Aorta Flashcards

(67 cards)

1
Q

Aorta: histologia

A

CAMADAS:
1. Íntima: uma camada de células endoteliais dentro de uma matriz de tecido conjuntivo
2. Média (mais espessa): células musculares lisas, fibras elásticas, proteínas de colágeno e polissacarídeos em mais de 50 camadas (lamelas elásticas) - força e distensibilidade
3. Adventícia: tecido conjuntivo, fibroblastos, nervos e vasa vasorum (que perfundem a parede externa da aorta e uma porção substancial da média)

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2
Q

Aorta: zonas

A
  • Zona 0: aorta ascendente e origem do TBC
  • Zona 1: origem da ACCE
  • Zona 2: origem da ASCE
  • Zona 3: aorta torácica descendente proximal até corpo vertebral de T4 (primeiros 2 cm distais à origem da ASCE)
  • Zona 4: final da zona 3 até aorta descendente média (T6)
  • Zona 5: aorta descendente média (T6) até TC
  • Zona 6: origem do TC
  • Zona 7: origem da AMS
  • Zona 8: origem das ARs até AAIR
  • Zona 9: da AAIR à bifurcação aórtica
  • Zona 10: AICs
  • Zona 11: origem das AIEs
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3
Q

Síndromes aórticas agudas: definição, entidades e conceitos

A

Principais:

DEFINIÇÃO:
- Condições em que há uma violação da integridade da parede da aorta

ENTIDADES:
- Dissecção aórtica
- Hematoma intramural
- Úlcera aterosclerótica penetrante (UAP)

CONCEITOS:
- Todas podem levar à ruptura
- Mais comuns na aorta torácica

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4
Q

Dissecção de aorta: definição e conceitos

A

DEFINIÇÃO:
- Rasgo da camada íntima que permite que o sangue entre na camada média, criando um retalho de dissecção que divide o lúmen verdadeiro de um falso lúmen

CONCEITOS:
- O retalho de dissecção pode se propagar de forma anterógrada ou retrógrada
- O sangue que surge no falso lúmen pode romper de volta, através da íntima, para o lúmen verdadeiro, criando uma ruptura de reentrada
- Complicações com risco de vida: insuficiência aórtica aguda (IA), isquemia miocárdica, tamponamento cardíaco, AVE agudo, ruptura e isquemias

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5
Q

Dissecção de aorta: epidemiologia

A
  • Homens: mais comumente afetados
  • Incidência: 5 a 30 casos por milhão de pessoas por ano
  • Tipo A: 70% / Tipo B: 30%
  • Mais comum entre 50-70 anos
  • Mais jovens: síndrome de Marfan, VAB, síndrome de Loeys-Dietz e síndrome vascular de Ehlers-Danlos
  • Tipo A: alta mortalidade (IAM, tamponamento, AVE) - aumenta em 2% por hora
  • Tipo B: mortalidade de 10% em 30 dias (pode chegar a 20-30% nos primeiros dias se existir complicações)
  • SAA mais comum
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6
Q

Dissecção de aorta: classificação temporal

A
  • Hiperaguda: até 24h (do início dos sintomas)
  • Aguda: 1-14 dias
  • Subaguda: 15-90 dias
  • Crônica: > 90 dias
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7
Q

Dissecção de aorta: classificações tradicionais

A

DEBAKEY:
- Tipo I: Se origina na aorta ascendente com propagação distal (arco e aorta descendente)
- Tipo II: Aorta ascendente apenas
- Tipo III: Se origina na aorta torácica descendente (e, na maioria das vezes, se propaga distalmente)
— Tipo IIIa: Apenas aorta torácica descendente
— Tipo IIIb: Se estende para abaixo do diafragma

STANFORD:
- Tipo A (70%): Envolve aorta ascendente
- Tipo B (30%): Não envolve a aorta ascendente (pode envolver arco)

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8
Q

Dissecção de aorta: nova classificação

A
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9
Q

Dissecção de aorta: mecanismos de obstrução

A

FISIOLOGIA:
- Inicialmente, o lúmen verdadeiro colapsa e o falso se expande devido à perda de pressão transmural pelo flap e pela retração elástica das células musculares lisas

OBSTRUÇÃO ESTÁTICA:
- Retalho de dissecção se estende do lúmen aórtico até o óstio do ramo afetado, levando à trombose localizada do falso lúmen, ocluindo o lúmen verdadeiro

OBSTRUÇÃO DINÂMICA:
- Falsa luz torna-se persistentemente pressurizada e comprime a luz verdadeira, empurrando o retalho de dissecção contra o óstio do ramo do vaso afetado, reduzindo significativamente ou ocluindo seu fluxo (especialmente durante a sístole)
- Membro pode melhorar na diástole
- FLAP VAI MUDANDO NA TC (em função da fase do ciclo cardíaco)

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10
Q

Dissecção aguda de aorta: quadro clínico na emergência

A

EPIDEMIOLOGIA:
- Homens idosos
- HAS
- Tabagistas
- Manipulação recente aorta
- Marfan / Trauma / Drogas

