Dioscope - Ebook Vulvovaginites e Infeções Sexualmente Transmissíveis (terminado) Flashcards

(121 cards)

1
Q

Epitélio da vulva e vagina

A

Epitélio escamoso estratificado
- vulva: folículos pilosos e glândulas
- vagina: epitélio não queratinizado

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2
Q

Equilíbrio da microbiota vaginal

A

É fundamental
- para proteção das doenças vaginais

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3
Q

Puberdade

A

Na puberdade: ↑ estrogénios provoca maturação das células epiteliais à aumenta o glicogénio vaginal
- FAVORECE O CRESCIMENTO DE LACTOBACCILUS (90-95%)

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4
Q

Lactobacillus - ação

A

Glicogénio - acido láctico - ↓ pH VAGINAL (para 3,5-4,7 na idade reprodutiva)

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5
Q

Outros agentes normais a nível vaginal

A

Para além do lactobacillus, existem outras bactérias ANAERÓBIAS e aeróbias (5:1)

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6
Q

Corrimento vaginal

A

Corrimento vaginal é NORMAL! Nem todos os corrimentos vaginais indicam infeção
* Produzido por: +++ muco cervical; fluído endometrial, exsudado glandular (Skene e Bartholin) e transudado vaginal
* Células escamosas esfoliadas da parede vaginal –> Coloração esbranquiçada e consistência
* Humidade fisiológica e prevenção de secura e irritação vulvovaginal

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7
Q

Frequência de infeção vaginal

A

Maioria mulheres terá infeção vaginal durante a sua vida –> 1 dos motivos + frequentes de urgência em ginecologia
- dx é essencialmente clínico

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8
Q

As 3 doenças + frequentemente associadas a corrimento vaginal anormal

A

Vaginose bacteriana

Candidíase

Tricomoníase

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9
Q

Dx

A

Hx clínica dirigida
+
Exame ginecológico
+-
Exames auxiliares de diagnóstico

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10
Q

Hx clínica dirigida

A

Sintomas uro-ginecológicos: Corrimento (+ comum) e caracteriza-lo; sintomas irritativos (prurido, irritação, ardor, edema), dispareunia,
disúria

Sintomas sistémicos: Febre, calafrios, dor pélvica, náuseas, vómitos – considerar DIP

Hx pessoal e ginecológica: patologias (diabetes, IST, DAI), toma recente de ATB, hx sexual, contraceção

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11
Q

Alguns sintomas podem não
ser de causa infeciosa

A

Ex. dermatoses

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12
Q

Exame ginecológico

A

Exame ginecológico (pode ser limitado pelo auto-tratamento da doente com fármacos sem prescrição)
- Inspeção vulva / introito vaginal; Exame com espéculo – caracterizar corrimento, avaliar vagina, colo uterino; Toque bimanual

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13
Q

Exames auxiliares de diagnóstico

A

Exame microscópico: Exame a fresco (+usado); Corado pelo Gram; Técnica com KOH 10%

Determinar pH vaginal

Teste das aminas ou de Whiff

Exame cultural / testes moleculares – se suspeita clínica e não confirmada por métodos anteriores (+ infeções recorrentes)

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14
Q

Definição de vaginose bacteriana

A

Síndrome clínica polimicrobiana -SUBSTITUIÇÃO DA FLORA VAGINAL (Lactobacillus sp. produtores de peróxido de hidrogénio) por ALTAS
CONCENTRAÇÕES DE BACTÉRIAS ANAERÓBIAS
(bactérias anaeróbias: Gardnerella vaginalis, Mycoplasma hominis, Prevotella sp, Bacteroides sp, Peptostreptococcus sp, Atopobium vaginae)

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15
Q

Causa mais comum de corrimento e mau odor vaginal

A

Vaginose bacteriana
- muitas vezes é assintomática (dx na citologia CV)

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16
Q

Vaginose bacteriana é IST?

