Sepse Flashcards

1
Q

Defina e explique o diagnóstico:
Síndrome da resposta inflamatória

A

Independente do motivo, não necessariamente por uma infecção, como também por um estresse

Para diagnosticar, deve haver ao menos 2 dos 4 itens listados abaixo:
1. Temperatura > 38ºC ou < 36ºC
2. FC > 90 bpm
3. FR > 20 rpm, PaCO2 < 32mmHg ou necessidade de ventilação mecânica
4. Leucócitos totais > 12.000, < 4.000 ou com > 10% de formas jovens

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2
Q

Fatores que contribuem para o aumento da incidência de sepse (3)

A
  1. Desenvolvimento de microorganismos multiresistentes e aumento do uso de ATB
  2. Maior número de individios imunossuprimidos (maior longevidade desses)
  3. Aumento da expectativa de vida global
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3
Q

Fatores que pioram prognóstico da sepse (4)

A
  • Extremos da idade
  • Imunossupressão
  • Diabetes melitus
  • Uso de dispositivos
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4
Q

De acordo com os conceitos atuais, defina sepse e choque séptico

A

Sepse: disfunção orgânica e potencialmente fatal causada por uma resposta imune desregulada a uma infecção

Choque séptico: sepse acompanhada de anormalidades circulatórias e metabolicas capazes de aumentar substancialmente a mortalidade

OBS:
Hoje não se usa o termo infecção generalizada e nem sepse grave

Antes, se considerava sepse grave aquela com disfunção inorgânica, hoje esse é o diagnóstico de sepse. Enquanto sepse antes era qualquer infecção com critério de SRIS

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5
Q

Bactérias são os microorganismos mais frequentes ao analisar a causa de uma sepse. Quais os agentes mais frequentes? (4)

A
  1. Staphilococos aureus
  2. Pseudomonas
  3. E. coli
  4. Pneumococos
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6
Q

Quais os principais focos da sepse ao analisar os sistemas?

A
  1. Trato respiratório
  2. Abdome
  3. Corrente sanguínea > não obrigatoriamente!
  4. Trato urinário
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7
Q

Fisiopatologia da sepse

A
  • Um agente agressor invade o sistema, inicialmente o sistema imune imediato age, depois ocorre o estímulo inflamatório a distância
  • Com um desbalanço desses estímulos inflamatórios, com mais estimulos pró inflamatórias do que anti inflamatórias > por:
    1. predisposição genética
    2. excesso de virulencia do patógeno
    3. má resposta imune
  • Com essa desregulação, inicia a lesão orgânica sistêmica
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8
Q

Dinsfunções orgânicas da sepse (5)

A
  • Lesão mitocondrial > crise energética, não consegue usar o oxigênio presente, levando a apoptose celular
  • Fluxo capilar prejudicado > pela vasodilatação e aumento da permeabilidade
  • Microtrombos > plaquetopenia (redução da produção e aumento do turnover)
  • Imunossupressão por esgotamento
  • Hipotensão > vasodilatação, distribuição desigual de volume e redução do tônus cardíaco por cardiotoxicidade > levando a choque distributivo ou misto (cardiogênico e distributivo)
  • Desconforto respiratório > por aumento de permeabilidade, causando a SARA
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9
Q

Principais sinais e sintomas da sepse

A
  • SNC: delírio, hiper ou hipoatividade
  • ACV: taquicardia, extremidades quentes, choque distributivo, miocardiopatia (choque misto)
  • Renal: oligúria, aumento da ureia e creatinina
  • Síndrome respiratória
  • Microtromboses, sangramentos, petéquias > plaquetopenia, queda de fibrinogênio, alargamento do tempo de coagulação, aumento de d-dímero
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10
Q

Ao analisar um paciente com sepse, o que buscar com relação a sinais de choque? (6)

A
  • Pele fria, pálida
  • Aumento do tempo de enchimento capilar
  • Livedo
  • Alteração do nível de consciência
  • Hipotensão
  • Redução do débito urinário
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11
Q

Critérios clínicos atuais para diagnóstico de sepse

A

Infecção suspeita ou confirmada + dois pontos do SOFA, que inclui:
- Diminuição do Indice PF: PO2 / FiO2
- Glasgow
- Diminuição da PA média
- Creatinina aumentada
- Plaqueta diminuída
- Bilirrubina aumentada

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12
Q

Explique o quick SOFA

A

Havendo dois achados dos três parâmetros, terá quick SOFA positivo, mas isso NÃO define diagnóstico de sepse, mas indica GRAVIDADE e PROGNÓSTICO do paciente internado

Parâmetros:
- Glasgow < 15
- FR ≥ 22
- PA sistólica (PAS) ≤ 100

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13
Q

Exames complementares a solicitar no paciente para diagnosticar sepse (5)

A
  • Creatinina
  • Bilirrubina
  • Plaquetas
  • Gasometria (indice PF)
  • Lactato > unico que não é parâmetro do SOFA, mas é um forte indicador de disfunção metabólica
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14
Q

