SCAST Flashcards

1
Q

Quando ocorrem as mortes por IAM e qual a causa principal?

A

Até 65% ocorre na primeira hora após o IAM, sendo principalmente por FV, ocorrendo, geralmente, antes de qualquer atendimento médico.

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2
Q

O que é o IAM e qual a diferença entre o IAMSST e o IAMST?

A

É a necrose de uma porção do músculo cardíaco. O IAMSST é um infarto causado por uma suboclusão coronariana (geralmente por um trombo branco), correspondendo à maioria dos casos (70%). Já o IAMST é aquele que ocorre por oclusão TOTAL da coronária, relacionando-se com o trombo vermelho (rico em fibrina).

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3
Q

O que significa a onda Q patológica?

A

Reflete uma inatividade elétrica transmural, podendo ser reversível ou não (não necessariamente significa necrose miocárdica).

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4
Q

Quais coronárias são mais acometidas pelo IAMST?

A

Os 3 principais ramos são acometidos igualmente (DA, Cx e CD).

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5
Q

Qual a etiologia da oclusão total das coronárias?

A

Aterotrombose (> 95% dos casos - trombo sobre a placa que sofreu ruptura). Outros: vasculite, angina de Prinzmetal (vasospasmo), embolia (EI, trombo de valva, embolia paradoxal), cocaína (trombo ou espasmo), etc.

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6
Q

Como a lesão da placa se relaciona com o tipo do IAM?

A

Uma lesão na placa apenas com fissuras mais superficiais, sem exposição total do conteúdo trombogênico, se relaciona mais com uma suboclusão das coronárias (IAMSST), enquanto que lesões mais profundas origenam os trombos vermelhos (IAMST). *Vale ressaltar que o grau de obstrução pela placa NÃO se relaciona com o grau de instabilidade dela.

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7
Q

Quais os principais determinantes da vulnerabilidade de uma placa de ateroma?

A

O grau de inflamação intraplaca, a magnitude do conteúdo lipídico e a espessura da capa fibrótica.

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8
Q

Qual o 1° evendo da evolução natural de um IAMST?

A

O primeiro evento da cascata isquêmica é o déficit contrátil segmentar (acinesia ou discinesia), sendo evidências de ISQUEMIA TRANSMURAL (visualizado pelo eco). Se a área for significativa (> 25%) instala-se uma IVE, podendo evoluir para EAP. Se isquemia em > 40%, o risco de choque cardiogênico é grande (a maioria não chega a esses 2 estágios). Porém, a disfunção DIASTÓLICA é mais comum e precoce que a sistólica, podendo ocasionar aumento na pressão de enchimento de VE e congestão pulmonar. A B4 é a regra no IAM, refletindo disfunção diastólica.

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9
Q

Como a contração miocárdica fica afetada após o IAM?

A

Ocorre o miocárdio atordoado (“stunned myocardium”), em que há um déficit contrátil que pode levar horas ou dias para se normalizar após a reperfusão bem sucedida (com ou sem necrose). É um fenômeno importante pois, mesmo após reperfusão, pode haver IVE.

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10
Q

Como é a evolução da necrose após o IAMST?

A

Inicialmente, a necrose se instala na região subendocárdica, região menos nutrida da área isquêmica, estendendo-se para a periferia até que toda a área isquêmica esteja infartada. A necrose começa após 30 minutos da oclusão e se completa entre 6-12h. A necrose pode acometer toda a parede (transmural) ou não.

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11
Q

Quais os fatores que influenciam na transformação da região de isquemia para necrose?

A

A circulação colateral, o consumo de O2 pelo miocárdio (é comum um aumento no MVO2 na fase aguda do IAM por aumento do tônus adrenérgico, favorecendo a necrose do tecido) e a reperfusão miocárdica (reestabelecimento da perfusão por recanalização coronariana, podendo ocorrer pelo sistema fibrinolítico endógeno ou por trombólise ou angioplastia). Quando antes ocorrer a reperfusão miocárdica, melhor o px.

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12
Q

Qual situação cardíaca pode ocorrer pós-IAM que afeta significativamente a morbimortalidade do paciente? Explique.