CLÍNICA:
- Dor torácica súbita intensa em facada com irradiação dorsal
- Variação de pulso (palpar 6: carótidas, MMSS, femorais)
- Variação de PA (diferença entre MMSS e MMII: PAS >= 20 mmHg OU PAD >= 10 mmHg)
- Diferença de pulso ou PA entre membros superiores
- CUIDADO COM DX DIFERENCIAL ENTRE OAA EMBÓLICA E DISSECÇÃO → PALPAR PULSO AXILAR (SE PRESENTE, INDICA OAA EMBÓLICA)

COMPLICAÇÕES:
- Sopro sistólico aórtico (IA)
- Tamponamento cardíaco
- Hemotórax
- IAM
- AVEi / Síncope
- ISQUEMIA DE MEMBROS (pode ser dinâmica)
- ISQUEMIA MESENTÉRICA
- ISQUEMIA RENAL

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11
Q

Dissecção aguda de aorta: investigação na emergência

A

LABS:
- Hemograma e PCR
- CPK / Troponina / D-dímero (se < 500, pouco provável que seja dissecção)
- Função renal
- TGO e TGP, BT, FA e GGT e Glicose
- Gasometria com Lactato
- Eletrólitos
- DHL
- Coagulograma

ECG:
- Pesquisar SCA

RX Tórax:
- Alargamento de Mediastino e Aorta
- Tamponamento

AngioTC/RM:
- Imagem do duplo-lúmen (geralmente o maior é a dissecção)
- Estáveis

Eco TE:
- Instáveis

  • ECO TT: Diferenciar Choque Hemorrágico de Tamponamento (não puncionar)
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12
Q

Dissecção de aorta: AngioTC

A
  • MAIOR LUZ: FALSA
  • TODA VEZ QUE UM VASO SAIR DA LUZ FALSA → DEVE EXISTIR UMA FENESTRA NESSA REGIÃO

OBSTRUÇÃO DINÂMICA:
- Luz falsa aumenta na sístole (isquemia do membro) e diminui na diástole (perfusão do membro)

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13
Q

Dissecção aguda de aorta: manejo clínico na emergência

A

GERAL:
- MONITORIZAÇÃO EM UTI + FDP + PAI + SVD

FC (≤ 60):
- Esmolol
— 500 mcg/kg EV ataque
— 25 a 50 mcg/kg/min após
— Titular até dose máxima (300 mcg/kg/min)
- Se BBs não forem tolerados: Verapamil ou Diltiazem

DOR:
- Morfina / Fentanil EV

PAS (alvo: 100-120):
- Após FC < 60 (NÃO USAR VASODILATADORES ANTES DE CONTROLAR A FC COM BBs!!)
- Nitroprussiato EV: 0,25-0,5 mcg/kg/min titulado até máximo de 10 mcg/kg/min

Detalhes:
- Se Hipotenso: Volume antes dos BB (Cristaloides +/- Drogas Vasoativas)
- Não anticoagular

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14
Q

Dissecção aguda de aorta: indicações de intervenção

A

STANFORD A:
- Sempre (CX aberta)

STANFORD B:
- Avaliar indicações de urgência
- Preferível EVAR

INDICAÇÕES DE URGÊNCIA:
- Rotura ou iminência de rotura
- Instabilidade
- Isquemia de órgão-alvo
- Isquemia de membros
- Refratariedade clínica

INDICAÇÕES AMBULATORIAIS RELATIVAS (fase subaguda - evita complicações):
→ Avaliação de critérios prognósticos
- Dor refratária
- Diâmetro (= aneurisma: > 5,5 no abdome e > 6 no tórax)
- Velocidade de crecimento

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15
Q

Dissecção de aorta Stanford B: intervenção

A

Conceitos:
- Aberto ou EVAR (preferência)
- Ocluir fenestras (comunicações entre vaso e dissecção - trombose da luz falsa)
- Se há isquemia de membro na fase aguda: evitar mexer na aorta (realizar ponte extra-anatômica)
- Evitar intervenção, especialmente na fase aguda (pior desfecho e alta mortalidade)
- Melhor fase: subaguda (na fase crônica, existe maior dificuldade técnica - septos mais rígidos)

Se conduta conservadora:
- Acompanhamento semestral / anual com AngioTC
- Controle rígido de comorbidades (principalmente HAS)

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16
Q

Hematoma intramural de aorta: conceitos

A

DEFINIÇÃO:
- Sangue dentro da camada média da parede aórtica, na ausência de ruptura evidente da íntima ou de falso lúmen

DX:
- AngioTC, AngioRM ou Eco
- Espessamento circular ou em crescente da parede aórtica > 5 mm, na ausência de fluxo sanguíneo detectável

CONCEITOS:
- O sangue pode surgir da ruptura dos vasa vasorum ou de pequenas fenestras da íntima não visualizadas
- 5-25% das SAA
- 10% resolve espontaneamente
- 16-47% progridem para dissecção

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17
Q

Úlcera penetrante de aorta: conceitos

A

DEFINIÇÃO:
- Ulceração de uma placa aterosclerótica -> Ruptura focal da íntima -> Sangue penetra na camada média

