Ventrículos, Meninges e LCR

Question 1

Quais as Camadas das meninges, como se organizam e qual a sua origem embriológica?

Answer 1

As meninges apresentam 3 camadas: a Dura-máter, a Aracnoideia e a Pia-Máter, sendo que as últimas duas derivam da Crista Neural e apenas a Dura-máter deriva da Mesoderme Paraxial. Assim podemos organizá-las também de acordo com a sua origem embriológica: a Dura-Máter forma a Paquimeninge (ou seja, a meninge espessa), enquanto que a Pia-Máter e a Aracnoideia e a Pia-Máter formar a Leptomeninge (meninge fina).

Question 2

Ao nível do Encéfalo descreva, de um modo geral, a Dura-Máter e as Camadas que a Constituem

Answer 2

Trata-se de uma membrana fibrosa e apresenta 2 camadas que estão sempre unidas, exceto ao formar os seios venosos e contém, na sua espessura as artérias e veias meníngeas, as suas ramificações, lagos sanguíneos e seios cranianos, sendo estas a Camada Endosteal e a Camada Meníngea.

Question 3

Descreva a Camada Endosteal da Dura

Answer 3

Corresponde ao periósteo que está a cobrir a superfície interna dos ossos do crânio e não faz continuação com a dura-máter espinhal, mas faz continuação com o periósteo da superfície exterior dos ossos ao atingir os buracos cranianos (já ao nível das suturas é contínua com os ligamentos suturais). Isto justifica que não haja um espaço epidural fisiológico.
Ao nível da base do crânio a dura-máter adere fortemente à parede óssea (sobretudo nas saliência endocranianas e buracos da base do crânio), já ao nível da calvária esta “solta-se” mais facilmente, mas ao nível das suturas adere fortemente, formando a Zona Despregável de Marchant:
Esta vai do bordo posterior da pequena asa do esfenoide até uma área um pouco lateral à protuberância occipital interna (ântero-posterior) e desde uma área um pouco lateral à foice do cérebro até à linha horizontal que passa no bordo superior do rochedo e superiormente ao seio transverso (súpero-inferiormente).

Question 4

Descreva a Camada Meníngea da Dura

Answer 4

Trata-se de uma membrana fibrosa e densa que se continua com a dura-mátera da espinhal (ao contrário da camada endosteal). Esta dá folhetos tubulares para os nervos cranianos e, fora do crânio fune-se com o seu epineuro. Já endocranialmente esta emite prolongamentos que separam as diversas partes do encéfalo entre si, tendo assim tanto a função de superior como permite restringir os movimentos encefálicos com movimentos da cabeça.

Question 5

Da camada Meníngea da Dura-Máter Encefálica, enumere os seus prolongamentos

Answer 5

Tenda do cerebelo ou tentório do cerebelo
Foice do cérebro
Foice do cerebelo
Tenda da hipófise ou diafragma da sela turca
Tenda do bulbo olfactivo

Question 6

Descreva a Tenda do Cerebelo

Answer 6

É um septo transversal que separa a face superior do cerebelo e a face inferior dos lobos occipitais (inferior e superior, respetivamente), formando o teto da fossa craniana posterior e dando inserção tanto à foice do cérbero (face superior) como à do cerebelo (face inferior). É limitada por 2 bordos: o Posterior é convexo posteriormente, está a aderir aos processos clinoideus posteriores e assim passa pela Protuberância Occipital Interna, pelos Lábios do Sulco do Seio Transverso, Bordo Superior da Porção Petrosa do Temporal e finalmente no Processo Clinoideu Posterior. É neste trajeto que encontramos os seios transveros e os seios petrosos superiores (posterior e anterior, respetivamente), sendo que ao nível da impressão do trigémio está um orifício que dá passagem ao mesmo e acesso à cavidade trigeminal (cavum de Meckel), onde encontramos o Gânglio de Gasser.
Já o Bordo anterior (côncavo anteriormente) vai limitar com a extremidade anterior da porção basilar do occipital a incisura tentorial, que vai ser atravessada pelo mesencéfalo. Insere-se nos processos clinoideus anteriores e chega a cruzar superiormente o bordo posterior ao nível do vértice do rochedo.
Estes dois bordos, ao cruzarem, formam um triângulo (cujo 3ª lado é uma linha que passa pelos dois processos clinoideus) ocupado por uma lâmina de dura-máter perfurada pelos CN III e IV, sendo que este triângulo dá expansões (dos 3 lados) para a base do crânio, que vão formar as paredes do seio cavernoso.

Question 7

Descreve as relações das estruturas vasculares e nervosas que passam pelo seio cavernoso.

