Semiologia do Sistema Digestório Flashcards

(71 cards)

1
Q

condições do exame

A
  • aquecer as mãos
  • posicionar à direita do paciente
  • paciente em decúbito dorsal
  • joelhos fletidos para relaxar a parede anterior do abdome
  • exposição da região inguinal e parte inferior do tórax
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2
Q

divisão do abdome em 9 regiões

A

tem como objetivo o emprego de uma linguagem universal para a localização dos sinais e sintomas abdominais, ela permite mais especificidade.
- hipocôndrio direito e esquerdo + epigástrio
- flanco direito e esquerdo + mesogástrio ou umbilical
- fossa ilíaca direita e esquerda + hipogástrio ou suprapúbica

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3
Q

ordem que o exame deve ser realizado

A
  • inspeção
  • ausculta
  • palpação superficial
  • percussão
  • palpação profunda
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4
Q

características do abdome

A

a criança possui musculatura abdominal mais delgada, além disso, até a puberdade, tem postura lordótica, o que confere ao abdome aspecto saliente.
- varia de acordo com o gênero, estado nutricional, condições da musculatura da parede abdominal

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5
Q

formatos de abdome

A
  • plano
  • globoso
  • escavado
  • assimétrico
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6
Q

abdome globoso

A

caracterizado pelo crescimento uniforme de diâmetro anteroposterior. a distensão pode ser provocada pela presença de excesso de ar, líquido ou fezes dentro das alças intestinais, hiptonia, atonia ou paralisia da parede abdominal.

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7
Q

causas de abdome globoso

A
  • obesidade
  • edema da parede
  • ascite
  • peritonite
  • pneumoperitônio
  • meteorismo (aumento de gases por deglutição de ar)
  • aumento do volume dos órgãos abdominais
  • duplicação intestinal
  • tumores ou cistos intra - abdominais
  • fibrose cística
  • hipopotassemia
  • raquitismo
  • hipotireoidismo
  • obstrução e constipação intestinal
  • íleo adinâmico
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8
Q

abdome em batráquio

A

quando o paciente, em decúbito dorsal, exibe aumento exagerado dos flancos

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9
Q

abdome em avental

A

acúmulo exagerado de tecido adiposo no subcutâneo da parede abdominal, havendo queda sobre as coxas do indivíduo na posição de pé, observado na obesidade

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10
Q

abdome pendular

A

resulta da fraqueza da musculatura da parede ou da agenesia muscular, assim como ocorre na síndrome de Prune-Belly (abdome em ameixa, em razão do seu aspecto rugoso)

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11
Q

síndrome de Prune - Belly

A

doença congênita baseada na tríade de deficiência ou ausência de musculatura da parede abdominal, criptorquidismo bilateral e malformação do trato urinário

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12
Q

abdome escavado / retraído / côncavo

A

evidencia os rebordos costais, as espinhas ilíacas e a sínfise púbica. está relacionado com desnutrição grave, desidratação acentuada ou anomalias congênitas em que determinados órgãos intra abdominais estão deslocados ou sem conteúdo.
- a distensão do tórax provocada por pneumotórax pode dar a impressão de que o abdome está escavado

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13
Q

abdome assimétrico

A

levanta suspeita diagnóstica conforme o sítio da distensão localizada.
- distensão do andar superior do abdome acompanhada de vômitos, é provável a obstrução do duodeno.
- abaulamento localizado ou tumor abdominal, pode ser provocado por distensão da bexiga, abscesso da parede, atrofia muscular circunscrita e hérnia incisional.
- a paralisia do músculo abdominal pode ocasionar tumefação localizada da parede abdominal.
- se o abaulamento é difuso, pode ser considerada a atresia intestinal baixa.
- aumento súbito e intenso do abdome está relacionado com o pneumopertônio resultante do íleo meconial ou da enterocolite necrosante do RN.
- a transiluminação do abdome pode diferenciar a massa cística da sólida, bem como evidenciar a distensão da bexiga, a ascite e os rins hidronefróticos ou policísiticos.

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14
Q

respiração abdominal

A

é predominante até os 7 anos de idade, após isso esse padrão é mantido quando em decúbito dorsal.
- a imobilidade da parede abdominal durante a respiração está relacionada com peritonite, apendicite, íleo paralítico, paralisia diafragmática ou distensão abdominal acentuada por ascite ou gases.
- se a respiração é exclusivamente abdominal na criança menor ou predominantemente abdominal na criança maior, devem ser consideradas condições que envolvem o comprometimento respiratório.
- a respiração paradoxal está relacionada com paralisia diafragmática.
- a restrição dos movimentos ou a imobilidade respiratória ocorre nas afecções dolorosas, em especial na peritonite.