A

O remodelamento cardíaco pós-IAM, em que a região infartada pode se remodelar entre 3-10d após o IAM, ficando maior e mais fina essa região de discinesia e alterando a geometria ventricular. Isso faz com que o miocárdio saudável se hipertrofie e favoreca a formação do aneurisma ventricular (complicação mecânica do IAM), podendo se romper ou facilitar a formação de trombos. Esse remodelamento costuma piorar a função sistólica, podendo haver ICC nesse período pós-IAM. O mais importante determinante do remodelamento é a pós-carga.

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13
Q

Qual droga é fundamental na redução do remodelamento cardíaco pós-IAM? Explique.

A

Os IECAs, que inibem o remodelamento por bloqueio da AT II, diminuindo a pós-carga ventricular. *O uso de AINEs e GCs nas primeiras 4-8s após o IAM deve ser evitado por prejudicar a cicatrização miocárdica e favorecer o remodelamento.

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14
Q

Qual o QC do IAMST?

A

Dor torácica anginosa (até 85% dos casos), forte intensidade, longa duração (> 20 minutos) e não se resolve por completo no repouso/nitrato SL. Pode ahver também dispneia, náuseas e vômitos, palidez sudorese fria, ansiedade e sensação de morte iminente. A dor pode irradiar para o epigástrio, dorso (ddx DAA), MMSS (principalmente o E), pesçoco/mandíbula (sensação de “sufocamento”). A dor NÃO irradia inferiormente à cicatriz umbilical ou para os trapézios. Até 60% dos casos são precedidos por estresse físico ou emocional, opde haver um pródromo até 8s antes (AI) e geralmente ocorre entre 6-12h do dia. *Alguns pacientes podem manifestar dores atípicas ou apenas equivalentes anginosos, como dor em queimação/facada, dispepsia, exaustão, lipotímia, síncope, déficit neurológico focal (AVE/AIT), choque cardiogênico indolor, EAP, morte súbita (FV).

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15
Q

A irradiação da dor precordial para o trapézio sugere qual dx?

A

Pericardite aguda.

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16
Q

Quais as principais características de risco para manifestações atípicas do IAM?

A

Idade avançada, mulheres, DM, ICC, marca passo definitivo, tx cardíaco.

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17
Q

Qual o EF do IAMST?

A

A maioria dos casos não apresenta alteração (< 20% possui alterações), sendo que os principais são bradicardia/taquicardia sinusal, hipertensão arterial e B4. A presença de estertores, hipotensão sistólica (PAS < 110) e taquicardia sinusal são ominosos e implicam risco aumentado de eventos adversos nas próximas 72h. Se IVE aguda: B3, estertores, dispneia e ortopneia. Pode haver EAP e sinais de hipoperfusão generalizada (hipotensão, pulsos finos, palidez, sudorese fria, oligúria e confusão mental - choque cardiogênico).

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18
Q

Como estratificar o prognóstico do IAM com base nos sinais e sintomas do paciente?

A

Através da classificação de Killip:

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19
Q

Quais as alterações laboratoriais inespecíficas do IAMST?

A

A necrose promove resposta inflamatória, podendo haver leucocitose (12-15k) por volta do 2-4° dia, elevação do VHS e PCRQ. Todas as frações do colesterol se reduzem após as primeiras 24h do infarto, que se mantém até 30d do pós-IAM.

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20
Q

Como dx o IAMST?

A

Anamnese + ECG + MNM (definição universal do IAM):

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21
Q

Quais dados da história clínica me direcionam para o dx de IAMST?

A

Queixas típicas (dor precodrial constritiva de início agudo e intensa) ou atípicas em paciente com risco para IAM mascarado.

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22
Q

Qual a importância do ECG sugerem dx de IAM?

A

O ECG não só pode confirmar o dx como é um divisor de águas na conduta: supra de ST ou BRE de 3° grau novo/supostamente novo indica a reperfusão miocárdica emergencial (a ausência de achados no ECG não exclui SCA, por isso o ECG deve ser repetido a cada 5-10 minutos no paciente que continua sintomático).

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23
Q

Quais os critérios eletrocardiográficos para IAMST?

