Cuidados pré-natais Flashcards

1
Q

Qual a importância dos cuidados pré-natais e o que incluem?

A

Mulheres que recebem cuidados pré-parto regulares e com início precoce têm filhos mais saudáveis.

Os cuidados pré-parto incluem:

  • Diagnóstico da gravidez e determinação da idade gestacional;
  • Monitorização da gravidez com consultas periódicas e exames de rastreio adequados;
  • Avaliação do bem-estar materno e fetal;
  • Educação da paciente quanto aos aspectos da gravidez e período pós-parto;
  • Preparação da grávida e da sua família para a altura do parto e para o pós-parto;
  • Deteção de possíveis complicações médicas e psicossociais com intervenções adequadas.
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2
Q

Como se faz o diagnóstico de gravidez?

A
  • Uma mulher com ciclos menstruais regulares e com história de ausência de 1 ou mais hemorragias menstruais, com prática sexual sem qualquer método contraceptivo é fortemente sugestivo de uma gravidez.
  • Sintomas comuns: fadiga, náuseas/vómitos e tensão mamária.
  • Achados ao exame físico:
    • Congestão e coloração azulada do colo uterino e vagina – sinal de Chadwick
    • Amolecimento do colo uterino – sinal de Hegar
    • A partir das 6 semanas após DUM: amolecimento e crescimento uterino
    • A partir das 12 semanas após a DUM: útero geralmente palpável no abdómen inferior
    • A partir das 16-18 semanas após a DUM: movimentos fetais perceptíveis pela grávida.
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3
Q

Quais os MCD indicados para confirmação do diagnóstico de gravidez?

A
  • A gravidez deve ser confirmada por um teste de gravidez, o qual mede os níveis de β-hCG na urina, produzido no sinciciotrofoblasto durante o crescimento da placenta. Normalmente apresenta um resultado positivo a partir das 4 semanas de gestação a partir do primeiro dia da última menstruação. É recomendado que o teste da gravidez feito em casa seja realizado com a primeira urina da manhã, visto que é esta que contém maior concentração de β-hCG. Os testes de gravidez no soro são mais específicos e sensíveis.
  • O estudo ecográfico permite detetar gravidez em estádios muito iniciais. Com uma ecografia abdominal, é possível visualizar o saco gestacional às 5-6 semanas após a última menstruação normal.
  • Já com a ecografia transvaginal, a gravidez é detetada mais cedo, por voltas das 3-4 semanas.
  • Os batimentos cardíacos fetais são detetados às 12 semanas de gestação com o Doppler.
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4
Q

Importância dos testes séricos de β-hCG

A
  • Permitem a deteção da gravidez muito precocemente
    (geralmente antes da 1ª falha menstrual).
  • Durante as primeiras semanas, a evolução da gravidez pode ser avaliada por medições seriadas quantitativas dos níveis de β-hCG.
  • Geralmente permitem diferenciar uma gravidez normal de anormal ou indicar a necessidade de outros testes (como a ecografia) para esse fim.
  • Um valor de β-hCG de 1500 mIU/mL numa gravidez única é frequentemente usado como cut-off a partir do qual um saco gestacional intrauterino deve ser visualizado - importante para exclusão de gravidez ectópica.
  • A partir de um valor de β-hCG > 4000 mIU/mL deve ser visualizado um embrião com atividade cardíaca positiva (por qualquer técnica ecográfica).
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5
Q

Quando deve ser realizada a primeira consulta pré-natal?

A
  • Deve ser realizada o mais precocemente possível e até à 12ª semana (1º trimestre da gravidez).
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6
Q

O que deve incluir a 1ª consulta pré-natal?

A
  1. História Clínica completa (questões sobre antecedentes e condições médicas crónicas são importantes para identificar as grávidas em risco de complicações
    maternas e fetais e iniciar um plano de atuação atempado);
  2. Exame Físico completo: deve incluir exame da mama e exame obstétrico com avaliação de diâmetros pélvicos (pelvimetria), características do colo uterino (comprimento cervical, consistência, dialatação e apagamento/extinção) e características uterinas (tamanho uterino, forma, consistência e mobilidade);
  3. Avaliação do risco de complicações;
  4. Requisição de análises de rotina do 1º trimestre;
  5. Determinação inicial da idade gestacional e previsão da data do parto;
  6. Aconselhamento e informação quanto ao esquema de vigilância previsto;
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7
Q

Quais as análises de rotina do 1º trimestre?