CONCEITOS:
- Frequentemente, associada a um hematoma intramural
- Geralmente, na aorta torácica descendente média ou distal
- Pode permanecer estável, aumentar ou progredir para hematoma intramural, dissecção, pseudoaneurisma ou ruptura
- Risco de ruptura: até 40%

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18
Q

Úlcera penetrante de aorta: epidemiologia e FR

A

EPIDEMIOLOGIA:
- 2% a 7% das SAA
- > 70 anos de idade
- Homens (em jovens: doença de tecido conjuntivo)

FR:
- Doença aterosclerótica (extensa e difusa envolvendo a aorta e as artérias coronárias)
- Outras comorbidades: HAS, tabagismo, DPOC, DRC

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19
Q

Dissecção aguda de aorta: investigação na emergência

A

LABS:
- Hemograma e PCR
- CPK / Troponina / D-dímero (se < 500, pouco provável que seja dissecção)
- Função renal
- TGO e TGP, BT, FA e GGT e Glicose
- Gasometria com Lactato
- Eletrólitos
- DHL
- Coagulograma

ECG:
- Pesquisar SCA

RX Tórax:
- Alargamento de Mediastino e Aorta
- Tamponamento

AngioTC/RM:
- Imagem do duplo-lúmen (geralmente o maior é a dissecção)
- Estáveis

Eco TE:
- Instáveis

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20
Q

Aneurismas: definições

A

ANEURISMA:
- Dilatação arterial focal (envolvendo todas as camadas do vaso) >= 50% o diâmetro esperado normal para o segmento anatômico específico.
— Aorta abdominal infrarrenal (diâmetro habitual em adultos é de até 2 cm): Dilatação focal > 3 cm de diâmetro → Aneurisma

ECTASIA:
- Dilatação arterial focal (envolvendo todas as camadas do vaso) < 50% do diâmetro esperado normal para o segmento anatômico específico.

ARTERIOMEGALIA:
- Dilatação difusa e não aneurismática (envolvendo todas as camadas do vaso) de múltiplos segmentos arteriais (dilatação generalizada do vaso)

PSEUDOANEURISMA:
- Coleção de sangue que se forma fora da parede arterial, mas que se comunica com o lúmen do vaso por meio de um orifício ou rotura na parede arterial
- Não há envolvimento de todas as camadas da parede arterial.

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21
Q

Aneurisma de aorta: definição

A

ANEURISMA:
- Dilatação focal ≥ 1,5x do diâmetro do vaso (dilatação menor: dilatação/ectasia)
- Aortic size index e outras ferramentas

AORTA ABDOMINAL:
- Diâmetro máximo: 2 cm
- Aneurisma: ≥ 3 cm
- Colo: parte saudável da parede do vaso
- O aneurisma de aorta abdominal é diagnosticado quando o diâmetro da aorta infrarrenal atinge ou excede 3,0 cm em homens e 2,7 cm em mulheres. Esses valores refletem a diferença natural no diâmetro da aorta entre os sexos e são utilizados como critério nas diretrizes para definição de aneurisma.

RAIZ DA AORTA:
- Normal em homens de meia-idade: até 3,5 cm
- Definição de aneurisma não deve ser baseada na definição tradicional

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22
Q

AAA: classificação etiológica

A

DEGENERATIVO:
- Mais comum
- Enfraquecimento progressivo da parede arterial relacionado ao envelhecimento, aterosclerose, tabagismo e hipertensão

GENÉTICO / CONGÊNITO:
- Pode estar associado a mutações ou síndromes genéticas (como Marfan e Loeys-Dietz) ou ocorrer em formas familiares sem síndrome definida
- Congênito: raros, presentes desde o nascimento, por alterações estruturais vasculares, geralmente associadas a síndromes genéticas específicas.

INFLAMATÓRIO / AUTOIMUNE:
- Processos inflamatórios que enfraquecem a parede do vaso
- Ex: arterite de células gigantes
- Tem evolução diferente e pode requerer tratamento imunossupressor

INFECCIOSO / MICÓTICO:
- Causado por infecção direta ou hematogênica da parede do vaso, com destruição tecidual
- Não é relacionado a fungos, necessariamente
- Bactérias: causas mais comuns

TRAUMÁTICO / IATROGÊNICO:
- Após trauma direto ou indireto, incluindo lesões durante procedimentos médicos (exemplo: cateterismos)
- Muitas vezes formam pseudoaneurismas.