A

Supradesnível de ST ≥ 1 mm em duas derivações contíguas no plano frontal ou precordiais (exceto V2-V3, em que é preciso valores específicos para cada idade) ou BRE completo novo ou supostamente novo. O supra de ST sugere oclusão TOTAL da coronária.

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24
Q

O supra de ST é patognomônico de IAM? Explique.

A

Não, pois devemos lembrar que a angina de Prinzmetal pode promover supra de ST. O aneurisma ventricular também. Porém, a angina se caracteriza pelo rápido desaparecimento do supra de ST de forma espontânea ou após o uso de nitrato.

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25
Q

Como é a evolução típica de um ECG de IAMST?

A

1) Fase hiperaguda (primeiras horas): supra de ST proeminente com onda T positiva, promovendo um formato retificado ou côncavo do ST-T. A onda Q ainda não apareceu e a onda R pode aumentar muito. 2) Fase subaguda (após as primeiras hrs até 4s): onda T começa a se negativas, modificando o ST para forma de abóboda. A onda R reduz amplitude (pode desaparecer) e surge a onda Q patológica (indica inatividade elétrica transmural - se crônica = necrose transmural). 3) Fase crônica (após 2-6s): supra de ST desaparece e permanece a onda Q patológica, marcando a sequela do IAM (área de necrose). Pode persistir a alteração na onda T (inversão).

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26
Q

Qual fase do IAMST é essa?

A
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27
Q

Qual fase do IAMST é essa?

A
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28
Q

Qual fase do IAMST é essa?

A
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29
Q

Qual o ECG de um bloqueio de ramo por IAM?

A

É um BAV 3° grau (BAVT), que dificulta a visualização do supra de ST (principalmente no BRE). Ou seja, um BRE de 3° grau novo/supostamente novo, no paciente sintomático, significa IAMST, especialmente se supra ST > 5 mm em V1-V2 e > 1 mm em V5-V6.

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30
Q

O que é a imagem em espelho do IAMST e quando ocorre?

A

Ocorre no IAMST dorsal, sendo captada pelas precordiais como uma imagem em espelho, havendo a imagem dem espelho de uma onda Q com supra de ST na forma de uma onda R com infra de ST

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31
Q

Qual a peculiaridade do IAMST em parede inferior?

A

Eu devo sempre fazer as derivações direitas (V3R e V4R) e as posteriores (V7 e V8). Esse IAM se correlaciona com oclusão de CD, sendo pouco visualizada nas derivações clássicas.

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32
Q

Como os MNM variam no decorrer do tempo?

A

O miocárdio injuriado libera os MNM. Na persistência da isquemia, os MNM são lentamente absorvidos pelo sistema linfático, havendo elevação e descenso estereotipado no plasma, enquanto que se houver reperfusão, são mais rapidamente removidos, havenod o pico precoce.

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33
Q

Qual a importância dos MNM?

A

A curva de MNM confirma o dx de IAM, avalia sua extensão, px e pode detectar a ocorrência de reperfusão.

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34
Q

Quais os MNM recomendados pela SBC para IAM?

A

A troponina (T ou I) e a CK-MBM. *A CK-MBA e a CK total só deve ser usada se ausência de métodos melhores.

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35
Q

Explique o MNM CK total.

A

A CK (creatinoquinase) é uma enzima presente em todos os tipos de músculo. É muito sensível para lesão muscular mas pouco específico para IAM. Seus níveis aumentam a partir de 4-6h do evento, pico em 24h e retornam ao normal em 36-48h.

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36
Q

Explique o MNM CK MB.

A

É a isoforma da CK predominante no músculo cardíaco, sendo mais específica que a CKt. A CK-MBM se altera em 3-6h do evento, com pico em 16-24h e normalização em 48-72h. S de 50% nas primeiras 3h e 80% em 6h (muito melhora que a CK-MB atividade).

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37
Q

Explique o MNM mioglobina.

A

Hemoproteína do citoplasma de todos os miócitos, tendo rápida ascensão após a ocorrência de lesão muscular (positiva em 1-2h após o IAM), se normalizando em 12-24h. O seu maior uso é para EXCLUSÃO de IAM, pois, por ser altamente sensível, apresenta elevadíssimo VPN. Devo considerar sua dosagem em um deltaT < 6h.

