Alterações fisiológicas e queixas comuns Flashcards
(15 cards)
Quais são as modificações cutâneas atróficas, vasculares e pigmentares?
Atróficas:
Estrias gravídicas: resultam do estiramento das fibras colágenas e, portanto, são condicionadas ao estiramento da pele e ao diminuição da hidratação. Incidem em áreas predispostas, como abdome, nadegas e coxa. São avermelhadas na grávida e brancas após o parto. Pode haver cicatrizes de gravidezes anteriores. Desaparece após gravidez
Vasculares:
Eritema palmar. É encontrado em 70% idependentemente da raça
Telangiectasias (aranhas vasculares): pequenas elevações vermelhas que se ramificam. Desaparece após a gravidez
Pigmentares: estimulação dos melanócitos pela gravidez. Aumentam de acordo com a exposição solar.
- Linha nigrans: pigmentação da linha média do abdome
- Cloasma ou melasma gravídico: manchas acastanhadas na face. Típica, mas não exclusiva da gestação.
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Quais são as alterações das glândulas sebáceas?
Aumento da secreção. A pele fica mais oleosa, o que predispõe à queda capilar e ao surgimento de acne
Quais são as modificações osteomusculares: postura e marcha, sistema articular?
Postura
O peso adicional da gravidez desloca o centro de gravidade para frente. Para corrigir o eixo postural, a grávida assume atitude involuntária de lordose lombar para posicionar o tóxrax para trás e sincronizar o eixo gravitacional com o corpo.
Marcha
Amplia a base de sustentação, agastando discretamente um pe do outro. Andar oscilante com passos curtos e lentos, aumento do angulo dos pés com a linha média, base de sustentação alargada: marcha anserina.
As alterações posturais levam a alteração da coluna vertebral. Isso pode gerar contrações involuntárias do músculos da região e diminuir o espaço entre as vértebras. Isso pode gerar lombalgia, tanto por compressões radiculares quanto por espasmo muscular.
Ao final da gestação, o desconforto postural se acentual. Pode surgir dor na região cervical, por causa da flexão contínua do pescoço durante a gravidez.
Eventualmente, os nervos ulnar e mediano podem sofrer trações ocasionadas pelo deslocamento posterior da cintura escapular, o que produz desconforto e dormencia nos MMSS.
Sistema articular
Relaxamento dos ligamentos do sistema articular em todas as articulações, principalmente nas articulações sacroilíacas, sacrococcigeas e da pube, A frouxidão da sínfise em 12 mm púbica auxilia o parto natural. Volta ao normal após 3 a 5 meses apos o parto.
Estrogenio: aumenta vascularização e didratação do tecido conjuntivo das articulações
Progesterona e relaxina: diminuem o tonus da musculatura resposáel pela estabilização dessas regiões.
Quais são as principais alterações osteoarticulares? Resumo
Lordose lombar e marcha anserina –> peso adicional na gravidez
Compressões radiculares e lombalgia: alterações posturais
Desconforto e dormência MMSS –> alterações posturais
Maior mobilidade das articulações pélvicas –> embebição gravídica
Quais as principais modificações nas mamas?
Mastalgia: a partir da 5 semana, pela congestão das mamas.
Tubérculos de montgomery: na oitava smana, as areolas primárias se tornam mais pigmentadas e nelas surgem projeções secundarias de glandulas sebáceas hipertrofiadas.
Rede de Heller: com 16 semanas, é possível extração de colostro e se verifica um aumento da vascularização venosa designada rede de Haller.
Sinal de hunter: a partir da 20 semana, há aumento da pigmentação dos mamilos, o que torna seus limites imprecisos e forma a areola secundaria.
Estrias gravídicas
Como é feito o preparo da mama para a lactação na gesta~~ao?
Aumento no número de ductos intralobulares, lóbulos e alvéolos sob efeito do estrógeno, da progresterona, do hormonio lactogenico placentário, da prolactina, da hCG, do cortisol e da insulina.
Durante a prenhez, há um aumento progressivo da secreção de prolactina. O estrogenio e a progesterona promovem aumento dos receptores de prolactina. Porém, a progesterona diminui a ligação dela com o receptor. Por isso, nãohá produção significativa de leite durante a gestação.
Final da gestação: cessa estímulo placentário –> predominio dos efeitos da prolactina –> conversão de glandulas pre-secretórias em secretorias. Produção de proteínas lacteas. Os efeitos da prolactina são dependente da presença de cortisol, GH, insulina e tiroxina.
Após três dias do parto, ocorre a depuração do estrogenio e da progesterona –> secreção láctea. Durente a succao do mamilo, ocorre um incremento agudo de prolactina.
A sucção é complementada por uma ejeção ativa. A ocitocina atua nas células mioepiteliais.
Quais são as modificações no útero?
Ocorre hiperplasia e hipertrofia.
No primeiro trimestre, a parede está mais espessa, mas o crescimento do feto ocorre um afinamento progressivo. No final da gestaçao pode chegar a 1,5cm.
Hipertrofia e hiperplasia dos ligamentos e do teccido conjuntivo de sustentação.
Aumento do número de vasos, principalmente para o desenvolvimento do fluxo uteroplancetário. Isso assegura a perfusão adequada do espaço interviloso placentário, onde residem as trocas materno fetais.
O crescimento é estimulado pelo estrogenio. Não é simétrico. Mais percebido na região fúndica e no sítio placentário.
Quais são as modificações no colo uterino?
Devido ao edema e aumento da vascularização, torna-se arroxeado e amolecido. Hiperplasia e hipertrocia das glândulas cervicais.
Eversão do epitélio colular, que tona a ectocérvice friável e sangrante ao menor conato.
O muco cervical fica mais viscoso, espesso e não se cristaliza quando desitratado.