A
  1. Citologia cervical - consoante recomendações do plano nacional de prevenção e controlo de doenças oncológicas
  2. Tipagem ABO e fator RhD
  3. Pesquisa de aglutininas irregulares (Teste de Coombs indireto)
  4. Hemograma completo
  5. Glicemia em jejum
  6. VDRL
  7. Serologia Rubéola - IgG e IgM
  8. Serologia Toxoplasmose - IgG e IgM
  9. Ac VIH 1 e 2
  10. AgHBs
  11. Urocultura com eventual TSA
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8
Q

Qual a importância da definição da idade gestacional?

A

A datação da gravidez com definição de uma idade gestacional precisa é um parâmetro essencial da consulta pré-natal inicial para determinar a data provável do parto, definir prematuridade e gestação pós-termo, definir o timing dos testes de rastreio e abordar as complicações de acordo com a fase da gestação em causa.

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9
Q

Como se determina a idade gestacional?

A

Idade gestacional é o número de semanas entre o primeiro dia da última menstruação e a data
do parto.

A estimativa da data do parto é baseada na regra de Naegele: adiciona-se 1 ano ao primeiro dia
da última menstruação, subtrai-se 3 meses e adiciona-se 7 dias.

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10
Q

Qual a diferença entre a idade gestacional cronológica e ecográfica?

A
  • Idade gestacional cronológica: número de semanas que decorreram desde o 1º dia da última menstruação, deve depois ser revista com os dados da ecografia do 1º Trimestre.
  • Idade gestacional ecográfica: definida pelo comprimento crânio-caudal na ecografia do 1º Trimestre (realizada entre as 11 e 13 semanas + 6 dias).
  • Idade gestacional definitiva: IG corrigida por ecografia deve ser preferida à IG cronológica quando as datas diferem em 7 ou mais dias no 1ºT.
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11
Q

Consultas pré-natais subsequentes - periodicidade? (DGS)

A
  • Realizar as consultas de vigilância pré-natal, após a 1ª consulta:
    a) a cada 4-6 semanas até às 30 semanas;
    b) a cada 2-3 semanas até às 30-36 semanas;
    c) a cada 1-2 semanas após as 36 semanas.
  • Todas as mulheres devem ter consulta entre as 36 e as 40 semanas no hospital onde se prevê que o parto vá ocorrer.
  • Gravidezes de alto risco ou com complicações são geralmente avaliadas com maior frequência, de acordo com as circunstâncias clínicas
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12
Q

O que deve ser avaliado nas consultas pré-natais subsequentes?

A
  1. Anamnese: Em cada consulta deve-se questionar o aparecimento de alterações como hemorragia vaginal,
    náuseas e vómitos, disúria e leucorreia, bem como pela percepção dos movimentos fetais (PMF).
  2. Medição da PA
  3. Medição do peso
  4. Achados físicos obstétricos: altura uterina, batimentos cardíacos fetais e frequência e apresentação fetal
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13
Q

Porque deve avaliar a percepção dos movimentos fetais em cada consulta pré-natal?

A

A diminuição dos movimentos fetais após o limite de viabilidade é um sinal de alerta e é indicação para avaliação do bem estar fetal.

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14
Q

Qual a importância da avaliação da evolução ponderal das consultas pré-natais?

A

O excesso de peso durante a gravidez
acarreta enormes riscos, como pré-eclâmpsia,
diabetes gestacional ou cesariana.

Uma regra utilizada para estimar o aumento
de peso durante a gravidez é:
2Kg (1ºT)+ 4Kg (2ºT) + 4kg (3ºT) ou 2 + 5 + 5

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15
Q

Pressão arterial na consulta pré-natal

A
  • A TA geralmente diminui no final do 1ºT e volta a subir no 3ºT
  • Após as 20 semanas: TA sistólica persistemente elevada (≥140mmHg) ou TA diastólica elevada(≥90mmHg) sem proteinúria sugere hipertensão gestacional.
  • A comparação com os valores tensionais basais é fundamental para distinguir corretamente HTA pré-existente de HTA associada à gravidez.
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16
Q

Medição da altura uterina

A
  • Medição com uma fita métrica da distância em cm entre a sínfise púbica e o fundo uterino.
    -Até às 16 a 20 semanas, o tamanho uterino é geralmente definido em tamanho de “número de semanas” (ex: “útero de 12 semanas”)
  • Entre as 16-18 semanas e as 36 semanas, a altura uterina em cm é semelhante ao número de semanas de gestação numa gravidez unifetal normal em apresentação cefálica, dentro de um útero anatomicamente normal (ex: 30 semanas - útero de 30 cm)
  • Após as 36 semanas de gestação, o feto move-se inferiormente para o estreito inferior da pelve (encravamento na pelve verdadeira) a altura uterina é
    progressivamente menos confiável.
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17
Q

Qual a frequência cardíaca fetal normal?

