Diarreia Aguda e Terapia de Reidratação Flashcards

1
Q

Qual a definição de diarreia aguda? Qual um possível parâmetro fortemente considerado?

A

A diarreia pode ser definida pela ocorrência de três ou mais evacuações amolecidas ou líquidas nas últimas 24 horas.
A diminuição da consistência habitual das fezes é um dos parâmetros mais considerados.

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2
Q

Quanto a diarreia aguda, o que se encontra em desequilíbrio e qual sua característica quanto a limitação?

A

Na diarreia aguda ocorre desequilíbrio entre a absorção e a secreção de líquidos e eletrólitos e é um quadro autolimitado.

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3
Q

Segundo a OMS, quais as possíveis classificações para a doença diarreica? (3)

A

Diarreia aguda, diarreia aguda com sangue (disenteria) e diarreia persistente.

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4
Q

Quanto as classificações da doença diarreica, o que caracteriza a diarreia aguda aquosa quanto ao tempo de instalação e consequências? Quais suas possíveis etiologias? (2) Quando pode ocorrer desnutrição? (2)

A

Diarreia que pode durar até 14 dias e determina perda de grande volume de fluidos e pode causar desidratação.
Pode ser causada por bactérias e vírus, na maioria dos casos.
A desnutrição eventualmente pode ocorrer se a alimentação não é fornecida de forma adequada e se episódios sucessivos acontecem.

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5
Q

Quanto as classificações da doença diarreica, o que caracteriza a diarreia aguda com sangue (disenteria)? O que ela representa? Ao quê pode estar associada? Qual o principal agente etiológico?

A

É caracterizada pela presença de sangue nas fezes.
Representa lesão na mucosa intestinal.
Pode associar-se com infecção sistêmica e outras complicações, incluindo desidratação.
Bactérias do gênero Shigella são as principais causadoras de disenteria.

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6
Q

Quanto as classificações da doença diarreica, o que caracteriza a diarreia persistente quanto ao tempo? O que ela pode provocar? (2) Os pacientes com essa diarreia se enquadram em quais grupos? (2)

A

Ocorre quando a diarreia aguda se estende por 14 dias ou mais.
Pode provocar desnutrição e desidratação.
Pacientes que evoluem para diarreia persistente constituem um grupo com alto risco de complicações e elevada letalidade.

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7
Q

Quais as possíveis características que podem compreender um episódio diarreico? (5)

A

Início abrupto, etiologia presumivelmente infecciosa, potencialmente autolimitado, com duração inferior a 14 dias, aumento no volume e/ou na frequência de evacuações com consequente aumento das perdas
de água e eletrólitos.

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8
Q

Quanto a definição de diarreia aguda, qual o limite máximo de duração? Em quanto tempo se resolvem a maioria dos casos?

A

Apesar da definição de diarreia aguda considerar o limite máximo de duração de 14 dias, a maioria dos casos resolve-se em até 7 dias.

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9
Q

O que representa a doença diarreica, na maior parte as vezes? Quais suas possíveis consequências graves? (3)

A

Uma infecção do tubo digestivo por vírus, bactérias ou protozoários e tem evolução autolimitada.
Pode ter consequências graves como desidratação, desnutrição energético-proteica e óbito.

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10
Q

Quando a doença diarreica, qual método permite sempre a identificação do agente causador do episódio diarreico?

A

Tricky question!

Nem sempre é possível identificar o agente causador do episódio diarreico.

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11
Q

Quanto aos agentes infecciosos que causam a maior parte dos quadros de diarreia aguda, quais os principais vírus? (5)

A

Rotavírus, Coronavírus, Adenovírus, Calicivírus (em especial o Norovírus) e Astrovírus.

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12
Q

Quanto aos agentes infecciosos que causam a maior parte dos quadros de diarreia aguda, quais as principais bactérias? (12)

A

E. coli enteropatogênica clássica, E. coli enterotoxigênica, E. coli enterohemorrágica, E. coli enteroinvasiva, E. coli enteroagregativa, Aeromonas, Pleisiomonas, Salmonella, Shigella, Campylobacter jejuni, Vibrio cholerae, Yersinia.

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13
Q

Quanto aos agentes infecciosos que causam a maior parte dos quadros de diarreia aguda, quais os principais parasitos? (4)

A

Entamoeba histolytica, Giardia lamblia, Cryptosporidium, Isosopora.