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15
Q

peristaltismo

A
  • as pulsações epigástricas podem ser normais ou resultantes da transmissão, pelo diafragma, das pulsações da hipertrofia ventricular direita.
  • as ondas peristálticas podem ser desencadeadas por um leve atrito no epigástrio. elas são observadas quando o olho do examinador está no mesmo nível do abdome com a iluminação perpendicular. pode ser considerado normal nos prematuros, mas geralmente está relacionada com obstrução.
  • ondas gástricas da esquerda para direita, representam sinal de estenose pilórica nos lactentes jovens.
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16
Q

cicatrizes e massas

A
  • importante observar a presença de cicatrizes cirúrgicas ou não, estrias, erupções e equimoses.
  • no umbigo, deve ser verificada a presença de hérnia ou de inflamação.
  • tumorações, diástase dos retos abdominais e hérnia incisional e epigástrica devem ser consideradas.
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17
Q

comportamento e relação com doença

A
  • a posição antálgica é observada na apendicite aguda e na doença inflamatória pélvica.
  • a imobilidade do paciente sem movimentos espontâneos é sinal de peritonite difusa decorrente da perfuração de uma víscera oca.
  • paciente com pancreatite aguda mostra-se agitado e inquieto no leito, sem que a movimentação piore a dor.
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18
Q

circulação colateral superficial

A

evidência de dilatação e tortuosidade das veias da parede abdominal.
- ao se comprimir um vaso dilatado a ponto de esvaziar seu conteúdo, observa-se um sulco correspondente a seu trajeto, com o esvaziamento compressivo do conteúdo do vaso, ao se soltar um dedo, observa-se se o fluxo sanguíneo é ascendente ou descendente. quando a dilatação venosa é extrema, o fluxo pode ser bidirecional, dificultando o estabelecimento do fluxo dominante.
- 3 tipos de circulação colateral: porta, cava inferior e portocava.

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19
Q

circulação colateral do tipo porta

A
  • disposição superior, em especial na região epigástrica, com fluxo de sangue no sentido habitual: do umbigo para cima;
  • disposição inferior, com fluxo usual: do umbigo para baixo;
  • misto: associação das outras duas - cabeça de medusa.
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20
Q

circulação colateral tipo cava inferior

A

os vasos dilatados situam-se no andar inferior e nas regiões laterais com fluxo sanguíneo ascendente

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21
Q

circulação colateral do tipo portocava

A

dilatação das veias supra e infra umbilicais com fluxo ascendente em todas.
- pode ocorrer na doença hepática crônica, quando a veia cava inferior sofre compressão em razão da ascite volumosa ou da hipertrofia do lobo caudado.

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22
Q

umbigo no exame do RN

A

tem importância especial, artéria umbilical única relacionada com malformações congênitas:
- granuloma umbilical;
- anomalias do canal onfalomesentérico;
- persistência do úraco (liga a bexiga fetal ao umbigo);
- umbigo cutâneo e amniótico;
- hérnia umbilical;
- onfalocele (recoberta por peritônio e âmnio)

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23
Q

ausculta

A

deve preceder a palpação porque a manipulação pode afetar os sons peristálticos. o esteto deve ser aplicado sobre a parede abdominal nos 4 quadrantes e em especial na área central do abdome, por 2 a 3 minutos se os ruídos não estiverem evidentes.