A

A FCF normal é de 110 a 160 bpm, com maiores frequências encontradas no início da gravidez.

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18
Q

Apresentação fetal

A

-Com o auxílio das manobras de Leopold, a apresentação e situação fetais devem ser avaliadas a partir das 35 semanas.
-Ao longo da gravidez a apresentação pode ir variando, sendo que 95% dos fetos de termo têm apresentação cefálica.
-Quando a posição pélvica persiste até às 36-38
semanas, poderá ponderar-se a opção de versão cefálica externa, a qual se provoca uma rotação do feto para a posição cefálica de vertex. Esta manobra está contraindicada em casos de gravidez múltipla, anomalias uterinas, problemas da placenta e compromisso fetal.

19
Q

O que são as manobras de Leopold?

A

•1ª manobra: delimita-se o fundo uterino com ambas as mãos; permite identificar o polo fetal que ocupa o fundo uterino e definir a situação fetal.
-cabeça: consistência dura e limites redondos bem definidos
-nádegas: consistência mais mole, limites menos definidos
• 2ª manobra: palpam-se ambos os lados do abdómen; procura identificar o dorso e as pequenas partes fetais (membros). Determina a posição fetal.
• 3ª manobra: apreende-se a apresentação entre o polegar e os dedos, e imprimem-se movimentos laterais. Procura identificar o pólo fetal que se coloca em direção ao canal de parto. Determina a apresentação fetal e sua mobilidade.
• 4ª manobra: o examinador fica com as costas voltadas para a paciente e exerce pressão com as pontas dos dedos em direção ao eixo da entrada pélvica. Procura determinar o grau de descida da apresentação na pelve e seu grau de flexão.

20
Q

Qual o número e timing das ecografias durante a gestação?

A

Em Portugal, numa gravidez em evolução normal, está recomendada a realização de 3 ecografias obstétricas de rastreio.

1ª ecografia: entre as 11 e 13 semanas + 6 dias.
2ª ecografia: entre as 20 e 22 semanas + 6 dias.
3ª ecografia: entre as 30 e 32 semanas + 6 dias.

NOTA: O timing ideal em caso de avaliação ecográfica única é entre as 18 a 22 semanas de gestação.

21
Q

Quando é realizada e com que objetivo é feita a ecografia do 1º trimestre?

A
  • A ecografia do primeiro trimestre é efectuada da 11ª semana à 13ª semana e 6 dias.
  • Esta ecografia é usada para determinação da idade gestacional, avaliação da viabilidade fetal e corionicidade, e detecção de malformações major.
  • Para além disso, esta ecografia é usada para aferição de estigmas de cromossomopatias (e.g.: aumento da translucência nucal, ausência de ossos do nariz, regurgitação tricúspide e reversão do fluxo venoso).
22
Q

Quando é realizada e com que objetivo é feita a ecografia do 2º trimestre?

A

A ecografia do segundo trimestre também é designada por ecografia morfológica, sendo efectuada da
20ª semana à 22ª semana.
-Esta ecografia é usada para rastreio de malformações minor e avaliação do perfil biofísico (movimentos fetais, tónus e frequência cardíaca fetal).
-Especial relevância as malformações potencialmente fatais e com tempo de vida limitado ou associadas a elevada morbilidade pós-natal, anomalias com potencial para tratamento intrauterino ou que exigem tratamento ou investigação pós-natal.

23
Q

Quando é realizada e com que objetivo é feita a ecografia do 3º trimestre?

A

A ecografia do terceiro trimestre é efectuada da 30ª semana à 32ª semana, sendo usada para avaliar o
crescimento fetal e pulsos (normalmente também se procede a doppler da artéria umbilical).
-Note-se que diminuições do fluxo diastólico traduzem condições anómalas.
- Deve incluir a apresentação fetal, perímetro cefálico e abdominal; comprimento do fémur; estimativa ponderal
e parâmetros biofísicos de avaliação do bem-estar fetal

24
Q

O que é e para que é utilizada a cardiotocografia?