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14
Q

Quanto aos agentes infecciosos que causam a maior parte dos quadros de diarreia aguda, qual o principal fungo?

A

Candida albicans.

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15
Q

Quanto aos agentes etiológicos da diarreia, quais podem acometer pacientes imunocomprometidos ou em antibioticoterapia prolongada? (7)

A

Klebsiella, Pseudomonas, Aereobacter, C. difficile, Cryptosporidium, Isosopora, VIH, e outros agentes.

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16
Q

Quanto a doença diarreica, quais outras causas podem iniciar um quadro de diarreia? (5)

A

Alergia ao leite de vaca, deficiência de lactase, apendicite aguda, uso de laxantes e antibióticos, intoxicação por metais pesados.

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17
Q

Qual condição deve ser considerada no diagnóstico diferencial da disenteria aguda e principalmente em que grupo de pacientes?

A

A invaginação intestinal, principalmente nos lactentes.

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18
Q

Quanto a doença diarreica, por que o agente etiológico deve sempre ser investigado?

A

Tricky question!
A investigação da etiologia da diarreia aguda não é obrigatória em todos os casos. Deve ser realizada nos casos graves e nos pacientes hospitalizados. Deve ser lembrado que os laboratórios, em geral, não dispõem de recursos para diagnosticar todas as bactérias e vírus causadores de diarreia aguda.

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19
Q

De acordo com a OMS, a anamnese da criança

com doença diarreica deve conter quais dados? (12)

A

Duração da diarreia, número diário de evacuações, presença de sangue nas fezes, número de episódios de vômitos, presença de febre ou outra manifestação clínica, práticas alimentares prévias e vigentes, outros casos de diarreia em casa ou na escola, a oferta e o consumo de líquidos, uso de medicamentos, histórico de imunizações, informação sobre a diurese e peso recente.

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20
Q

Quanto a doença diarreica, quais características, quando encontradas nos pacientes, representam maior risco de complicações? (6)

A

Idade inferior a dois meses, doença de base grave (como o diabete melito), a insuficiência renal ou hepática (e outras doenças crônicas), presença de vômitos persistentes, perdas diarreicas volumosas e frequentes (mais de oito episódios diários) e a percepção dos pais de que há sinais de desidratação.

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21
Q

Quanto a doença diarreica, o que deve ser avaliado no exame físico? (5)

A

O estado de hidratação, o estado nutricional, o estado de alerta (ativo, irritável, letárgico), a capacidade de beber e a diurese.

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22
Q

Quanto a doença diarreica, qual o melhor indicador da desidratação? De que forma a avaliação nutricional auxilia na conduta do caso?

A

O percentual de perda de peso é considerado o melhor indicador da desidratação. Mesmo quando o peso anterior recente não é disponível, é fundamental que seja mensurado o peso exato na avaliação inicial do paciente.
A avaliação nutricional é muito importante na abordagem da criança com doença diarreica. O peso é fundamental no acompanhamento tanto em regime de internação hospitalar como no ambulatório.

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23
Q

Quanto a perda de peso como indicador de desidratação, quais as possíveis classificações? (3) Quais as respectivas correções de déficit corporal de fluído?

A

Considera-se que perda de peso de até 5% represente a desidratação leve; entre 5% e 10% a desidratação é moderada; e perda de mais de 10% traduz desidratação grave.
Perda de 5%: 50 mL/Kg; de 5 a 10%: 50 a 100 mL/Kg e mais do que 10%: mais de 100 mL/Kg.

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24
Q

Quanto a doença diarreica, o que deve ser observado na avaliação do estado de hidratação do paciente? (7)

A

Exame do estado geral do paciente, dos olhos (se há
lágrimas ou não), se o paciente tem sede, o nível de consciência, presença do sinal da prega cutânea, como se encontra o pulso e o enchimento capilar.

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25
Q

Quanto a doença diarreica, quais sinais, quando presentes, indicam gravidade do quadro? (11)

A

Nível de alerta, fontanela baixa, saliva espessa, padrão respiratório alterado, ritmo cardíaco acelerado, pulso débil, aumento do tempo de enchimento capilar, extremidades frias, perda de peso, turgência da pele e sede.

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26
Q

Quanto ao quadro de avaliação do estado de hidratação para crianças com doença diarreia, adotado pela OMS e pelo MS, na observação de classe A, o que se espera encontrar no paciente quanto a condição, olhos, lágrimas, boca e língua, e sede?

