Capítulo 3 - Cefaleias Flashcards

(185 cards)

1
Q

A RM e a TC são frequentemente necessárias na avaliação da cefaleia em crianças?

A

Raramente são necessárias ou justificadas, e expor o paciente a radiação ou anestesia desnecessárias não é uma boa prática.

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2
Q

Na maioria dos casos de cefaleia em crianças, o que é mais útil que estudos de imagem?

A

Uma história completa e um exame neurológico.

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3
Q

Qual é o diagnóstico de cefaleia mais comum em crianças?

A

Enxaqueca.

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4
Q

Qual a prevalência de enxaqueca em crianças de 3-7 anos, 7-11 anos e adolescentes?

A

3-7 anos: 3%. 7-11 anos: 4%-11%. Adolescentes: 8%-23%.

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5
Q

Qual a idade média de início da enxaqueca para meninos e meninas?

A

Meninos: 7 anos; Meninas: 11 anos.

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6
Q

Quais são as principais estruturas sensíveis à dor dentro do crânio? (Box 3.1)

A

Vasos sanguíneos (artérias cerebrais e durais, grandes veias e seios venosos) e a dura-máter na base do cérebro.

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7
Q

Quais mecanismos estimulam a dor a partir dos vasos sanguíneos intracranianos?

A

Vasodilatação, inflamação e deslocamento por tração.

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8
Q

Quais partes do cérebro e suas coberturas são insensíveis à dor?

A

O parênquima cerebral, seu revestimento ependimário e as meninges, exceto a dura basal.

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9
Q

Qual nervo transmite a dor dos vasos intracranianos supratentoriais? E dos infratentoriais? (Box 3.1)

A

Supratentoriais: Nervo trigêmeo. Infratentoriais: Três primeiros nervos cervicais.

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10
Q

Para onde é referida a dor originada da inervação da divisão oftálmica do trigêmeo (artérias na porção superficial da dura)?

A

Olho e fronte.

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11
Q

Para onde é referida a dor originada da inervação da segunda e terceira divisões do trigêmeo (artéria meníngea média)?

A

Têmpora.

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12
Q

Para onde é referida a dor de todas as estruturas na fossa posterior?

A

Occipital e pescoço.

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13
Q

Quais estruturas extracranianas são sensíveis à dor? (Box 3.1)

A

Raízes cervicais, nervos cranianos, artérias extracranianas, músculos ligados ao crânio, periósteo/seios paranasais.

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14
Q

A diminuição da acuidade visual causa cefaleia?

A

Não, causa visão embaçada. A visão prejudicada é um atraso comum no diagnóstico e manejo de enxaquecas.

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15
Q

Qual é a ferramenta mais importante no diagnóstico de cefaleias?

A

A história clínica.

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16
Q

Quais são os exemplos de causas de cefaleias agudas generalizadas?

A

Infecções sistêmicas ou do SNC, de esforço, por vazamento de LCR, pós-convulsiva, hemorragia do SNC, hipertensão ou causas metabólicas (hipoglicemia, hipercapnia, hipóxia).

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17
Q

Quais são os exemplos de causas de cefaleias agudas localizadas?

A

Sinusite, otite, disfunção da articulação temporomandibular (ATM), doença ocular, neuralgia (trigeminal, glossofaríngea, occipital), trauma ou doença dentária.

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18
Q

Quais são os exemplos de causas de cefaleias agudas recorrentes?

A

Enxaqueca, cefaleia em salvas, hemicranias paroxísticas, cefaleia tensional episódica, “ice-pick headache”, de esforço, da tosse e do coito.

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19
Q

Quais são os exemplos de causas de cefaleias crônicas progressivas?

A

Neoplasia do SNC, pseudotumor cerebral, abscesso cerebral, hematoma subdural e hidrocefalia.

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20
Q

Quais são os exemplos de causas de cefaleias crônicas não progressivas?

A

Tensional crônica, pós-concussional, induzida por analgésicos e cafeína, depressão, psicogênica e simulação.

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21
Q

Qual é uma boa indicação da frequência, severidade e incapacidade causada pela cefaleia?

A

O número de dias letivos perdidos devido à cefaleia.

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22
Q

O que a pergunta “Qual o período mais longo que você ficou sem cefaleia?” ajuda a identificar?

A

Um padrão comum de cefaleia em que a criança tem um surto de cefaleias por uma semana ou duas e, então, após um intervalo prolongado sem cefaleia, experimenta outro surto de cefaleias diárias.

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23
Q

O que a pergunta “Quantos tipos diferentes de cefaleia você tem?” frequentemente revela?

A

Que a criança tem dois tipos de cefaleia: uma é severa e faz a criança parecer doente (enxaqueca), e a outra é uma cefaleia leve que é quase constante, mas não incapacitante (cefaleia de rebote por analgésicos/uso excessivo de medicação).

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24
Q

Qual padrão de cefaleia é improvável que indique doença intracraniana grave?

A

Uma cefaleia crônica, contínua, de baixa intensidade, na ausência de sintomas ou sinais associados.