Answer 7

No seio cavernoso passam (vista posterior):
• na espessura da lâmina fibrosa que separa as porções superficial e profunda do seio (aka parede lateral do seio cavernoso), de sup para inf: oculomotor (III), troclear (IV), oftálmico (V1 do trigémeo) e maxilar (V2 do trigémeo)
• na parte profunda, de sup para inf e de med para lat: artéria carótida interna e abducente (VI)
• Na porção intermédia do seio cavernoso, o nervo oculomotor vai ser cruzado pelos nervos troclear e oftálmico, sendo que, este último, na espessura anterior do seio, vai-se trifurcar nos seus ramos terminais: nervo nasociliar, frontal e lacrimal, que se introduzem na fissura orbitária superior

Question 8

Descreva a Foice do Cérebro

Answer 8

Trata-se de um prolongamento sagital da dura-máter ântero-posterior, pela linha média, que se encontra da fissura longitudinal do cérebro, de forma triangular.
As suas faces relacionam-se com a face interna dos hemisférios cerebrais e a sua base é posterior, com inclinação póstero-inferior, permitindo continuação com a Tenda do Cerebelo inferiormente (a este nível encontramos o Seio Reto). Apresenta ainda um Vértice com inserção na Crista Galli, que se prolonga até ao buraco cego e dois bordos: o Superior é convexo (do forame cego até à protuberância occipital interna - que se desdobra para dar passagem ao seio longitudinal superior) e o Inferior é côncavo (livre, relaciona-se com o corpo caloso e apresenta o seio longitudinal inferior).

Question 9

Descreva a Foice do Cerebelo

Answer 9

Trata-se de uma lâmina vertical entre os 2 hemisférios cerebelosos, cuja base é superior para se unir à tenda do cerebelo e o vértice se bifurca e fica escavado pelos seios occipitais que acabam por desvanecer nos bordos do forame magno. O Bordo Posterior adere à crista occipital interna (e contém os seios occipitais), enquanto que o anterior é livre e se relaciona com o vérmis do cerebelo.

Question 10

Descreva o Diafragma da Sela Turca

Answer 10

É uma lâmina circular que se estende superiormente à sela turca e fica fixada anteriormente pelo lábio posterior da goteira ótica e posteriormente pelo bordo superior da lâmina quadrilátera (lateralmente une-se à linha de união das paredes interna e superior do seio cavernoso). Este vai cobrir a hipófise (perfurada centralmente para dar passagem ao infundíbulo, contém na sua espessura os seios intercavernosos anterior e posterior).

Question 11

Descreva a Tenda do Bulbo Olfativo

Answer 11

É uma prega inconstante em forma de meia lua que vai da crista galli ao bordo interno das bossas orbitárias do osso frontal. Encontra-se superiormente à extremidade anterior do bulbo olfativo.

Question 12

Descreva a Aracnoideia e indique quais os espaços a que esta está associada

Answer 12

Trata-se de uma membrana conjuntiva fina e impermeável que adere em toda a sua extensão à face interior da dura-máter (tendo assim a mesma configuração). Acaba por se fundir com o epineuro dos nervos ao nível dos buracos pelos quais estes saem - no caso do nervo óptico esta bainha vai até à cavidade orbitária e funde-se com a esclerótica (salienta-se que também aqui existe um espaço subaracnoideu). Este espaço contém as granuçações aracnoideias e é separado da dura-máter pelo espaço subdural, bem como da pia-máter pelo subaracnoideu (leptomeníngeo)

Question 13

Descreva o Espaço Subdural

Answer 13

É praticamente virtual, limitado por neurotélio de ambos os lados e atravessado por veias e nervos do SNC (e artérias que para lá vão), bem como por trabéculas conjuntivas que as fazem comunicar com as da pia-máter, Apresentam ainda vasos, nervos e trabéculas conjuntivas circundados por neurotélio (este une o endotélio da dura-máter à aracnoideia) e é ocupado por um filme de fluido.

Question 14

Descreva o Espaço Subaracnoideu (Leptomeníngeo)

Answer 14

Contém artérias cerebrais, veias cerebrais e pares cranianos e está preenchido por LCR. Enquanto a pia-máter se insinua sobre as anfratuosidades e saliências do encéfalo, o folheto aracnoideu visceral adere à dura-máter e passa sobre estas alterações, formando as dilatações do espaço subaracnoideu. Estas dilatações, quando amplas o suficiente formam as cisternas (as mais pequenas são as flumina, rivi e rivuli). Este espaço pode ainda originar os canais subaracnoideus, que são mais alongados (na fissura longitudinal do cérebro e na goteira basilar).
As Cisternas que confluem foram as lagunas/ confluentes de Magendle. Não existe nenhuma cisterna na convexidade do encéfalo, existindo sim na base do encéfalo (3 no compartimento cerebral e outras 3 no compartimento cerebeloso)

Question 15

Quais as Cisternas formadas no Espaço Subaracnoideu?

Answer 15

Na região cerebral encontramos as Cisternas Quiasmática, Interpeduncular e a Quadrigémia (da Veia Cerebral Magna). Na regiao cerebelosa encontramos as Cisternas Cerebelosas Superior, Posterior (Cerebelobular ou Magna) e a Pontocerebelosa.

