Pneumonia Enzoótica Suína Flashcards

1
Q

Quem é mais afetado?

A

Afeta porcas de todas as idades, mas sobretudo porcos em crescimento (muito raro termos patologia em animais com menos de 6 semanas).

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2
Q

Agente

A

Mycoplasma hyopneumoniae (200-500 nm) – bactéria muito pequena. Tem um genoma muito pequeno, o que
acarreta uma diminuição importante da capacidade de biossíntese. Sem parede celular (os AB que exerçam o seu efeito na parede celular não podem ser usados, como p.ex. betalactâmicos), mas com membrana citoplasmática com esteróis.

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3
Q

3 doenças que o agente causa

A

− Micoplasmose suína: infeção apenas com Mycoplasma hyopneumoniae, sendo extremamente rara; caracterizada por uma tosse leve e não produtiva, com efeito mínimo no ganho médio diário e no índice de conversão.
− Pneumonia enzoótica suína: coinfecção com outras bactérias (Pasteurella multocida, Streptococcus suis, Actinobacillus pleuropneumoniae (APP), Glaesserela parasuis)
− Complexo respiratório suíno: coinfecção com vírus

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4
Q

Hospedeiros

A

Suínos

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5
Q

Patogenia

A

A infeção dá-se por via oronasal, sendo que o micoplasma adere ao epitélio ciliar, colonizando a mucosa das vias aéreas respiratórias (traqueia, brônquios e bronquíolos), originando uma estase dos cílios. Posteriormente, há destruição destes cílios e das células caliciformes (muco). A acumulação de material mucoso não eliminado pelo aparelho mucociliar, juntamente com a alteração do sistema mucociliar facilita a presença de infeções
concomitantes, com colonização por outras bactérias oportunistas (como P. multocida), sendo responsável
pelo aparecimento dos sinais clínicos e lesões associados à pneumonia enzoótica.

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6
Q

Transmissão

A

Os animais infetados, doentes ou assintomáticos, excretam o Mycoplasma hyopneumoniae, exclusivamente por via oronasal. Excreção longa – a bactéria pode detetar-se no aparelho respiratório dos animais infetados, que a excretam por via oronasal, durante 4 a 8 meses (em termos produtivos, isto corresponde a: porcas – mais que 1 parto; engorda – toda a vida). Pensa-se que o número de partos tenha influência na excreção do agente – as maiores transmissoras são as porcas novas (nulíparas e até ao 2ºparto) . Transmissão lenta: R0 = 0,33 – 5,38 (1,16). Os leitões infetados na maternidade são fonte de infeção para outros leitões ninhada/lote. Dose mínima para infeção 1x104 CCU/mL.

TRANSMISSÃO AERÓGENA (3-5km) Distâncias curtas; os vetores não desempenham papel aparente; Padrão
sazonal – maior prevalência no inverno (baixas temperaturas e alta humidade relativa).

TRANSMISSÃO VERTICAL
Transmissão da porca para os leitões, nas maternidades

TRANSMISSÃO HORIZONTAL
Transmissão dos porcos infetados para os seus companheiros, na recria e na
engorda

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7
Q

PI

A

PI entre 10 dias a meses:
− A infeção pouco frequente em animais com < 6 semanas:
* Os leitões nascem livres de infeção!

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8
Q

Prevalência ao desmame e significado

A
  • Baixa (0-5%)
    Disseminação lenta
    Evidência de infeção mínima
  • Média (6-20%)
    Sinais clínicos apenas no fim
    da fase de engorda
  • Alta (>20%)
    Disseminação rápida
    Sinais clínicos mais precoces
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9
Q

Sinais

A

FORMA EPIZOÓTICA
Pouco frequente, acontece quando introduzimos porcas de origem negativa em explorações infetadas endemicamente (sem imunização prévia)
Disseminação rápida
Morbilidade aproximada dos 100%
Sinais respiratórios (tosse, dispneia) e sinais sistémicos (febre)

FORMA ENZOÓTICA
Mais frequente, acontece em explorações previamente
infetadas
Tosse seca não produtiva, normalmente quando se mexem os animais
Ocasionalmente, podem ter secreções nasais serosas, durante cerca de 40 dias
Em casos de micoplasmoses puras, a morbilidade pode ser
alta (pioram os índices zootécnicos – ↓GMD, ↑IC, lotes não homogéneos) mas a mortalidade é baixa
Quando há combinação com outros agentes, a gravidade
aumenta, podendo surgir febre, diminuição do apetite,
prostração, dificuldade respiratória, tosse produtiva e morte

