Acessos vasculares Flashcards

(52 cards)

1
Q

Dialítico: conceitos e necessidade

A

CONCEITOS:
- Grande definidor de prognóstico do dialítico: qualidade da hemodiálise
- Cosiderados para diálise: DRC progressiva ou ClCr <= 15-20
- Qualidade da hemodiálise (URR: urea reduction ratio): Ureia antes – Ureia após diálise x 100% (normal: ≥ 65%)

NECESSIDADE DE ACESSO:
- Facilmente manipulável
- Duradouro
- Pouco suscetível à infecção
- Bom fluxo (inflow e outflow)
- Sem recirculação

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2
Q

Diálise: Peritoneal

A

Modo:
- Infusão de solução de diálise na cavidade peritoneal através de cateter de tenckhoff → Peritôneo em contato com a solução por diferença de osmolaridade filtra o sangue → Solução de diálise é retirada pela máquina através do mesmo cateter tenckhoff

Problemas:
- Cada pessoa tem uma capacidade de filtração diferente e ela pode diminuir com o tempo
- Infecção (peritonite) e hérnia associada ao cateter → Podem prejudicar TX no futuro

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3
Q

Diálise: Cateter

A

CATETERES:
- SHILLEY (curta duração)
- PERMCATH (longa duração)

→ Material sintético
→ Sujeito a infecção
→ Menos durável que outros métodos
→ Risco de SÍNDROME DA VEIA CAVA SUPERIOR

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4
Q

Diálise por FAV: conceitos e vantagens

A

CONCEITOS:
- Melhor acesso para o paciente em diálise
- Deve ser planejada eletivamente no paciente com DRC (3-6 meses antes) - se necessário, inserir um cateter como ponte (Shilley, Permcath)
- Não é acesso de urgência (não realizar em IRAs…)
- Idade não é critério para confecção de FAV
- Desligamento da FAV: a critério do nefrologista

VANTAGENS:
- Baixo custo
- Baixo risco de infecção
- Alta perviedade (se tecnicamente bem indicada e confeccionada)
- Não necessita de manutenção ou trocas
- Pode ser desligada se necessário com ligadura da anastomose

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5
Q

FAV: definição e objetivos

A

DEFINIÇÃO:
- Confecção de uma comunicação entre uma artéria de médio ou de grande calibre periférica e uma veia subcutânea de comprimento e calibre suficientes para inúmeras punções
- Geralmente, término-lateral (a veia é ligada e anastomosada terminalmente na artéria)
- O cateter de diálise entra em dois pontos da veia
- Nativa > Prótese > Autóloga

OBJETIVO:
→ Arterialização da veia
- Aumento do fluxo (outflow sai pela veia, por menor resistência)
- Dilatação e espessamento do vaso → Fácil punção

→ INFLOW: Artéria e Anastomose
→ OUTFLOW: Veia

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6
Q

FAVs: mais comuns

A

RADIOCEFÁLICA:
- Mais comum

BRAQUIO-CEFÁLICA:
- MELHOR OPÇÃO EM DIABÉTICOS
- Pode fazer estenose por HIPERPLASIA DA ÍNTIMA
- Incisão transversa abaixo da prega

BRAQUIO-BASÍLICA:
- Precisa superficializar (transpor)
- Procedimento de maior porte

→ Distais - Anestesia local:
- FAV radiocefálica distal
- FAV radiocefálica antebraço
- FAV radiobasílica
- FAV radiomediana
- FAV ulnocefálica
- FAV ulnobasílica
- FAV ulnomediana
- FAV braquiocefálica
- FAV braquiomediana

→ Proximais - Bloqueio do membro ou Anestesia geral:
- FAV braquio-cefálica
- FAV braquio-basílica (superficializada)
- FAV braquio-braquial (superficializada)
- FAV fêmoro-safênica (“em alça”) - desconfortável, alta taxa de infecção e descompensação de DAOP