Question 16

Descreva a Cisterna Quiasmática

Answer 16

É anterior ao quiasma óptico e posterior ao rostrum do corpo caloso, continuando-se lateralmente com a cisterna da fossa lateral do cérebro. Esta última recebe 3 grandes flumina:
Flúmen central (ao longo do sulco central)
Flúmen lateral (ao longo do sulco de Sylvius)
Flúmen paralelo

Question 17

Descreva a Cisterna Interpeduncular

Answer 17

Posterior ao quiasma óptico e anterior à protuberância, fazendo correspondência com a fossa interpeduncular e contém uma parte do polígono de Willis. É atravessada pelo infundíbulo e pelo CN III, tendo comunicação com as cisternas das fossas laterais do cérebro (lateralmente) e com a cisterna quiasmática (anteriormente) - cisterna basal. É dividida num compartimento anterior e noutro posterior, pelo septo transversal incompleto que une os dois CN IIIs ao recesso infundibular (III Ventrículo).

Question 18

Descreva a Cisterna Quadrigémia

Answer 18

Superiormente aos colículos e em forma de losango, sendo que o ângulo inferior/ posterior corresponde ao vérmis superior, o ângulo superior/anterior ao esplénio do corpo caloso e os ângulos laterais aos canais subaracnoideus dos pedúnculos. Aqui encontramos a terminação das artérias cerebrais posterior e da veia cerebral magna. Nesta drenam a cisterna do corpo caloso (posterior) e os canais da face interna dos hemisférios cerebrais e da face superior do cerebelo.

Question 19

Descreva a Cisterna Cerebelosa Superior

Answer 19

Encontra-se entre a tenda do cerebelo e o cerebelo, sendo que, anteriormente, está unida à cisterna ambiens pelo flúmen vermiano (um canal central sob o seio reto).

Question 20

Descreva a Cisterna Cerebelosa Posterior

Answer 20

Superior ao bulbo e inferior ao cerebelo, sendo esta a maior cisterna do crânio, com forma losangular, sendo que o ângulo superior corresponde ao vérmis inferior, o inferior ao bulbo e os laterais às amígdalas cerebelosas.

Question 21

Descreva a Cisterna Pontocerebelosa

Answer 21

Na depressão entre a extremidade inferior do hemisfério cerebeloso e o bordo externo da protuberância. A sua parede interna corresponde ao PCM e a externa à face póstero-superior da porção petrosa do temporal, ao nível do canal auditivo interno. Esta banha a saída dos CN VII e VIII, bem como as raízes do V.

Question 22

Descreva a Pia-Máter

Answer 22

É a meninge mais interna (membrana nutritiva), vasculariza e constituída por células mesoteliais planas que dá seguimento à pia-máter espinhal (sendo mais vascularizada e menos aderente que esta última). Reveste intimamente a face exterior do encéfalo e funde-se com o epineuro dos CN. Esta segue nas artérias que entram na substância encefálica e forma as telas coroideias do teto dos III e IV Ventrículos, fundindo-se com o epêndima para formar os plexos coroideus nos ventrículos laterais e no III e IV ventrículo.

Question 23

Descreva a Irrigação Arterial da Dura-Máter

Answer 23

o Artérias meníngeas anteriores – ramos das artérias etmoidais anteriores
o Artérias meníngeas médias e artérias meníngeas acessórias – ramos das artérias maxilares internas
o Artérias meníngeas posteriores – ramos das artérias vertebrais e faríngeas ascendentes
o Ramos das artérias carótida interna, occipital, faríngea ascendente, maxilar interna e vertebrais

Question 24

Descreva a Drenagem Venosa da Dura-Máter

Answer 24

o Drenam para os seios da dura-máter e veias meníngeas (dispõem-se externamente às artérias)
o Podem também drenar para as veias oftálmicas, à frente e para os plexos pterigoideu e veia maxilar interna, em baixo.
o As veias meníngeas dispõem-se na camada endosteal da dura-máter
o A veia meníngea média drena para o plexo pterigoideu
o As veias meníngeas podem também drenar superiormente no seio longitudinal superior (anastomose entre circulações intra e extracranianas)

Question 25

Descreva a Inervação da Dura-Máter

Answer 25

o Filetes nervosos etmoidais do nervo nasal para o andar anterior
o Ramos meníngeos dos 3 ramos do trigémio (V par) para o andar médio (o ramo meníngeo recorrente, do nervo oftálmico, destina-se à tenda do cerebelo)
o Filetes do nervo vago (X par)
o Ramos do nervo glossofaríngeo (IX par)
o Ramos meníngeos dos primeiros 3 nervos cervicais
o Ramos do tronco simpático

Question 26

Descreva a Vascularização da Aracnoideia, bem como do Espaço Subaracnoideu

Answer 26

Estes são irrigados por finas ramificações dos vasos que percorrem este tecido (artérias e veias cerebrais e as suas ramificações)

Question 27

Descreva a Inervação da Aracnoideia e do Espaço Subaracnoideu

Answer 27

Estes são inervados por plexos nervosos que acompanham os vasos

Question 28

Descreva a Vascularização da Pia-Máter

Answer 28

A Pia-Máter é muito vascularizada, possuindo uma rede arterial (mais profunda) e uma rede venosa (mais superficial). Ambas as redes se formam por anastomoses entre as divisões das artérias que se dirigem para os centros nervosos e entre as divisões das veias que provém destes centros.