A
Condição: bem alerta;
Olhos: normais;
Lágrimas: presentes;
Boca e língua: úmidas;
Sede: bebe normalmente.
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27
Q

Quanto ao quadro de avaliação do estado de hidratação para crianças com doença diarreia, adotado pela OMS e pelo MS, na observação de classe B, o que se espera encontrar no paciente quanto a condição, olhos, lágrimas, boca e língua, e sede?

A
Condição: irritado, intranquilo;
Olhos: fundos;
Lágrimas: ausentes;
Boca e língua: secas;
Sede: sedento, bebe rápido e avidamente.
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28
Q

Quanto ao quadro de avaliação do estado de hidratação para crianças com doença diarreia, adotado pela OMS e pelo MS, na observação de classe C, o que se espera encontrar no paciente quanto a condição, olhos, lágrimas, boca e língua, e sede?

A
Condição: comatoso, hipotônico*;
Olhos: muito fundos;
Lágrimas: ausentes;
Boca e língua: muito secas;
Sede: bebe mal ou não é capaz de beber*.
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29
Q

Quanto ao quadro de avaliação do estado de hidratação para crianças com doença diarreia, adotado pela OMS e pelo MS, nos exames de classe A, o que se espera encontrar no paciente quanto a sinal da prega, pulso enchimento capilar?

A

Sinal da prega: desaparece rapidamente;
Pulso: cheio;
Enchimento capilar: normal (até 3 segundos).

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30
Q

Quanto ao quadro de avaliação do estado de hidratação para crianças com doença diarreia, adotado pela OMS e pelo MS, nos exames de classe B, o que se espera encontrar no paciente quanto a sinal da prega, pulso enchimento capilar?

A

Sinal da prega: desaparece lentamente;
Pulso: rápido, débil;
Enchimento capilar: prejudicado (3 a 5 segundos).

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31
Q

Quanto ao quadro de avaliação do estado de hidratação para crianças com doença diarreia, adotado pela OMS e pelo MS, nos exames de classe C, o que se espera encontrar no paciente quanto a sinal da prega, pulso enchimento capilar?

A

Sinal da prega: desaparece muito lentamente (mais de 2 segundos);
Pulso: muito débil ou ausente;
Enchimento capilar: muito prejudicado (mais de 5 segundos)
.

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32
Q

Quanto ao quadro de avaliação do estado de hidratação para crianças com doença diarreia, adotado pela OMS e pelo MS, qual a conclusão quanto aos achados de classe A? Qual o tratamento?

A

Conclusão: diarreia, mas sem desidratação.

Tratamento: Plano A - Tratamento domiciliar.

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33
Q

Quanto ao quadro de avaliação do estado de hidratação para crianças com doença diarreia, adotado pela OMS e pelo MS, qual a conclusão quanto aos achados de classe B? Qual o tratamento?

A

Conclusão: se apresentar dois ou mais dos sinais descritos, existe desidratação.
Tratamento: Plano B - Terapia de reidratação oral no serviço de saúde.

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34
Q

Quanto ao quadro de avaliação do estado de hidratação para crianças com doença diarreia, adotado pela OMS e pelo MS, qual a conclusão quanto aos achados de classe C? Qual o tratamento?

A

Conclusão: se apresentar dois ou mais dos sinais descritos, incluindo pelo menos um dos assinalados com asterisco, existe desidratação grave.
Tratamento: Plano C - Terapia de reidratação parenteral.

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35
Q

Quanto a doença diarreica, de que forma deve ser avaliado o enchimento capilar? Qual sua importância?

A

Para avaliar o enchimento capilar, a mão da criança deve ser mantida fechada e comprimida por 15 segundos. Abrir a mão da criança e observar o tempo no qual a coloração da palma da mão volta ao normal.
A avaliação da perfusão periférica é muito importante, principalmente em desnutridos nos quais a avaliação dos outros sinais de desidratação é muito difícil.

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36
Q

Quanto ao tratamento da doença diarreica, o que caracteriza o plano A? (4)

A
  • Tratamento no domicílio para prevenção da desidratação;
  • É obrigatório aumentar a oferta de líquidos, incluindo o soro de reidratação oral (reposição para prevenir a desidratação);
  • Manutenção da alimentação com alimentos que não agravem a diarreia;
  • Deve-se dar mais líquidos do que o paciente ingere normalmente.
37
Q

Quanto ao tratamento da doença diarreica com o plano A, quais líquidos são considerados adequados (além do soro de hidratação oral? (3)

A

Além do soro de hidratação oral, são considerados líquidos adequados: sopa de frango com hortaliças e verduras, água de coco, água.

