1 - Dislipidemia Flashcards
O que é dislipidemia? E quais são os tipos?
Dislipidemia = Qualquer alteração nos níveis dos lipídios com relação a valores referenciais para uma determinada amostra populacional.
Tipos:
* Hipercolesterolemia isolada ( aumento isolado do LDL)
* Hipertrigliceridemia isolada ( aumento isolado dos Triglicérides)
* Hiperlipidemia mista ( aumento do LDL e dos triglicérides)
* HDL baixo
VLDL= very low-density protein; LDL = Low-density lipoprotein; IDL = intermediate-density lipoprotein; HDL = High-density lipoprotein
Sobre o metabolismo lipídico:
Como os lipídios são transportados no plasma?
São insolúveis em água e por isso são transportados por proteínas pelo plasma.
Principais Lipídios Plasmáticos:
* Colesterol
* Triglicerídeos
Sobre o metabolismo lipídico:
o que são lipoproteínas?
Lipoproteínas = Complexos solúveis ( lipídios + apoproteinas)
Tamanho relativo, triglicerídios e composição do colesterol, principais apolipoproteínas e aterogenicidade das lipoproteínas da circulação:
LDL densa e pequena= mais aterogênica
Quilomicron= formado por triglicerídeos da dieta
VLDL = formado por triglicerídeos endógenos
Sobre o metabolismo lipídico:
Qual a lipoproteína mais aterogênica?
LDL - mais capaz de formar ateroma - placa mais instável - maior risco de rompimento
Sobre o metabolismo lipídico:
O que são quilomícrons?
Quilomicron= formado por triglicerídeos da dieta
Sobre o metabolismo lipídico:
Como se dá o ciclo exógeno?
Ciclo Exógeno: dieta
- As gorduras da dieta são absorvidas no intestino (NPC1L1 facilita a absorção do colesterol)
- Chegam ao plasma sob a forma de Quilomicrons
- Quilomícrons são degradados pela lipase lipoprotéica (LPL) em ácidos graxos livres ( AGL que vão para tecido adiposo/TA e músculo) e os remanescentes vão para o fígado
Sobre o metabolismo lipídico:
Como se dá o ciclo endógeno?
Ciclo Endógeno: fígado
* O fígado sintetiza triglicerídeos e colesterol endógenos, além de apolipoproteínas para seu transporte
* A produção de colesterol no fígado é catalisada pela enzima HMG-CoA redutase
* VLDL é então secretada pelo fígado e, por ação da LPL, vai liberando AGL ( para o músculo ou TA) e se transformando em IDL e depois em LDL ( rica em colesterol para levar aos tecidos periféricos)
Sobre o metabolismo lipídico:
Como se dá o transporte reverso do colesterol?
Transporte Reverso do Colesterol
* É o transporte do colesterol dos tecidos de volta para o fígado, através do HDL
* Mediado pelas enzimas LCAT e CETP
Dislipidemias - classificação laboratorial
Não HDL-c : CT-HDL
Aumento isolado do LDL-c (LDL-c maior ou igual a 160 mg/dL :
Hipercolesterolemia isolada
Aumento isolado dos triglicérides (TG maior ou igual a 150 md/dL ou maior ou igual a 175 mg/dL, se a amostra for obtida sem jejum :
Hipertrigliceridemia isolada
Aumento do LDL-c (maior ou igual a 160 mg/dL) e dos TG (maior ou igual a 150 mg/dL ou maior ou igual a 175 mg/dL se amostra sem jejum) :
Hiperlipidemia mista
Se TG for maior ou igual a 400 mg/dL : não se aplica a fórmula de Friedewald, devendo-se considerar a hiperlipidemia mista quando o não HDL-c for maior ou igual a 190 mg/dL.
Não HDL= CT-HDL (usar quando TG>400)
Redução do HDL-c (homens <50 e mulheres <60) isolada ou em associação com o aumento do LDL-c ou de TG:
HDL-c baixo
O que é a fórmula de friedewald e qual sua relevância?
LDL-c = CT – HDL-c –Triglicérides/5
Triglicérides/5 é uma estimativa da VLDL-c e todas as concentrações expressas em mg/dL.