Question 29

Descreva a Inervação da Pia-Máter

Answer 29

Esta é inervada por plexos nervosos que acompanham os vasos

Question 30

Descreva a Dura-Máter ao nível da Medula Espinhal

Answer 30

É um tubo fibroso e denso que contém a ME, as raízes dos nervos espinhais e a cauda equina. A Extremidade Superior vai-se continuar com a camada meníngea da craniana e as artérias vertebrais atravessam-na ao nível da articulação antlanto-occipital.
Já a extremidade inferior vai até L2 (extremo inferior da ME) e envolve os elementos da cauda equina (raízes dos nervos espinhais inferiores + filum terminale). Acaba em S2 em fundo de saco, mas prolonga-se até à base do cóccix, onde forma uma bainha que rodeia o filum terminale (ligamento coccígeo da medula).
A Superfície Externa adere à parede anterior do canal vertebral nas 1ªs vértebras cervicais, sendo que depois fica separada do mesmo pelo espaço epidural (não virtual), menor anteriormente por união ao ligamento vertebral comum. Este espaço é ocupado pelos plexos venosos intra-raquidianos e por tecido adiposo, sendo que esta caba por emitir prolongamentos que envolvem as raízes para formar duas bainhas acoladas mais distintas que se fundem com o epineuro das raízes.
Por fim, a superfície interna é lisa e apresenta de cada lado os orifícios de entrada dos nervos espinhais e une-se à pia-máter por tecido conjuntivo e pelos ligamentos denticulados.

Question 31

Descreva a Aracnoideia ao nível da ME

Answer 31

É a membrana impermeável, separada da pia-máter pelo espaço subaracnoideu (LCR) e esta continua-se com a craniana. Inferiormente vai-se terminar ao nível do bordo inferior de S2. Continua-se com as raízes nervosas espinhais (extensões laterais do espaço subaracnoideus). O Espaço Subaracnoideu é atravessado por trabéculas de tecido conjuntivo e pelos ligamentos denticulados e confunde-se superiormente com a cisterna magna e prolonga-se inferiormente até ao extremo inferior do fundo de saco dural. A Região Submedular (L2-S2) é a mais apropriada para punção lombar.

Question 32

Descreva a Pia-Máter ao nível da ME

Answer 32

É a membrana vascular (nutritiva) que reveste a ME e adere intimamente à mesma. Origina ainda uma prega que cobre as paredes da fissura mediana anterior e funde-se como epineuro dos nervos espinhais. Daqui partem os prolongamentos que unem a pia-máter à dura-máter, mais finos anterior e posteriormente, mas de cada lado encontramos uma lâmina fibrosa para-frontal que se estende por toda a medula entre a face exterior da pia-máter e a face interior da dura: o Ligamento Denticulado.

Question 33

Descreva o Ligamento Denticulado

Answer 33

Está entre as raízes anteriores e posteriores dos nervos espinhais e une-se tanto à pia-máter como à dura-máter. Assim, o vértice de cada dente insere-se na dura-máter, no intervalo entre a emergência de 2 nervos e, nestes intervalos, o bordo externo é livre, está no espaço subaracnoideu e forma uma concavidade lateral. Superiormente insere-se na face interna da porção lateral do occipital, póstero-inferiormente ao orifício interno do canal condiliano anterior e póstero-superiormente ao orifício da dura-máter atravessado pela artéria vertebral e 1º nervo cervical, e termina entre o 12º nervo torácico e o 1º lombar
Este ligamento permite que a ME esteja ligada e suportada pela dura-máter.

Question 34

Descreva a Vascularização e Inervação das Meninges ao Nível da ME

Answer 34

Artérias – ramos espinhais das artérias vertebrais, intercostais, lombares e sagradas média e laterais, que nascem próximo do buraco intervertebral
Veias – drenam para os plexos intrarraquidianos
Nervos – ramos meníngeos dos nervos espinhais. Cada ramo meníngeo é formado por um ramo do gânglio correspondente do tronco simpático e por um ramo do nervo espinhal. O ramo meníngeo entra para o canal raquidiano pelo buraco intervertebral correspondente, passando à frente das raízes espinhais.

Question 35

Descreva a Estimulação Nervosa da Dura-Máter

Answer 35

Esta apresenta numerosas terminações nervosas sensíveis ao estiramento, o que produz a sensação de dor de cabeça. Se ocorrer estimulação das terminações nervosas do trigémio superiormente ao nível da tenda do cerebelo isto produz uma dor numa área da pele homolateral, no entanto, se esta for feita inferiormente ao nível da tenda do cerebelo isto produz uma dor restrita à nuca e porção posterior do escalpe, pela distribuição do nervo grande occipital.

