Semiologia do Sistema Digestório Flashcards
(71 cards)
condições do exame
- aquecer as mãos
- posicionar à direita do paciente
- paciente em decúbito dorsal
- joelhos fletidos para relaxar a parede anterior do abdome
- exposição da região inguinal e parte inferior do tórax
divisão do abdome em 9 regiões
tem como objetivo o emprego de uma linguagem universal para a localização dos sinais e sintomas abdominais, ela permite mais especificidade.
- hipocôndrio direito e esquerdo + epigástrio
- flanco direito e esquerdo + mesogástrio ou umbilical
- fossa ilíaca direita e esquerda + hipogástrio ou suprapúbica
ordem que o exame deve ser realizado
- inspeção
- ausculta
- palpação superficial
- percussão
- palpação profunda
características do abdome
a criança possui musculatura abdominal mais delgada, além disso, até a puberdade, tem postura lordótica, o que confere ao abdome aspecto saliente.
- varia de acordo com o gênero, estado nutricional, condições da musculatura da parede abdominal
formatos de abdome
- plano
- globoso
- escavado
- assimétrico
abdome globoso
caracterizado pelo crescimento uniforme de diâmetro anteroposterior. a distensão pode ser provocada pela presença de excesso de ar, líquido ou fezes dentro das alças intestinais, hiptonia, atonia ou paralisia da parede abdominal.
causas de abdome globoso
- obesidade
- edema da parede
- ascite
- peritonite
- pneumoperitônio
- meteorismo (aumento de gases por deglutição de ar)
- aumento do volume dos órgãos abdominais
- duplicação intestinal
- tumores ou cistos intra - abdominais
- fibrose cística
- hipopotassemia
- raquitismo
- hipotireoidismo
- obstrução e constipação intestinal
- íleo adinâmico
abdome em batráquio
quando o paciente, em decúbito dorsal, exibe aumento exagerado dos flancos
abdome em avental
acúmulo exagerado de tecido adiposo no subcutâneo da parede abdominal, havendo queda sobre as coxas do indivíduo na posição de pé, observado na obesidade
abdome pendular
resulta da fraqueza da musculatura da parede ou da agenesia muscular, assim como ocorre na síndrome de Prune-Belly (abdome em ameixa, em razão do seu aspecto rugoso)
síndrome de Prune - Belly
doença congênita baseada na tríade de deficiência ou ausência de musculatura da parede abdominal, criptorquidismo bilateral e malformação do trato urinário
abdome escavado / retraído / côncavo
evidencia os rebordos costais, as espinhas ilíacas e a sínfise púbica. está relacionado com desnutrição grave, desidratação acentuada ou anomalias congênitas em que determinados órgãos intra abdominais estão deslocados ou sem conteúdo.
- a distensão do tórax provocada por pneumotórax pode dar a impressão de que o abdome está escavado
abdome assimétrico
levanta suspeita diagnóstica conforme o sítio da distensão localizada.
- distensão do andar superior do abdome acompanhada de vômitos, é provável a obstrução do duodeno.
- abaulamento localizado ou tumor abdominal, pode ser provocado por distensão da bexiga, abscesso da parede, atrofia muscular circunscrita e hérnia incisional.
- a paralisia do músculo abdominal pode ocasionar tumefação localizada da parede abdominal.
- se o abaulamento é difuso, pode ser considerada a atresia intestinal baixa.
- aumento súbito e intenso do abdome está relacionado com o pneumopertônio resultante do íleo meconial ou da enterocolite necrosante do RN.
- a transiluminação do abdome pode diferenciar a massa cística da sólida, bem como evidenciar a distensão da bexiga, a ascite e os rins hidronefróticos ou policísiticos.
respiração abdominal
é predominante até os 7 anos de idade, após isso esse padrão é mantido quando em decúbito dorsal.
- a imobilidade da parede abdominal durante a respiração está relacionada com peritonite, apendicite, íleo paralítico, paralisia diafragmática ou distensão abdominal acentuada por ascite ou gases.