DISSECANTE:
- Surge após ou em associação com dissecção da aorta

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23
Q

Aneurisma degenerativo: fisiopatologia

A

Túnica média:
- Rica em elastina e colágeno (fundamentais para conferir elasticidade e resistência)
- Degradação enzimática crônica (principalmente por metaloproteinases produzidas em processos inflamatórios)
- Elastina (essencial para o retorno elástico do vaso): fragmentada e perde sua função
- Colágeno (confere resistência à tração): reduzido e desorganizado
- Apoptose das células musculares lisas, responsáveis pela manutenção da MEC

Túnica íntima:
- Aterosclerose: agrava a inflamação local e a instabilidade da parede

Com o tempo, essas alterações promovem a incapacidade da artéria de suportar a pressão hemodinâmica, levando à dilatação progressiva e irreversível, característica do aneurisma

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24
Q

Aneurismas: classificação topográfica

A

EPIDEMIOLOGIA:
- Aorta: 60 a 70%
- Ilíacas: 10 a 20%, especialmente associados aos de aorta
- Poplítea: 5 a 10%
- Femoral comum: 3 a 5% dos casos
- Viscerais: raros (1 a 2%), sendo o da artéria esplênica o mais prevalente (60%)
- Outros (carótidas, subclávias, renais…)