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25
Qual padrão de cefaleia é provável que seja enxaqueca?
Cefaleias intermitentes, especialmente aquelas que fazem a criança parecer e se sentir doente, das quais a criança se recupera completamente e fica normal entre os ataques.
26
Qual padrão de cefaleia é provável que seja devido a doença intracraniana significativa?
Uma cefaleia severa de início recente, diferente de qualquer coisa experimentada anteriormente, da qual a criança nunca retorna a uma linha de base normal.
27
Qual padrão de cefaleia sugere uma "ice-pick headache"?
Dor breve e intensa durando segundos, em uma criança de resto normal.
28
Um estudo de imagem cerebral de rotina é custo-efetivo para toda criança com cefaleia crônica?
Não, e não é um substituto para uma história e exame físico adequados.
29
Quando uma RM do cérebro é útil na avaliação da cefaleia?
Na maioria dos casos de suspeita de patologia intracraniana como causa da cefaleia.
30
Quando a punção lombar (PL), angiorressonância e/ou angiotomografia são úteis?
Quando há suspeita de vazamento de aneurisma.
31
Quando a RM com venografia por ressonância magnética pode ser útil?
Quando há suspeita de trombose venosa em casos de pressão intracraniana aumentada.
32
Quantas crianças entre 5 e 15 anos têm enxaqueca e qual porcentagem das cefaleias em crianças pequenas encaminhadas para consulta neurológica a enxaqueca representa?
Dez por cento das crianças de 5 a 15 anos têm enxaqueca, e a enxaqueca responde por 75% das cefaleias em crianças pequenas encaminhadas para consulta neurológica.
33
A enxaqueca é um distúrbio hereditário?
Sim, com um padrão de herança multifatorial. Na maioria dos casos, pelo menos um dos pais relata história de enxaqueca.
34
Qual é a prevalência da enxaqueca em diferentes faixas etárias pediátricas e como a proporção entre sexos muda com a idade?
3-7 anos: 1%-3% (ambos os sexos igualmente afetados). 7-15 anos: 4%-11% (com uma proporção crescente de meninas para meninos à medida que a idade aumenta).
35
Qual fator provavelmente se relaciona com a maior incidência de enxaqueca em meninas púberes em comparação com meninos púberes ou crianças pré-púberes?
O efeito desencadeador do ciclo menstrual nos ataques de enxaqueca.
36
Qual a probabilidade de uma criança com enxaqueca ficar livre da condição aos 25 anos? E aos 50 anos?
Aproximadamente um quarto das crianças ficará livre de enxaqueca aos 25 anos (meninos significativamente mais que meninas). Mais da metade ainda terá cefaleias aos 50 anos.
37
Qual é o único síndrome de enxaqueca monogenética bem estabelecida e quais genes estão envolvidos?
Enxaqueca hemiplégica familiar, causada por mutações heterozigotas patogênicas em ATP1A2, CACNA1A ou SCN1A.
38
Os fatores genéticos são mais evidentes na enxaqueca com aura ou sem aura?
Mais evidentes na enxaqueca com aura.
39
Quais são os fatores desencadeantes comuns da enxaqueca?
Estresse, exercício, trauma craniano, declínio pré-menstrual do estrogênio circulante e mudanças na pressão barométrica.
40
Uma base alérgica para a enxaqueca está bem estabelecida?
Não.
41
Quando os sintomas de enxaqueca podem ocorrer em relação ao estresse ou exercício?
Podem ocorrer durante o estresse ou exercício ou, mais frequentemente, durante um período de relaxamento após um período de estresse ("enxaquecas de relaxamento").
42
Crianças com enxaqueca têm um tipo de personalidade específico?
Não, a enxaqueca é tão provável em uma criança relaxada quanto em uma superprodutiva ("overachiever").
43
Por que golpes triviais na cabeça durante esportes competitivos são fatores desencadeantes significativos?
Porque ocorrem em um contexto de exercício vigoroso e estresse.
44
O que um ataque severo (cefaleia, vômito, déficits neurológicos transitórios) após um traumatismo craniano sugere, além de enxaqueca?
A possibilidade de hemorragia intracraniana.
45
O que provavelmente é o fator crítico na precipitação de um ataque de enxaqueca relacionado ao ciclo menstrual?
O declínio na concentração de estrogênios circulantes.
46
Quais são os três grupos em que a enxaqueca em crianças é divisível?
(1) Enxaqueca com aura, (2) enxaqueca sem aura, e (3) síndromes equivalentes da enxaqueca.
47
Qual é mais comum em crianças em idade escolar: enxaqueca com aura ou sem aura?
Enxaqueca sem aura é mais que duas vezes mais comum.
48
O que são síndromes equivalentes da enxaqueca? (Box 3.2)
A principal característica é um distúrbio transitório na função neurológica. A cefaleia é uma característica menor ou não está presente. Exemplos incluem: enxaqueca confusional aguda, enxaqueca com aura do tronco encefálico, vertigem paroxística benigna, síndrome do vômito cíclico, enxaqueca hemiplégica, enxaqueca retiniana, torcicolo paroxístico.
49
O que é "ice-pick headache" (cefaleia em picada de gelo)? Qual seu tratamento?
Dor severa no topo da cabeça que leva o paciente ao chão, terminando tão rapidamente quanto começa. Pode responder à indometacina.
50
A enxaqueca com aura é um evento bifásico. Descreva as duas fases.
