Diarreia aguda Flashcards

(25 cards)

1
Q

Conceito de diarreia aguda segundo OMS e características dessa patologia

A

“Ocorrência de 3 ou mais episódios de fezes líquidas ou semilíquidas em um período de 24h durante no máximo 14d”
Características:
- Alteração no hábito intestinal com aumento do número de evacuações e do teor de água nas fezes (consistênci amolecida)
- Cursa com depleção hidrossalina de intens. variável e má absorção de água e eletrólitos
- Instalação súbita e de curso autolimitado
- Etiologia mais frequente é a infecciosa

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2
Q

Ciclo da morte da diarreia

A

Inter-relação entre diarreia, infecção, desnutrição. Que pode ter como desfecho da diarreia > desidratação aguda e morte, consequentemente
Ou infecção e morte, consequentemente

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3
Q

Etiologia da diarreia aguda na criança:
Agentes virais, bacterianos, parasitários e fúngicos mais comuns

A

Viral > rotavírus, coronavírus, adenovírus, norovírus (princ. de surtos de GECA) e astrovírus > ETIOLOGIA MAIS FREQUENTE
Bacteriana > E. coli, Salmonella, Shigella, Vibrio cholerae (epidemias)
Parasitas > Entamoeba hystolitica, Giardia lamblia
Fungos > Candida albicans (mais em pacientes de UTI, desnutridos e desidratados)

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4
Q

Diagnóstico anatômico da diarreia aguda pediátrica

A

Diarreia alta (delgado): volume grande, sem sangue (mais aquosa)
Diarreia baixa (colônica): volume pequeno, com sangue (mais frequentemente tem cólicas também)

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5
Q

Diagnóstico da gravidade da diarreia aguda pediátrica: via preferencial

A

Pode ser utilizado número de evacuações ou volume.
Como o volume é mais difícil de ser mensurado, a via preferencial é a FREQUÊNCIA
Até 5x/dia > leve
Entre 5 e 10x/dia > moderada
Mais que 10x/dia > intensa

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6
Q

Diarreia aguda aquosa (mais comum): caracterize

A
  • Até 14d, perda de grande volume de fluídos, principal causa de desidratação
  • Causa infecciosa (bactéria e vírus)
  • Pode causar desnutrição se a alimentação não é fornecida de forma adequada e se episódios sucessivos acontecem
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7
Q

Diarreia aguda com sangue (disenteria): caracterize

A
  • Até 14d, com sangue nas fezes
  • Lesão da mucosa intestinal > existe uma invasão na parede do intestino > maior risco de septicemia (infecção sistêmica e outras complicações
  • Shigella é a principal etiologia da disenteria
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8
Q

Diarreia aguda-prolongada e diarreia crônica: caracterize

A

Diarreia aguda-prolongada ou persistente:
- 14 a 30d: consequência das enterites infecciosas graves, em desnutridos inadequadamente tratados
Diarreia crônica:
- Mais de 30d > complicação das enterites, alergias a proteínas, enteroparasitoses, doenças entéricas, reflexo gastrocólico aumentado

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9
Q

Risco de complicações na diarreia aguda pediátrica

A
  • Idade inferior a dois meses
  • Doença de base grave: diabetes, insuficiência renal ou hepática
  • Presença de vômitos persistentes
  • Perdas diarreicas volumosas e frequentes (mais de 8 episódios/dia)
  • Percepção dos pais de que há sinais de desidratação
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10
Q

Avaliação da criança com diarreia aguda no exame físico: parâmetros

A
  • Estado de hidratação
  • Estado nutricional
  • Estado de alerta
  • Capacidade de beber
  • Diurese
  • Exame macroscópico das fezes (se possível)
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11
Q

Avaliação do peso da criança com diarreia aguda

A

Percentual de perda de peso é o melhor indicador de desidratação, deve ser mensurado sempre.
5% de perda > desidratação leve
5 e 10% > moderada
Maior que 10% > grave

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12
Q

Exame físico da criança com diarreia

A
  • Pesquisa de sinais de desidratação: mucosas secas, turgor e elasticidade da pele diminuídos (sinal da prega), fontanela deprimida, olhos encovados
  • Oligúria
  • Estado nutricional
  • Sinais de toxemia
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13
Q

Diagnóstico: exames complementares

A

! Devem ser feitos após a fase de reparação rápida
- Hemograma, hemocultura > + útil em casos mais graves
- Ionograma > suspeita ou sinais de distúrbios hidroeletrolíticos
- Gasimetria > pacientes com maior repercussão no estado geral e suspeita de alterações do eq. ácido básico (principalmente acidose metabólica)
! Colher fezes assim que possível
- Pesquisa de vírus
- Coprocultura
- Ph fecal, substâncias redutoras
- Exame macroscópico das fezes > preferência isso aqui ser no exame físico
- Parasitológico de fezes
- Elementos anormais nas fezes

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14
Q

Estado geral, olhos, sede, lágrimas, mucosas, sinal da prega, pulso e perda de peso
Paciente A

A
  • Ativo, alerta
  • Olhos sem alteração
  • Sem sede
  • Lágrimas presentes
  • Boca/língua úmida
  • Sinal da prega desaparece imediatamente
  • Pulso cheio
  • Sem perda de peso
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15
Q

Estado geral, olhos, sede, lágrimas, mucosas, sinal da prega, pulso e perda de peso
Paciente B