Critérios clínicos atuais para diagnóstico de choque séptico

A

Sepse diagnosticada
+
necessidade de vasopressor para manter PAM > 65
+
lactato > 2 mmol

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15
Q

Defina PA média

A

PAS + (PAD x 2) / 3

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16
Q

Tratamento inicial da sepse

A
  1. Encaminhar para sala de emergência ou UTI
  2. MOV: Monitorização, oxigenação se necessário e dois acessos venosos
  3. Exames complementares para investigação diagnóstica:
    - Gasometria arterial
    - Hemograma completo
    - Lactato sérico
    - Creatinina sérica, bilirrubina total
    - Hemocultura e cultura de sítios susteito
    - Sumário de urina
    - Exames de imagem de sítios suspeitos
    - Procalcitonina
17
Q

Ressuscitação inicial da sepse

A
  • Restaurar perfusão rapidamente: 30 ml/kg de cristaloides nas primeiras 3h > provavelmente será necessário fazer mais
  • Monitorar níveis de cloro para evitar hipercloremia
  • Terapia antibiótica empírica em até 1h: se sepse definida ou sepse suspeita com sinais de choque
  • Com a resposta das hemoculturas, rever ATB para o mais simples possível dentro do necessário para compater o patógeno

(se sepse suspeita sem sinais de choque, pode aguardar até 3h para iniciar o ATB se confirmada infecção bacteriana)

18
Q

Quando iniciar ATB empírico em paciente com sepse?

A
  • Sepse definida/provável: iniciar ATB em até 1h
  • Sepse suspeita/possível COM choque: iniciar ATB em até 1h
  • Sepse suspeita/possível SEM choque: ATB pode ser postergado por até 3h, se após esse tempo ainda suspeitar de sepse, deve ser iniciado o ATB. Enquanto isso, buscar demais causas das alterações orgânicas para evitar uso indevido de ATB

OBS:
O ATB deve ser de amplo espectro e com base nos achados desse paciente. De qualquer forma, as culturas devem ser realizadas antes do inicio do ATB e reavaliada a droga de escolha após resultado

19
Q

Depois da ressucitação inicial da sepse, é necessário monitorar resposta com quais critérios estáticos? E dinâmicos?

A

Critérios estáticos
1. Pressão venosa central (VR: 8-12 mmHg)
2. Pressão arterial média (VR: 60 a 70 mmHg)
3. Lactato sérico: se o primeiro for > 2mmol/L, medir um segundo
4. Tempo de enchimento capilar (< 3 seg é preditor de prognóstico positivo)

Critérios dinâmicos > preferenciá-los
- Dilatação da veia cava
- Elevação da perna

20
Q

E se a terapia inicial de ressucitação falhar?

A
  • Agir com drogas vasoativas se PAM < 65 mmHg por mais de 30-40 min
  • Iniciar corticoide se paciente com história de choque séptico complicado (dificuldade de responder a fluidos e vasopressores)
  • Reavaliar ATB escolhido e buscar demais causas da sepse
21
Q

Manejo de agentes vasoativos na sepse

A
  • Noradrenalina como primeira escolha
  • Preferir acesso venoso central quando precisar de vasopressores, pois podem ser utilizados por um curto período de tempo
  • Alvo PAM de 65 mmHg
  • Considerar usar monitorização invasiva de PA
  • Considerar associar nora a vasopressina > se PAM não estiver ideal ou a dose de nora estiver muito alta
  • Se choque misto (além de distributivo, também cardiogênio) considerar adicionar dobutamina à noradrenalina
22
Q

Como escolher a droga vasoativa em caso de sepse com choque?

A
  • Noradrenalina: droga de 1a escolha geralmente > vasoconstricção e aumento da PAM
  • Adrenalina > util quando é hipotensão refratária. Mas é dose dependente, em dose baixa não vasoconstringe, apesar de ter um forte efeito na FC e contratilidade
  • Vasopressina (dopamina) > pode ser associado a noradrenalina para reduzir a dose, mas o maior risco de arritmias limita seu uso
  • Dobutamina > aumenta a contratilidade, gerando aumento do débito cardíaco, mas gera mais taquicardia e arritmia. Também dilata os vasos, então não tem indicação em paciente com PA baixa
23
Q

Descreva o Bundle (pacote de 1h inicial de tratamento contra a sepse)

A
  • Medir lactato sérico e repetir se alterado
  • Obter hemocultura antes de iniciar ATB
  • Iniciar ATB de amplo espectro
  • Iniciar ressuscitação volêmica com 30 ml/Kg de cristaloides
  • Iniciar vasopressores se PAM < 65 mmHg
  • Controle do foco infeccioso
24
Q

Qual a recomendação atual acerca do uso de antivirais e antifungicos na sepse?

A

Não há beneficio ou maleficio comprovado

25
Quais artifícios lançar mão para avaliar possibilidade de descontinuar um ATB?
Procalcitonina + clínica
26
Em quanto tempo tratar o foco infeccioso na sepse?
6 a 12h