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24
Q

ausculta - peristaltismo

A
  • os RHA são ouvidos a cada 10 a 30 segundos. para que sejam auscultados, é indispensável que haja ar na luz das vísceras ocas, o som resulta do turbilhonamento da mistura de líquido e gás.
  • borborigmo é o borbulhamento prolongado e intenso resultante da hiperperistalse ou do aumento do conteúdo das alças intestinais. ele está acentuado e frequente na diarreia, na presença de sangue no interior das alças em decorrência de hemorragia digestiva alta e na obstrução intestinal em fase inicial.
  • ausência de sons peristálticos é observada no íleo paralítico e também na peritonite.
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25
ausculta - sopros
- som venoso pode ser auscultado na obstrução da veia porta. - na coarctação da aorta é possível ouvir sopro abdominal. - com a campânula, um sopro renal pode ser auscultado quando há estenose de artéria renal. - os sopros sistólicos são originados das artérias. - os sopros contínuos são venosos, pode ser por circulação colateral periumbilical resultante da hipertensão portal.
26
palpação superficial
recomendável que o paciente seja distraído e que seja observada sua expressão facial. na vigência de abdome agudo, se possível, a palpação seria melhor se executada durante o sono da criança. - se o paciente é cooperativo, o exame pode ser feito durante inspiração e expiração profundas, os joelhos devem ficar flexionados. - em caso de dor, a palpação deve ser iniciada no lado oposto ao sítio doloroso.
27
ordem na palpação superficial
começa pelo quadrante inferior esquerdo, sem seguida, são palpados os quadrantes superior direito e inferior direito. - verificar se o abdome se encontra flácido ou tenso, se demonstra ter uma área sensível, observa a expressão facial e a mudança de tonalidade do choro enquanto palpa o sítio suspeito. - para distinguir a dor da parede abdominal para a intra abdominal basta elevar a cabeça da criança: a sensibilidade diminui em acometimento intra abdominal e aumenta quando se trata de sensibilidade superficial.
28
reflexos na palpação superficial
- hiperestesia cutânea esta relacionada com o reflexo viscerossensitivo, que projeta na pele o sítio de um processo inflamatório visceral. - a rigidez da parede abdominal ou a defesa muscular decorre do reflexo visceromotor do peritônio parietal próximo ao local do órgão inflamado. - para diferenciar a defesa voluntária do espasmo muscular involuntário recomenda-se palpar a parede abdominal durante a expiração pela boca, com essa manobra desaparece a defesa voluntária.
29
percussão
realiza-se a percussão indireta. o timpanismo acentuado é detectado na aerofagia, na obstrução intestinal baixa, no pneumoperitônio e no íleo paralítico. - o espaço de traube ao ser percutido exibe timpanismo, exceto quando há esplenomegalia ou é ocupado por tumor peritoneal, retroperitoneal, pseudocisto ou tumor pancreático, no entanto tem pouca importância semiológica.
30
limites do espaço de Traube
- medial: lobo esquerdo do fígado - superior: diafragma - lateral: linha axilar anterior esquerda - inferior: rebordo costal esquerdo
31
causas de ascite
a presença de líquido livre na cavidade abdominal é observada: - cirrose hepática descompensada - doenças do peritônio - hipoproteinemias - congestão hepática - extravasamento do suco pancreático - afecções que acometem os vasos linfáticos - doenças infecciosas (esquistossomose na forma crônica; leishmaniose visceral na forma grave)
32
percussão de ascite
o líquido livre se desloca para as áreas de maior declive, com o paciente em decúbito dorsal ela é detectada pela macicez ou submacicez dos flancos, ou pelo semicírculo de Skoda, em que a macicez do abdome tem o desenho de uma curva com concavidade para cima. - a macicez móvel revela o deslocamento do líquido ascítico dentro da cavidade com a mudança de decúbito do paciente. - o sinal do piparote só aparece nas ascites volumosas.
33
hepatimetria
a percussão do fígado na altura da linha hemiclavicular direira ou na linha mamilar direita permite precisar o tamanho do órgão, que varia de acordo com a idade do paciente. - delimita-se a borda superior do fígado pela transição do som claro pulmonar com a macicez do órgão, enquanto a borda inferior deve ser localizada pela palpação.
34
situações em que a macicez hepática pode não ser identificada
- interposição de alça intestinal - meteorismo - hiperinsuflação pulmonar - pneumoperitônio - no abdome agudo, seu desaparecimento (sinal de Jobert) pode ser indício de perfuração de uma víscera oca na cavidade abdominal.