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7
Q

FAV: critérios gerais de planejamento e avaliação da artéria

A

CRITÉRIOS GERAIS:
- Preferência por MMSS (maior conforto)
- Preferência pelo membro não dominante (apenas se forem equivalentes)
- Distal > Proximal (se perder uma distal, dá para realizar outra mais proximal)
- Avaliação cardiovascular (ICC sintomática ou FE < 40% pode contraindicar FAV proximal)
- Avaliar cateteres prévios
- Preservar integridade dos vasos de qualquer dano
- Pensar em acessos futuros
- Excluir infecções sistêmicas

ARTÉRIA:
- MEDIR PA E PULSOS BILATERAIS
- Teste de Allen (escolher artéria não dominante - geralmente A. radial)
- Diâmetro recomendado: >= 2 mm

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8
Q

FAV: avaliação da veia

A

CARATERÍSTICAS RECOMENDADAS (US COM BRAÇO GARROTEADO):
- Distância da superfície cutânea: ≤ 6 mm
- Diâmetro: ≥ 2,0 mm (Prótese: ≥ 4 mm)
- Comprimento puncionável: ≥ 6-10 cm
- Ausência de: trombose, flebite, estenoses, calcificações…
- Avaliar: fluxo, tamanho, distensibilidade, perviedade do arco palmar, edema, colaterais…
- Preferência por veias superficiais (fácil punção; oclusão não inviabiliza uso de outras veias superficiais)
- Identificar colaterais com potencial para desvio de fluxo
- Estudar as veias profundas de drenagem

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9
Q

FAV: técnica

A

ANESTESIA:
- Local ou regional (causa vasodilatação e facilita)
- Sedação, geral (FAV BB…)

TÉCNICA CIRÚRGICA:
- Incisão (RC: longitudinal / BC: transversa)
- Dissecção e reparo dos vasos
- Ligadura e preparo da veia
- Arteriotomia LONGITUDINAL (1,5x o diâmetro da artéria) e preparo da artéria
- Anastomose término-lateral (pode ser látero-lateral e pode ser realizada através de clipes ou outos materiais além de fios de sutura)
- Superficialização (veia basílica)
- Ao término, presença de frêmito e sopro nos primeiros cm da veia próximos à anastomose

** Não ligar as tributárias (nutrem a veia) - a ideia é deixar o fluxo escolher (pode precisar ligar se a FAV não maturar)

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10
Q

FAV: prótese

A

CONCEITOS:
- Vantagens: opção quando não existem veias favoráveis nos MMSS, pode não necessitar de maturação
- Desvantagens: mais hemorragias, menor patência, infecção
- Anastomose término-lateral na artéria e na veia
- PTFE 6 mm (melhor material)
- Antebraço (braquio-axilar), Braço (braquio-braquial)
- Próteses de canulação precoce - poupa uso de cateter
- Outras opções: safena (não dilata), enxertos biológicos (pericárdio bovino…)

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11
Q

HeRO graft

A

CONCEITOS:
- Sistema híbrido de enxerto-cateter de PTFE
- Opção em pacientes nos quais todas as demais opções de acesso nos MMSS foram esgotadas e em pacientes com estenose central

COMPONENTES:
- Inflow Arterial: PTFE 6mm
- Outflow Venoso: Cateter 19Fr

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12
Q

FAV: maturação - conceitos

A

CONCEITOS:
- 20-60%: Falha da maturação
- 80% das falhas: trombose (estenose da anastomose)
- Outras causas: colaterais roubando fluxo
- US de rotina para aferição do fluxo: sem evidência

PODE AUXILIAR:
- Elastase pancreática
- Técnicas cirúrgicas abertas ou endovasculares
- Exercícios (sem evidência - se recomendados, preferível que seja do braço inteiro em detrimento dos dedos)

NÃO RECOMENDADO:
- Medicações (clopidogrel, heparina, prostaciclinas, vasodilatadores, colecalciferol…)
- Intervenções (endovasculares ou abertas)

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13
Q

FAV: maturação - dados

A

MATURAÇÃO (REGRA DOS 6):
- Tempo:
— Nativa: 4 semanas (ideal 3-6 meses)
— Prótese: 48h - 2 semanas
- Distância mínima da superfície cutânea: ≤ 6 mm
- Diâmetro mínimo: 4-6 mm
- Comprimento mínimo puncionável: 6-10 cm (2 cm entre as agulhas e espaço para rotacionar locais de canulação)
- Velocidade mínima de fluxo: 500-600 ml/min