AORTA:
- Abdominal: 70-80%
- Torácica: 20-25%
- Toracoabdominais: 2-5%

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25
Aneurismas de aorta: classificação topográfica
Aorta Torácica (envolvem apenas a aorta torácica): - Ascendente: desde a valva aórtica até antes da emergência do tronco braquiocefálico - Arco aórtico - Descendente: após a ASCE, até o diafragma Aorta Abdominal (envolvem apenas a aorta abdominal): - Infrarrenais: abaixo das artérias renais (os mais comuns). - Justarrenais / Pararrenais (definições controversas): se estendem até uma das artérias renais, sem, contudo, comprometê-las, ou aquele com colo (região saudável da parede arterial) proximal < 1 cm - Suprarrenais / Transrenais: acometem as artérias renais / viscerais (alguns denominam "Paravisceral" quando acometem outras artérias viscerais) TORACOABDOMINAIS (envolvem a aorta torácica e abdominal): - Conforme a classificação de Crawford
26
AAA: rastreio (diretriz brasileira)
RASTREIO: - Homens > 65 anos - Homens e mulheres com história familiar > 50 anos - Exame: US abdominal (um único exame, se negativo)
27
AAA: acompanhamento (diretriz brasileira)
ACOMPANHAMENTO: → AAA de 3,0 a 3,9 cm: USG a cada 3 anos. → AAA de 4,0 a 4,9 cm: USG anual. → AAA de 5,0 a 5,4 cm: USG a cada 6 meses. → AAA ≥ 5,5 cm em homens (ou ≥ 5,0 cm em mulheres): indicação cirúrgica. Pacientes sem indicação de correção com diâmetros maiores: sem indicação de acompanhamento com imagem
28
AAA: fatores de risco para o surgimento
FATORES DE RISCO PARA O SURGIMENTO DOS AAA: - Tabagismo: o mais importante fator de risco modificável (presente em até 90% dos pacientes com AAA) - Idade avançada: especialmente após os 65 anos - Sexo masculino - HAS - História familiar / Genética: parentes de primeiro grau têm risco até 10 vezes maior. - Doença arterial coronariana - Dislipidemia (níveis baixos de HDL) - Doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) - Etnia branca (caucasiana)
29
AAA: fatores protetores
DIABETES: - Está associado a menor risco de crescimento e menor incidência de AAA, apesar de ainda haver controvérsia DIETA (frutas e vegetais): - Fator de redução de risco - Efeito anti-inflamatório e antioxidante desses alimentos ATIVIDADE FÍSICA
30
AAA: fatores de risco para rotura
DIÂMETRO DO ANEURISMA: - Fator mais importante e bem estabelecido - Quanto maior o diâmetro, maior o risco < 5 cm → risco anual de ruptura é muito baixo (<1%). 5-5,9 cm → risco anual entre 1 e 10%. ≥ 6 cm → risco anual progressivamente maior (chegando a 10-20% ou mais). ≥ 7 cm → risco extremamente elevado (podendo ultrapassar 30% ao ano). SEXO FEMININO TABAGISMO HAS VELOCIDADE DE CRESCIMENTO MORFOLOGIA SACULAR INFLAMAÇÃO DA PAREDE: - Sugerida por dor abdominal/lombar recente ou sinais inflamatórios em exames de imagem HISTÓRIA FAMILIAR / GENÉTICA
31
AAA: quadro clínico
ASSINTOMÁTICOS: - 75% dos pacientes SINTOMAS: - Massa pulsátil abdominal palpável (achado clássico, mas nem sempre presente, principalmente em pacientes obesos) - Dor abdominal, lombar ou em flanco, de padrão vago e contínuo, podendo ser referida para virilha, nádega ou membros inferiores - Sintomas compressivos: obstrução ureteral, congestão venosa ou sintomas gastrointestinais - Isquemia aguda de membros inferiores ou fenômenos embólicos periféricos (trombo mural com embolização) RUPTURA: - Tríade (presente em < 50% dos casos): hipotensão, abdominal/lombar e massa pulsátil
32
AAA: US
CONCEITOS: - Exame inicial e mais indicado para triagem, acompanhamento e seguimento pós operatório de pacientes com AAA - Alta sensibilidade e especificidade para detectar e medir o diâmetro da aorta - Método não invasivo, de baixo custo, rápido e amplamente disponível - Limitações: avaliação de aneurismas torácicos e toracoabdominais; definição da anatomia detalhada para planejamento US com microbolhas: - Alternativa para seguimento pós-EVAR
33
AAA: AngioTC
ANGIOTC: - Exame padrão ouro para avaliação detalhada do aneurisma de aorta abdominal, especialmente no pré-operatório e no acompanhamento após correção endovascular (EVAR) - Permite medir com precisão o diâmetro do aneurisma, avaliar a extensão do acometimento e caracterizar a anatomia do colo proximal e das artérias ilíacas - Insuperável para identificar complicações pós-operatórias, como endoleaks, migração da prótese e expansão do saco aneurismático - O protocolo ideal envolve fases sem contraste e com contraste arterial e venosa.
34
AAA: outros exames
ANGIORM: - Alternativa menos utilizada - Papel em pacientes com contraindicação ao uso de contraste iodado - Inferior à AngioTC para detalhes anatômicos finos e avaliação do colo - Gadolínio melhora a definição, mas exige cautela em pacientes com função renal comprometida ARTERIOGRAFIA: - Uso restrito a situações específicas, como na programação de procedimentos endovasculares complexos ou em casos de dúvidas anatômicas não esclarecidas - Excelente visualização do lúmen arterial e das artérias colaterais, mas não permite avaliação adequada do trombo mural e do diâmetro total do aneurisma - Invasivo, com riscos de complicações
35
AAA: tratamento clínico
GERAL: - Acompanhamento com imagem - Controle das comorbidades - Cessação do tabagismo HIPERTENSÃO: - Manter PA <= 130/80 - Preferência: BBs e IECAs ESTATINAS: - Retarda crescimento do aneurisma e aumenta sobrevida ANTIPLAQUETÁRIOS: - Recomendada para todos (a menos que contraindicados)