38
Q

Quanto ao tratamento da doença diarreica com o plano A, quais líquidos são considerados inadequados? (5)

A

Refrigerantes, líquidos açucarados, chás, sucos comercializados, café.

39
Q

Quanto ao tratamento da doença diarreica com o plano A, qual a importância de enfatizar os sinais de alarme para os responsáveis?

A

Para serem identificados prontamente na evolução se ocorrerem.

40
Q

Quanto ao tratamento da doença diarreica com o plano A, quais as 5 principais condutas devem ser orientadas aos responsáveis?

A
  1. Oferecer ou ingerir mais líquido que o habitual para prevenir a desidratação;
  2. Manter a alimentação habitual para prevenir a desnutrição;
  3. Se o paciente não melhorar em dois dias ou se apresentar qualquer um dos sinais de perigo levá-lo imediatamente ao serviço de saúde;
  4. Orientar o paciente ou acompanhante para: reconhecer os sinais de desidratação; preparar e administrar a solução de reidratação oral; praticar medidas de higiene pessoal e domiciliar (lavagem adequada das mãos, tratamento da água e higienização dos alimentos);
  5. Administrar zinco uma vez ao dia, durante 10 a 14 dias.
41
Q

Quanto ao tratamento da doença diarreica com o plano A, dentro da conduta de “oferecer ou ingerir mais líquido que o habitual para prevenir a desidratação”, quais líquidos devem ser orientados e quando? Quais devem ser evitados?

A

O paciente deve tomar líquidos caseiros (água de arroz, soro caseiro, chá, suco e sopas) ou solução de reidratação oral (SRO) após cada evacuação diarreica.
Não utilizar refrigerantes e não adoçar o chá ou suco.

42
Q

Quanto ao tratamento da doença diarreica com o plano A, dentro da conduta de “manter a alimentação habitual para prevenir a desnutrição”, quais devem ser as especificações em lactentes, crianças e adultos?

A

Continuar o aleitamento materno em lactentes e manter a alimentação habitual para as crianças e os adultos.

43
Q

Quanto ao tratamento da doença diarreica com o plano A, dentro da conduta “se o paciente não melhorar em dois dias ou se apresentar qualquer um dos sinais de perigo levá-lo imediatamente ao serviço de saúde”, quais são os sinais de perigo? (6)

A
  • Piora na diarreia;
  • Vômitos repetidos;
  • Muita sede;
  • Recusa de alimentos;
  • Sangue nas fezes;
  • Diminuição da diurese.
44
Q

Quanto ao tratamento da doença diarreica com o plano A, dentro da conduta de “administrar zinco uma vez ao dia, durante 10 a 14 dias”, qual a diferença na dosagem em menores de 6 meses e maiores de 6 meses?

A
  • Até seis meses de idade: 10 mg/dia;

* Maiores de seis meses de idade: 20 mg/dia.

45
Q

Quanto ao tratamento da doença diarreica com o plano A e a quantidade de líquidos que devem ser administrados/ ingeridos após cada evacuação diarreica, quais as diferenças entre as faixas etárias: menores de 1 ano, de 1 a 10 anos e maiores de 10 anos? Qual observação deve ser levada em conta na prática?

A
  • Menores de 1 ano: 50-100mL;
  • De 1 a 10 anos: 100-200mL;
  • Maiores de 10 anos: quantidade que o paciente aceitar.
    Na prática: deve ser oferecida a quantidade de líquidos que a criança aceitar.
46
Q

Quanto ao tratamento da doença diarreica com o plano B, o que o caracteriza? (3)

A
  • Administração do soro de reidratação oral sob supervisão médica (reparação das perdas vinculadas à desidratação);
  • Manutenção do aleitamento materno e suspensão dos outros alimentos (jejum apenas durante o período da terapia de reparação por via oral);
  • Após o término desta fase, retomar os procedimentos do Plano A.
47
Q

Quanto ao tratamento da doença diarreica com o plano B, segundo a OMS, por que é importante que a alimentação seja reiniciada no serviço de saúde?