O colo uterino fica protegido por um tampão mucosos, que é eliminado nos dias que atecedem o parto devido ao afinamento e encurtamento observados na cérvice.
Quais as mudanças nas trompas?
Sofre hipertrofia e hiperplasia da musculatura. A ação da progesterona diminui a motilidade.
Quais as mudanças no ovário?
Corpo lúteo se mantém funcionante pelo estímulo do hCG
Corpo lúteo é responsável pela produçao de progesterona nas primeiras 6-7 semanas até o completo funcionamento placentário.
Quais as modificações na vagina e vulva?
- Cor violácea –> embebição gravídica
- Celulas musculares e papilas da mucosa –> hipertrofia
- aumenta comprimento e largura
- Aumento da secreção vaginal: aspecto leitoso. O pH fica mais ácido, por haver mais glicogenio disponível para os lactobacilos –> acido lático
Citologia –> igual a da fase lútea do ciclo menstrual
vulva –> violácea e hipertrofia
Quais as modificações respiratórias?
Anatomicas:
São mais pronunciadas em torno da 37 semana
- Aumento do diâmetro transversal da caixa torácia em 2 cm.
- Angulos subcostais: alargam-se com a elvação de 4 cm do diafragma e aumento da circunferencia toracica em 6 cm
- Essas modificações levam ao aumento do volume corrente
- Expiração mais demorada
- Volume minuto cresce de 7,5 para 10,5 litros
- Não compensam totalmente a diminuição global do volume residual e redução da complacência torácica.
Como consequência:
- Aumento da paO2 no sangue materno
- redução da paCO1 no sangue materno para faciliar o transporte placentario de co2 fetal pra circulação materna.
Nas vias áreas superiores –> vasodilatação, edema de mucosa, congestão nasal e aumento das secreções
Quais são as repercussões das alterações respiratórias?
Dispneia fisiológica:
Congestão nasal: edema de vias aéreas
Alcalose respiratória compensada
Dificuldade na intubação: angulo laríngeo + edema laríngeo
Alterações na gasometria
Quais são as alterações no equilíbrio ácido-básico?
Hiperventilação da gestante:
- aumento do pH para o limite superior normal, compensado por uma queda do bicarbonato sérico de 26mEq/L para 22.
Aumento do pH –> desvio da curva de dissociação do 02 para a esquerda –> maior afinidade da hemoglobina materna pelo oxigênio reduzindo a sua liberação para o feto –> 2-3 DPG –> se une à hemoglobina e impede a ligação do 02 –> redução da afinidade da hemoglobina materna pelo 02 (efeito bohr) –> facilita liberação de 02 da hemácia materna para o feto. –> para mesmas quantidades de 02, a saturação no sangue fetal é mais elevada que no materno graças.
Durante o trabalho de parto: há aumento do pH e redução da pCO2, em função da hiperventilação do trabalho de parto. No periodo expulsivo, episodios de apneia aumentam a pco2 e devido À intensa atividade muscular, liberam lactatos. Esses eventos provocam uma avidose metabólica
Redução do paCO2 materna –> faclita o transporte de co2 do feto para a mãe.
Quais as alterações no coração?
Síndrome hipercinética (começa já no primeiro trimestre):
- FC aumenta em 10 a 15 bpm para manter o débito cardíaco
- Aumento da silhueta cardíaca em radiografias
- Pode surgir um pequeno derrame pericárdico
Sopros sistólicos: frequentes devido à síndrome hipercinética, assim como extrassístoles e desdobramentos da primeira bulha.
ECG não se altera significativamente
Débito cardíaco:
- redução da PA, da RVP, crescimento do volume sanguíneo e do metabolismo basal
Após 10 a 12 semanas, o DC aumenta. Atinge o pico entre 20 e 24 semanas, 30 a 40%.Depois fica estável
Em caso de aumento dos níveis pressóricos na gestação, o DC tende a diminuir pela ativação reflexa do SN parassimpático. No entanto, permanece elevado em comparação com o período pré-gravídico.
RVP:
Diminui de modo mais acentuado no início
O desenvolvimento placentário acarreta queda da RVP pois funciona como uma verdadeira fístula arteriovenosa
A redução atinge seu nível máximo em 20 semanas e depois vai crescendo gradualmente. É resultado da vasodilatação sistêmica, com refratariedade vascular ao sistema SRRA
O fluxo sanguíneo regional não se altera no fígado, no cérebro e nos músculos. Aumenta na pele (dissipação de calor), nos rins e no útero. Diminui nos MMII
PA
Reduz RVP pela refratariedade aos vasoconstritores. Aumenta DC, mas não o suficiente para aumentar a PA.
Mais acentuada no segundo semestre, quando a pico da queda de RVP e do maior desenvolvimento placentário no período.
A PAD cai mais do que PAS, pois a última é compensada pelo aumento do débito cardíaco. PAS cai entre 3 e 4, enquanto PAD cai de 10 a 15.
Pressão venosa
útero comprime as veias pélvicas e a VCI. Menor retorno venoso e aumenta em 3 vezesa a pressão venosa. Pode surgir: edema de MMII, varicosidades vulvares e hemorroidas.
Hipotensão supina: queda significativa do DC pela compressão da veia cava inferior pelo útero, quando a grávida permanece em decubito dorsal por cerca de 4 a 5 minutos.
Desencadeia reação vagal, que acarreta bradicardia, hipotesão e lipotímia. É facilmente corrigido com o decúbito lateral.
Resistência vascular pulmonar
Reduz em 34% enquanto a pressão venosa central não sofre alterações –> pressão capilar da artéria pulmanar diminui em 28%. Diminuição da pressão capilar pulmonar. Maior probabilidade de congestão pulmonar.