Mais fácil de memorizar –> CT: hdl + ldl + vldl
só não a utilizo quando o triglicérides estiver maior ou igual a 400 mg/dL
Classifique as causas de dislipidemia:
Primárias: causas genéticas - mutações nas enzimas do metabolismo lipíco que afetam o equilíbrio.
Secundárias: estilo de vida inadequado, comorbidades, medicamentos
Quando pensar em dislipidemia de causa genética?
Níveis muito elevados de colesterol
Xantomas, arco corneano
AF de DAC precoce
Arco Corneano (< 45 anos) = Risco de Doença aterosclerótica precoce
Quais são as principais causas secundárias de dislipidemia?
Atenção para diabetes mellitus tipo ll e hipotireoidismo
Primeiro eu trato a causa secundária - ex: trato o hipot - por isso é importante pedir a função tireoidiana
PROVA
Por que tratar Hiperlipidemia (aumento de LDL) ?
Reduzir o risco cardiovascular! DCVs: dac, ave e dap.
Aumento de LDL, IDL, VLDL 🡪 entram na túnica íntima e se ligam aos proteoglicanos 🡪 agregação 🡪 início da formação da placa.
A retenção é influenciada pela composição das partículas e pela dieta.
A retenção leva a uma resposta celular mal adaptativa, resultando em aumento de inflamação, fibrose e necrose.
Ocorre formação do cerne lipídico/necrótico quando os processos normais de fagocitose são sobrepujados pela retenção e acúmulo continuados de lipoproteínas apo B “tóxicas”.
A ruptura ou erosão da placa pode levar à formação de trombo sobrejacente, que pode precipitar um evento clínico agudo ( ocluir o vaso).
Diferencie prevenção primária de prevenção secundária:
Prevenção primária = redução de eventos cardiovasculares em indivíduo sem DCV conhecida. Exs: promoção da saúde, mudança no estilo de vida
Prevenção secundária = redução de eventos cardiovasculares em indivíduo com DCV conhecida. Exs: prevenção de eventos em quem já teve - por meio de tratamentos - pessoa que já infartou tem muito mais chance de infartar novamente.
PROVA
Por que tratar Hipertrigliceridemia?
A hipertrigliceridemia grave (TG a partir de 1.000 mg/dL) está associada ao aumento do risco de PANCREATITE.
A hidrólise de TG 🡪 liberação local de ácidos graxos livres em quantidade tóxica, capaz de lesar as células acinares.
Concomitantemente, há elevação de quilomícrons nos capilares pancreáticos, evoluindo para congestão capilar e contribuindo para isquemia e acidose locais.
Diante de um dano celular direto grave ou bloqueio ductal, ocorre a liberação de grande quantidade de secreção pancreática com suas pró-enzimas já ativadas levando a um processo inflamatório local🡪 pancreatite
Quais são as principais causas de pancreatite?
Etilismo, cálculo biliar e hipertrigliceridemia
Paciente, sexo feminino, 48 anos, apresentou-se ao hospital com quadro de náuseas, vômitos, inapetência e dor abdominal do tipo queimação, iniciada em região epigástrica.
AP: Nega etilismo
Ao EF: orientada, taquipneica, normotensa, taquicárdica, normocorada, desidratada, afebril, anictérica, acianótica; abdome: distendido, ruídos hidroaéreos presentes, timpânico, doloroso difusamente
Aos exames de admissão: triglicerídeo 10.932 mg/dL, amilase 226 mg/dL, lípase 899 mg/dL. US de abdome: ausência de litíase biliar
Qual o provável diagnóstico dessa paciente?
Pancreatite aguda é uma condição inflamatória do pâncreas, decorrente da ativação precoce de suas enzimas digestivas e manifestada clinicamente por dor abdominal e níveis séricos elevados das enzimas pancreáticas.
Essa patologia tem a hipertrigliceridemia como sua terceira causa mais comum, vindo após o álcool e a litíase biliar, responsáveis por 1 a 38% dos casos.
São necessários, geralmente, níveis séricos de triglicerídeos (TG) ≥1.000 mg/dL (10 mmol/L) para induzir a pancreatite aguda
Como tratar a dislipidemia com mudança no estilo de vida?
Terapia nutricional e atividade física