Fase inicial: Uma onda de excitação seguida por depressão da função cortical (depressão alastrante cortical) se espalha por ambos os hemisférios, associada à diminuição do fluxo sanguíneo cerebral regional e disfunção neurológica transitória. Segunda fase: Usualmente (mas não necessariamente) associada ao aumento do fluxo sanguíneo nas circulações carotídea interna e externa. Cefaleia, náusea e, às vezes, vômito ocorrem nesta fase.
51
Quais são as características usuais da aura visual na enxaqueca?
Percepção de luzes cintilantes ou linhas coloridas, pontos cegos, visão embaçada, hemianopsia, cegueira transitória, micropsia ou alucinações visuais.
52
O que é a síndrome de Alice no País das Maravilhas na enxaqueca?
Um complexo de sintomas na enxaqueca que inclui alucinações visuais e outras distorções visuais que podem perturbar o senso de tempo e a imagem corporal.
53
Quais são as características sensoriais comuns da aura, além das visuais?
Disestesias dos membros e da região perioral.
54
A dor na enxaqueca com aura é geralmente latejante ou constante no início?
Geralmente é maçante no início e depois se torna latejante, pulsátil ou em pancadas. Uma cefaleia severa que é máxima no início não é sugestiva de enxaqueca.
55
Os ataques de enxaqueca sem aura são monofásicos ou bifásicos? Quais são os sintomas iniciais típicos?
São monofásicos. Os sintomas iniciais típicos são alteração de personalidade, mal-estar e náusea.
56
Em crianças pré-escolares, qual pode ser a única característica do ataque de enxaqueca sem aura?
Vômitos recorrentes.
57
Quais são as pistas importantes para o diagnóstico de enxaqueca sem aura, que podem ser difíceis de separar de outras síndromes de cefaleia?
A criança parece doente, quer deitar-se e é sensível à luz e ao som.
58
Em que se baseia o diagnóstico de enxaqueca?
Nas características clínicas; a enxaqueca é um dos poucos distúrbios neurológicos em que o médico não pode tropeçar no diagnóstico por meio de exames de imagem do cérebro.
59
Quais são as características salientes para o diagnóstico de enxaqueca?
História familiar de enxaqueca e alguma combinação de cefaleia recorrente, náusea ou distúrbios neurológicos, especialmente se agravados pela atividade e aliviados pelo repouso e sono.
60
Qual porcentagem de crianças com enxaqueca também tem histórico de cinetose (enjoo de movimento)?
Quase metade.
61
Testes diagnósticos são necessários quando a história familiar e as características clínicas estabelecem claramente o diagnóstico de enxaqueca?
Não são necessários.
62
Em quais situações a imagem cerebral é indicada na avaliação de cefaleias semelhantes à enxaqueca?
Apenas quando existe incerteza. A principal razão é a presença de novas anormalidades no exame. Razões menores são uma história familiar negativa ou características atípicas do ataque.
63
Qual é o único motivo para solicitar um EEG em crianças com cefaleias semelhantes à enxaqueca?
Para excluir a rara possibilidade de uma epilepsia associada à enxaqueca.
64
É comum observar alguma melhora após o diagnóstico inicial de enxaqueca? Por quê?
Sim, provavelmente devido à tranquilização dada à criança e à família de que não se trata de um tumor ou outro problema mais sério.
65
Qual abordagem os pais devem ter em relação a perguntar à criança sobre a dor, para não piorar os ataques?
Devem ser desencorajados a perguntar rotineiramente à criança se ela está com dor; em vez disso, devem observar e esperar que a criança se queixe de cefaleia ou exiba os sintomas físicos usuais.
66
Quais são as duas abordagens para a terapia da enxaqueca?
Tratamento do ataque agudo e profilaxia. Muitas crianças precisam de ambos.
67
Quais conselhos gerais são úteis para todos os que sofrem de enxaqueca?
(1) Hábitos alimentares e de sono saudáveis, (2) evitar o uso de cafeína, (3) evitar o uso excessivo de analgésicos, (4) evitar gatilhos quando identificados, (5) se possível, realizar um regime de exercícios moderados, e (6) evitar o uso de narcóticos, pois isso pode agravar o problema.
68
Quando o tratamento agudo da enxaqueca é mais eficaz?
Sempre mais eficaz quando administrado no início do ataque.
69
Quais são os medicamentos de primeira linha para o tratamento agudo da enxaqueca em crianças?
Ibuprofeno ou naproxeno 10 mg/kg ou paracetamol 15 mg/kg. Analgésicos de venda livre e AINEs, especialmente ibuprofeno, são mais eficazes que placebo.
70
Quais triptanos orais e nasais podem ser úteis no tratamento agudo da enxaqueca em crianças/adolescentes?
Sumatriptano nasal (5 ou 20 mg), sumatriptano oral (50-100 mg), rizatriptano oral (5-10 mg), eletriptano oral (20-40 mg), ou zolmitriptano oral (2.5-5 mg).
71
Quais são os efeitos adversos do sumatriptano nasal?
Fadiga, formigamento na cabeça e braços, e sensação de pressão ou rigidez no pescoço, garganta e peito.
72
Para quais pacientes as formulações de dissolução oral de zolmitriptano e rizatriptano podem ser úteis?
Para crianças que não conseguem engolir comprimidos. O tempo de absorção é o mesmo que outros comprimidos (não é sublingual).
73
Quais opções de triptanos e DHE são melhores para início mais rápido ou quando o vômito impede medicações orais?
Sumatriptano nasal (5-20 mg) ou injetável (3-6 mg), e diidroergotamina (DHE) nasal ou injetável (0.5-1 mg).
74