Question 36

Explique a Função das Meninges, nas várias camadas

Answer 36

A Dura-Máter, graças à sua rigidez, exerce uma função de proteção do tecido nervoso (incluindo dos nervos cranianos e das raízes dos nervos espinhais) e acaba por limitar os movimentos excessivos do encéfalo em relação ao crânio.
A Aracnoideia limita o espaço subaracnoideu (LCR - que permite a flutuabilidade do encéfalo e protege o tecido nervoso de forças mecânicas do crânio).
A Pia-Máter apresenta uma função nutritiva.

Question 37

Explique a Relação entre movimentos excessivos do encéfalo relativamente ao crânio e meninges e lesões cerebrais

Answer 37

Os movimentos excessivos implicam embate de estruturas neurais nas estruturas cranianas e meníngeas e podem lesar os nervos cranianos - sobretudo ao nível da sua passagem pelos buracos do crânio- As veias corticais (que drenam para os seios da dura-máter) são bastante frágeis e podem ser laceradas, e assim provocar hemorragias subdurais ou subaracnoideias. Já as artérias tortuosas que apresentam paredes resistentes são mais dificilmente danificadas.

Question 38

Explique a origem embrionária dos Ventrículos

Answer 38

A Ectoderme forma o tubo neural e este apresenta a dilatação do canal ependimário. De acordo com as várias porções do SNC podemos distinguir a formação de várias cavidades:
O Prosencéfalo dá origem aos Ventrículos Laterais (pelo Telencéfalo) e ao III Ventrículo (pelo Diencéfalo). Do mesencéfalo origina-se o Aqueduto de Sylvius, do Rombencéfalo origina o IV Ventrículo. Por fim temos o Canal Ependimário (medula) e o Ventrículo Terminal.

Question 39

Descreva os Ventrículos Laterais e a sua Constituição

Answer 39

São duas cavidades ependimárias dos hemisférios cerebrais, constituindo, cada um, uma cavidade afractuosa, em torno do núcleo caudado, tálamo e pedúnculo cerebral. Este vai desde o lobo frontal (ao nível do extremo ântero-superior do núcleo caudado e da face superior do tálamo) para contornar (em sentido súpero-inferior) o pulvinar e entrar no lobo temporal ao passar inferiormente ao extremo superior do pedúnculo cerebral e da cauda do núcleo caudado. Assim tem uma forma em C (convexidade do núcleo caudado)
Este é constituído pelo Corno Anterior (frontal), superiormente aos núcleos tálamo-estriados, pelo Corno Inferior (temporal), inferiormente aos núcleos tálamo-estriados e ao extremo superior do pedúnculo cerebral e pelo Corno Posterior (occipital), que vai posteriormente até ao lobo occipital. Para além disto apresenta ainda o corpo que se projeta pelo lobo parietal e o Carrefour/trígono colateral, que é uma parte do ventrículo posterior ao tálamo e núcleo caudado, onde se unem os 3 cornos. Por fim podemos ver uma comunicação entre estes e o III ventrículo pelo Buraco Interventricular (de Monro)

Question 40

Enumere os Limites do Buraco Interventricular (de Monro)

Answer 40

o Anterior – pilares anteriores do fórnix/trígono
o Posterior – extremidade anterior do tálamo
o Externo – joelho da cápsula interna
o Superior – tela coroideia do III ventrículo, que se continua com o revestimento epitelial do ventrículo lateral (membrana tectória). Este epitélio cobre a face inferior do plexo coroideu no momento que passa por baixo do fórnix e por cima do buraco interventricular.

Question 41

Descreva o Corpo e os Cornos dos Ventrículos Laterais, bem como o Trígono Colateral

Answer 41

O Corpo encontra-se no lobo parietal e é limitado posteriormente pelo extremo posterior do tálamo e segmento descendente do núcleo caudado, medialmente pelo septo pellucidum, lateralmente pelos feixes do corpo caloso. Superiormente será delimitado pela face inferior do corpo caloso e inferiormente pelo núcleo caudado e pela face superior do tálamo
O Corno Anterior encontra-se no lobo frontal e é o mais largo, apresentando 3 paredes: a Parede Superior é formada pela face inferior do corpo caloso, a Inferior apresenta o Segmento anterior (cabeça do núcleo caudado e mais medialmente fibras do joelho do corpo caloso) e, separado pelo buraco de Monro, o Segmento Posterior (lat-med: corpo do núcleo caudado, sulco tálamo-estriado, segmento externo da face superior do tálamo, plexo coroideu lateral e metade externa do trígono) e por fim a Parede Interna formado pelo septo pellucidum e, mais posteriormente, pela união do corpo caloso com o fórnix.
O Corno Inferior projeta-se no lobo temporal, inferiormente ao núcleo caudado e relaciona.se medialmente com a fenda de Bichat, em forma de meia lua (concavidade ínfero-medial). A parede superior é formada pela porção sublentiforme da CI e a inferior é formada pelo hipocampo, fimbria do hipocampo e Eminência Colateral de Meckel.
O Corno Posterior encontra-se no lobo occipital e dirige-se posteriormente apresentando a parede Súpero-Externa, côncava, que corresponde aos feixes do corpo caloso que formam o tapetum e às radiações óticas e a Ínfero-Interna é elevada por 2 saliências sobrepostas (superiormente temos o bulbo do corno occipital (Forceps Major) e inferiormente o Esporão de Morand/ Calcar Avis,)
O Trígono Colateral é limitado anteriormente pela extremidade posterior do tálamo e cauda do núcleo caudado, lateralmente pelos feixes do corpo caloso e medialmente pela lâmina epitelial que se continua superiormente com a que une a ténia do fórnix ao tálamo sobre o pavimento do corno frontal e, inferiormente, com a lâmina que se estende desde a fimbria do hipocampo até ao teto do corno temporal.