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38
Q

Explique o MNM troponinas cardioespecíficas.

A

A T e I são exclusivas do tecido miocárdico, sendo mais específicas que os outros MNM. Se elevam após 4-8h do início dos sintomas, pico em 36-72h e normalização em 5-14 dias. São os MNM de escolha para dx de MNM (até mesmo dx tardio, pois demoram para normalizar).

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39
Q

Quais as principais causas de troponina falso-positivas?

A

Formação de fibrina no soro, presença de anticorpos heterofílicos e reação cruzada com anticorpos humanos.

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40
Q

Comente sobre o reinfarto.

A

É o IAM que ocorre em até 28d após o 1° IAM, sendo que a troponina é o MNM de escolha para seu dx, havendo uma nova curva de troponina no momento dos novos sintomas.

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41
Q

Como pode ser quantificado e localizado o IAMST?

A

O melhor exame para isso é o ecocardiograma, sendo indicado em todos os casos de IAM. Além de identificar a região acometida, trás informações sobre funções sitólica e diastólica e complicações mecânicas (IM, CIV, trombo mural, pseudo/aneurisma). O ECG também permite localizar a área infartada, mas com menos precisão, além de também dar uma ideia da extensão.

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42
Q

Qual é um dos principais determinantes do px pós-IAM?

A

A FE, sendo que são de alto risco os pacientes com FE < 35% pós-IAM.

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43
Q

Quais derivações do ECG se relacionam com cada região do coração?

A
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44
Q

Qual a importância do IAMST na fase aguda?

A

É a fase mais crítica do IAM, pois é o período com maior propensão ao desenvolvimento de arritmias cardíacas e que a reperfusão consegue diminuir a área de necrose.

45
Q

Qual exame de imagem é de fundamental importância no IAMST e por quê?

A

O rx de tórax, para ddx com DAA, pois eu não posso fazer trombolítico na DAA mas devo fazer no IAMST.

46
Q

Qual medida terapêutica deve ser feita imediatamente no IAMST?

A

A terapia de reperfusão coronariana (quanto mais precoce, melhor o resultado).

47
Q

COmo a reperfusão coronariana pode ser feita no IAMST?

A

Por trombolíticos ou angioplastia (melhor desfecho e maior sucesso na reperfusão).

48
Q

Quanto tempo deve ter passado, no máximo, entre a chegada do paciente com IAMST e a revascularização coronariana?

A

Até 30 minutos para o trombolítico (tempo porta-agulha) e 90 minutos para a angioplastia (tempo porta-balão).

49
Q

Qual o método de escolha caso o hospital não possua serviço de hemodinâmica e o paciente apresente IAMST?

A

Ainda é a angioplastia, sendo que o tempo porta-balão pode ser prolongado para até 120 minutos.

50
Q

Qual a conduta em caso de IAM com ECG com supra e infra de ST?

A

Quem manda é o SUPRA, pois esses infras são as imagens em espelho.

51
Q

Quais outros ddx de supra de ST?

A

1) Supra difuso (podendo ter infra de PR): pericardite aguda. 2) Angina vasoespástica (variante de Prinzmetal): paciente mais jovem, tabagista e com outros comemorativos, pode ter mais desconforto do que dor, mais à noite e início da manhã, o supra tende a durar 15-30 minutos e resolve muito bem (melhora aguda) com nitrato (o nitrato no IAM com ST, o supra permanece), ergometria negativa na miaoria dos casos. A conduta é BCC (diltiazem ou anlodipino). 3) Takotsubo (miocardiopatia stress induzida): mulher pós menopausa vítima de grande estresse que começa a evoluir com quadro de supra na parede anterior e pode ter prolongamento de QT, tendo aumento discreto da troponina e coronárias normais (no CAT). Há um estreitamento da região de saída do ventrículo e balonamento apical.

52
Q

Quais as medidas terapêuticas no IAMST?