35
palpação profunda
executa-se com as mãos sobrepostas (superfícies palmares dos dedos exercendo pressão com a mão superior e sentindo com a inferior) no intuito de identificar massas, vísceras, vasos e hérnias.
36
oq identificar nas massas
- localização - tamanho - forma - consistência - sensibilidade - pulsações - mobilidade
37
sinal de Blumberg
desencadeamento ou intensificação da dor à descompressão súbita da parede abdominal. ela pode ser aplicada em qualquer região da parede abdominal e indica diagnóstico de peritonite, pode ser localizado ou difuso, dependendo da extensão do processo inflamatório.
38
dor no ponto de McBurney
também conhecido como ponto apendicular, pode ser um indicativo de apendicite aguda. - dor à pressão no local de união entre o terço médio da linha que une o umbigo à crista ilíaca anteroposterior.
39
sinal de Rovsing
na suspeita de apendicite aguda ele pode ser executado, por meio na compressão progressiva, lenta e contínua da fossa ilíaca esquerda em direção ao cólon ascendente para verificar sensação dolorosa mediante deslocamento de ar para o apêndice inflamado.
40
sinal do psoas
a dor da apendicite aguda também pode ser desencadeada ou exacerbada por esse teste, consiste em dor no quadrante inferior direito ao se fazer flexão ativa ou hiperextensão passiva do membro inferior direito.
41
sinal do obturador
a rotação interna da coxa direita na altura do quadril com o joelho flexionado provoca estiramento doloroso do músculo obturador interno na vigência de apendicite.
42
tumoração da estenose hipertrófica do piloro
é identificada à palpação profunda, após um episódio de vômito ou do esvaziamento gástrico por meio da aspiração do conteúdo gástrico através de uma sonda nasogástrica.
43
palpação invaginação intestinal
palpa-se uma tumoração firme, cilíndrica e indolor, situada em algum sítio do cólon, sobretudo no quadrante superior direito. - dor não é localizada
44
palpação bolo de ascaris lumbircoides
palpado na parte média do abdome, próximo ao umbigo, sob a forma de um ou mais tumores duros, móveis e indolores.
45
método de Lemos Torres
o examinador pressiona com a mão esquerda o ângulo lombos sacro direito para cima, enquanto a mão direita, com os dedos paralelos ao abdome a 90° do rebordo costal pressiona a parede fina no final da expiração, a bora inferior do fígado vai ao encontro dos dedos do examinador durante a inspiração.
46
características palpação do fígado
o fígado normal tem borda fina, superfície lisa, consistência elástica, indolor e não causa refluxo hepatojugular. - seu rebaixamento, sem aumento, ocorre por elevação da pressão intratorácica. - a elevação pode ser ocasionada pela presença de tumor abdominal, ascite ou paralisia diafragmática. - o aumento súbito do seu tamanho é indício precoce de ICD, sua redução brusca de tamanho está relacionada com hepatite fulminante.
47
exame do baço
o baço é palpado como uma massa superficial no QSE, com a mão esquerda do examinador exercendo pressão para cima sob a face posterior do hemitórax esquerdo. só se torna palpável quando está aumentado em duas vezes. - nas primeiras semanas de vida, pode ser palpado a 1 ou 2cm do RCE - em crianças sadias até o 1° ano, pode-se palpar uma ponta de baço mole, indolor, sem outras alterações. pode ser confudido com costela flutuante.
48
posição de Schuster
pode facilitar a palpação do baço, promove relaxamento da parede do hipocôndrio esquerdo: coxas e pernas do paciente ligeiramente flexionadas, entre o DLD e decúbito dorsal, e a mão esquerda sob a nuca, o baço é deslocado para a direita sob ação da gravidade. o examinador com a mão esquerda, pressiona para frente a região inferior do hemitórax esquerdo e palpa com a mão direita.
49
exame das regiões inguinal, anorretal e sacrococcígea
são realizados em conjunto com o exame do abdome, do dorso e do sistema genitourinário da criança. - os pais ou responsáveis devem ser orientados a respeito dos objetivos do exame e de como ele será realizado. - os pais devem estar presentes no momento do exame para tranquilizar a criança
50
região inguinal
na criança que já deambula o exame se inicia com inspeção e palpação em ortostatismo. - com a criança em repouso devem ser identificados abaulamentos, massas, alterações inflamatórias e assimetrias. em seguida, pede-se que realize a manobra de Valsalva. na criança que não coopera aproveita-se o choro para realizar inspeção e palpação. - inspeção e palpação são repetidas com a criança em decúbito dorsal, em repouso e com a manobra de Valsalva.
