Diarreia Aguda Flashcards

(55 cards)

1
Q

líquidos que passam pelo TGI em 24h

A
  • 1l de secreção salivar
  • 2l de suco gástrico
  • 1l de secreção biliar
  • 2l de suco pancreático
  • 2l de secreção intestinal
  • 2l da dieta
    98% absorvido pelo intestino, são excretados pelas fezes 100 a 200ml
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2
Q

consequências das disfunções no intestino

A
  • a principal função do delgado é absorver água e nutriente e do grosso é absorver eletrólitos e excretar; disfunções podem levar à perda líquida excessiva.
  • quando a disfunção é na mucosa do intestino delgado a diarreia é mais volumosa, mais líquida e sem sangue.
  • quando a disfunção é no intestino grosso, a diarreia é menos volumosa e pode ter a presença de sangue.
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3
Q

definição

A

alteração do hábito intestinal, caracterizada por aumento do número de evacuações e do teor de água nas fezes. a diminuição habitual da consistência é um dos parâmetros mais considerados.
- ocorrência de três ou mais evacuações amolecidas ou líquidas nas últimas 24h durante, no máximo 14 dias. (OMS)
- cursam com depleção hidrossalina de intensidade variável e má absorção de água e eletrólitos, sendo um quadro autolimitado.
- na maior parte das vezes representa uma infecção do tubo digestivo, por bactérias, vírus ou protozoários.

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4
Q

características doença diarreica aguda

A
  • início abrupto
  • etiologia presumivelmente infecciosa
  • potencialmente autolimitado
  • duração inferior a 14 dias
  • aumento do volume e/ou na frequência de evacuações com consequente aumento das perdas de água e eletrólitos
    a maioria dos casos se resolve em até 7 dias.
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5
Q

epidemiologia

A
  • as doenças diarreicas estão entre as principais causas de morbidade e mortalidade em crianças em países em desenvolvimento
  • crianças menores de 5 anos apresentam em médias 2-3 episódios de diarreia/ano
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6
Q

mortes relacionadas ao ciclo da diarreia

A

com a doença há agravo nutricional, que provoca desnutrição, que alimenta a diarreia e propicia infecções, elas contribuem para diarreia de repetição.
- episódio diarreico mais grave pode levar à desidratação aguda e, eventualmente, à morte.

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7
Q

relação da infecção com a via oro fecal

A

relaciona-se com:
- qualidade da água
- falta de saneamento básico
- condições de manipulação dos alimentos
- estoque de alimentos

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8
Q

fatores implicantes relacionados à criança

A
  • condições desfavoráveis de gestação e má nutrição materna
  • baixo peso ao nascer
  • desmame precoce
  • falta de orientação adequada após o desmame
  • condição nutricional e imunológica desfavoráveis
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9
Q

fatores implicantes relacionados à condição socioeconômica

A
  • condições de habitação
  • falta de saneamento básico
  • contaminação fecal de água e alimentos
  • falta de informação
  • baixa escolaridade dos pais
  • preconceitos culturais e alimentares
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10
Q

fatores implicantes relacionados à assistência médica

A
  • acesso precário aos serviços de saúde
  • falta de orientação técnica dos profissionais de saúde
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11
Q

diarreia aguda aquosa

A

pode durar até 14 dias e determina perda de grande volume de fluidos, podendo causar desidratação por infecção por bactérias e vírus (maioria dos casos).
- desnutrição pode ocorrer se a alimentação não é fornecida de forma adequada e se episódio sucessivos acontecem.

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12
Q

diarreia aguda com sangue (disenteria)

A

representa lesão na mucosa intestinal. pode associar-se com infecção sistêmica e outras complicações.
- bactérias do gênero Shigella são as principais causadoras de disenteria.

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13
Q

diarreia persistente ou aguda prolongada

A

quando a diarreia aguda se estende por 14 dias ou mais. pacientes que evoluem para essa constituem um grupo com alto risco de complicações e elevada letalidade.
- até 30 dias. é consequência das enterites infecciosas graves, em desnutridos inadequadamente tratados.

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14
Q

diarreia crônica

A

duração superior a 30 dias que se origina de complicações das enterites, alergias a proteínas, enteroparasitoses, reflexo gastrocólico aumentado e doenças entéricas primárias.