A

Para que as mães sejam orientadas quanto à importância da manutenção da alimentação.

48
Q

Quanto ao tratamento da doença diarreica com o plano B, quando se considera um fracasso de reidratação oral? (3) O que deve ser feito então?

A

Quando as dejeções aumentam, se ocorrem vômitos incoercíveis, ou se a desidratação evolui para grave.
Nesta fase deve-se iniciar a suplementação de zinco.

49
Q

Quanto ao tratamento da doença diarreica com o plano B, quais as 3 principais condutas devem ser orientadas aos responsáveis?

A
  1. Administrar solução de reidratação oral (SRO);
  2. Durante a reidratação reavaliar o paciente seguindo os sinais indicados no quadro de avaliação do estado de hidratação;
    3) Durante a permanência do paciente ou acompanhante no serviço de saúde, orientar a reconhecer os sinais de desidratação; preparar e administrar a Solução de Reidratação Oral; praticar medidas de higiene pessoal e domiciliar (lavagem adequada das mãos, tratamento da água e higienização dos alimentos).
50
Q

Quanto ao tratamento da doença diarreica com o plano B, dentro da conduta de “administrar solução de reidratação oral (SRO)”, qual deve ser a quantidade oferecida? Quando deve ser oferecida? Qual a orientação inicial?

A

A quantidade de solução ingerida dependerá da sede do paciente.
A SRO deverá ser administrada continuamente, até que desapareçam os sinais de desidratação (75 - 90mmol/L de sódio).
Apenas como orientação inicial, o paciente deverá receber de 50 a 100mL/kg para ser administrado no período de 4-6 horas (a criança deve ser pesada no início do tratamento e depois a cada 2h).

51
Q

Quanto ao tratamento da doença diarreica com o plano B, dentro da conduta de “durante a reidratação reavaliar o paciente seguindo os sinais indicados no quadro de avaliação do estado de hidratação”, como se deve proceder caso desapareçam os sinais de desidratação? E se continuar desidratado? E se evoluir para uma desidratação grave?

A

Se desaparecerem os sinais de desidratação, utilize o PLANO A.
Se continuar desidratado, indicar a sonda nasogástrica (gastróclise).
Se o paciente evoluir para desidratação grave, seguir o PLANO C.

52
Q

Quanto ao tratamento da doença diarreica com o plano B, até quando os pacientes devem permanecer na Unidade de Saúde?

A

Até a reidratação completa e reinício da alimentação.

53
Q

Quanto ao tratamento da doença diarreica com o plano C, o que o caracteriza? (3)

A
  • Correção da desidratação grave com terapia de reidratação por via parenteral (reparação ou expansão); - Em geral, o paciente deve ser mantido no serviço de saúde, em hidratação parenteral de manutenção, até que tenha condições de se alimentar e receber líquidos por via oral na quantidade adequada;
  • Avaliar o paciente continuamente.
54
Q

Quanto ao tratamento da doença diarreica com o plano C, quais as indicações para reidratação venosa? (3)

A

Desidratação grave, contraindicação de hidratação oral (íleo paralítico, abdômen agudo, alteração do estado de consciência ou convulsões), choque hipovolêmico.

55
Q

Quanto ao tratamento da doença diarreica com o plano C, qual a punção venosa ideal? Em que situação deve-se utilizar dois acessos venosos? O que deve ser considerado caso não seja possível infusão venosa?

A

Idealmente deve-se conseguir a punção de veia calibrosa.
Quando necessário, sobretudo em casos de choque hipovolêmico, podem ser necessários dois acessos venosos.
Caso não seja possível infusão venosa, considerar infusão intraóssea.

56
Q

Quanto ao tratamento da doença diarreica com o plano C, quais critérios podem ser utilizados para que seja realizada internação hospitalar? (7)

A

Choque hipovolêmico, desidratação grave (perda de peso maior ou igual a 10%), manifestações neurológicas (por exemplo, letargia e convulsões), vômitos biliosos
ou de difícil controle, falha na terapia de reidratação oral, suspeita de doença cirúrgica associada ou falta de condições satisfatórias para tratamento domiciliar ou acompanhamento ambulatorial.

57
Q

Quanto ao tratamento da doença diarreica com o plano C, quais fases o compreende? (2)

A

Fase rápida (expansão) e fase de manutenção e reposição.