A

A cardiotocografia deverá ser executada na fase final da gravidez e aquando do trabalho do parto.
Este método informa quanto à frequência cardíaca fetal e no que diz respeito às contracções uterinas.
Existem duas modalidades de cardiotocografia:
(1) Cardiotocografia externa: Duas sondas de ultra-sons são colocadas no abdómen – uma no quadrante do coração fetal (para determinar a frequência cardíaca fetal) e outra sobre o fundo uterino (para avaliação das contracções uterinas). Para uso contínuo, estas sondas são fixas com recurso a bandas não-elásticas (método não-invasivo).
(2) Cardiotocografia interna: Um cateter de monitorização interna acoplado a um eléctrodo é colocado no escalpe fetal (risco de infecção do couro cabeludo). Apenas indicada perante grávidas obesas, fetos que estejam continuamente em movimento, ou perante traçados suspeitos (avalia risco de asfixia, permitindo distinguir hipoxia passageira de pré-paragem).

25
Q

Como se faz o rastreio de aneuploidias?

A

-1ºtrimestre (10-13s): PAPP-A, β-hCG e translucência da nuca

-2ºtrimestre (15-20s): teste triplo (α-FP materna, β-hCG e estriol) ou teste quadruplo (α-FP materna, β-hCG, estriol e inibina).
Rastreio integrado do 1º e 2º trimestres: inclui os exames de rastreio do 1ºtrimestre e o teste quadruplo.

26
Q

Quais são os sinais ecográficos sugestivos de trissomia 21?

A

 Aumento da translucência nucal (sensibilidade de 75%): A translucência da nuca deve ser avaliada em corte sagital, com o feto em posição neutra e em contraste máximo. Um aumento da translucência da nuca em fetos com cariótipo normal pode traduzir outras malformações ou síndromes genéticos – de facto, enquanto 97% dos fetos com translucência nucal de 2mm são normais, em fetos com translucência nucal de 7 mm, esse valor reduz para 15%.
 Ausência dos ossos nasais (sensibilidade de 60%)
 Reversão do fluxo venoso (sensibilidade de 70%)
 Regurgitação tricúspide

27
Q

Como se avalia o crescimento fetal?

A

1) Altura fetal

2) Ecografia

28
Q

Quais as causas de altura uterina aumentada para o esperado da idade gestacional?

A
o Erro na idade gestacional
o Gravidez múltipla
o Macrossomia fetal
o Mola hidatiforme
o Polihidrâmnios
29
Q

Quais as causas de altura uterina diminuído para o esperado da idade gestacional?

A
o Erro na idade gestacional
o Mola hidatiforme
o Restrição de crescimento fetal
o Oligohidrâmnios 
o Morte fetal intra-uterina
30
Q

Como se avalia o bem-estar fetal?

A

Esta avaliação é feita essencialmente através da perceção que a mãe tem em relação aos movimentos fetais, os quais deve ir regiatando.

Os testes de monitorização fetal também podem reflectir o bem-estar fetal. Estes testes incluem:

(1) Nonstress test (NST) - avalia a FC fetal através de uma sonda externa, durante 20 minutos.
(2) Contraction stress test (CST) - avalia a resposta da FC fetal quando estimulada uma contracção uterina, através de monitorização com tococardiografia.
(3) Perfil biofísico (BPP) - Série de 5 parâmetros, aos quais se atribuem scores de 0 (ausente) a 2 (presente).
(4) Velocimetria doppler da artéria umbilical - avalia resistência do fluxo sanguíneo na placenta.

31
Q

Que aspetos devem ser considerados na educação pré-natal?

A
  1. Emprego
  2. Exercício
  3. Nutrição e ganho ponderal
  4. Amamentação
  5. Atividade sexual (contraindicada só em circunstâncias de risco aumentado como a placenta previa, rotura prematura de membranas e história de pre-termo);
  6. Viagens (Até às 36 semanas a grávida pode viajar de avião. Deve tomar certas medidas preventivas como evitar longos períodos sentada, andar de 1 em 1h, promovendo a circulação e assim diminuir o risco de
    estase e tromboembolismo venoso).
  7. Teratogénios (álcool - risco de síndrome alcoólico fetal, medicações, drogas de abuso…)
32
Q

Que sintomas são comuns na gravidez?