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14
Q

FAV: melhora da patência

A

FAV:
- Não recomendado de rotina: ômega-3, AAS, atorvastatina, ezetimiba, clopidogrel, prostaciclinas…
- Pode ser utilizado: terapias a laser

PAV:
- Recomendado: ômega-3 na fase inicial (reduz trombose)
- Considerar: dipiridamol + AAS
- Sem evidência: sinvastatina, ezetimiba

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15
Q

FAV: exame físico normal

A
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16
Q

FAV: estenoses - clínica

A
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17
Q

FAV: complicações precoces - edema e seroma

A

EDEMA:
- Geralmente, resulta do procedimento CX
- Se persistente (> 2 semanas), sugere estenose de veia central (especialmente se o paciente teve CVCs)

SEROMA:
- PAVs (próteses)
- Transudação de fluidos da prótese ou ruptura de linfáticos
- Parece pseudo
- Risco de infecção
- Maioria autolimitada (pode ser necessária remoção do material e confecção de nova fístula)

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18
Q

FAV: complicações precoces - outras

A

INFECÇÃO:
- Mais comum em próteses
- Maioria no primeiro mês

NÃO MATURAÇÃO (TROMBOSE…)

PARESTESIAS:
- Causada por edema / hematomas (compressão nervosa), neurite isquêmica ou isquemia da mão
- Geralmente, desaparece em 4 semanas

MONONEURITE ISQUÊMICA:
- Comprometimento sensitivo e motor com mão quente

ISQUEMIA DA MÃO:
- Comprometimento sensitivo e motor com mão fria e cianótica

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19
Q

FAV: mononeurite isquêmica

A

CONCEITOS:
- Imediatamente após confecção da FAV
- Isquemia do vasa nervorum
- Geralmente em FAVs BRAQUIAIS
- Diferentemente do roubo, ocorre logo após a confecção da FAV

FR:
- Deposição de amiloide
- Compressão por cateter
- Isquemia (roubo vascular)

CLÍNICA:
- Dor intensa distal, imediatamente após confecção da FAV
- Parestesia
- Paresia / Paralisia
- MÃO QUENTE

TTO:
- LIGADURA IMEDIATA DA FAV!! (não tem TTO efetivo)

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20
Q

FAV: cuidados durante a diálise

A

GERAL:
- Exame físico adequado da FAV
- Profissional treinado
- Assepsia e antissepsia

TÉCNICAS DE CANULAÇÃO:
- Rope ladder: preferível
- Area: desaconselhada
- Buttonhole: apenas em circunstâncias especiais (segmento curto, aneurisma grande, falha em outras técnicas) - devido ao risco de infecção, evitar em PTFE

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21
Q

FAV: complicações da canulação

A

INFILTRAÇÃO:
- Gelo
- Diminuir velocidade da máquina
- Compressão local
- Avaliar punção em outro sítio ou suspensão da diálise

HEMATOMA:
- Punção antes da maturação da FAV ou em posição não-perpendicular
- TTO: avaliar individualmente (fluxo, tamanho, se está infectado…)
- Complicação: estenose da veia

22
Q

FAV: estenoses - conceitos gerais

A

ESTENOSE:
- Complicação mais comum dos acessos AV
- Estenose clinicamente significativa: Estenose > 50% + Clínica
- Estenose venosa: hiperplasia intimal (induzida por CX, cisalhamento hemodinâmico, uremia e a própria ATP) -> Re-estenose de 60% em 6 meses
- Podem causar não maturação, falha, trombose…
- PAV: geralmente, na anastomose venosa
- FAV: justa-anastomótica; arco cefálico; swing da basílica

EXAMES:
- US: ótimo exame, mas não avalia região central
- AngioTC, Fistulografia: podem avaliar região central

PRINCÍPIOS DO TRATAMENTO:
- Venoso: geralmente Endo
- Anastomose: Endo ou aberto
- Arterial: Endo (principalmente se for proximal) ou aberto