A
  • Irritado, intranquilo
  • Olhos fundos
  • Sedento, bebe rápido e avidamente
  • Lágrimas ausentes
  • Boca/língua seca ou levemente seca
  • Sinal da prega desaparece lentamente
  • Pulso cheio
  • Perda depeso de até 10%
    SE APRESENTAR 2 OU + DOS SINAIS ESTÁ COM DESIDRATAÇÃO (LEVE/MODERADA)
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16
Q

Estado geral, olhos, sede, lágrimas, mucosas, sinal da prega, pulso e perda de peso
Paciente C

A
  • Comatoso, hipotônico, letárgico ou inconsciente
  • Olhos fundos
  • Não é capaz de beber
  • Lágrimas ausentes
  • Boca/língua muito seca > saliva espessa
  • Sinal da prega desaparece muito lentamente > 2 seg
  • Pulso fraco ou imperceptível
  • Perda de peso acima de 10%
    SE APRESENTAR DOIS OU MAIS SINAIS SENDO PELO MENOS UM DOS EM NEGRITO > Desidratação grave
17
Q

Plano A: paciente sem desidratação > avaliação do risco de desidratar?

A
  • Avaliar o risco de desidratação:
    + Aspecto das fezes: maior risco volumosas ou líquidas
    + Número de evacuações por dia
    < 5: diarreia leve
    entre 5-10: diarreia moderada
    > 10: diarreia grave
    + Tolerância oral: considerar vômitos repetidos 5 ou mais/dia que dificulte a aceitação de SRO
    + Trata domiciliar so se criança tiver boa aceitação oral
18
Q

Plano A: paciente sem desidratação > objetivo, esquema terapêutico

A

Objetivo: evitar que ela desidrate
- Líquidos caseiros ou SRO (melhor) após cada evacuação
50-100ml para cada evacuação se < 1a
100-200ml para cada evacuação se entre 1a e 10a
Quantidade que o paciente aceitar se maior de 10a
- Levar ao paciente ao estabelecimento de saúde se:
+ Não melhorar em 2 dias
+ Apresentar qualquer um dos sinais de alerta:
> Piora da diarreia
> Vômitos repetidos
> Sangue nas fezes
> Diminuição da diurese
> Muita sede
> Recusa de alimentos
- Zn 1x ao diapor 10 a 14d
+ Até 6m: 10mg/dia
+ Maiores de 6m e menores de 5a: 20mg/dia

19
Q

Plano A: paciente sem desidratação > alimentação

A
  • Manter alimentação com as seguintes características:
    + Normo-calóricoproteíca
    + Hipofermentativa
    + Com pureza bacteriológica
    + Baixo conteúdo de fibras insolúveis
    + Hipoalergenica em menores de 6 meses, desnutridos, alérgicos ou com histórico familiar de alergia
20
Q

Plano B: esquema terapêutico

A
  • Fase de reparação com SRO em 4-6h:
    + 50-100ml/kg em casos leves
    + 100-150ml/kg em casos moderados
  • Término da fase quando 1-2 micções claras e abundantes
  • Fase de manutenção: SRO após cada evacuação
    50-200ml/evacuação de acordo com aceitação
    ! Se a criança não aceitar por VO > tentar sonda nasogástrica (gastróclise)
  • Falha na TRO por ingestão insuficiente, vômitos incoercíveis, diarreia de alto fluxo, sinais de choque, depressão neurológica grave ou doenças graves associadas, iniciar reparação EV com solução salina e glicosada
  • Administrar Zn assim como no plano A
21
Q

Quando pensar em gastróclise?

A
  • Perda de peso após 2 primeiras horas de TRO
  • Vômitos persistentes (4 ou mais em 1h)
  • Dificuldade de reidratação por perda fecal alta
  • Distensão abdominal acentuada
  • Dificuldade de ingestão oral
    + Vinicial = 20-30ml/kg/hora até reidratar
    + Se náuseas ou vômitos = diminuir para 15ml/kg/hora até melhora dos sintomas
    ! É mais tolerado nas crianças menores
22
Q

Plano B: dieta

A
  • Reparação com SRO e restituir a alimentação
  • Dieta livre adequada a idade, respeitando preferências
  • O jejum agrava a desnutrição, predispondo a diarreia persistente
  • Aumentar a frequência das mamadas em crianças que são amamentadas
23
Q

Uso de antibióticos na diarreia aguda: quando considerar?

A

Casos mais graves de diarreia invasiva, com febre alta e maior repercussão sobre o estado geral (sinais de disseminação bacteriana extra-intestinal), em desnutridos graves, em RN, lactentes pequenos (<2m) e nos imunodeprimidos

24
Q

Critérios de internamento da criança com diarreia aguda

A
  • Desidratação grave ou sinais de choque
  • Menor que 2 meses
  • Desidratação moderada que não tolera TRO
  • Desnutrição grave
  • Toxemia grave, suspeita de sepse ou infecção grave
  • Crianças de famílias muito pobres
25
Sinais de alerta pra mãe na criança com diarreia aguda
- Diarreia muito intensa (fezes líquidas, mais de 1 ep/hora) - Vômitos frequentes, sede intensa, olhos fundos, sem urinar por mais de 8h, diarreia com sangue, febre, gemência, prostração - Diarreia por mais de 5 dias