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10
Q

Lesões

A

Em coinfecções – pleurisia, abcessos, nódulos, etc
Consolidação crânio-ventral
– hepatização dos lobos
craniais
Broncopneumonia e
Atelectasia
50 a 90 dpi – surgem
lesões de recuperação
Hiperplasia Linfoide
peribronquial (BALT)

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11
Q

Diagnóstico

A

Clínico
Tosse seca não produtiva; desigualdade nos animais, mortalidade baixa ou nula
Í𝒏𝒅𝒊𝒄𝒆 𝒅𝒆 𝒕𝒐𝒔𝒔𝒆 (𝑰𝑻) = 𝒏º 𝒆𝒑𝒊𝒔ó𝒅𝒊𝒐𝒔 𝒅𝒆 𝒕𝒐𝒔𝒔𝒆
𝒏º 𝒑𝒐𝒓𝒄𝒐𝒔 𝒆𝒙𝒂𝒎𝒊𝒏𝒂𝒅𝒐𝒔 𝒙 𝒕𝒆𝒎𝒑𝒐 (𝒎𝒊𝒏)
a) 3min em cada parque, mínimo 20 porcos (1 parque ou 2 parques anexos)
b) Se o mesmo porco tem outro acesso de tosse ao fim de 10´´ é contabilizado
c) Repete passado 1 min – mesmo procedimento para o mesmo pavilhão, mas noutro
parque(s)
d) Calcula-se a média
IT > 2,5% + seroprevalência > 0,5% → Alta probabilidade de a exploração ter pneumonia enzoótica
* Monitorizações em Matadouro (idealmente duas vezes por ano)
A incidência de lesões no matadouro depende da idade em que os animais se infetam. Para além disso, as lesões não são especificas desta patologia pelo que é sempre necessário um diagnóstico etiológico.
* Etiológico
O isolamento da bactéria é complicado; sorologia dá pouca informação (seroconversão tarde e não há a possibilidade de distinguir anticorpos vacinais dos naturais.
No entanto existem várias técnicas de PCR:
- Ante-mortem: zaragatoas oro-faríngicas, nasais ou das tonsilas – baixa sensibilidade zaragatoas laríngeas e zaragatoas traqueais – alta sensibilidade
- Post-mortem: lavagem bronco-alveolar e colheitas de pulmão – alta sensibilidade

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12
Q

Vacinação

A

Vacinação: principal método de controlo de Mycoplasma. As vacinas podem conter bacterinas ou culturas inativadas (+adjuvantes). Pode ser dada por via IM ou intradérmica. Melhora os parâmetros
zootécnicos e reduz os sinais e lesões. No entanto, não reduz a taxa de transmissão nem impede a infeção.
Leitões: duas doses, atualmente usamos vacina de one shot geralmente associada à vacina do PCV2
1ª semana (grande fonte de contágio na exploração)
3ª semana (mais utilizada) – antes do desmame que ocorre às 4 semanas
Entrada na engorda: reforço
Depende da gravidade e da exploração
Reprodutoras: são vacinadas na altura da reposição (2x ou 4x) e antes do parto

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13
Q

Controlo

A

Antibioterapia: antibióticos como tetraciclinas, macrólidos, lincosaminas, pleuromutilinas,
fluroquinolonas ou florfenicol. Nos leitões administra-se IM, mas nos porcos em
crescimento/acabamento, a administração é feita por via oral.
* Controlo dos fatores predisponentes: o ambiente (fatores de temperatura e humidade), densidade animal,
fluxo dos trabalhadores e pessoas.
* Aclimatização das nulíparas: de extrema importância uma vez que filhos de porcas positivas na maternidade possuem 5,4x mais hipóteses de serem positivos ao desmame e apresentam lesões pulmonares mais graves ao abate, face a filhos de porcas negativas na maternidade.
Tem por objetivo: ter um grupo de nulíparas imune e não excretoras à chegada do primeiro parte. Este processo deve ser iniciado logo à chegada das porcas, para que o 1º parto ocorra sem excreção, e pode ser
feito com recurso ao contacto direto, à inoculação traqueal ou a aerossóis.
Para uma aclimatização adequada (aumento da estabilidade da exploração): conhecer o estado sanitário , a
exploração de origem e a exploração recetora.

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14
Q

Erradicação

A

Consiste no encerramento da exploração durante 8 meses
(240 dias), em que paramos toda as circulações do agente. Outra forma, é associar a este processo alguma forma de antibioterapia.

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15
Q

Impacto económico (5)

A

-Redução do ganho médio diário
-Diminuição na velocidade de crescimento
-Aumento do índice de conversão
-Falta de homogeneidade entre lotes
-Aumento dos custos de medicação

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16
Q

Caracterização

A

Caracteriza-se por produzir sinais clínicos respiratórios de gravidade moderada e para predispor os animais a infeções por outros agentes.