23
Q

FAV: estenose arterial

A

ESTENOSE ARTERIAL:
- Diversas etiologias: estenose arterial central, artéria nutridora estreita, anastomose estreita, hipotensão
- Estenose de INFLOW

CLÍNICA:
- BAIXO FLUXO PARA MÁQUINA (mal funcionamento)
- Redução do aumento de pulso com compressão do outflow (em condições normais, ocorreria aumento importante do pulso após compressão do outflow)
- Isquemia da mão / Sintomas semelhantes ao roubo
- Fístula esvazia quando levanta o membro

TTO:
- Angioplastia
- CX

24
Q

FAV: estenose justa-anastomótica

A

ESTENOSE JUSTA-ANASTOMÓTICA:
- Até 2 cm da anastomose
- Estenose de INFLOW
- Comum em FAVs radio-cefálicas
- Multifatorial: técnica, fatores hemodinâmicos, trauma mecânico, hiperplasia da íntima

CLÍNICA:
- FÍSTULA NÃO MATURA
- BAIXO FLUXO PARA A MÁQUINA
- Trombose
- Aumento de pulso e frêmito na região da estenose

TTO:
- Angioplastia +/- Stent
- CX

25
FAV: estenose venosa distal
ESTENOSE VENOSA DISTAL: - ≥ 2-5 cm da anastomose (arco cefálico, estenose central) - Estenose de OUTFLOW - Praticamente exclusiva das FAVs BRAQUIO-CEFÁLICAS - Etiologia multifatorial CLÍNICA: - SANGRAMENTO PROLONGADO APÓS RETIRADA DO CATETER DE DIÁLISE (OBSTRUÇÃO DO OUTFLOW) - FÍSTULA NÃO COLAPSA COM ELEVAÇÃO DO BRAÇO - FRÊMITO APENAS SISTÓLICO (NÃO CONTÍNUO) - FÍSTULA FICA DURA (PSEUDOANEURISMAS) - Trombose TTO: - Angioplastia + Stent - CX
26
FAV: estenose da prótese
PRÓTESES: - O segmento de canulação todo (inflow e outflow) é na prótese CLÍNICA: - ESTENOSE DA ANASTOMOSE VENOSA: EDEMA, AUMENTO DA AMPLITUDE DE PULSO, SANGRAMENTO PERSISTENTE APÓS RETIRADA DA AGULHA TTO: - Angioplastia + STENT revestido
27
FAV: considerações sobre Angioplastia
CONSIDERAÇÕES: - Indicada em estenoses com relevância CLÍNICA BALÕES: - Balões de alta pressão: escolha - Balões especiais (cortantes ou farmacológicos): sem evidência INDICAÇÕES DE STENT: - Estenose / Trombose venosa de PAV: ATP + Stent - Re-estenose intra-stent (FAV ou PAV): ATP + Stent - Rotura de segmento venoso estenótico (FAV e PAV) - Aneurisma ou Pseudoaneurisma - Estenose de arco cefálico * Stent revestido autoexpansível: preferência em todos os casos
28
FAV: outras técnicas para o tratamento de estenoses
Trombectomia Trombólise Cirurgia aberta
29
FAV: trombose - conceitos e clínica
CONCEITOS: - 65% a 85% de todas as perdas de FAV - Várias causas: estenoses venosas, hipofluxo, espontânea... - DX: EF +/- US CLÍNICA: - MAL FUNCIONAMENTO DA FAV (redução do fluxo, recirculação de ureia...) - PERDA DO FRÊMITO - Dor intensa local - Palpação de trombo - Tremores - Perda da sensibilidade - Clínica de estenose venosa
30
FAV: trombose - manejo
PRECOCE: - Até 30 dias - Falha técnica - TTO - CX DE URGÊNCIA: → Trombectomia com Fogarty → Endovascular: trombectomia... - Correção do fator causal ** Trombólise geralmente é contraindicada no perioperatório ** Não wlexiste um tempo máximo após trombose para salvar a FAV TARDIA: - >= 3 meses - Estenose por hiperplasia miointimal / Obstrução do deságue - Locais mais comuns: 1º cm da FAV e local da punção - TTO - CX DE URGÊNCIA: → Trombectomia com Fogarty → Endovascular: trombectomia (Angiojet...), trombólise... + VENOGRAFIA (avaliação de estenose) +/- ANGIOPLASTIA (COM STENT) * Sempre pesquisar e corrigir causa base (se existir): → Hipotensão: Corrigir PA + Trombectomia 24-48h + Arteriografia (excluir estenose) → Hipercoagulabilidade (def. ATIII e HIT): PFC + NOACs