36
AAA: indicações de reparo
DIÂMETRO: - Homens ≥ 5,5 cm - Mulheres ≥ 5 cm CRESCIMENTO: - ≥ 0,5 cm em 6 meses - ≥ 1 cm em 1 ano MORFOLOGIA: - Sacular SINTOMAS (geralmente indicam urgência): - Dor abdominal, nas costas ou flancos, com irradiação para virilha - Sensação de plenitude ou desconforto abdominal - Sensibilidade à palpação sobre o AAA no abdome, costas ou flanco - Embolia (síndrome do dedo azul) ou isquemia distal - Sintomas compressivos (uropatia obstrutiva, TVP, vômito, radiculopatia) RUPTURA
37
AAA: sinais de iminência de rotura
CLÍNICA: - Dor e outros sintomas - Complicações (embolização..) TC: - HIPERATENUAÇÃO EM FORMA DE CRESCENTE (FASE SEM CONTRASTE - sangue recém coagulado é mais atenuante que o trombo antigo - SANGROU DENTRO DO TROMBO) - “Blebs” aórticos na superfície da aorta - sinal de fragilidade focal da parede da aorta (parece uma rotura) - Irregularidades da parede da aorta (que, normalmente, apresenta formato circunferencial) - Interrupção das calcificações
38
AAA: preparo pré-operatório cardíaco e respiratório
CARDÍACO: - Pacientes com baixa capacidade funcional (< 4 METs) ou comorbidades importantes (angina instável, ICC descompensada, doença valvar importante...): avaliação cardíaca de rotina (exames e procedimentos se necessário) - Pacientes em dupla antiagregação por causa cardíaca: considerar atrasar a CX do aneurisma até ficarem monoantiagregados RESPIRATÓRIO: - Investigação com exames de imagem: apenas em pacientes com comorbidades respiratórias
39
AAA: preparo pré-operatório renal, nutricional e doença carotídea
RENAL: - Dosar clearance em todos - Hidratar no pré-operatório aqueles com FR comprometida AVALIAÇÃO NUTRICIONAL: - Considerar em pacientes desnutridos ou com hipoalbuminemia DOENÇA CAROTÍDEA: - Não rastrear de rotina - Estenose 50-99% sintomática: operar carótida antes
40
AAA: medicações no perioperatório
BETABLOQUEADORES: - Não iniciar no pré-operatório ESTATINAS: - Iniciar quando possível e manter a longo prazo ANTIAGREGANTES / ANTICOAGULANTES: - Antiagregantes: manter antiagregação simples - Não é recomendada a utilização de dupla antiagreagação ou de anticoagulantes orais no perioperatório - Varfarina: suspender 5 dias antes - DOAC: suspender 2 dias antes (varia) - Se necessário, fazer ponte com heparina
41
AAAIR: reparo aberto - vantagens e desvantagens
VANTAGENS: - Não necessita de critérios anatômicos (qualquer paciente é candidato) - Controle anual com USG (baixo custo, sem radiação, sem contraste) - Menor taxa de re-intervenção associada ao aneurisma DESVANTAGENS: - Maior morbidade CX (clampeamento da aorta, isquemia...) - Maior mortalidade em 30 dias - Hérnias incisionais e outras intervenções relacionadas à laparotomia POPULAÇÃO-ALVO: - Aneurismas infecciosos - Conversão de EVAR - Pacientes sem possibilidade de reparo EVAR (colo inadequado, angulação, acessos) - Opção em: jovens, sem comorbidades, eletivo... CONTRAINDICAÇÕES: - Abdome hostil - Alto risco CV - Baixa expectativa de vida
42
AAAIR: EVAR - vantagens e desvantagens
VANTAGENS: - Menor tempo CX - Menor perda sanguínea - Menor mortalidade em 30 dias - Menor tempo de internação - Menor tempo de UTI - Menor dor PO - Menos complicações cardíacas e respiratórias DESVANTAGENS: - Necessita de critérios anatômicos - Controle com TC anual (caro, contraste e radiação) - Custo - Maior necessidade de re-intervenções - Complicações EVAR (leaks, sítio de punção, TVP...) - Mesma mortalidade em > 30 dias POPULAÇÃO-ALVO: - Pacientes graves, idosos, com múltiplas comorbidades, ROTOS, qualquer um que tenha boa anatomia
43
AAA: escolha da modalidade terapêutica - recomendações
INDIVIDUALIZAR AAA: - Maioria dos pacientes: EVAR (especialmente, com anatomia favorável) - Jovens ou com baixo risco CX: Aberto - Alto risco: EVAR - Baixa expectativa de vida: paliação AAAJR: - Jovens, com baixo risco CX e aneurismas > 5,5 cm: aberto - Risco moderado-alto e anatomia favorável para FB-EVAR: FB-EVAR - Risco muito alto: Não operar TODOS: - PO em UTI
44
AAAIR - reparo transperitoneal: etapas
ETAPAS: - Laparotomia mediana xifo-púbica (ou transversa) - Rebatimento do cólon transverso e do grande omento para cima - Rebatimento do mesentério e das alças do delgado para a direita - Incisão do retroperitônio - Identificação do colo do aneurisma, duodeno, veia renal esquerda, veia gonadal esquerda, AMI - Dissecção das ilíacas (bifurcação) ou do território da anastomose distal (femorais, aorta distal, AII, AIE...) - Controle distal e proximal - Clampeamento + Heparinização sistêmica - Abertura do aneurisma - Evacuação de trombos - Sutura das artérias lombares (pontos em X transversais) - Anastomoses com prótese de Dácron - Revisão de hemostasia - AMI: ligadura ou reimplante - Cobertura do Dácron com parede do aneurisma (evitar contato com alças) - Fechamento do retroperitônio - Fechamento da aponeurose, do subcutâneo e da pele
45
AAAIR: reparo aberto - considerações técnicas
GERAL: - Manter, pelo menos, uma hipogástrica aberta (risco de claudicação glútea, impotência sexual e isquemia de cólon) - Anastomose proximal: deve ser o mais próximo possível das renais (evita degeneracão) - Preservar, pelo menos, uma hipogástrica - Considerar re-implante da AMI - Veia renal pode ser ligada (considerar reconstruir se necessário) - Considerar tela profilática - Incisão transversa: opção em DPOC (menor restrição respiratória) e menor incidência de hérnias; ruim em doença obstrutiva (fere colaterais) ACESSO RETROPERITONEAL: - Vantagens: menor incidência de hérnias e de íleo adinâmico, alimentação mais precoce - Desvantagens: exposição limitada da ARD e da AICD, mais dor - Opção em: aneurismas inflamatórios, rim em ferradura e abdome hostil