A

MONABICHA + indicações de reperfusão (trombolítico ou angioplastia): clínica compatível com IAM, tempo de até 12h (preferencialmente - pois depois a necrose está estabelecida, principalmente no trombolítico) e supra ST em 2 ou mais derivações da mesma parede ou BRE novo/presumivelmente novo. Após definir que vou abrir a coronária, devo definir a forma (trombolítico ou angioplastia, em que este é o melhor).

53
Q

Explique o oxigênio do MONABICHA.

A

SCA pode fazer hipoxemia por congestão pulmonar. A oxigenioterapia deve ser instituída quando SatO2 < 94% (O2 100% por máscara ou catéter 2-4 L/min). Caso refratário: VPP por VNI ou IOT. Em pacientes sem indicação de O2 mas que é feito, não devem permanecer por mais de 3-6h pelo risco de vasoconstrição, reduzindo o DC.

54
Q

Explique a analgesia do MONABICHA.

A

A dor no IAMST costuma ser excruciante, estimulando o tônus adrenérgico, o que aumenta a MVO2. Por isso, a dor deve ser completamente debelada, sendo que o analgésico de escolha é a MORFINA EV (2-4 mg repetidos a cada 5-15 minutos), sendo feita até alívio da dor ou toxicidade. Possui também propriedade vasodilatadora, reduzindo a pré-carga (e, consequentemente, a MVO2). CI em IAM parede inferior (D2, D3 e aVF), pois pode levar ao choque cardiogênico, pois o débito do VD é totalmente dependente da pré-carga.

55
Q

Explique o nitrato do MONABICHA.

A

Pode ser a nitroglicerina, mono ou dinitrato de isossorbida. Promovem dilatação venosa e arterial, incluindo coronárias, reduzindo pré e pós-carga e aumentando perfusão miocárdica, respectivamente. EV se dor persistente ao SL, HAS e congestão pulmonar. Se necessidade por > 48h, trocar para VO (taquifilaxia do nitrato). São CI em hipotensão (PAS < 90 mmHg ou queda ≥ 30 mmHg à PA basal), bradicardia < 50, taquicardia > 100, infarto de VD e uso de viagra.

56
Q

Explique os BB do MONABICHA.

A

Reduzem a FC, inotropismo e PA, reduzindo MVO2 e aumetnando o fluxo sanguíneo nas colaterais (aumenta a MDO2), reduzindo morbimortalidade no IAMST. CI em FC < 60, asma/DPOC grave, PAS < 100, PR > 240, BAV 2°/3° graus, disfunção VE grave, cocaína. Posso fazer uso imediato ou tardio (> 24h), porém este só é feito nos pacientes com risco para choque cardiogênico (FC > 110, idade > 70 anos e PAS < 120). Pref VO (metoprolol pref).

57
Q

Explique os antiplaquetários do MONABICHA.

A

AAS (reduz morbimortalidade - 200-300 mg mastigar e engolir de ataque e 100 mg/dia ad eternum) + clopidogrel (≥ 75a não recebem dose de ataque - 600 mg se angioplastia e 300 mg se trombolítico), mantinda por, no mínimo, 1m se stent (6-12m caso stent farmacológico). *Ticagrelor: superior ao clopidogrel em redução da mortalidade (início de ação mais rápido e mais potente) sem aumentar a taxa de sangramento, porém só para pacientes que serão submetidos à angioplastia (sem estudos para seu uso na trombólise). **Prasugrel: reduz mais a mortalidade que o clopidogrel, porém aumenta a chance de sg, sendo CI em hx de AVC/AIT.

58
Q

Qual o fator mais importante na terapia de reperfusão miocárdica?

A

A velocidade com que é feita, não devem ser atrasada por indisponibilidade de angioplastia. *NÃO DEVO AGUARDAR A CURVA DE MNM PARA INDICAR A TERAPIA DE REPERFUSÃO!!!

59
Q

Quais os trombolíticos usados no IAMST?

A

Estreptoquinase, rtPA/alteplase (ativador tecidual do plasminogênio recombinante) e tenecteplase.

60
Q

O que afeta a eficácia dos trombolíticos no IAMST?

A

São mais eficazes quanto mais precoce for sua administração, só podendo ser usados com deltaT de até 12h (deltaT = intervalo entre o início da dor e a aplicação da droga).