31
FAV: infecção - conceitos e DX
CONCEITOS: - 20% de todas as complicações - FAV nativa: 10x menos infecção - Maioria germes de pele (strepto, staphylo) - Infecções por S. aureus, fungos, gram-negativos: procurar fonte embólica - Espectro variável: desde pequenas celulites até sepse com necessidade de explante - Canulação por buttonhole: mais risco - Risco de rotura DX: - Clinica (flogose local, sinais sistêmicos)... - Imagem (US, AngioTC, PET...) - avaliam: permeabilidade, integridade aneurismas, fluido e extensão
32
FAV: infecção - TTO
GERAL: - ATB de amplo espectro (após obtenção de hemoculturas e culturas de líquidos viáveis, para guiar TTO posteriormente): Vanco + Tazo - Evitar uso da FAV - Avaliar CX (indicação e proposta) FAV NATIVA: - Celulite perivascular (eritema e edema localizados): ATB 6 semanas - Alterações anatômicas (aneurismas, hematomas, abscessos): ATB + intervenção (drenagem, retirada da prótese, ligadura da FAV) * Ligadura se risco de embolia séptica PRÓTESE: - ATB + Explante da prótese
33
FAV: aneurismas e pseudoaneurismas
CONCEITOS: - Definição complexa - Podem ser aneurismas ou pseudoaneurismas das artérias ou das veias (muito mais comuns) - Pseudoaneurismas: por punção repetida; mais comum em PAVs - Risco de complicações graves: ulceração, rotura, sangramento, ICC de alto débito, trombose - Prevenção: técnicas apropriadas de canulação US: - Recomendado antes do TTO (pode ajudar na estratégia CX e na correção de outros problemas da FAV - estenose...) - Determina tamanho, fluxo, impacto no acesso...
34
FAV: aneurismas/pseudoaneurismas - achados que podem indicar necessidade de intervenção
https://hemodialysisaccess.yale.edu/
35
FAV: aneurismas/pseudoaneurismas - manejo
CONCEITOS GERAIS: - Evitar canulação do segmento doente (caso não seja possível, canular lados/bases) - Assintomáticos e pequenos: tratamento conservador - CX aberta (melhor) ou Endo com stent revestido (alternativa) - Se correção Endo, evitar punção do segmento com stent INDICAÇÃO CX: - Sintomáticos / Expansão - Estética (considerar uso do acesso) - Infectados - Anastomóticos - Ulceração / Rotura (EMERGÊNCIA) (até operar: compressão da artéria/sutura) ESTRATÉGIA CX: - Aneurismorrafia - Enxerto de interposição - Ligadura (geralmente, requer ressecção do aneurisma pela estética e pelo risco de tromboflebite) - Endo com stent recoberto (geralmente temporário)
36
FAV: roubo - definição, prevenção e FR
DEFINIÇÃO: - Isquemia distal (mão) por roubo de fluxo arterial - Pode ocorrer desde horas após a cirurgia até anos após * Geralmente, é normal uma isquemia leve precoce, logo após a confecção da fístula (até o desenvolvimento de colaterais) PREVENÇÃO: - Teste de Allen - Anastomose adequada - Evitar artéria braquial distal - Corrigir estenoses arteriais FR: - DM - Aterosclerose avançada - FAVs PROXIMAIS (BRAQUIOCEFÁLICA) - Anastomose ampla ou grandes condutos - DAOP - Idade avançada - Sexo F
37
FAV: roubo - clínica e DX
CLÍNICA: - DOR IMPORTANTE, ESPECIALMENTE APÓS DIÁLISE - Parestesias - Comprometimento da motricidade - PALIDEZ OU CIANOSE DA MÃO APÓS EXERCÍCIO - DIMINUIÇÃO / AUSÊNCIA DE PULSOS DISTAIS - Claudicação / Dor ao repouso - Ulceração e gangrena - Índice de pressão de punho < 0,57 * IMPORTANTE!!!! - Diferenciar de MONONEURITE ISQUÊMICA PÓS-FAV (a mononeurite ocorre de minutos a horas após a confecção da FAV, pela isquemia do vasa nervorum e implica na ligação imediata da FAV) DX: - Clínica - US doppler (inversão do fluxo arterial)