51
hérnia inguinal
causada pela persistência do conduto peritoniovaginal, que comunica a cavidade abdominal com a região inguinoescrotal, possibilitando a passagem de vísceras como alças intestinais, epíplon e ovário. - mais comum em prematuros, em meninos e à direita. - fatores predisponentes: ascite, cateter de diálise peritoneal, cateter de derivação ventriculoperitoneal, defeitos congênitos da parede abdominal e distúrbios do colágeno.
52
suspeita de hérnia inguinal
quando há história de protusão localizada na região inguinal ou inguinoescrotal, que surge principalmente em situações de aumento da pressão intra abdominal. - observam tumefação ao despir a criança no banho ou quando chega da escola, após deambulação. - na inspeção nota-se um abaulamento, que pode se estender ao escroto e aos grandes lábios, que aumenta com manobra de Valsalva e desaparece quando está deitada ou em repouso.
53
sinal de seda
a redução do abaulamento inguinal à palpação confirma o diagnóstico de hérnia, caso não haja abaulamento pesquisa esse sinal. - primeiro, traciona-se o testículo do lado examinado para retificar o cordão espermático; posiciona-se então os dedos indicador e médio da mão espalmada perpendicularmente ao trajeto do cordão; deslizam-se esses dedos suave e repetidamente sobre o cordão, se houver saco herniário o cordão estará espessado e a sensação será semelhante ao roçar de duas folhas de seda.
54
hérnia encarcerada
se manifesta por um abaulamento irredutível, doloroso, associado a distensão abdominal e vômitos. a criança chora de forma intensa. - quando há estrangulamento com isquemia e perfuração de alça intestinal, o quadro clínico é de peritonite com prostração, taquipneia, taquicardia, vômitos biliosos ou fecaloides, distensão abdominal e redução ou abolição do peristaltismo. - no encarceramento ou estrangulamento da hérnia ocorrem edema e hiperemia no local da tumefação
55
hidrocele
no RN e lactente decorre da persistência do conduto peritônio vaginal, mas esse é estreito, permitindo apenas a entrada de líquido. se manifesta por abaulamento indolor, inguinal, escrotal ou inguinoescrotal. ele é irredutível - não se altera com a manobra de Valsalva mas pode aumentar de tamanho após a criança permanecer um tempo em pé. - pode se apresentar como um cisto palpável no canal inguinal, devido à obliteração proximal e distal do conduto peritoniovaginal (cisto de cordão). Nas meninas, o cisto de cordão é chamado de cisto de Nuck.
56
diferenças hidrocele e hérnia inguinal
a transiluminação é um procedimento útil, a luz vai passar na hidrocele. - tratamento é diferente, a maioria das hidroceles regride espontaneamente no 1° ano de vida, podendo em certos casos esperar até os 2 anos para indicar operação.
57
região anorretal
- em RN e lactentes, o exame é realizado com a criança em posição de litotomia. nas crianças maiores, é feito na posição de Sims - DLE com o membro inferior esquerdo estendido e o direito fletido. - inspeção realizada inicialmente em repouso e depois com manobra de Valsalva. - palpação importante quando há algum processo infeccioso local, procurando-se identificar flutuações, orifícios de drenagem, hiperemia e enfisema do subcutâneo.
58
toque retal
reservado para o final do exame. em RN é substituído por passagem de sondas; em lactentes, utiliza o dedo mínimo. - pesquisa a tonicidade do esfíncter, a dimensão da ampola retal, a presença de fezes e suas características, presença de sangue, muco, pus, material necrótico, enfisema, pólipos e outras lesões intrínsecas e extrínsecas do reto. - a próstata pode ser palpada e avaliada.
59
toque retal obrigatório
nos casos de abdome agudo obstrutivo. - na obstrução intestinal, a ampola retal pode estar vazia, sem fezes. - a presença de diarreia com muco e sangue, em lactente com dor abdominal em cólica e vômitos, compõe a tríade da invaginação intestinal. - nas formas baixas da doença de Hirschsprung, se a zona de transição entre o segmento agangliônico distal e o cólon normal for ultrapassada pelo dedo do examinador, o toque retal é seguido por eliminação explosiva de gases e fezes.
60
anomalias anorretais
constituem um espectro de malformações em que o ânus e a porção distal do reto não se desenvolvem. o reto termina em fundo cego a uma distância variável do períneo e o ânus é imperfurado. - as formas mais comuns se associam a uma fístula entre o reto e a uretra nos meninos e entre o reto e o vestíbulo vaginal nas meninas. - um extremo da anomalia nas meninas é a cloaca, na qual o reto, a vagina e a uretra terminam em um canal único, o seio urogenital, que se exterioriza no períneo.