O que são antagonistas do receptor CGRP e quais exemplos são mencionados para uso agudo e/ou preventivo?
São tratamentos mais recentes para enxaqueca. Rimegepant (Nurtec) pode ser usado tanto agudamente (75 mg comprimido de desintegração oral) quanto para prevenção. Ubrogepant (Ubrelvy) 50 mg é aprovado para tratamento agudo.
75
Quais antieméticos/neurolépticos podem ser usados quando o vômito interfere na administração oral de medicamentos para enxaqueca?
Prometazina retal (12.5-25 mg) ou proclorperazina injetável (5-10 mg). Ambos podem ser dados oralmente, mas a sedação ocorre em cerca de 90% dos pacientes.
76
Qual é o protocolo geral para tratamento agudo de enxaqueca em serviços de emergência?
Varia, mas geralmente inclui hidratação (frequentemente bolus IV de fluidos), um AINE (cetorolaco IV ou ibuprofeno oral) e um antagonista da dopamina (metoclopramida ou proclorperazina). Manter o quarto escuro e silencioso, encorajar técnicas de relaxamento e repouso.
77
Em quais situações os agentes profiláticos devem ser considerados para a enxaqueca?
1. Enxaquecas uma vez por semana ou mais, em média (terapia abortiva frequente pode levar a cefaleias induzidas por medicação). 2. Falha na resposta à terapia abortiva. 3. Enxaquecas que respondem apenas a medicações abortivas que também causam sedação (a sedação pode ser tão incapacitante quanto a enxaqueca em termos de perda de produtividade). 4. Incapacidade (perda de atividades escolares ou sociais).
78
Quais suplementos diários são de baixo risco e podem ser atraentes para famílias que preferem evitar medicamentos prescritos para profilaxia da enxaqueca, embora dados de dosagem ideal para pacientes pediátricos sejam escassos?
Magnésio, riboflavina e coenzima Q10.
79
Para qual faixa etária a ciproheptadina pode ser útil na profilaxia da enxaqueca e quais seus efeitos colaterais?
Pode ser útil em bebês e crianças muito pequenas com enxaqueca. Efeitos colaterais incluem sedação e ganho de peso, que se tornam mais problemáticos em crianças mais velhas.
80
O estudo CHAMP (Childhood and Adolescent Migraine Prevention) encontrou amitriptilina ou topiramato mais eficazes que placebo na prevenção da enxaqueca pediátrica?
Não, o estudo concluiu precocemente devido à falta de diferenças significativas entre os grupos. Amitriptilina e topiramato não foram considerados mais eficazes que placebo e ambos causaram aumento de efeitos colaterais em comparação com o placebo.
81
Apesar dos resultados do estudo CHAMP, por que amitriptilina e topiramato ainda são comumente usados na prevenção da enxaqueca pediátrica?
Devido à existência de outros estudos positivos, controlados por placebo e duplo-cegos que levaram à aprovação do topiramato pelo FDA para profilaxia da enxaqueca em pacientes com 12 anos ou mais, e à ausência de outros tratamentos eficazes.
82
Qual a dose usual de amitriptilina para profilaxia da enxaqueca em crianças e qual seu mecanismo de ação?
Doses baixas, 0.5-1 mg/kg até 50 mg ao deitar. O mecanismo de ação é inibindo o mecanismo da bomba de membrana responsável pela captação de norepinefrina e serotonina nos neurônios adrenérgicos e serotoninérgicos.
83
O propranolol é eficaz na redução da frequência de cefaleias em enxaqueca? Qual seu provável mecanismo de ação e principal efeito colateral limitante em crianças?
Diminui a frequência da cefaleia pela metade em 80% dos pacientes. O mecanismo de ação é provavelmente central. Depressão é um efeito colateral comum e, juntamente com a intolerância ao exercício, são as principais razões para não ser usado em crianças e adolescentes.
84
Qual a dose de propranolol em crianças para profilaxia da enxaqueca e quais são as contraindicações?
2 mg/kg em três doses divididas. Iniciar com 1 mg/kg/dia. Asma e diabetes são contraindicações.
85
Quais doses de topiramato, zonisamida e valproato podem ser úteis para profilaxia da enxaqueca em crianças?
Topiramato 50-100 mg diários ou divididos duas vezes ao dia, zonisamida 50-100 mg à noite, ou valproato 250-500 mg duas vezes ao dia.
86
Quais são as considerações para o uso de valproato em adolescentes do sexo feminino?
Cautela devido ao potencial significativo para síndrome do ovário policístico e teratogenicidade.
87
Para quais perfis de pacientes os autores sugerem topiramato, valproato ou zonisamida na profilaxia da enxaqueca?
Topiramato: Para crianças com sobrepeso. Valproato: Para aquelas com baixo peso ou traços bipolares. Zonisamida: Alternativa se topiramato foi eficaz, mas causou "névoa mental" inaceitável (tem menos efeitos colaterais cognitivos).
88
Há evidência forte da eficácia do levetiracetam na profilaxia da enxaqueca em crianças?
Não, estudos pediátricos são virtualmente inexistentes, e mesmo em adultos a evidência é escassa.
89
Os antagonistas orais do CGRP são eficazes na profilaxia da enxaqueca? Quais são exemplos e seus efeitos colaterais?
Sim. Rimegepant (Nurtec): Comprimido de desintegração oral 75 mg em dias alternados; efeitos colaterais comuns são náusea e desconforto abdominal. Atogepant (Qulipta): Oral 10, 30 ou 60 mg uma vez ao dia; efeitos colaterais mais comuns são náusea, constipação e fadiga.
90
Qual é um exemplo de anticorpo monoclonal que se liga ao receptor CGRP e como é administrado?