38
FAV: roubo - tratamento
SINTOMAS LEVES: - Compressão da FAV - Exercícios SINTOMAS GRAVES (isquemia, ulceração, necrose, dor em repouso): - Cerclagem (estreitamento da veia) - Outras técnicas CX para restrição de fluxo (PAI, DRIL) - Ligadura da FAV (sintomas graves) TÉCNICAS: - PAI (técnica mais segura): Proximalização do inflow - DRIL: Bypass de uma região proximal ≥ 10 cm à anastomose para uma região distal + Ligadura da artéria distal à anastomose
39
FAV: IC de alto débito - fisiopatologia, FR e clínica
FISIOPATOLOGIA: - FAV → Desvio do fluxo → Aumento do DC (aumento de FC e VS) + Queda da PA - Alto fluxo: ICC, hipertensão pulmonar, estenose venosa central, hipertensão venosa, degeneração aneurismática da FAV, isquemia da mão... - Definição: sem consenso (fluxo da FAV > 1-1,5 L/min OU > 20% do DC) FR: - Função cardíaca comprometida - FAV proximal - Anemia Clínica: - ICC - Angina - Sinal de Nicoladoni-Branham (queda da FC com oclusão temporária da FAV)
40
FAV: IC de alto débito - DX e TTO
DX: - Clínica - US doppler - RX de tórax TTO: - Cerclagem da anastomose ou outras técnicas para redução do fluxo - Ligadura da FAV e construção de novo acesso
41
FAV: recirculação
RECIRCULAÇÃO: - Máquina puxa de novo o sangue que acabou de devolver para o paciente - UREIA NÃO ABAIXA, APESAR DA DIÁLISE - Aumenta mortalidade Causas (DIFERENCIAR NO EXAME FÍSICO): - Estenose venosa próxima à FAV - Duas vias próximas - Estenose arterial - Estenose da anastomose
42
Cateter venoso central: definição e técnica
DEFINIÇÃO: - Cateter com extremidade localizada na veia cava ou coração INSERÇÃO: - Posição de Trendelemburg (aumenta retorno venoso, regurgita a veia e diminui risco de embolia gasosa) - Espaço entre as inserções clavicular e esternal do ECOM, direção mais lateral (guiado por USG - probe de alta frequência) - Técnica de Seldinger → Lado direito: - Sem risco de lesão do ducto torácico - Menor risco de pneumotórax (cúpula pulmonar direita é mais baixa) - Melhor posicionamento no átrio direito (trajeto mais retilíneo) → Checar - US: - Veia: não pulsa quando parcialmente comprimida (se não compressível: puncionar outro sítio) Posicionamento ideal (jugular e subclávio): - Extremidade distal na desembocadura da VCS no AD \* 4-6 cm abaixo do ângulo de Louis \* Entre L1 e L2 \* 2 corpos vertebrais abaixo da carina
43
# IMPORTANTE Acesso venoso central: indicações
INDICAÇÕES: - Falha de acesso periférico - Drogas vesicantes (drogas vasoativas, alguns ATB) - Nutrição parenteral - Terapias extracorpóreas (diálise, plasmaférese) - QT EV → Permitem coleta de exames → Permitem infusão de NPP e drogas vesicantes CONTRAINDICAÇÕES: - INFECÇÃO DE PELE E QUEIMADURA LOCAL \*\* PS: acessos periféricos são melhores para infusão rápida de grandes volumes, como no contexto do trauma
44
Cateter venoso central: complicações agudas
