscara facial ou cateter nasal); * Manutenção da perviedade das vias aéreas; * Evidência inicial de edema das vias aéreas superiores **à** **INTUBAÇÃO PRECOCE!** * Remoção broncoscópica de rolhas de secreção; * Terapia de nebulização: heparina, alfa miméticos ou polimixina B (2 a 6x/dia). * Cuidado com a hidratação (se excessiva pode causar edema agudo de pulmão). * Antibiótico apenas se infecção pulmonar.
39
QUEIMADURAS QUÍMICAS
O grau de lesão tecidual é determinado pela natureza química (ácidos, álcalis, fenol, fósforo), sua concentração e duração do contato cutâneo. Geralmente são meis profunda do que parecem * Remoção imediata de roupas e irrigação precoce e copiosa, pois dilui e remove o agente químico * Pós secos devem ser retirados das áreas afetadas anteriormente à lavagem (podem reagir com a água) * A Neutralização é controverso, geralmente não indicada devido ao risco de produção de calor * Os pacientes devem ser monitorados. Eles estão sujeitos a distúrbios metabólicos (alterações do pH) * A reanimação volêmica (com observação de débito urinário). * A gasometria (e eletrólitos) deve ser realizada * O desbridamento cirúrgico, quando indicado * Após a lavagem e o desbridamento adequados, as queimaduras são cobertas com agentes antimicrobianos ou substitutos cutâneos * Enxertos ou retalhos de acordo com a necessidade.
40
Queimaduras elétricas
Porta de entrada e de saída → marca de Jellinek **BAIXA VOLTAGEM (\< 1000V):** * Lesões menos extensas * Fibrilação ventricular e assistolia **ALTA VOLTAGEM (\> 1000V):** * Lesões extensas e profundas * Necrose tissular * Depressão do centro respiratório Dano muscular ⇒ síndrome compartimental ⇒ mioglobinúria ⇒ rabdomiólise ⇒ arritmias transitórias e dano renal * Fasciotomia * Induzir a diurese e alcalinizar a urina
41
Queimaduras elétricas - manejo
* **Atendimento inicial**: seguir o ABCDE do trauma * **Monitorização cardíaca**: arritmias sérias podem ocorrer mesmo depois que um ritmo cardíaco estável tenha sido obtido, sendo necessária rigorosa monitoração cardíaca durante as primeiras 24 horas. * **Hidratação generosa**: possibilidade de lesão renal pela mioglobinúria. * **Debridamento do tecido necrótico** * **Enxertos** (aloenxertos, xenoenxertos, curativos sintéticos): em queimaduras de 2º grau * **Retalhos**: em queimaduras que atingem tendões, ossos ou articulações. * **Amputação**: se a pele, o tendão, os ossos, os nervos e todos os vasos sanguíneos estiverem danificados.
42
INSUFICIÊNCIA ORGÂNICA
Sabe-se que uma cascata de eventos sistêmicos é colocada em movimento por organismos invasivos ou feridas abertas, o que inicia a síndrome da resposta inflamatória sistêmica e pode evoluir para falência múltipla dos órgãos
43
Alterações sistêmicas Hematológicas
* Perda plasmática inicial * Perda de massa eritrocitária * Desvio do metabolismo proteico, menor produção de hemácias e maior produção de fibras cicatriciais
44
Alterações sistêmicas Endócrinas
Início * Padrão catabólico * Níveis elevados de glucagon, cortisol e catecolaminas * Níveis diminuídos de insulina e tri-iodotironina Após hidratação * Inversão * Anabolismo
45
Causa mais frequente de morte no incêndio
Hipóxia
46
Sinais e sintomas suspeitos de lesão inalatória
* Queimadura em ambiente fechado * Cílios e face acometida * Rouquidão * Estridor * Escarro carbonáceo * Dispneia * Queimadura nas vibrissas * Insuficiência respiratória SEMPRE OLHAR VIA AÉREA (LEMBRAR DE KEPNER)
47
Critérios para IOT precoce em queimados
* Sinais e sintomas de lesão por inalação * ESG \< 8 * PO2 \<60 * PCO2 \>55 * SatO2 \< 90% * Edema de face e/ou orofaringe
48
Controle da diurese na reposição volêmica do queimado
Débito urinário * **0,5 a 1 mL/kg/h Adultos** * **1 mL/kg/h Crianças** Se o DU for maior a taxa de infusão EV pode ser reduzida (a diurese guiará a reposição volêmica) Sonda vesical de demora para o controle da diurese nas queimaduras com SCQ \> 20% em adultos e 10% em crianças
49
Quando pedir sonda vesical de demora para o controle da diurese de um queimado?
Queimaduras com SCQ \> 20% em adultos e 10% em crianças
50
Consequencias no TGI
Íleo paralítico (20% dos pacientes. Pelo choque, vaso constricção da mucosa intestinal) Úlcera gástrica pelo estresse ⇒ úlceras de Curling (profilaxia com protetos gástrico)
51
Grande queimado que evolui com HDA, qual principal causa a investigar?
Úlcera de Curling
52
O edema das VAS normalmente aumenta dentro de _____ horas
9 a 12 horas
53
Agente químico mais comum causador de queimaduras
Álcalis * Mais comuns * Queimaduras com maior profundidade * "água" de bateria, motor de carros, motos
54
A destruição tecidual característica das queimaduras elétricas é explicada por três fatores
1. Lesão vascular direta 2. Produção de tromboxanos, induzindo a formação de trombos 3. Efeito Joule, produção de calor pela passagem de corrente elétrica através dos tecidos, causando queimadura
55
Marca de Jellinek
* Permite identificar a eletricidade como causa da queimadura. * É a marca que imprime o local de entrada da corrente elétrica no corpo * Coloração pardo-acinzentada, de dimensões variáveis, consistência firme, bordas elevadas e centro deprimido.
56
A queimadura elétrica pode não produzir lesões cutâneas extensas, mas suas consequências sistêmicas podem ser exuberantes, especialmente do ponto de vista cardiológico e renal. A ocorrência de IR na fase aguda de uma queimadura desse tipo pode ser explicada, principalmente, por:
Rabdomiólise secundária à corrente elétrica com posterior mioglobinúria