- se a respiração é exclusivamente abdominal na criança menor ou predominantemente abdominal na criança maior, devem ser consideradas condições que envolvem o comprometimento respiratório.
- a respiração paradoxal está relacionada com paralisia diafragmática.
- a restrição dos movimentos ou a imobilidade respiratória ocorre nas afecções dolorosas, em especial na peritonite.
peristaltismo
- as pulsações epigástricas podem ser normais ou resultantes da transmissão, pelo diafragma, das pulsações da hipertrofia ventricular direita.
- as ondas peristálticas podem ser desencadeadas por um leve atrito no epigástrio. elas são observadas quando o olho do examinador está no mesmo nível do abdome com a iluminação perpendicular. pode ser considerado normal nos prematuros, mas geralmente está relacionada com obstrução.
- ondas gástricas da esquerda para direita, representam sinal de estenose pilórica nos lactentes jovens.
cicatrizes e massas
- importante observar a presença de cicatrizes cirúrgicas ou não, estrias, erupções e equimoses.
- no umbigo, deve ser verificada a presença de hérnia ou de inflamação.
- tumorações, diástase dos retos abdominais e hérnia incisional e epigástrica devem ser consideradas.
comportamento e relação com doença
- a posição antálgica é observada na apendicite aguda e na doença inflamatória pélvica.
- a imobilidade do paciente sem movimentos espontâneos é sinal de peritonite difusa decorrente da perfuração de uma víscera oca.
- paciente com pancreatite aguda mostra-se agitado e inquieto no leito, sem que a movimentação piore a dor.
circulação colateral superficial
evidência de dilatação e tortuosidade das veias da parede abdominal.
- ao se comprimir um vaso dilatado a ponto de esvaziar seu conteúdo, observa-se um sulco correspondente a seu trajeto, com o esvaziamento compressivo do conteúdo do vaso, ao se soltar um dedo, observa-se se o fluxo sanguíneo é ascendente ou descendente. quando a dilatação venosa é extrema, o fluxo pode ser bidirecional, dificultando o estabelecimento do fluxo dominante.
- 3 tipos de circulação colateral: porta, cava inferior e portocava.
circulação colateral do tipo porta
- disposição superior, em especial na região epigástrica, com fluxo de sangue no sentido habitual: do umbigo para cima;
- disposição inferior, com fluxo usual: do umbigo para baixo;
- misto: associação das outras duas - cabeça de medusa.
circulação colateral tipo cava inferior
os vasos dilatados situam-se no andar inferior e nas regiões laterais com fluxo sanguíneo ascendente
circulação colateral do tipo portocava
dilatação das veias supra e infra umbilicais com fluxo ascendente em todas.
- pode ocorrer na doença hepática crônica, quando a veia cava inferior sofre compressão em razão da ascite volumosa ou da hipertrofia do lobo caudado.
umbigo no exame do RN
tem importância especial, artéria umbilical única relacionada com malformações congênitas:
- granuloma umbilical;
- anomalias do canal onfalomesentérico;
- persistência do úraco (liga a bexiga fetal ao umbigo);
- umbigo cutâneo e amniótico;
- hérnia umbilical;
- onfalocele (recoberta por peritônio e âmnio)
ausculta
deve preceder a palpação porque a manipulação pode afetar os sons peristálticos. o esteto deve ser aplicado sobre a parede abdominal nos 4 quadrantes e em especial na área central do abdome, por 2 a 3 minutos se os ruídos não estiverem evidentes.
ausculta - peristaltismo
- os RHA são ouvidos a cada 10 a 30 segundos. para que sejam auscultados, é indispensável que haja ar na luz das vísceras ocas, o som resulta do turbilhonamento da mistura de líquido e gás.
- borborigmo é o borbulhamento prolongado e intenso resultante da hiperperistalse ou do aumento do conteúdo das alças intestinais. ele está acentuado e frequente na diarreia, na presença de sangue no interior das alças em decorrência de hemorragia digestiva alta e na obstrução intestinal em fase inicial.
- ausência de sons peristálticos é observada no íleo paralítico e também na peritonite.