Erenumab-aooe (Aimovig). Administrado em injeções subcutâneas mensais; dose usual de 70 mg, mas alguns pacientes requerem 140 mg.
91
Quais são os efeitos adversos relatados do Erenumab-aooe?
Reações no local da injeção, reações de hipersensibilidade sistêmica e constipação severa.
92
Quais são exemplos de anticorpos monoclonais que se ligam à molécula CGRP e como são administrados?
Eptinezumabe (Vyepti): Infusão de 30 minutos a cada 3 meses. Fremanezumabe (Ajovy): Injeção subcutânea mensal (225 mg) ou trimestral (675 mg). Galcanezumabe (Emgality): Dose de ataque de 240 mg (duas injeções subcutâneas consecutivas de 120 mg cada), seguida por doses mensais de 120 mg injetadas subcutaneamente.
93
A cefalgia occipital é, por si só, uma enxaqueca?
Não. No entanto, neuralgias occipitais e cervicalgias são gatilhos comuns para enxaquecas em pacientes suscetíveis.
94
Qual o procedimento para bloqueios nervosos na profilaxia da enxaqueca? Quais nervos são comumente tratados?
Envolve a injeção de um agente anestésico (geralmente lidocaína) em nervos identificados como potenciais gatilhos de dor. Nervos mais comuns: nervo occipital maior, nervo occipital menor, nervo supraorbital e nervo auriculotemporal.
95
A toxina botulínica é aprovada para qual tipo de enxaqueca em adultos? Sua segurança e eficácia estão estabelecidas para enxaqueca episódica ou pediátrica?
Aprovada para a prevenção da enxaqueca crônica em adultos. Segurança e eficácia para enxaqueca episódica e pediátrica não foram estabelecidas.
96
A cefaleia em salvas é comum em crianças? Em qual sexo é predominante?
É rara em crianças, mas pode ter início na adolescência. Ocorre principalmente em homens.
97
A cefaleia em salvas afeta frequentemente outros membros da família?
Raramente.
98
Como são os períodos de ocorrência das cefaleias em salvas?
Agrupamentos de cefaleias recorrem durante períodos de semanas ou meses, separados por intervalos de meses a anos. Um agrupamento de ataques diários durando de 4 a 8 semanas pode ocorrer uma ou duas vezes por ano, frequentemente no outono ou primavera.
99
Qual a característica temporal e de lateralidade da dor na cefaleia em salvas?
A dor ocorre em surtos durando de 30 a 90 minutos e se repete de duas a seis vezes por dia. É sempre unilateral e afeta o mesmo lado da cabeça em cada ataque.
100
Onde a dor da cefaleia em salvas geralmente começa e para onde se espalha?
Começa atrás e ao redor de um olho antes de se espalhar para toda a hemicrania.
101
Qual comportamento é típico do indivíduo durante um ataque de cefaleia em salvas, distinguindo-a da enxaqueca?
O indivíduo afetado não consegue ficar parado, mas tipicamente anda pelo chão em angústia. Na enxaqueca, a criança quer evitar movimento e prefere descansar ou dormir.
102
Quais sintomas autonômicos hemicranianos podem acompanhar a cefaleia em salvas?
Injeção da conjuntiva, lacrimejamento do olho, síndrome de Horner, sudorese, rubor da face e congestão nasal desenvolvem-se ipsilateralmente à cefaleia.
103
Como é feito o diagnóstico de cefaleia em salvas?
As características clínicas sozinhas estabelecem o diagnóstico. Estudos laboratoriais ou de imagem não têm valor.
104
Qual o manejo para suprimir surtos de cefaleia em salvas em andamento?
Prednisona. Dose inicial de 1 mg/kg/dia nos primeiros 5 dias, seguida por uma dose decrescente ao longo de 2 semanas.
105
Quais são os tratamentos para o ataque agudo de cefaleia em salvas?
Sumatriptano injetável (6 mg em adultos/adolescentes) ou inalação de oxigênio a 100% (8-10 L/min). Octreotida injetável ou DHE injetável também podem ser considerados.
106
Qual é a primeira escolha para a prevenção de cefaleias em salvas?
Bloqueadores de canais de cálcio, como o verapamil (doses de 2-6 mg/kg/dia).
107
Qual medicamento recentemente obteve aprovação do FDA para a prevenção de cefaleias em salvas em adultos?
Galcanezumabe (Emgality).
108
Qual medicamento é útil como preventivo e para pacientes com forma crônica de cefaleia em salvas?
Lítio (objetivar concentração sanguínea de 1.2 mEq/L).
109
Quais síndromes de cefaleia respondem à indometacina e a nada mais?
Hemicrania paroxística crônica, hemicrania contínua, cefaleia em picada de gelo (ice-pick headache) e cefaleia benigna de esforço.
110
Quais são as principais características da hemicrania paroxística crônica, distinguindo-a da cefaleia em salvas?
Dor latejante unilateral associada a características autonômicas ipsilaterais, similar à cefaleia em salvas. No entanto, a duração do ataque é mais breve, mas mais frequente do que na cefaleia em salvas.
111
Qual o tratamento para hemicrania paroxística crônica?
Responde à indometacina (dose adulta típica de 75 mg/dia). Acetazolamida pode ter sucesso quando a indometacina falha.
112
O que é hemicrania contínua?
Uma cefaleia unilateral contínua de intensidade moderada. Sintomas autonômicos podem estar associados, mas não são proeminentes.
113
Qual o tratamento para hemicrania contínua?
Geralmente responde à indometacina em doses de 25-250 mg/dia.
114
O que pode desencadear a cefaleia benigna de esforço em indivíduos que não têm enxaqueca?