61
Q

Quais as principais complicações dos trombolíticos?

A

Complicações: AVCh e outros sangramentos maiores não cerebrais (FR: idosos, baixo peso, mulheres, hx AVC, HAS na admissão). No caso da SK: hipotensão (suspensão e elevação dos MMII - Trendelemburg, desde que não haja congestão pulmonar) e alergia.

62
Q

Qual o trombolítico de escolha?

A

Apesar de o TNK e o rtPA serem o de maior eficácia com maior redução na morbimortalidade, o SK é o mais indicado para > 75a por ser o com menos sangramento intracraniano.

63
Q

Quais as principais CI dos trombolíticos?

A

Hx sangramento craniano, neoplasia SNC, AVCi nos últimos 3m, trauma craniofacial importante 3m, hx ativa (exceto menstruação), lesão vascular cerebral conhecida (eg, MAV), dúvida se DAA - absolutas.

64
Q

Qual droga deve ser adm após a infusão do trombolítico?

A

A anticoagulação com heparina (preferencialmente a enoxaparina por até 8d). Se indisponível, fazer HNF por até 48h. *Devo manter a dupla antiagregração plaquetária por 2-4s após trombólise química.

65
Q

Quais os critérios de reperfusão miocárdica após trombólise química?

A

Redução de mais de 50% na altura do supra de ST na derivação em que o supra de ST era maior. Outros: pico precoce dos MNM, arritmias de reperfusão (eg, EV e RIVA) e o desaparecimento súbito da dor (extremamente específico).

66
Q

Qual a conduta na reoclusão/reinfarto após trombólise química?

A

Optar pela angioplastia. Se indisponível e SK como última droga, optar por rtPA ou TNK. Se TNK ou rtPA como última droga, optar por qualquer uma.

67
Q

Como classificar a angiografia para patência coronariana?

A

Pelo TIMI:

68
Q

Quais os tipos de angioplastia?

A

Primária (sem trombolítico prévio), de resgate (insucesso de trombolítico) ou eletiva (após sucesso de trombólise).

69
Q

Qual a importância e quando usar a angioplastia primária?

A

É a estratégia de reperfusão com melhor resultado (TIMI 3 em > 90% dos casos), com redução de morbimortalidade, reinfarto e complicações hemorrágicas. É indicada sempre que disponível e prefere-se ela em relação aos trombolíticos quando disponível em < 90 minutos do dx de IAMST. Esse tempo pode ser prolongado por até 12h de deltaT caso haja CI aos trombolíticos. Outra indicação é o paciente com choque cardiogênico.

70
Q

Por que devo colocar um stent na angioplastia?

A

Pois apenas a dilatação com balão promove grande chance de reestenose em curto prazo.

71
Q

Quais os tipos de stents? Explique.

A

Os convencionais e os farmacológicos, que são impregnados com uma substãncia antiproliferativa (…limus), impedindo a reepitelização tardia exagerada e diminuindo a chance de oclusão tardia.

72
Q

Qual medicação deve ser usada em decorrência do stent?

A

Dupla antiagregação plaquetária por determinado período (1 mês para o convencional e 6m-1 ano para o farmacológico, no mínimo), trocando para apenas AAS após esse tempo.

73
Q

Como dx falha da trombólise em reperfundir o miocárdio?

A

Após 60-90 minutos da trombólise: -Clínico: dor torácica persistente (principalmente se sudorese fria, dispneia e/ou hipotensão). -ECG: ausência de redução do supra ST ou nova elevação após descenso inicial.

74
Q

Quando deve ser feita a angioplatia de resgate?

A

Até 180 minutos da constatação da falha da trombólise.

75
Q

Em quais pacientes fazer a angioplastia eletiva?

A

Em TODOS os pacientes (3-24h após trombolítico).

76
Q

Quando deve ser indicada a CRVM de urgência?

A

Quando houver CI ou falha das demais terapias, desde que haja anatomia favorável e isquemia recorrente, choque cardiogênico e complicações mecânicas do infarto.

77
Q

Qual a importância da anticoagulação após reperfusão miocárdica?

A

Diminui o risco de reoclusão e reinfarto.