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AAAJR: considerações
CONCEITOS: - Aneurisma com colo proximal curto o suficiente para exigir pinçamento suprarrenal no reparo aberto, mas sem envolvimento anatômico da aorta na origem das artérias renais - 15% dos AAA INDICAÇÃO: - Cirurgia aberta é recomendada em centros com taxa de mortalidade < 5%
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AAA e aneurisma de ilíaca concomitante: manejo
- Indicação de reparo do aneurisma de ilíaca: >= 3,5 cm (3,0 cm) - Caso exista um AAA concomitante pequeno: reparar ambos no mesmo tempo - Preservar, pelo menos, uma A. Hipogástrica (evita claudicação das nádegas, isquemia intestinal e disfunção erétil)
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AAA roto: recomendações
ESTÁVEIS: - Hipotensão permissiva (PAS 60-90 mmHg) - Realizar AngioTC (ver possibilidade de EVAR) - Preferência: EVAR (se tiver anatomia favorável) INSTÁVEIS: - CX aberta (alta mortalidade)
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AAA roto: recomendações pós-operatórias
SÍNDROME COMPARTIMENTAL: - Monitorizar PIA em pacientes submetidos ao reparo aberto ou EVAR - Hipertensão intra-abdominal: descomprimir e utilizar vácuo COLITE ISQUÊMICA: - Considerar retoscopia flexível para DX
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AAA: vigilância após reparo
PÓS EVAR: - Maior necessidade de re-intervenção - AngioTC em 30 dias: --- Normal: Exame em 1 ano (AngioTC ou US doppler) --- Leak 2A: Exame em 6 meses - Exame de 12 meses normal: Exame anual ou a cada 5 anos PÓS REPARO ABERTO: - AngioTC a cada 5 anos
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AAT: causas
GERAIS: - HAS - Aterosclerose - DAA prévia - Trauma prévio AORTITE INFLAMATÓRIA: - Takayasu - Células gigantes - Behçet - Doença relacionada à IGG4 - Doença relacionada ao anticorpo citoplasmático antineutrófilo - Sarcoidose AORTITE INFECCIOSA: - Bacteriana - Fúngica - Sifilítica CONGÊNITAS: - Valva aórtica bicúspide - Turner - Coarctação de aorta - Defeitos congênitos complexos (Fallot...) HEREDITÁRIAS SINDRÔMICAS: - Síndrome de Marfan - Síndrome de Loeys-Dietz - Síndrome vascular de Ehlers-Danlos - Síndrome de disfunção do músculo liso - Outros: atribuíveis a variantes patogênicas em FLNA , BGN , LOX HEREDITÁRIAS NÃO SINDRÔMICAS: - ACTA2, MYH11, PRKG1, MYLK, outros e não identificados
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AAT: tratamento medicamentoso
GERAL: - Controle das comorbidades - Cessação do tabagismo HIPERTENSÃO: - Manter PA <= 130/80 - Recomendação: BBs e BRA ESTATINAS: - AAT + Evidência de aterosclerose: Estatinas de moderada a alta potência - AAT sem evidência de aterosclerose: Considerar Estatinas ANTIPLAQUETÁRIOS: - AAT aterosclerótico + ateroma (ou PAU): Considerar AAS em baixas doses
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AAT: vigilância
NO DIAGNÓSTICO: - Eco TT (estudo das valvas e do diâmetro aórtico) - AngioTC ou RM (estudo da aorta) ACOMPANHAMENTO: - Imagem a cada 6 a 12 meses (Eco TT, AngioTC ou RM). Se estável, a cada 6 a 24 meses
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AAT da raiz da aorta, aorta ascendente e arco aórtico: indicações de reparo eletivo
RAIZ DA AORTA E AORTA ASCENDENTE: - Sintomas - Diâmetro >= 5,5 cm (considerar se diâmetro >= 5 cm) - Crescimento >= 0,3 cm/ano por 2 anos consecutivos OU Crescimento >= 0,5 cm/ano ** Considerar outros diâmetros em pacientes longilíneos OU naqueles submetidos a outras CX cardíacas (como >= 4,5 cm em reparo de valva aórtica) ARCO AÓRTICO - Sintomas - Diâmetro >= 5,5 cm ** Considerar procedimentos híbridos em pacientes com alto risco CX
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AAT da aorta descendente: indicações de reparo eletivo
INDICAÇÕES: - Diâmetro >= 5,5 cm - Considerar reparo em diâmetros menores se existir algum fator de risco para rotura associado ** Em pacientes de alto risco CX, considerar reparo apenas em diâmetros maiores (idade > 65 anos, DRC, DPOC, anatomia difícil para TEVAR) FATORES DE RISCO PARA ROTURA: - Crescimento do aneurisma ≥ 0,5 cm/ano - Sintomas - Síndromes: Marfan, Loeys-Dietz, Ehlers-Danlos ou outras - Sacular - Sexo feminino - Aneurisma infeccioso
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AAT da aorta descendente: TEVAR x Aberto
TEVAR: - Escolha em pacientes que não possuem síndromes genéticas e apresentam anatomia favorável ABERTO: - Opção em pacientes com anatomia inadequada para TEVAR, com poucas comorbidades e com expectativa de vida > 10 anos - Toracotomia (acesso complexo) -> ROTOS: - Preferência por TEVAR - Se necessário, recobrir ASCE e TC para aumentar zona de ancoragem
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AAT da aorta descendente: TEVAR - considerações técnicas