Esforço, especialmente durante esportes competitivos. Cefaleia durante a relação sexual pode ser uma forma. Alguns adolescentes experimentam com levantamento de peso.
115
Qual o tratamento profilático para cefaleia benigna de esforço?
Uso de indometacina (25 mg três vezes ao dia) ou propranolol (1-2 mg/kg/dia) antes do esforço pode prevenir a cefaleia.
116
Como geralmente se iniciam as cefaleias crônicas de baixa intensidade e não progressivas em crianças com histórico de enxaqueca?
Geralmente começam em uma criança com histórico de enxaquecas e aumentam gradualmente em frequência até ocorrerem diariamente.
117
As cefaleias crônicas de baixa intensidade são geralmente de origem unifatorial ou multifatorial quando se apresentam na clínica?
Tendem a ser de origem multifatorial.
118
Quais são os fatores contribuintes mais comuns para as cefaleias crônicas de baixa intensidade e não progressivas?
(1) Uso frequente de analgésicos; (2) uso frequente de cafeína; (3) estressores, sendo a escola o mais frequente; (4) humor deprimido ou ansiedade; e (5) etiologia psicogênica.
119
Indivíduos com qual tipo de cefaleia primária são especialmente predispostos a cefaleias de rebote por analgésicos?
Indivíduos com enxaqueca.
120
O que é a cefaleia de rebote por analgésicos (ou cefaleia por uso excessivo de medicação)?
Um ciclo vicioso de aumento constante de cefaleias e uso de analgésicos, resultando em um estado no qual o paciente usa analgésicos diariamente ou várias vezes ao dia sem alívio.
121
Quais são as características da dor na cefaleia de rebote por analgésicos?
A dor é generalizada, de baixa intensidade e maçante. Interfere, mas não impede as atividades rotineiras, e a atividade não é um fator agravante.
122
Qual é o risco de desenvolver cefaleia crônica diária com o uso de analgésicos, triptanos ou narcóticos?
O risco é alto se forem tomadas duas ou more doses por semana.
123
Qual o manejo da cefaleia de rebote por analgésicos?
Parar todo o uso de analgésicos e evitar cafeína também. Um curso curto de 5 dias de esteroides diários e o início de amitriptilina ao deitar (0.5-1 mg/kg até 50 mg) frequentemente ajudam na transição para o estado livre de analgésicos.
124
Qual é o mecanismo exato da cefaleia por cafeína?
Não está estabelecido; pode ser um efeito de abstinência ou um efeito direto da cafeína.
125
Quais são os sintomas da cefaleia por abstinência de cafeína?
Cefaleia latejante, ansiedade e mal-estar.
126
O uso diário de cafeína isoladamente é raramente o culpado por cefaleias diárias em um enxaquecoso, a menos que ocorra o quê?
A menos que o paciente ingira grandes quantidades de bebidas energéticas.
127
Como o estresse (especialmente escolar) pode contribuir para um ciclo de piora das enxaquecas?
A incapacidade imposta pelas enxaquecas e a interferência no aprendizado e faltas escolares aumentam o nível de estresse, o que por sua vez pode piorar as enxaquecas.
128
Quais são algumas apresentações de depressão leve a moderada em crianças, além de alterações de humor?
Cefaleias, dores no corpo, queixas gastrointestinais, diminuição da energia ou alterações nos hábitos de sono ou alimentação.
129
Quando uma cefaleia psicogênica pode ser suspeitada?
Em crianças ou adolescentes com mecanismos de enfrentamento limitados para o estresse, que podem usar subconscientemente a queixa de cefaleia para se proteger de situações avassaladoras. Incongruência entre o nível de dor/incapacidade e o nível de estresse relatado também é sugestivo.
130
Qual o manejo para crianças com cefaleias diárias e estressores, ou com comorbidade de ansiedade ou depressão?
Ajuda de terapeutas/conselheiros. Inibidores seletivos da recaptação de serotonina (ISRSs) para crianças com ansiedade ou depressão comórbida (ex: citalopram, escitalopram, sertralina).
131
A presença de cefaleia pós-traumática correlaciona-se com a extensão da lesão?
Não, e é vista mais frequentemente em pacientes com lesões cranianas leves.
132
A presença de anormalidades de imagem no momento da lesão prediz a gravidade ou persistência da cefaleia pós-traumática?
Não.
133
Qual a fisiopatologia da cefaleia pós-traumática crônica?
Não é bem compreendida, mas modelos animais sugerem que a dor é devida a uma resposta inflamatória crônica, bem como à sensibilização periférica e central.
134
Quais são os fatores de risco para o desenvolvimento de cefaleias pós-traumáticas prolongadas?
Sexo feminino, idade mais jovem no momento da lesão, transtorno de cefaleia preexistente e eventos frequentes de TCE.
135
Como é caracterizada a cefaleia imediatamente após a lesão (cefaleia pós-traumática imediata)?
Dor intensa e latejante, holocraniana e envolvendo o pescoço e ombros. Náuseas e vômitos podem ocorrer.
136
O que é entendido como cefaleia pós-traumática prolongada?
Uma cefaleia que persiste por pelo menos 3 meses após a lesão inicial.
137
Qual é a apresentação mais comum da cefaleia pós-traumática prolongada?
Cefaleia tipo enxaqueca sobreposta a cefaleia crônica diária.
138
Qual o manejo da cefaleia pós-traumática prolongada?