78
Q

Qual a droga de escolha para anticoagulação no IAMST? Por quanto tempo deve ser mantida?

A

Após trombólise é a enoxaparina (HBPM - por toda internação ou até 8d) e após angioplastia é a HNF (48h). Se não for feita nenhuma terapia, não há preferência.

79
Q

Os NOACs devem ser usados na SCA?

A

Não, pois os estudos até agora evidenciaram maior risco de sangramento sem melhora na morbimortalidade.

80
Q

Qual o papel dos IECA no IAMST?

A

Idealmente, todo paciente deveria usar IECA na fase aguda do IAMST. Se não houverem CI, há melhora na hemodinâmica (reduz pós carga e remodelamento) e menor toxicidade direta pela AT II.

81
Q

Quais as CI ao uso dos IECAs?

A

Gravidez, angioedema prévio por IECA e estenose bilateral de artéria renal (ou unilateral em rim único).

82
Q

Qual o papel das estatinas no IAMST?

A

Deve ser iniciado o mais precoce possível e em dose máxima (atorva 80 mg/dia), pois reduz morbimortalidade independentemente dos níveis prévios de colesterol. Após 30d, deve-se objetivar LDL < 70 (isso pois até 30d, o IAM falseia o lipidograma).

83
Q

Qual o uso dos BCC di-hidro no IAM?

A

NÃO DEVEM SER USADOS, pois, apesar de vasodilatarem as coronárias, aumentam a mortalidade. Isso pode ser explicado pois promove taquicardia reflexa, aumentando o MVO2.

84
Q

Qual o uso dos BCC não di-hidro no IAM?

A

São bons crono e inotrópicos negativos, reduzindo o MVO2, podendo ser usados para angina refratária a BB e nitrato (ou em CI aos dois).

85
Q

Quais medicações devem ser suspensas no paciente com IAMST e por quê?

A

Os AINEs (exceto AAS), pois aumentam o risco de morte e reinfarto, além de prejudicar o processo cicatricial (predispõe à rotura de parede miocárdica).

86
Q

Quais as complicações do IAM?

A

Arritmias, disfunção ventricular e IC, isquemia, complicações pericárdicas e mecânicas (IM, CIV, ruptura de parede livre).

87
Q

Por que ocorrem as arritmias ventriculares no IAM?

A

Pois a isquemia promove alterações de pH nas células, alterando o período refratário e a velocidade de condução, o que favorece a ocorrência de arritmias (80-90% dos casos apresentam EVs nas primerias horas do IAM), o que favorece a degeneração para FV e TVS. *50% dos óbitos por IAM ocorrem no pré-hospitalar, sendo a FV e a TVM as principais causas.

88
Q

Qual o período de maior risco para arritmias ventriculares no IAM?

A

Nas primeiras 4h de IAM, sendo incomuns após esse período.

89
Q

Como tratar as arritmias ventriculares no IAMST?

A

As TVs devem ser tratadas com cardioversão elétrica _ antiarrítmico profilático (< 48h lidocaína; > 48h amiodarona). FV em < 48h: desfibrilação + lidocaína infusão contínua por 48-72h, FV em > 48h desfibrilar + antiarrítmico de longo prazo (eg, amiodarona 400 mg/dia), além de estudo eletrofisiológico e implante de CDI.

90
Q

Qual a principal taquiarritmia supraventricular no IAM?

A

Após a taqui sinusal é a FA (e depois vem o flutter).

91
Q

Quais bradiarritmias podem ocorrem no IAMST?

A

Bradicardia sinusal (p), BAV 1° ou 2° graus, BAVT, BR e/ou hemibloqueio.

92
Q

Qual a importância dos BAVs de 1° e 2° graus no IAM?

A

O de 1° grau e 2° grau Mobitz I (QRS estreito e com Wenckebach) não denotam pior prognóstico, porém o BAV 2° grau Mobitz II (QRS geralmente alargado, por haver BR associado) é um importante sinal de mau prognóstico e grande chance para BAVT.

93
Q

Quando ocorre o BAVT no IAMST?

A

No IAM de parede inferior ou anterior (região que irriga também o nó AV).

94
Q

Qual a importância do BAVT no IAMST?