58
Q

Quanto ao tratamento da doença diarreica com o plano C, na fase rápida (expansão) em menores de 5 anos, qual deve ser a solução utilizada? Qual o volume? Qual o tempo de administração?

A

Solução: Soro Fisiológico a 0,9%;
Volume: iniciar com 20mL/kg de peso (para recém-nascidos e cardiopatas graves começar com 10mL/kg de peso); repetir essa quantidade até que a criança esteja hidratada, reavaliando os sinais clínicos após cada fase de expansão administrada;
Tempo de administração: 30 minutos.

59
Q

Quanto ao tratamento da doença diarreica com o plano C, na fase rápida (expansão) em maiores de 5 anos, quais devem ser as soluções utilizadas, seus volumes e seus tempos de administração?

A
  1. Soro Fisiológico a 0,9%, 30mL/kg por 30 minutos;

2. Ringer Lactato, 70mL/kg por 2 horas e 30 minutos.

60
Q

Quanto ao tratamento da doença diarreica com o plano C, na fase de manutenção e reposição, quais devem ser as soluções utilizadas e seus volumes em 24h?

A

MANUTENÇÃO

  1. Soro Glicosado a 5% + Soro Fisiológico a 0,9% na proporção de 4:1, de acordo com os pesos:
    - Peso até 10kg: 100mL/kg;
    - Peso de 10 a 20 kg: 1000mL + 50mL/kg de peso que exceder 10kg;
    - Peso acima de 20kg: 1500mL + 20mL/kg de peso que exceder 20kg.
  2. KCI a 10%, 2mL (ou KCl 19,1%, 1mL) para cada 100mL de solução da fase de manutenção.

REPOSIÇÃO
1. Soro Glicosado a 5% + Soro Fisiológico a 0,9% na proporção de 1:1, com 77mmol/L de sódio, iniciar com 50mL/kg/dia; reavaliar esta quantidade de acordo com as perdas do paciente.

61
Q

Quanto ao tratamento da doença diarreica com o plano C, o que deve ser feito caso não haja melhora da desidratação?

A

Aumentar a velocidade de infusão.

62
Q

Quanto ao tratamento da doença diarreica com o plano C, o que pode ser feito quando o paciente pode beber?

A

Geralmente 2 a 3 horas após o início da reidratação venosa, iniciar a reidratação por via oral com SRO, mantendo a reidratação venosa.

63
Q

Quanto ao tratamento da doença diarreica com o plano C, quando deve ser interrompida a reidratação por via endovenosa?

A

Somente quando o paciente puder ingerir SRO em quantidade suficiente para se manter hidratado. A quantidade de SRO necessária varia de um paciente para outro, dependendo do volume das evacuações. Lembrar que a quantidade de SRO a ser ingerida deve ser maior nas primeiras 24 horas de tratamento e observar o paciente por pelo menos 6 horas.

64
Q

Quanto ao tratamento da doença diarreica com o plano C, até quando os pacientes devem permanecer na Unidade de Saúde?

A

Até que estejam hidratados e conseguindo manter a hidratação por via oral.

65
Q

Quanto a doença diarreica, o que pode ser recomendado durante o período de reversão da desidratação (expansão ou reparação)? Até quando?

A

Quando necessário, deve-se recomendar jejum durante o período de reversão da desidratação (etapa de expansão ou reparação).
A alimentação deve ser reiniciada logo que essa etapa for concluída (em geral, no máximo, 4 a 6 horas).

66
Q

Quanto a doença diarreica, para quais pacientes não há vantagem de recomendação de de fórmula sem lactose? E para quais há?

A

Na diarreia aguda, não há recomendação de fórmula sem lactose para lactentes tratados ambulatorialmente com diarreia aguda.
Entretanto, para os pacientes hospitalizados com diarreia aguda e nos com diarreia persistente tratados no hospital ou ambulatorialmente, há vantagens na prescrição de fórmula sem lactose.

67
Q

De acordo com a OMS, qual a quantidade de calorias que devem ser ingeridas em pacientes hospitalizados com diarreia persistente?

A

Devem receber, de acordo com a OMS, 110 calorias/kg/dia.

68
Q

Quanto a doença diarreica, quais critérios são fundamentais para avaliar a evolução clínica? (2)

A

A redução das perdas diarreicas e a recuperação nutricional ou retomada do ganho de peso esperado para a idade.

69
Q

De acordo com a OMS, em pacientes com diarreia persistente, quais as quantidades diárias de micronutrientes que devem ser oferecidas de folato, zinco, vitamina A, cobre e magnésio?