Evitar o uso excessivo de medicamentos. Testes neuropsicológicos para identificar déficits e auxiliar no plano educacional. Identificar e tratar transtornos psiquiátricos comórbidos. Fisioterapia para dor cervicogênica ou descondicionamento físico. Tratar cefaleia de rebote por analgésicos, se presente. Medicações profiláticas diárias como amitriptilina podem ser consideradas. Abordagem multidisciplinar é frequentemente necessária.
139
O mecanismo da cefaleia tensional crônica está bem estabelecido?
Menos bem estabelecido do que na cefaleia tensional episódica e é provavelmente multifatorial.
140
O que o termo "cefaleia tensional" sugere sobre sua causa? Isso é sempre verdade para a forma crônica?
Sugere que a causa da cefaleia é o estresse. Isso geralmente é verdade para cefaleias tensionais episódicas, mas o mecanismo da cefaleia tensional crônica é menos claro.
141
Quais são as características clínicas da cefaleia tensional crônica?
Dor geralmente bilateral e difusa; o local de dor mais intensa pode mudar durante o dia. Na maior parte do tempo, a cefaleia é maçante e persistente; às vezes é mais intensa. Geralmente presente ao despertar e pode continuar o dia todo, mas não é agravada pela atividade física rotineira. Curso ondulante com longos períodos de cefaleia quase diária e intervalos mais curtos sem cefaleia.
142
Náusea, vômito, fotofobia e fonofobia estão associados à cefaleia tensional crônica?
Não. Se presentes, geralmente ocorrem poucas vezes ao mês e sugerem enxaqueca intermitente sobre um fundo de cefaleia tensional crônica.
143
Qual o manejo da cefaleia tensional crônica?
Difícil de tratar. Evitar o uso excessivo de analgésicos. Se uma situação estressante for identificada, a cefaleia não pode ser manejada sem a resolução do estresse. ISRSs podem ser úteis se houver comorbidade de ansiedade ou transtorno obsessivo-compulsivo.
144
Quais tipos de drogas podem causar cefaleia?
Muitas drogas psicotrópicas, analgésicos e agentes cardiovasculares.
145
Que tipo de cefaleia o uso de cocaína produz?
Uma cefaleia semelhante à enxaqueca em indivíduos que não têm enxaqueca em outros momentos.
146
Em quais circunstâncias os aditivos alimentares geralmente causam efeitos adversos como cefaleia?
Ordinariamente, as concentrações são baixas, e os efeitos adversos ocorrem apenas em indivíduos geneticamente sensíveis.
147
Qual o efeito dos nitritos (usados em carnes curadas) e que tipo de cefaleia podem causar?
Nitritos são vasodilatadores potentes. Cefaleias difusas e latejantes podem ocorrer logo após a ingestão.
148
Como um paciente geralmente reconhece um alimento desencadeador de enxaqueca?
O início da enxaqueca ocorrerá imediata e consistentemente após a ingestão, e a associação é óbvia.
149
Quais são os efeitos da maconha que podem levar à cefaleia?
A maconha é um vasodilatador periférico e causa sensação de calor, injeção das conjuntivas e, às vezes, cefaleia frontal.
150
A cefaleia induzida pela maconha é geralmente severa? Quando cefaleias crônicas podem ocorrer?
A cefaleia é leve e ordinariamente experimentada apenas durante o uso da maconha. No entanto, metabólitos da maconha permanecem no sangue por vários dias, e cefaleias crônicas podem ocorrer em crianças que são usuárias regulares.
151
Na vasta maioria dos casos, uma criança com cefaleia devido a doença intracraniana significativa terá quais outros achados?
Terá um exame neurológico claramente anormal ou achados de imagem anormais, especialmente se a cefaleia persistir por mais de 3 meses.
152
Como crianças com tumores cerebrais geralmente se apresentam, além da cefaleia?
Apresentam-se com convulsões (se envolvendo o córtex), anormalidades neurológicas focais e sintomas de pressão intracraniana elevada.
153
Aneurismas são comuns em crianças?
São incomuns, mas podem ocorrer em pacientes com certos distúrbios genéticos.
154
Que tipo de cefaleia levanta preocupação para ruptura de aneurisma?
Cefaleia súbita, severa e máxima no início ("a pior cefaleia da minha vida"), especialmente quando associada a náusea, vômito e meningismo.
155
Quais são alguns mecanismos que podem aumentar a pressão intracraniana?
Aumento da produção de LCR, hipertensão intracraniana idiopática e trombose de seio venoso.
156
Como uma criança com cefaleia por pressão intracraniana aumentada geralmente se apresenta?
Apresenta-se com cefaleia que é consistentemente piorada ao deitar e é máxima pela manhã. Distúrbios visuais, náusea e vômito são comuns. O exame oftalmológico revela papiledema.
157
A vasculite cerebral é comum em crianças? Em que contexto ela usualmente ocorre?
É incomum em crianças e usualmente ocorre como parte de uma doença autoimune ou infecção do sistema nervoso.
158
Cefaleia é uma característica de quais doenças do tecido conjuntivo?
Lúpus eritematoso sistêmico (LES) e doença mista do tecido conjuntivo.
159
Qual a frequência de cefaleia severa em crianças com LES? Ela pode ser a característica inicial?
Ocorre em até 10% das crianças com LES. Pode ocorrer na ausência de outras manifestações neurológicas e pode ser a característica inicial do LES.
160
Quais são as características da cefaleia na doença mista do tecido conjuntivo?
Cefaleias moderadas que geralmente não interferem nas atividades diárias. Podem ser unilaterais ou bilaterais, mas geralmente são latejantes. Mais da metade dos pacientes relata aura visual, e alguns têm náusea e vômito.