INFECÇÃO: - Complicação mais frequente (mas não é aguda) PNEUMOTÓRAX: - TTO: Drenagem (conservador se estável e PTX \< 15%) + Manter cateter (SE ESTIVER BEM POSICIONADO) LESÃO ARTERIAL: - Carótida: Retirada da agulha + Compressão manual - Subclávia: Hemostasia cirúrgica (dificilmente compressível) HEMOTÓRAX: - Perfuração de artéria ou veia subclávia + pleura parietal - TTO: Drenagem + RETIRADA DO CATETER +/- Toracotomia HIDROTÓRAX: - Ponta do cateter no espaço pleural - TTO: Toracocentese + RETIRADA DO CATETER HEMO / HIDROMEDIASTINO: - Perfuração da veia inominada ou da VCS (lesão arterial: hemodiastino maciço) - TTO: RETIRADA DO CATETER +/- CX (Esternotomia / Toracotomia) EMBOLIA AÉREA: - Entrada de ar pelo cateter - Dispneia abrupta, cianose, choque, murmúrio no precórdio - TTO: — Manobra de Durant (Pinçamento do cateter + paciente em DLE e Trendelemburg) — Toracotomia lateral esquerda + Aspiração do VD → PCR EMBOLIA DO CATETER: - TTO: Retirada do fragmento LACERAÇÃO DO DUCTO TORÁCICO (punções à esquerda): - TTO: RETIRADA DO CATETER + Compressão local LESÃO NERVOSA: - Plexo braquial / Vago / NLI / Gânglio estrelado - TTO: RETIRADA DO CATETER HEMATOMA EM BOLSA SUBCUTÂNEA: - Acúmulo de sangue no reservatório - Tumoração não rígida, alteração da cor da pele, dor local - TTO: Não usar cateter até resolução (evita infecções) +/- Drenagem OUTRAS: Perfuração cardíaca / Tamponamento / IAM / Arritmias/ Equimose
45
Cateteres centrais não tunelizados: tipos, vantagens, desvantagens
→ Curta permanência: até 14 dias (exceto PICC) (não existe tempo máximo) TIPOS: - PICC - Mono-lúmen / Duplo-lúmen / Triplo-lúmen - Schilley VANTAGENS: - Podem ser inseridos à beira-leito, em caráter de urgência - Pode infundir drogas vesicantes, NPP DESVANTAGENS: - Risco de infecção (infectam mais, especialmente femorais) (maior o risco quanto maior a quantidade de lúmens) - Risco de trombose - Baixa durabilidade (exceto PICC: média permanência) - Risco de complicações relacionadas à punção de veia profunda (exceto PICC)
46
# IMPORTANTE Cateter venoso central simples: conceitos, vantagens, desvantagens e indicações
CONCEITOS: - Mono / Duplo / Tripli lúmen - Materiais: polímeros de poliuretano, polietileno (trombogênico), silicone - Geralmente, dura semanas (não existe prazo máximo para retirada) VANTAGENS: - Mesmas dos cateteres centrais não tunelizados DESVANTAGENS: - Riscos associados à punção de veia profunda - Baixa durabilidade - Baixo fluxo - não é calibroso (ruim para trauma e diálise) - Riscos: infecção, trombose... INDICAÇÕES: - DVA, nutrição parenteral curto prazo, infusão de substâncias vesicantes - Falha de acesso
47
# IMPORTANTE Cateter Shilley: conceitos, vantagens, desvantagens e indicações
CONCEITOS: - Cateter de curta permanência e alto fluxo (300 ml/min) - Lúmen arterial e lúmen venoso VANTAGENS: - Inserido à beira-leito, de forma rápida - Alto fluxo (calibroso) DESVANTAGENS: - Riscos associados à punção de veia profunda - Baixa durabilidade - Baixo fluxo - não é calibroso (ruim para trauma e diálise) - Riscos: infecção, trombose (importante - evitar subclávia para não inviabilizar FAV) INDICAÇÕES: - Hemodiálise de urgência - Plasmaférese
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PICC: conceitos, vantagens, desvantagens e indicações