A
  • Cefaleias
  • Edema
  • Náusea e vómitos
  • Azia
  • Fadiga
  • Obstipação
  • Caimbras nas pernas
  • Lombalgia
  • Dor nos ligamentos redondos
  • Veias varicosas e hemorróidas
  • Corrimento vaginal
33
Q

Cefaleias na gravidez

A
  • Comuns na gravidez precoce e podem ser intensas
  • Etiologia desconhecida
  • Recomendado tratamento com paracetamol: geralmente suficiente
  • Se cefaleia persistente - avaliação adicional
34
Q

Edema na gravidez

A
  • A presença de edema significativo nas extremidades inferiores e/ou mãos é muito comum na gravidez e, por si só, não é alarmante
  • Contudo, a retenção hídrica pode associar-se a HTA
  • A TA, ganho de peso e edema devem ser avaliados no contexto clínico antes de ser considerado inócuo.
35
Q

Náuseas e vómitos na gravidez

A
  • Comuns em algum grau no 1ºT de gravidez
  • Geralmente mais intensos de manhã (“morning sickness”), mas podem ocorrer a qualquer hora do dia
  • Tendem a melhorar significativamente a partir do final do 1ºT
  • A maioria dos casos ligeiros melhora com alterações dietéticas, incluindo o aumento do consumo de gengibre, Vit B6 e doxilamina
  • Casos mais graves - necessidade de medicação (ex: nausefe, diclegis)
  • Forma mais severa: hiperemese gravídica (<2% das gravidezes). Requer internamento para fluidoterapia e medicação endovenosa.
36
Q

Azia na gravidez

A
  • Comum, sobretudo no período pós-prandial (por refluxo GE).
  • Associada a refeições copiosas ou comidas picantes ou gordurosas.
  • Educação da grávida: refeições mais pequenas e mais frequentes, comidas mais leves, evitar decúbito após as refeições.
37
Q

Obstipação na gravidez

A
  • Fisiológica na gravidez (lentificação do trânsito intestinal, aumento da absorção de água, frequente diminuição do volume intestinal)
  • Alterações dietéticas: ↑ do aporte hídrico e de fibras (frutos, vegetais).
  • Laxantes emolientes podem ser úteis (como docusato, suplementos de fibras e lubrificantes).
38
Q

Fadiga na gravidez

A
  • Comum na gravidez precoce (“fadiga extrema que não alivia com o repouso”).
  • Não existe tratamento específico.
  • Tranquilizar quanto ao típico desaparecimento deste sintoma no 2ºT.
39
Q

Cãimbras nas pernas na gravidez

A
  • Comuns na gravidez, sobretudo na “barriga das pernas”.
  • Variedade de tratamentos propostos, nenhum universalmente eficaz (suplementação oral de cálcio, potássio, magnésio, água tónica).
  • Massagem e repouso geralmente aconselhados.
40
Q

Lombalgia na gravidez

A
  • Dor lombar baixa é comum, especialmente na gravidez avançada
  • A alteração do centro de gravidade materno pelo crescimento fetal aumenta o stress na coluna lombar e músculos/ligamentos associados
  • Tratamento: calor local, massagem e uso limitado de analgesia
  • Cinta de grávida ajustada pode ajudar.
41
Q

Dor nos ligamentos redondos na gravidez

A

• Dor aguda na virilha comum, sobretudo com o avançar da gravidez
• Desconfortável e perturbadora para as pacientes
• Tranquilizar quanto à etiologia benigna da dor: estiramento e espasmo dos ligamentos redondos com o crescimento uterino
• Aconselhar movimentos mais lentos e graduais;
analgesia raramente necessária
• Geralmente mais pronunciada à direita (dextrorotação do útero)

42
Q

Veias varicosas e hemorróidas na gravidez

A
  • Não são causadas pela gravidez
  • A 1ª apresentação geralmente ocorre durante a gravidez
  • Podem causar dor se ortostatismo prolongado
  • Varizes: meias de compressão elástica podem aliviar os sintomas
  • Hemorroidas: banhos de assento e preparações tópicas para alívio
  • Podem regredir no pós parto (apesar de não desaparecerem totalmente)
  • A correção cirúrgica de varizes ou hemorroides não deve ser realizada nos primeiros 6 meses pós-parto
43
Q

Corrimento vaginal na gravidez

A
  • Aumento das secreções vaginais é normal na gravidez (efeito hormonal)
  • O aumento fisiológico deve ser distinguido de leucorreias infeciosas: vaginite (prurido e odor intenso) e vaginose bacteriana (associada a PPT)
  • A rotura prematura de membranas (RPM) deve ser excluída perante queixa de aumento do fluxo vaginal
  • RPM: perda de LA pela vagina: líquido fluído e claro/transparente