Question 42

Descreva os Plexos Coroideus dos Ventrículos Laterais

Answer 42

Franjas compostas por pia-máter e cobertas por células ependimárias que produzem LCR e se encontram lateralmente às ténias do fórnix, apoiando-se sobre o sulco coroideu do tálamo, formando assim as extremidades laterais da tela coroideia do III Ventrículo. Estas prolongam-se póstero-inferiormente pela porção externa da Fenda de Bichat e extremidade posterior do tálamo onde se espessam para formar o glomus coroideu e terminam em sentido ínfero-anterior no fundo da fenda de Bichat, pela parede interna do corno temporal. Este plexo, ao sobressair na cavidade ventricular fica coberto por uma lâmina epitelial ependimária do tálamo à ténia do fórnix, sendo que a porção temporal dos mesmos se continua com a pia-máter da base do encéfalo
Quando se remove o plexo formam-se linhas de rutura (uma vez que este é fixo às paredes graças à projeção das alças vasculares do epêndima) - ténias.

Question 43

Descreva a Constituição do III Ventrículo

Answer 43

Este está entre os dois hemisférios cerebrais, anteriormente ao mesencéfalo e, mais especificamente, entre os dois tálamos, tendo anteriormente comunicação com os ventrículos laterais (buraco de Monro) e posteriormente com o IV Ventrículo pelo Aqueduto de Sylvius. Apresenta 5 Paredes:
2 Paredes Laterais - 2/3 anteriores do tálamo e estruturas subtalâmicas inferiormente ao sulco de Monro/hipotalâmico (da extremidade anterior do Aqueduto de Sylvius ao buraco de Monro), sendo que destas últimas destacam-se os núcleos internos do hipotálamo.
Parede Superior - convexa ântero-posteriormente e côncava transversalmente e, na união com a parede posterior, apresenta a glândula pineal, acabando por repousar no sulco médio (que separa os colículos superiores). A Base é atravessada pelo recessus pinealis (entre a comissura habenular e a branca posterior - superior e inferiormente (respetivamente). Anteriormente à epífise a parede superior vai ser formada pela tela coroideia do III Ventrículo (lateralmente às habénulas, une-se anteriormente às colunas do fórnix), cuja parte posterior limita, com a metade anterior da face superior da glândula pineal, o recesso suprapineal.
Parede Póstero-Inferior - inclina-se ântero-inferiormente desde a base da epífise, encontrando-se logo a abertura do aqueduto de Sylvius, anterior e inferiormente à qual está uma lâmina de substância branca (da extremidade anterior dos pedúnculos cerebrais) a formar o pavimento. Anteriormente a esta substância branca interpeduncular está uma fina lâmina de substância cinzenta que vai até ao infundíbulo. Assim, a face ventricular desta parede é lisa e deprimida na linha média, enquanto que a face inferior é bastante irregular, sendo constituída (avançado em sentido anterior) pelo Espaço Perfurado Posterior (onde se torna na lâmina perfurada posterior), pelos Tubérculos Mamilares, pelo tuber cinerium e pelo quiasma ótico, de onde está suspensa a hipófise.
A Parede Anterior é vertical, encontrando-se superiormente as colunas do fórnix e, no seu ângulo de afastamento, a comissura branca anterior (forma-se a fossa triangular). Inferiormente a esta comissura a lâmina será constituída pela lâmina terminallis (supra-ótica), uma lamela de substância cinzenta que superiormente se continua tanto com o corpo caloso como com o septo pellucidum e que pode ser confundida com o espaço perfurado anterior lateralmente. Inferiormente une-se ao quiasma ótico, limitando com este o recesso ótico.

Question 44

Descreva a Cavidade do III Ventrículo

Answer 44

Esta tem a forma de pirâmide quadrangular, cujas paredes correspondem às paredes do III Ventrículo e o vértice ao recesso infundibular. É atravessada pela Comissura Intertalâmica e comunica lateralmente com os ventrículos laterais pelo Buraco de Monro.