CONCEITOS: - Cateter central inserido por punção periférica (veia basílica, cefálica ou braquial) - Permanência intermediária (semanas a meses) VANTAGENS: - Inserido à beira-leito - Facilmente compressível, poucas complicações - Bem tolerado pelo paciente (desospitalização) - Menor risco de infecção (comparado aos outros tunelizados) - Boa durabilidade DESVANTAGENS: - Baixo fluxo - Risco de infecção - Risco de trombose e inviabilização de FAV (mas tem diâmetro pequeno) (evitar em DRC) - Exige cuidados e manutenção INDICAÇÕES: - NPP - ATB EV por longo prazo - QT - Falha de acesso
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# IMPORTANTE Cateteres centrais de longa permanência: conceitos, vantagens e desvantagens
CONCEITOS: - Semi-implantáveis (tunelizados): Hickman, Permcath (cuff de dácron no SC) - Totalmente implantáveis: Port-a-cath - Material: silicone ou elastômero de silicone VANTAGENS: - Menor risco de infecção - Maior durabilidade e uso por longo tempo (O POLIETILENO DO CVC COMUM É MUITO TROMBOGÊNICO) - Menor risco de perda - Pode infundir drogas vesicantes, NPP - Alternativa em pacientes com esgotamento de acesso DESVANTAGENS: - Necessitam inserção em CC, guiado, por especialista (não são urgência) - Risco de trombose e inviabilização de fístulas - Risco de complicações relacionadas à punção de veia profunda - Risco de infecção (mais baixo do que os de curta permanência, mas existe) - Risco de SVCS
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Cateter Hickmann: conceitos, vantagens, desvantagens e uso
CONCEITOS: - Cateter de silicone - Bem mais longo, menos rígido e com menor fluxo do que o Permcath (permite NPP domiciliar em velocidade baixa) VANTAGENS: - Mesmas dos cateteres tunelizados (baixa taxa de infecção, alta durabilidade…) DESVANTAGENS: - Mesmas dos cateteres tunelizados (CC, trombose, inviabilização de FAV, punção de veia profunda...) - Fluxo moderado INDICAÇÕES: - NPP domiciliar - TMO / Transfusões sanguíneas ou coleta de hemoderivados repetidamente
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Cateter Permcath: conceitos, vantagens, desvantagens indicações
CONCEITOS: - Cateter tunelizado de longa permanência semi-implantável de alto fluxo VANTAGENS: - Mesmas dos cateteres tunelizados (baixa taxa de infecção, alta durabilidade…) - Alto fluxo DESVANTAGENS: - Mesmas dos cateteres tunelizados (CC, trombose, inviabilização de FAV, punção de veia profunda...) - Maior risco de trombose pelo calibre INDICAÇÕES: - Hemodiálise de urgência ou na impossibilidade ou maturação da FAV - Plasmaférese - TMO
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# IMPORTANTE Cateter Port-a-cath: conceitos, vantagens, desvantagens indicações
CONCEITOS: - Cateter totalmente implantável de longa permanência - Tunelizado, com reservatório fixado no subcutâneo - Cateter: poliuretano ou silicone (4-10 Fr) - Tambor: polissulfona ou titânio com câmara central (silicone) - Valvulados (extremidade no reservatório) ou não VANTAGENS: - Mesmas dos cateteres tunelizados (baixa infecção, alta durabilidade…) - Risco MUITO BAIXO de infecção de corrente sanguínea (totalmente implantável) DESVANTAGENS: - Mesmas dos cateteres tunelizados (CC, trombose, inviabilização de FAV, risco baixo de infecção, punção de veia profunda...) - Fluxo baixo - Necessidade de puncionar pele todas as vezes (dor) INDICAÇÕES: - Ideal para QT (imunossuprimidos, puncionado poucas vezes na semana e com pouco risco de infecção) - Outros: Transfusão e coleta de sangue / Necessidade de medicações EV por longos períodos / Contrastes