Imagem: maus-tratos Flashcards
(14 cards)
Lesões do SNC: conduta em crianças
- Criança menor que 2 anos com trauma na cabeça TEM QUE PEDIR TC
- Criança com cefaleia e suspeita de abuso > pedir TC
Hematoma subdural x epidural
Subdural:
- Sangramento embaixo da dura-máter > sangue “escorre”
- Hematoma não fica delimitado e aparece em forma de banana
- Rompimento de veias corticais > trauma prolongado, sucessivo, sangramento mais demorado ! Maior probabilidade de ser maus-tratos
Epidural:
- Entre osso e dura-máter, pontos de fixação da meninge na calota craniana delimitam o sangramento
- Hematoma restrito, formando lente biconvexa - limão
- Não exclui maus-tratos mas é menos provável
- Geralmente é lesão única
- Sangramento arterial (normalmente a. meningea média) > mais vigoroso e rápido
Lesões do SNC/hematomas: achados na RNM
- RM consegue estimar o tempo da lesão, possibilitando a visualização de traumas anteriores
- Depende da sequência mas no geral hematomas agudos ficam hiperssinal e antigos hipossinal
Lesões da medula espinhal em crianças
- Podem apresentar apneia ou colapso vasomotor (sintomas medulares - choque espinhal), geralmente paciente chega grave, com quadro respiratório, perda de sensibilidade, vasomotricidade…
- Em protocolo de abuso infantil, deve ser solicitado RM de coluna vertebral
Fraturas para abuso infantil de ALTA ESPECIFICIDADE
- Lesão metafisária clássica
- Fraturas de costelas, especialmente posterior
- Fraturas de escápula
- Fraturas de processos espinhosos
- Fraturas do esterno
Fraturas de costelas
- Pressão no tórax no sentido antero-posterior > fratura na região lateral da costela e na posterior, próximo a fixação na vértebra
- Muito indicativo de abuso
- RCP raramente causa esse tipo de fratura
- Fase aguda é pouco evidente no RX, pois tem pouco deslocamento
- Frequentemente vistas na forma de calo ósseo, quando já estão em fase de cicatrização
Lesão metafisária clássica
- Não é o tipo de fratura que se espera em queda
- Fratura de “canto” metafisário
- Tíbia, fêmur distal, úmeros proximais
- Achados sutis > suspeição clínica vai guiar
Lesões de MODERADA ESPECIFICIDADE para abuso infantil
- Múltiplas fraturas, especialmente bilaterais
- Fraturas em diferentes estágios
- Fraturas com separação das epífises > alta energia, observar história
- Fraturas de corpos vertebrais e subluxações
- Fraturas dos dedos > não comum em crianças, aperto de mão forte
- Fraturas complexas da calota craniana > múltiplas fraturas em “casca de ovo”, dá impressão de dupla calota no RX sagital, fraturas de impressão occipital tbm são sugestivas
Fraturas de BAIXA especificidade para abuso infantil
- Fratura com formações subperiosteais
- Fraturas de clavícula
- Fraturas das diáfises de ossos longos (rádio, úmero) > observar história, queda da cama não produz fratura de osso longo, por ex.
- Fraturas lineares da calota craniana
Cicatrização de fraturas
Fraturas sem calo: até 14 dias
Fraturas com calo: pelo menos 5 dias
Grande quantidade de calos: pelo menos 2 semanas
- Sinais servem para correlacionar história com achados. Se tem calo ósseo, a fratura não foi ontem, por ex.
Lesões abdominais mais comum nos maus-tratos
- Laceração hepática
- Hematoma duodenal
- Laceração pancreática
Essas crianças demoram para serem levadas pra urgência e muitas vezes chegam já complicadas, com perfuração, peritonite e sepse.
Laceração hepática ou pancreática: exame e achado
TC com contraste.
A laceração gera rompimento dos vasos e não deixa que o contraste realce uma área do órgão.
Assim > a área de isquemia fica hipodensa, enquanto o restante do órgão tá realçado
Hemorragia retiniana
Achado comum quando o “tremor” da criança é documentado
- Exame oftalmológico (fundoscopia) é padrão-ouro pra detectar (24h-72h janela ideal), mas RM pode evidenciar esses achados
Conduta do médico em caso de maus-tratos
RX do esqueleto é necessário em todas as crianças com menos de 2 anos com suspeita de abuso
Em crianças maiores de 2 anos, levantamento esquelético só deve ser feito com indicação
TC do crânio-encéfalo deve ser realizado em todas as crianças com menos de 1 ano com suspeita de abuso
Crianças com mais de 1 ano e com evidência externa de traumatismo craniano e/ou sinais neurológicos devem realizar TC