A

50ug de folato, 10mg de zinco, 400μg de vitamina A, 1mg de cobre e 80mg de magnésio.

70
Q

Quanto a doença diarreica, o que deve ser considerado em pacientes com com diarreia persistente que não respondem adequadamente à dieta sem lactose? O que deve ser feito diante dessa situação?

A

A possibilidade do desenvolvimento de intolerância às proteínas do leite de vaca.
Nessa situação, deve ser prescrita dieta isenta das proteínas do leite de vaca, ou seja, pode-se empregar fórmula hipoalergênica para sua substituição, no caso dos lactentes, (por exemplo, fórmula com proteína extensamente hidrolisada ou fórmula de aminoácidos, dependendo da gravidade do paciente; nas crianças
maiores em algumas situações tenta-se a proteína de soja ou a dieta isenta de leite e derivados).

71
Q

Quanto ao tratamento da doença diarreica, qual o princípio fisiológico que explica a eficácia da TRO?

A

Vincula-se ao fato de que a via de transporte ativo, acoplada de sódio-glicose-água pelo enterócito está preservada na diarreia aguda, independentemente da etiologia.

72
Q

Quanto ao tratamento da doença diarreica, quais as composições da TRO utilizadas no Brasil? Qual a distribuída pela rede pública?

A

No Brasil são comercializadas soluções com composição variável na concentração de sódio e glicose, algumas alinhadas com as recomendações da OMS e outras com a ESPGHAN.
Distribuído pela rede pública: 90 mmol/L de sódio.

73
Q

Quanto ao tratamento da doença diarreica, quais as diferenças da TRO produzida em domicílio (soro caseiro)? Como seus problemas podem ser evitados?

A

O soro caseiro não contém citrato (para gerar bicarbonato) e potássio. A glicose é substituída por sacarose (dissacarídeo constituído por glicose e frutose). Assim, o soro caseiro é uma mistura de sal de cozinha, açúcar e água.
Existem problemas na composição final das soluções preparadas no domicílio. Os problemas são menos frequentes quando se utiliza a colher medida com dupla-concha, específica para o preparo do soro caseiro.

74
Q

Quanto ao tratamento da doença diarreica, com quais objetivos podem ser utilizados os soros de reidratação oral? (2)

A
  1. Reposição de perdas para prevenir a desidratação no paciente com diarreia (Plano A);
  2. Reversão da desidratação, ou fase de reparação, para o paciente com desidratação por diarreia (Plano B).
75
Q

Quanto ao tratamento da doença diarreica, na prevenção da desidratação, qual tipo de soro deve ser preferível? Qual cuidado se deve ter ao usar os sais de reidratação oral distribuídos pela rede pública de saúde do Brasil?

A

Na prevenção da desidratação, deve-se optar por soros com menor concentração de sódio.
Caso sejam utilizados os sais de reidratação oral distribuídos pela rede pública de saúde do Brasil, com 90 mmol de sódio por litro, o paciente deve receber fluídos que não contenham sódio, para evitar a ocorrência de ingestão excessiva de sódio. Nesta situação, devem ser oferecidos outros tipos de líquidos, inclusive água. Não devem ser administrados refrigerantes ou sucos de frutas que apresentem elevada osmolaridade.

76
Q

Quanto ao tratamento da doença diarreica, dentro do plano B, qual deve ser a quantidade de sódio na TRO?

A

75 - 90 mmol/L de sódio.

77
Q

Quanto ao tratamento da doença diarreica, nos casos de desidratação grave e que não responderam a TRO, quando não for possível o início imediato de terapia de hidratação parenteral, o que deve ser feito? Qual possível complicação e como pode ser resolvida?

A

Deve ser administrado soro de reidratação oral por sonda nasogástrica (20 mL/kg/hora por 4 a 6 horas).
Se o abdome ficar distendido, deve ser reduzida a velocidade de administração do soro de reidratação através da sonda nasogástrica.

78
Q

Quanto ao tratamento da doença diarreica, de que forma a administração de zinco pode ajudar? (3)

A

Pode reduzir a duração do quadro de diarreia, a probabilidade da diarreia persistir por mais de sete dias e a ocorrência de novos episódios de diarreia aguda nos três meses subsequentes.