A

Quando associado à IAM de parede inferior, apresenta mortalidade de 15% (sinal de pior prognóstico), sendo, geralmente, transitório (5-7d). No entanto, quando associado à IAM de parede anterior, é sinal de péssimo prognóstico (mortalidade 70-80%).

95
Q

Qual a importância dos BRs e hemibloqueios no IAMST?

A

Sinais de mau prognóstico.

96
Q

Qual o fator de maior importância prognóstica no IAM?

A

A disfunção ventricular esquerda!!!

97
Q

Quando ocorre a disfunção ventricular esquerda no IAMST?

A

Quando houver comprometimento > 15% do miocárdio total.

98
Q

Qual a melhora maneira de estabelecer o dx intra-hospitalar do IAM?

A

Através da classificação de Killip.

99
Q

Qual a definição do choque cardiogênico?

A

PAS < 80 associado a sinais de hipoperfusão periférica e refratariedade à reposição de volemia ou quando há congestão pulmonar associada à hipotensão.

100
Q

Como tratar IVD no IAM?

A

Reperfusão miocárdica + reposição volêmica (o VD tolera aumentos signficativos de pré-carga, podenco corrigir a hopotensão e baixo DC com volume nesses pacientes). *Está CONTRAINDICADO o uso de qualquer droga que reduza a pré-carga (diuréticos e venodilatadores, como nitratos e morfina) - podem precipitar ou piorar a hipotensão/choque.

101
Q

Qual a complicação mecânica mais comum do IAMST? Como ocorre?

A

O aneurisma ventricular, ocorrendo pela região infartada com discinesia, que favorece a formação do aneurisma.

102
Q

Como o aneurisma ventricular promove consequências?

A

Contribui para a IVE (“rouba” débito sistólico) e constitui uma área propícia para reentrada ventricular (arritmias ventriculares), além de ser uma região de potencial rotura.

103
Q

Como dx o aneurisma ventricular? Como tratar?

A

ECG com supra de ST de forma crônica. Tto com anticoagulação plena com heparina e depois warfarin (INR 2-3), pela forte tendência à formação de trombos murais.

104
Q

Qual consequência valvar pode ocorrer no IAM, como se manifesta e como tratar?

A

A IM aguda, ocorrendo por infarto do m. papilar. O quadro é de IVE, EAP e sopro/frêmito no foco mitral, irradiando para axila ou dorso. O tratamento é a estabilização com dobuta + nitroprussiato, sendo encaminhado para cx de urgência.

105
Q

Comente sobre a rotura de parede livre do VE no IAMST.

A

É um evento catastrófico que evolui rapidamente para choque, tamponamento cardíaco e óbito por AESP. Se a ruptura for subaguda, haverá a formação de um tampão de trombo e hematoma (pseudoaneurisma), tratado com cx.

106
Q

Qual a relação da pericardite aguda e o IAMST?

A

Ocorre em 20% dos casos por extensão do processo inflamatório-necrótico do miocárdio para o pericárdio (pericardite epistenocárdica), sendo comum ocorrer no 2°-7° dia de IAM.

107
Q

Qual a importância da pericardite aguda no IAMST?

A

Se não houver derrame pericárdico, a anticoagulação não é CI e o tratamento é com AAS. Caso haja derrame, é uma CI relativa à anticoagulação pelo risco de tamponamento cardíaco por hemopericárdio, devendo-se pesar o risco-benefício.

108
Q

Qual outro acometimento pericárdico pode ocorrer no IAMST? Explique.

A

A sd de Dressler, sendo uma pleuripericardite autoimune que ocorre na fase de convalescença do IAM (1-8s após), tendo QC de pericardite aguda + manifestações sistêmicas (febre, mal-estar, leucocitose, aumento de VHS). O tratamento é com AAS (primeiras 4s) ou AINEs mais potentes, como a indometacina (a partir de 4s após o IAM).

109
Q

Como deve ser o acompanhamento e as drogas usadas no pós-IAM?

A

Acompanhamento ambulatorial de todos os pacientes, usando indefinidamente AAS 100 mg/dia, BB (exceto pindolol), IECA e estatinas (LDL < 70).