GERAIS: - Considerar outros acessos - TC para avaliar colos (subclávia esquerda e tronco celíaco: 1,5 cm) ARTÉRIA SUBCLÁVIA ESQUERDA: - Se ela tiver que ser recoberta, a sua revascularização é recomendada antes do TEVAR, para prevenir injúria medular, AVE e outras complicações isquêmicas - Para pacientes que, após a cobertura da ASCE, desenvolvem injúria medular não responsiva à elevação da PA nem à drenagem liquórica, deve-se considerar a revascularização da ASCE TRONCO CELÍACO: - Se necessária sua cobertura, certificar com arteriografia que existe colateralização adequada pela AMS
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AATA: classificação de Crawford
Tipo I: - Da ASCE até acima das renais Tipo II: - Da ASCE até a bifurcação aórtica Tipo III: - De T6 até a bifurcação aórtica Tipo IV: - Do hiato diafragmático (T12) até a bifurcação aórtica Tipo V: - De T6 até acima das renais
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AAA: recomendações do perioperatório
ANTIBÓTICO PROFILÁTICO: - Realizar ANESTESIA: - Considerar cateter peridural - Endovascular: considerar anestesia regional SANGUE: - Considerar cell saver em reparo aberto - Reparo aberto ou EVAR: HNF EV (50 - 100 UI/kg) - Utilizar TCA (meta entre 200 e 220 s) - Considerar profilaxia TVP
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ERAS - CX aberta de aorta: pré-admissão - triagens, cessações e exercícios
ACONSELHAMENTO DO PACIENTE TRIAGENS: - Anemia: rastrear e tratar - Desnutrição: rastrear e tratar (preferencialmente com regimes orais) - Fragilidade (utilizar escalas) - Delirium: realizar triagem e otimizar medidas para minimização CESSAÇÃO: - Tabagismo: cessação e terapia medicamentosa devem ser iniciados pelo menos 4 semanas antes (utilizar nicotina e medicamentos s/n) - Álcool: pelo menos 4 semanas antes EXERCÍCIOS: - 6 semanas de exercícios supervisionados antes da CX
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ERAS - CX aberta de aorta: riscos e terapia medicamentosa
RISCO GERAL: - VQI e outros escores RISCO CARDIOVASCULAR: - Antiplaquetários - Estatinas de alta potência (mesmo em pacientes com LDL < 100) - Anti-HAS (PAS < 140) (não iniciar BBs 30 dias antes da CX) - Controlar DM RENAL: - Suspender iECA e BRA na manhã da CX e reiniciar quando estiver euvolêmico novamente - Otimizar risco de lesão renal durante CX (convocar especialista para pacientes com DRC)
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ERAS - CX aberta de aorta: antiplaquetários e anticoagulantes
ANTIPLAQUETÁRIOS: - Manter AAS - Demais: suspender 7 dias antes e reintroduzir 6h após CX, desde que possível (menor risco de complicações anestésicas) ANTICOAGULANTES: - Varfarina: suspender >= 5 dias antes - NOACs: suspender 2 dias antes - Avaliar necessidade de HBPM como ponte
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ERAS - CX aberta de aorta: jejum e profilaxia TEV
JEJUM: - Ingerir líquidos claros até 2 horas e alimentos leves até 6 horas antes da indução anestésica - Pacientes sem DM: bebida com carboidratos no pré-operatório PROFILAXIA TEV: - Compressão intermitente + HNF (HBPM) - Iniciar imediatamente antes da CX e manter durante toda a internação
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ERAS - CX aberta de aorta: analgesia pré-operatória, ATBprofilaxia e profilaxia de náuseas e vômitos pós-operatórios
ANALGESIA PRÉ-OPERATÓRIA: - Não utilizar sedativos - Administrar dipirona, paracetamol, AINEs e gabapentinoides para evitar uso de opioides ATBPROFILAXIA: - Iniciar de 30 a 60 minutos antes da CX e manter por até 24h - Realizar nova dose intraoperatória se necessário (> 2 meias-vidas do agente ou perda sanguínea) PROFILAXIA DE NÁUSEAS E VÔMITOS PÓS-OPERATÓRIOS: - Avaliar com escores - Profilaxia multimodal: um agente de rotina e outro de resgate
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ERAS - CX aberta de aorta: recomendações intraoperatórias
RECOMENDAÇÕES: - Monitorização do bloqueio neuromuscular - Monitorização arterial invasiva - SVD - Manter PAM >= 65 mmHg - Uso rotineiro do cell saver - Ventilação protetora: VC baixos (6-8 L/min) PEEP titulada (5-7) e manobras de recrutamento PERIDURAL: - Analgesia peridural médio-torácica (T6-T9) é recomendada - Deve ser continuada no pós-operatório - Infusão controlada pelo paciente (combinação de anestésico local e opioide) NÃO RECOMENDADO: - Proteção renal - Drenos de rotina
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ERAS - CX aberta de aorta: recomendações pós-operatórias
ANALGESIA PÓS-OPERATÓRIA: - Utilizar regimes analgésicos multimodais SONDAS: - Evitar uso de SNG (atraso da ingesta oral e do funcionamento intestinal) - Retirar SVD o mais precoce possível ALIMENTAÇÃO VIA ORAL: - Introdução precoce à dieta normal e aos suplementos nutricionais orais FLUIDOTERAPIA: - Se houver indicação, restringir a 1,5 L/dia OUTROS: - Controle glicêmico adequado - Mobilização precoce (idealmente, com fisioterapeuta)
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Endoleak: tipos e tratamento
TIPO I: - A: Ponto de ancoramento proximal - B: Ponto de ancoramento distal - TTO: Intervenção (aumento de pressurização no saco) TIPO II: - Refluxo de ramos (lombar, mesentérica inferior) - No pós-operatório precoce, é comum (até AMI trombosar) - TTO: → Conservador (geralmente sangue coagula e oclui vaso) → Abordar apenas se crescimento do saco (embolização, ligadura dos ramos) TIPO III: - Defeito da prótese (desconexão, rotura) - TTO: Intervenção (aumento de pressurização no saco) TIPO IV: - Porosidade na prótese (raro) - TTO: Conservador TIPO V: - Endotensão (líquido inflamatório produzido pela parede da endoprótese/trombo) - TTO: Conservador