79
Q

Quanto ao tratamento da doença diarreica, de acordo com a OMS, em qual faixa etária deve ser administrado o zinco, por quanto tempo e quando inicia? Qual a dose para menores e maiores de 6 meses?

A

Deve ser usado em menores de cinco anos, durante 10 a 14 dias, sendo iniciado a partir do momento da caracterização da diarreia.
Menores de 6 meses: 10 mg por dia;
Maiores de 6 meses: 20 mg por dia.

80
Q

Quanto ao tratamento da doença diarreica, de que forma é possível encontrar soluções com zinco no Brasil? (3)

A

No Brasil, é comercializado um soro de reidratação oral com 6 mg de gluconato de zinco em cada 100 mL. São comercializadas, também, soluções de zinco (solução com 2mg/0,5 mL na forma de gliconato de zinco; 4mg/mL na forma de sulfato de zinco), para serem administradas conforme as recomendações da OMS e MS.

81
Q

Quanto ao tratamento da doença diarreica, quando deve ser administrada vitamina A? Qual sua utilidade? (2)

A

Deve ser administrada a populações com risco de deficiência desta vitamina (tem sido administrada nas zonas mais carentes do norte e nordeste).
O uso da vitamina A reduz o risco de hospitalização
e mortalidade por diarreia.

82
Q

Quanto ao tratamento da doença diarreica, em quais situações é realizada antibioticoterapia? (7)

A

Diarreia com sangue nas fezes (disenteria), na cólera, na infecção aguda comprovada por Giardia lamblia ou Entamoeba hystolitica, em imunossuprimidos, nos pacientes com anemia falciforme, nos portadores de prótese e nas crianças com sinais de disseminação bacteriana extraintestinal.

83
Q

Quanto ao tratamento da doença diarreica, em pacientes com disenteria, quais condições indicam que realmente deve ser realizada antibioticoterapia? (2) Se possível, o que deve ser feito para auxiliar na conduta? Mesmo que não haja confirmação, qual o agente etiológico é o considerado mais provável?

A

Quando o paciente apresenta febre e comprometimento do estado geral.
Se possível, deve ser coletada amostra de fezes para realização de coprocultura e antibiograma.
Inicialmente, mesmo que não comprovada laboratorialmente, prevalece a hipótese de infecção por Shigella.

84
Q

Quanto ao tratamento da doença diarreica, quais outros agentes que podem necessitar antibióticos quando causam casos graves? (5)

A

E. coli enteroinvasiva, Yersinia, V. chorelae, C. difficille, Salmonela não tifoide.

85
Q

Quanto ao tratamento da doença diarreica, quais antibióticos são recomendados em situação de disenteria considerando a possibilidade de infecção por Shigella? (3)

A
  1. Ciprofloxacino (PRIMEIRA escolha): crianças, 15mg/kg, duas vezes ao dia, por 3 dias; adultos, 500mg duas vezes por dia por 3 dias;
  2. Como SEGUNDA escolha, pode ser adotada a recomendação da ESPGHAN: Azitromicina, 10 a 12mg/kg no primeiro dia e 5 a 6mg/kg por mais 4 dias, via oral;
  3. Ceftriaxona, 50-100mg/kg EV por dia por 3 a 5 dias nos casos GRAVES que requerem HOSPITALIZAÇÃO. Outra opção é a Cefotaxima, 100mg/kg dividida em quatro doses.
86
Q

Quanto ao tratamento da doença diarreica, quando a diarreia aguda é causada por giardíase ou amebíase comprovada, como deve ser feito o tratamento?

A

O tratamento deve ser feito com Metronidazol ou análogos.

87
Q

Quanto ao tratamento da doença diarreica, segundo a OMS, quais antieméticos podem ser utilizados? E quanto ao MS?

A

Tricky question!
Segundo a OMS, os antieméticos não devem ser utilizados no tratamento da diarreia aguda. Considera-se que os vômitos tendem a desaparecer concomitantemente à correção da desidratação.
O MS não faz menção ao emprego de antieméticos.

88
Q

Segundo a OMS, quais pontos devem ser destacados na prevenção contra a doença diarreica? (7)

A

Imunização contra infecções por rotavírus e sarampo, ênfase no aleitamento natural prolongado, suplementação de vitamina A, disponibilidade e condições de armazenamento de água de boa qualidade, higiene pessoal (lavagem das mãos), adequado preparo de alimentos e maior cobertura de saneamento básico.