Question 45

Descreva a Tela Coroideia e o Plexo Coroideu do III Ventrículo

Answer 45

A Tela é triangular, sendo a sua base posterior (esta corresponde à abertura transversal do segmento médio da fissura transversa do cérebro) e o vértice apresenta-se em relação com o fórnix. Os bordos laterais vão formar os plexos dos ventrículos laterais. Esta apresenta, de cada lado da linha média os Plexos Coroideus do III Ventrículo.
Os Plexos Coroideus do III Ventrículo vão de posterior a anterior (da base ao vértice da tela coroideia), onde se acabam por flexionar lateralmente para cruzar a face inferior das colunas do fórnix e permitir a continuação com os plexos coroideus dos ventrículos laterais.

Question 46

Descreva, de um modo geral, o IV Ventrículo

Answer 46

Este trata-se de uma dilatação do canal ependimário entre as diferentes partes do rombencéfalo (anteriormente temos o bulbo e a protuberância e posteriormente o cerebelo), em forma de tenda e que contém LCR. Superiormente continua-se com o aqueduto de Sylvius (comunicação com o III Ventrículo) e inferiormente com o canal ependimário do bulbo (que por sua vez se continua com o da medula). Posteriormente vai ainda comunicar com o espaço subaracnoideu pelo buraco mediano de Magendie e pelos buracos laterais de Luschka. Apresenta 2 paredes (anterior e posterior), 4 bordos e 4 ângulos.

Question 47

Descreva a Parede Anterior do IV Ventrículo

Answer 47

Em forma de Losango, cujo maior eixo é vertical. O Eixo Transversal permite a divisão na porção Portuberancial e Bulbar No eixo vertical encontramos a Haste do Calamus Scriptoris, de onde partem as estrias acústicas que vão transversal e lateralmente para contornar os PCI e atingir o núcleo coclear posterior. Podemos descrever esta parede desde a Haste em sentido lateral, mas esta descrição é diferente conforme se trate da metado superior ou inferior. Assim, no Triângulo Bulbar:
Asa Branca Interna (trígono do hipoglosso) - base superior, dividida por uma crista vertical na área medialis (em relação com o núcleo do hipoglosso) e na área plumiformis (que corresponde ao núcleo intercalado)
Asa Cinzenta (fóvea inferior/ trígono do vago) - deprimida, base inferior, corresponde ao núcleo dorsal do vago, limitado inferiormente pelo funiculus separans, que limita, com o segmento correspondente do PCI a área postrema (corresponde à extremidade superior do núcleo de Grácil)
Asa Branca Externa (área vestibular) - triangular e de base superior, relaciona-se com os núcleos vestibulares

No triângulo Protuberancial podemos descrever, de medial para lateral:
Colículo Facial - uma saliência ovoide, alargada de superior a inferior, onde se faz corresponder ao núcleo do CN VI
Fóvea Superior - está no prolongamento da asa cinzenta e em relação com o núcleo motor do V
Parte Superior da Área Vestibular - segue-se à asa branca externa do T. Bulbar
Locus Ceruleus - zona escura, lateral à parte superior da fóvea superior.
Assim, no total temos duas eminências longitudinais separadas por uma depressão: a Eminência Interna (funiculus teres), formada inferiormente pela asa branca interna e superiormente pela eminência teres e a Eminência Externa, correspondente à área vestibular.

Question 48

Descreva a Parede Posterior (Teto) do IV Ventrículo

Answer 48

Dividida numa parte Superior, Média e Inferior
Parte Média (cerebelosa) - face anterior do cerebelo (limitada superiormente pela língula, inferiormente pelo nódulo e véu medular inferior e lateralmente pelos PC)
Parte Superior - Véu Medular Superior (válvula de Vieussens), entre os dois PCSs e a cobrir o Triângulo Protuberancial do IV Ventrículo. Triângulo de Base Inferior que se continua com a língula e Extremidade Superior que se estende até aos colículos inferiores e ligada pelo freio ao sulco que os separa. A sua face ventricular é lisa e regular e a posterior é estriada graças à sua relação com o cerebelo, tendo substância branca mais profundamente e substância cinzenta mais superficialmente.
Parte Inferior - Véu Medular Inferior, adere ao folheto profundo da tela coroideia. Resulta de uma invaginação da pia-máter, separando a face inferior do cerebelo da parte bulbar do IV Ventrículo. Os 2 folhetos (cerebeloso e bulbar) continuam-se no fundo da depressão e, anteriormente ao bulbar, temos dois cordões longitudinais a cada lado da linha média cobertos por vilosidades vascularizadas, estando aqui os plexos coroideus medianos que se continuam lateralmente (pela linha de união dos dois folhetos) os plexos coroideus laterais. As porções livres dos plexos estendem-se para o espaço subaracnoideu pelas aberturas laterais formando os cornos de abunância). Trata-se de uma lâmina ependimária mais anteriormente recoberta depois por pia-máter (atapeta a face profunda do folheto anterior da tela coroideia). A base continua-se pelo cerebelo e o vértice pelo canal ependimário da medula, já os bordos laterais pelos PCIs, sendo que apenas é epitelial no centro e é reforçada por outras lâminas nervosas (Óbex, uma lamela nervosa cetnral que reforça a membrana ao nível do ângulo inferior do IV ventrículo, as Ténias do IV Ventrículo, duas lâminas brancas, superiores ao Óbex), sendo que na porção não reforçada encontramos um orifício mediano oval, próximo do ângulo inferior do IV ventrículo, o Buraco de Magendie, e ao nível dos ângulos laterais temos os Buracos de Luschka em forma de fenda. Através destes buracos encontramos as comunicações entre a cavidade ventricular e o espaço subaracnoideu (LCR).