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15
Q

gravidade pelo número de evacuações

A
  • leve (até 5 vezes ao dia)
  • moderada (> 5 vezes a 10 vezes ao dia)
  • intensa (> 10 vezes ao dia)
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16
Q

informações na anamnese

A
  • duração da diarreia
  • número diário de evacuações
  • presença de sangue nas fezes
  • febre
  • dor abdominal
  • práticas alimentares prévias e vigentes
  • casos de diarreia em casa ou na escola
  • oferta e consumo de líquidos
  • uso de medicamentos
  • histórico de imunizações
  • informações sobre diurese
  • peso recente
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17
Q

pacientes com risco de complicação

A
  • idade inferior a 2 meses
  • doenças de base grave como: diabetes, insuficiência renal ou hepática;
  • presença de vômitos persistentes;
  • perdas diarreicas volumosas e frequentes (+8 episódios diários);
  • percepção dos pais de que há sinais de desidratação.
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18
Q

exame físico deve avaliar

A
  • estado de hidratação
  • estado nutricional
  • estado de alerta (ativo, irritável, letárgico)
  • capacidade de beber
  • diurese
  • exame macroscópico das fezes (se possível)
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18
Q

percentual da perda de peso

A

melhor indicador da desidratação, fundamental que seja mensurado o peso exato na avaliação inicial do paciente.
- até 5% desidratação leve
- entre 5 e 10% desidratação moderada
- mais de 10% desidratação grave
proporciona uma estimativa do volume necessário para correção do déficit corporal déficit de fluído. vincula esses achados com a conduta a ser adotada.

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19
Q

enchimento capilar

A

a mão da criança deve ser mantida fechada e comprimida por por 15 segundos. abrir a mão da criança e observar o tempo no qual a coloração da palma volta ao normal.

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20
Q

sinais de desidratação

A
  • mucosas secas
  • turgor e elasticidade da pele diminuídos (sinal da prega)
  • fontanela deprimida
  • olhos encovados
  • oligúria, alterações ortostáticas da FC e PA
  • estado nutricional
  • sinais de toxemia
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21
Q

exames complementares

A

devem ser feitos após a fase de reparação rápida.
- hemograma
- hemocultura
- gasometria
- pesquisa de vírus nas fezes
- coprocultura
- pH fecal e substâncias redutoras
- exame macroscópico das fezes
- parasitológico de fezes
- elementos anormais nas fezes

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22
Q

hemograma e hemocultura

A
  • pode demonstrar leucocitose e neutrocitose e anemia por déficit nutricional
  • útil em suspeita de sepse
    casos mais graves em q o paciente está internado
23
Q

ionograma

A

quando houver suspeita ou sinais de distúrbio hidroeletrolítico
- suspeito da doença do refluxo gastroesofágico