161
O achado de anticorpos antinucleares ("FAN positivo") isoladamente justifica um diagnóstico de autoimunidade em uma criança com cefaleia?
Não. FAN positivo em uma criança com cefaleia, sem sintomas sistêmicos de doença do tecido conjuntivo, deve sugerir a possibilidade de uma suscetibilidade genética à doença autoimune versus um achado incidental.
162
Quais são as causas importantes de vasculite de hipersensibilidade em crianças?
Doença do soro, púrpura de Henoch-Schönlein, abuso de anfetaminas e abuso de cocaína.
163
Quais são as características neurológicas da vasculite por abuso de substâncias?
Cefaleia, encefalopatia, déficits neurológicos focais e hemorragia subaracnóidea.
164
Que tipo de cefaleia uma elevação súbita da pressão arterial sistêmica (ex: feocromocitoma) causa?
Cefaleia hipertensiva explosiva e latejante.
165
Crianças com hipertensão crônica frequentemente têm cefaleia?
A maioria das crianças com hipertensão crônica é assintomática. Quando presente, pode ser uma cefaleia occipital de baixa intensidade ao despertar que diminui com a atividade, ou cefaleia frontal latejante durante o dia.
166
O que pode causar dor surda e persistente atrás dos olhos em uma criança com distúrbio latente de convergência?
Fixação ocular prolongada de perto. A dor é de origem muscular, causada pelo esforço contínuo para manter o olhar conjugado.
167
Erros de refração causam fadiga visual em crianças da mesma forma que a presbiopia em adultos?
Não, erros de refração não causam fadiga visual em crianças como a presbiopia em adultos. Erros de refração causam má visão, e não cefaleias.
168
Quais são as causas da cefaleia tensional episódica? Qual o provável mecanismo?
Fadiga, esforço e estresse temporário da vida. O mecanismo é provavelmente uma contração prolongada dos músculos ligados ao crânio.
169
Como é a dor na cefaleia tensional episódica? Onde se localiza principalmente?
A dor é constante, persistente e em aperto. Localiza-se principalmente na parte de trás da cabeça e pescoço; às vezes torna-se difusa e é descrita como uma faixa constritiva ao redor da cabeça.
170
Sintomas como náusea, vômito, fotofobia e fonofobia estão presentes na cefaleia tensional episódica?
Não.
171
Como se apresentam as crianças com cefaleia devido à sinusite?
Geralmente estão doentes, febris e com secreção nasal purulenta. Sensibilidade localizada está presente sobre os seios frontais ou maxilares infectados.
172
O que pode exacerbar a dor da sinusite?
Assoar o nariz ou movimentos rápidos da cabeça, especialmente inclinar-se para frente.
173
A evidência radiográfica de doença sinusal necessariamente explica a cefaleia de muitos pacientes?
Não necessariamente. É comum encontrar evidência radiográfica de doença sinusal em exames de imagem da cabeça realizados por outros motivos em pacientes assintomáticos.
174
A síndrome da ATM causa cefaleia crônica generalizada diária?
Não, embora a inflamação aguda da articulação possa desencadear enxaqueca em pacientes suscetíveis.
175
Onde se localiza a dor na síndrome da ATM?
A dor é unilateral e centrada sobre e abaixo da ATM.
176
Qual é a causa usual de artrite na síndrome da ATM?
Bruxismo ou maloclusão dentária. Lesão prévia da mandíbula responde por um terço dos casos em crianças.
177
Como as lesões por "chicote" e outras lesões cervicais causam dor?
Por ruptura de discos cervicais, dano a tecidos moles, lesão de nervos occipitais e causando contração muscular excessiva (para imobilizar a área).
178
Como é a dor causada pela contração constante dos extensores do pescoço após uma lesão?
Dor surda e persistente não apenas no pescoço, mas também nos ombros e braços superiores.
179
Cefaleia difusa é uma ocorrência frequente após qual tipo de crise? Qual o mecanismo?
Após uma convulsão tônico-clônica generalizada, causada por vasodilatação das artérias cerebrais.
180
Qual porcentagem de pacientes epilépticos relata cefaleia como uma manifestação da crise (cefaleia ictal)?
Aproximadamente 1%.
181
Em pacientes com cefaleia ictal, a epilepsia geralmente precede o desenvolvimento da cefaleia como sintoma ictal?
Sim, a maioria tem epilepsia antes do desenvolvimento da cefaleia. Em um pequeno número de crianças, a cefaleia é a única característica do seu distúrbio convulsivo.
182
Qual é a síndrome epiléptica mais comum em crianças onde a cefaleia é parte do quadro, mimetizando enxaqueca?
Epilepsia occipital autolimitada.
183
A cefaleia de baixa pressão é uma complicação comum de qual procedimento? É comum como resultado de um vazamento espontâneo de LCR em crianças?
É uma complicação comum de uma punção lombar (PL). Raramente é resultado de um vazamento espontâneo de LCR em crianças.
184
Qual é o sintoma mais comum da cefaleia de baixa pressão?
Cefaleia postural desencadeada ao ficar de pé ou ao segurar um lactente na posição vertical. A dor é atenuada ou cessa na posição supina.
185
Qual o manejo padrão para cefaleia de baixa pressão? O que é eficaz para fechar o vazamento?
Posição supina com hidratação IV e cafeína por 48-72 horas é o cuidado padrão. Um "blood patch" epidural (EBP) é eficaz para fechar o vazamento.