Question 49

Descreva os Bordos e Ângulos do IV Ventrículo

Answer 49

O IV Ventrículo tem 4 bordos, dois inferiores (que correspondem à linha de união da ténia do IV Ventrículo ao PCI) e dois superiores que são formados pelo lado interno dos PCS. Têm ainda um ângulo inferior que se comunica com o canal ependimário da medula, um ângulo superior que se comunica com o Aqueduto de Sylvius e os laterais que correspondem às extremidades dos recessos laterais.

Question 50

Descreva a Constituição do LCR

Answer 50

Trata-se de um fluido claro e incolor que possui em solução sais inorgânicos, glicose e vestígios proteicos (e poucas células linfocitárias). A pressão é mantida constante e apenas aumenta do esforço da defecação, tosse e compressão das veias jugulares internas

Question 51

Onde se Localiza o LCR?

Answer 51

Nos Ventrículos do Cérebro, Espaço Subaracnoideu e em torno do encéfalo e ME

Question 52

Quais as Funções do LCR?

Answer 52

Este banha a superfície interna e externa do encéfalo e ME sendo uma “almofada” amortecedora com função de proteção, mas também funciona como um reservatório que intervém na regulação do conteúdo craniano. Participa também na nutrição do tecido nervoso e na remoção dos produtos do metabolismo neural e pode ainda permitir alguma comunicação e influencia da glândula pineal em relação à pituitária.

Question 53

Descreva a Formação do LCR

Answer 53

Formado nos Plexos Coroideus dos vários ventrículos (secreção ativa) e também nas células ependimárias e espaços perivasculares da superfície cerebral. Estes plexos têm uma superfície pregueada, revestida por uma porção central de tecido conjuntivo e uma final de epitélio cuboide ependimário, sendo que estas últimas células apresentam microvilosidades.
O Sangue capilar está separado das cavidades ventriculares pelo endotélio, membrana basal e epitélio de superfície, mas as células epiteliais são fenestradas e permeáveis a grandes moléculas para que os plexos possam fazer a secreção ativa do líquor e, simultaneamente, transportar ativamente metabolitos do SN para o sangue - este transporte ativo é o que explica as concentrações inferiores de potássio, cálcio, magnésio, bicarbonato e glucose no LCR. A sua produção é constante, não sendo regulada pela pressão (e continua a ocorrer mesmo que haja obstrução no seu trajeto).

Question 54

Descreva a Circulação do LCR

Answer 54

Esta inicia-se com a sua secreção pelos plexos coroideus (nos ventrículos e superfície encefálica) seguindo o seguinte trajeto:
Dos ventrículos laterais vai para o III Ventrículo pelos buracos de Monro e daqui para o IV Ventrículo pelo Aqueduto de Sylvius. Isto ocorre graças à estimulação das pulsações arteriais dos plexos e pelos cílios das células ependimárias. Do IV Ventrículo este passa para o espaço subaracnoideu pelo buraco de Magendia e buracos de Luschka e vai depois pelas cisternas cerebelo-medular e pontina, passando pela Tenda do Cerebelo, para alcançar a superfície cerebral inferior. Daqui segue superiormente pelas faces laterais dos hemisférios cerebrais e algum deste líquido acaba por ir para o espaço subaracnoideu que envolve a medula e cauda equina (aqui a ciruclação é totalmente dependente das pulsações das artérias espinhais, dos movimentos da coluna vertebral, respiração, tosse e mudanças de posição).

Question 55

Descreva a Absorção do LCR

Answer 55

Esta ocorre principalmente nas vilosidades aracnoideias (que se projetam nos seios venosos durais -sobretudo no longitudinal superior) que se agrupam para formar as Granulações de Pacchioni (aumentam em número e tamanho com a idade e sofrem calcificação), sendo, estruturalmente, divertículos do espaço subaracnoideu, que transpõe a camada meníngea da dura-máter. Este divertículo é coberto por uma fina camada celular, por sua vez coberta pelo endotélio dos seios venosos. Assim, ocorre absorção do líquor para os seios venosos quando a pressão do líquor excede a destes últimos, mas se o contrário ocorrer os túbulos do endotélio venoso encerram para impedir o refluxo de sangue para o espaço subaracnoideu (podemos dizer que as vilosidades aracnoideias funcionam como válvulas). Ainda assim algum líquor deve ser absorvido diretamente para as veias do espaço subaracnoideu e ainda deve haver algum que escape pelos linfáticos perineurais dos cranianos e espinhais.
Como a produção do líquor nos plexos coroideus é constante, é a velocidade de absorção do líquor através das vilosidades aracnoideias controla a pressão do líquor.