24
gasometria
pacientes com maior repercussão sobre o estado geral e suspeita de alterações do equilíbrio ácido básicos (principalmente acidose metabólica). mediante vômitos frequentes
25
coprocultura e ELISA
- para determinar agente bacteriano - para detectar vírus nas fezes
26
pH fecal e substâncias redutoras
podem detectar carboidratos não digeridos nas fezes (intolerância)
27
exame macroscópico das fezes
detectar presença de sangue, muco, pus, alimentos mal digeridos, parasitas, aspecto, consistência e composição (se possível, durante o exame físico)
28
parasitológico de fezes
detecta parasitas, protozoários e helmintos
29
elementos anormais nas fezes
identifica leucócitos e sangue (inflamação e destruição da mucosa intestinal) em casos de colite e diarreias invasivas
30
bases do tratamento
- correção da desidratação (TRO x TRV) - realimentação precoce - uso de ATB - uso de probióticos
31
plano A
criança não desidratada, objetivo é que continue assim. - tratamento domiciliar, logo, devem ter boa tolerância oral de líquidos.
32
hidratação plano A
- oferecer mais líquido que o habitual para prevenir desidratação, com ênfase no SRO que deve ser tomado sempre após cada evacuação diarreica - absorção fisiológica de eletrólitos e glicose (< 1 ano - 50 a 100 ml; de 1 a 10 anos - 100 a 200 ml; >10 anos - quantidade que o paciente aceitar). - evitar líquidos hipertônicos (agua de coco, chás) pois podem levar a menor absorção e até secreção de água e eletrólitos. - soro caseiro pode ser uma alternativa em locais que não são cobertos pelo serviço de saúde.
33
alimentação plano A
manter alimentação habitual para prevenir a desnutrição, com uma dieta: - normo calóricoproteica - hipofermentativa - com pureza bacteriológica - baixo conteúdo de fibras insolúveis (evita reabsorção de água) - hipoalergênica em menores de 6 meses, desnutridos, alérgicos ou com alergias na família.
34
quando voltar ao serviço de saúde plano A
se o paciente não melhorar em dois dias ou se apresentar qualquer sinal de alerta, os sinais de alarme devem ser enfatizados nessa fase para serem identificados se ocorrerem na evolução: - aumento na frequência das ejeções líquidas - vômitos frequentes - sangue nas fezes - recusa para ingestão de líquidos - febre - diminuição da atividade - muita sede - diminuição da diurese - piora do estado geral
35
orientações para paciente e acompanhante
para reconhecer os sinais de desidratação, para preparar e administrar a solução de reidratação oral, para praticar medidas de higiene pessoal e domicilar
36
administração de zinco
uma vez ao dia durante 10 a 14 dias - até 6 meses de idade: 10 mg/ dia - >6 meses de idade: 20 mg / dia
37
plano B
administrar SRO sob supervisão médica para reparação das perdas vinculadas à desidratação, devendo ser realizado na unidade de saúde, onde os pacientes devem permanecer até a reidratação completa e o reinício da alimentação
38
quantidade de SRO no plano B
de 50 a 100 ml/kg em casos moderados para serem administrados no período de 4-6h. na fase de manutenção, oferta-se 50-200 ml de SRO após cada evacuação e de acordo com aceitação.
39
avaliação da hidratação no plano B
se desaparecerem os sinais de desidratação utilizar plano A. se continuar desidratado ou não aceitar reidratação por VO, indicar sonda nasogástrica (gastróclise). se evoluir para desidratação grave, seguir o plano C.
40
indicações de gastróclise
- perda de peso após as primeiras 2 horas de TRO - vômitos persistentes (4 ou mais em 1h) - dificuldade de reidratação por perda fecal alta - distensão abdominal acentuada - dificuldade de ingestão oral. deve ser feito com a velocidade 20 a 30 ml/kg/hora até reidratar. se houver náusea ou vômitos, diminuir a velocidade para 15ml/kg/hora até melhora dos sintomas.
41
quando fazer reparação EV com solução salina e glicosada
quando houver falha na TRO por ingestão insuficiente, vômitos incoercíveis, diarreia de alto fluxo, sinais de choque, depressão neurológica grave ou doenças graves associadas.
42
dieta plano B
- reparação com SRO e restituir alimentação - dieta livre adequada à idade - jejum agrava a desnutrição, o que predispõe diarreia persistente - aumentar frequência das mamadas
43
uso de antibióticos
deve ser avaliado em casos mais graves de diarreia invasiva, com febre alta e maior repercussão sobre o estado geral, em desnutridos graves, RN, lactentes pequenos e imunodeprimidos. - diarreia com sangue nas fezes - cólera - infecção aguda comprovada por Giardia lamblia ou Entamoeba hystolitica (antiparasitários) - imunossuprimidos - anemia falciforme - sinais de disseminação bacteriana extra intestinal
44
ATBs usados
- ciprofloxacino: crianças 15mg/kg, 2x/dia, por 3 dias - azitromicina: 10 a 12mg/kg no 1° dia e 5 a 6mg/kg por mais 4 dias - ceftriaxona: 50-100mg/kg EV por 3 a 5 dias nos casos graves com hospitalização - cefotaxima: 100mg/kg dividida em 4 doses
45
andiarreicos
não devem ser usados. - inibidores do peristaltismo intestinal (Loperadina e Difenoxilato) - inibem o mecanismo de limpeza do intestino, em doses altas pode ter efeito anti secretor - adsorventes (pectina, carbonato de Ca2+, carvão ativado): absorvem a água já eliminada
46
antieméticos
as náuseas e vômitos regridem com reidratação, uso somente em caso de vômitos incoercíveis. lembrar que seu efeito sedativo pode prejudicar a TRO.
47
antitérmicos
geralmente desnecessários, indicar somente se houver febre elevada com desconforto evidente
48
analgésicos
úteis no desconforto abdominal
49
antiespasmódicos
contra indicados
50
probióticos
usados juntamente com a TRO, eles parecem seguros e ter claros efeitos benéficos na redução da duração e da frequência de evacuações em casos de diarreia infecciosa aguda. - devem ser usados de 5 a 7 dias
51
anti secretórios
reduzem a secreção intestinal com melhora significativa dos sintomas. não alteram o tempo de trânsito e não produzem supercrescimento bacteriano. - racecadotrila (Tiorfan): 1,5mg/kg 3x/dia, contraindicados em menores de 3 meses. interrompido assim que cessar a diarreia.
52
suplemento de zinco
reduzem a gravidade e duração e previnem episódios subsequentes de diarreia, iniciar a partir do momento da caracterização da diarreia.
53
indicações de internamento
- desidratação grave ou sinais de choque - menor que 2meses - crianças com desidratação moderada que não toleram TRO - desnutrição grave - toxemia grave, suspeita de sepse ou infecção grave associada - crianças de famílias muito pobres ou sem condições sociais de garantir o tratamento ambulatorial
54
sinais de alerta para a mãe
- diarreia muito intensa (fezes líquidas, mais de 1 episódio/h) - vômitos frequentes, sede muito intensa, olhos fundos, ficar sem urinar pior mais de 8h, diarreia com sangue, febre, gemência e prostação - diarreia por mais de 5 dias