61
o que fazer após diagnosticar ânus imperfurado
devem se aguardadas 24 a 48h para verificar se a criança elimina mecônio através de uma fístula. a presença dessa fístula identifica uma anomalia alta, sendo necessária a realização de colostomia. - se não elimina mecônio nesse período, deve-se realizar o estudo radiográfico (invertograma) e medir a distância entre o fundo cego do reto e o períneo. - a associação com outras anomalias é comum e deve ser investigada. a presença de anomalia sacral determina pior prognóstico quanto à continência fecal e urinária.
62
doença hemorroidária
afecção rara abaixo dos 16 anos, devendo excluir constipação intestinal crônica. - manifesta-se por hematoquezia, caracterizada pelo sangramento na passagem das fezes, pode haver também disquezia, que é a dor e dificuldade à evacuação. além disso, plicomas formam o botão hemorroidário. - aspecto de mamilo hemorroidário é típico, mas a retossigmoidoscopia é importante para descartar outras causas de sangramento.
63
fissura anal
caracterizada por uma úlcera dolorosa na junção cutaneomucosa do ânus e pode provocar hematoquezia e/ou disquezia. - comum em crianças constipadas com fezes ressecadas, em que a passagem das fezes provoca dor e causa hipertonia do esfíncter, resultando em círculo vicioso que agrava a constipação e mantém a fissura ativa. - diarreias graves e dermatites perianais podem ser fatores predisponentes.
64
diagnóstico fissura anal
a tríade composta por fissura anal, hipertrofia de papila e plicoma de pele é característica da fissura anal crônica. - a história clínica e o aspecto da fissura são típicos e suficientes para o diagnóstico definitivo. - o toque retal pode identificar a hipertonia do esfíncter, mas deve ser evitado. deve ser realizado após melhora da fase aguda.
65
abscesso perianal
caracterizado por uma tumefação dura, avermelhada, dolorosa e bem definida, situada nas margens do ânus, com pus em seu interior. ele pode propiciar a formação de uma fístula perianal.
66
pólipo retal
incide mais comumente dos 2 aos 6 anos de idade e é benigno. - sinal mais comum é a presença de hematoquezia, o sangramento é vivo e autolimitado, cessando logo após evacuação. - a inspeção da região perianal pode ser normal ou possibilitar a visualização do pólipo exteriorizado através do ânus, pólipos menores se reduzem espontaneamente, e os maiores precisam de redução digital.
67
prolapso retal
exteriorização anal da mucosa do reto que desliza sobre a camada muscular. deve-se diferenciá-lo da procidência retal, na qual todas as camadas do reto são exteriorizadas através do ânus. - mede 2 a 3 cm de comprimento, apresentando estrias radiais e superfície irregular com coloração rósea. - o toque retal deve ser realizado após a redução para se avaliar a tonicidade do esfíncter e palpar eventuais pólipos. a retossigmoidoscopia deve ser indicada na suspeita de pólipo.
68
causas de prolapso retal
- desnutrição - perda de sustentação da musculatura e tecido adiposo isquiorretal - pólipos retais e mamilos hemorroidários que funcionam como "cabeças" do prolapso - diarreais e disenterias graves com tenesmo intenso - constipação crônica grave - lesões medulares com denervação e paralisia dos músculos do assoalho pélvico e dos esfíncteres - anomalias sacrais com perda da curvatura anterior do sacro - fibrose cística - infestação por Trichuris trichiura - DPOC - coqueluche devido à tosse intensa
69
região sacrococcígea
a inspeção e palpação devem ser realizadas de rotina. - a presença de alterações cutâneas, como manchas hipercrômicas , pelos, seios, fístulas e tumores, pode estar associada a anomalias vertebrais e medulares.
70
meningocele
a meninge se hernia por meio de uma fenda na coluna vertebral. o aspecto é o de uma tumefação de consistência amolecida que quando comprimida abaula a fontanela, ela pode estar coberta apenas pela meninge que pode se ulcerar e ocorrer a ruptura. - a medula acompanha a meninge no saco herniário. a associação com pé torto congênito, incontinência fecal e urinária é comum.
71
teratoma sacrococcígeo
tumor composto por elementos derivados dos três folhetos embrionários. - apresenta-se exteriorizado na região sacrococcígea, revestido por pele íntegra, mas pode ter uma porção intrapélvica. é um tumor arredondado ou ovalado, com áreas císticas e/ou sólidas, podendo atingir grandes volumes.