A

Mulheres sexualmente ativas –> risco aumentado de VB, mas NÃO É IST

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17
Q

Vaginose bacteriana - clínica

A
  • Corrimento BRANCO-ACINZENTADO, ABUNDANTE, FINO E HOMOGÉNEO
  • ODOR INTENSO A PEIXE
  • NÃO IRRITATIVO (Ligeira irritação vulvar em 25%)
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18
Q

Vaginose bacteriana - dx

A

Clínico (sintomas e sinais) e apoiado por testes laboratoriais

Critérios clínicos de Amsel (necessário a presença de 3 dos 4 critérios):
1. Corrimento vaginal homogéneo, branco-acinzentado
2. pH vaginal > 4,5 (↓ lactobacillus, impede que estas bactérias acidifiquem o pH vaginal)
3. Corrimento vaginal com odor a peixe (se não for reconhecido, usar gotas de KOH 10% - teste de Whiff +)
4. Presença de clue cells ao exame microscópico a fresco

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19
Q

As bactérias causadoras de vaginose bacteriana…

A

Fazem parte da flora vaginal –> a presença destas, por si só, não permite o dx

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20
Q

Gold-standard para dx de vaginose bacteriana

A

É a coloração gram

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21
Q

Vaginose bacteriana - esfregaço Gram

A

Critérios de Hay-Ison: Baseados nos achados do esfregaço Gram
* Grau 0 - não relacionado com VB, apenas células epiteliais, sem Lactobacilos; INDICA ANTIBIOTERAPIA RECENTE
* Grau 1 - Normal; predomínio de Lactobacilos
* Grau 2 - Intermédio: flora mista com presença de Lactobacilos, mas também Gardnarella ou Mobiluncus.
* GRAU 3 - VAGINOSE BACTERIANA: predomínio de Gardnarella e/ou Mobiluncus e clue cells. Poucos ou nenhuns Lactobacillus
* Grau 4 - Não relacionado com VB; apenas cocos Gram +; ausência de lactobacilos (flora de vaginite aeróbica)

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22
Q

Vaginose bacteriana - tratamento: objetivo

A

Alívio sintomático e reduzir risco IST (VB associa-se a HIV, herpes e DIP)

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23
Q

Vaginose bacteriana - quem tratar?

A

Indicado tratar mulheres SINTOMÁTICAS e ASSINTOMÁTICAS QUE SERÃO SUBMETIDAS A TX CIRÚRGICO GINECOLÓGICO

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24
Q

Vaginose bacteriana - tratar parceiros sexuais?

A

Não!

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25
Vaginose bacteriana - tratamento
Esquemas terapêuticos recomendados: * Metronidazol oral 500mg, 2 id, 7 dias * Clindamicina tópica 2%, 7 dias * Metronidazol óvulos vaginais 500 mg, 5 dias (A clindamicina e o metronidazol tem = eficácia) Alternativas: tinidazol oral, clindamicina oral ou óvulos vaginais
26
Vaginose bacteriana - tratamento de recorrências
* Infeção após 3 a 12 meses do tratamento * Medicar com Metronidazol tópico, 2x por semana, 4 a 6 meses
27
Vaginose bacteriana - tratamento na gravidez
* Recomenda-se o tratamento nas GRÁVIDAS SINTOMÁTICAS * Alguns estudos: em gravidezes de alto risco, a VB associa-se a RPMPT ou PPT * No entanto, NÃO HÁ BENEFÍCIO NO RASTREIO UNIVERSAL DE VB OU TRATAMENTO DE GRÁVIDAS ASSINTOMÁTICAS * METRONIDAZOL OU CLINDAMICINA (nenhum é teratogénico)
28
Vaginose bacteriana - tratamento, na amamentação
Considerar suspender amamentação durante o tx com metronidazol e nas 12-24h após a última toma
29
Vaginose bacteriana - tratamento
Sintomas: corrimento com odor que piora após relação sexual Caraterísticas do corrimento: fino, homogéneo, branco-acinzentado pH vaginal > 4,5 Teste de Whiff +++ Microscopia: ↑ leucócitos; ↓ lactobaccilus; CLUE CELLS Tratamento: metronidazol ou clindamicina
30
Candidíase vulvovaginal - causa
Maioria é causada por um SOBRECRESCIMENTO DE CANDIDA ALBICANS (as restantes são causadas por C. glabrata, C. tropicalis, C.Krusei) Geralmente não coexistem com outras infeções e NÃO é uma IST
31
Candidíase vulvovaginal - parceiros
10% dos parceiros tem doença peniana concomitante
32
Candidíase vulvovaginal - FRs (9)
* Gravidez * Diabetes * Obesidade * Imunodeprimidos * Corticoterapia * Contracetivos orais * Terapia ATB largo espectro * Roupa justa * Uso habitual penso higiénico
33
Candidíase vulvovaginal - idade + frequente
Mais comum nos ANOS REPRODUTIVOS: Candida spp. requer tecidos com estrogénio * Raro antes da menarca ou pós-menopausa
34
Candidíase vulvovaginal - clínica
Sintomas: Prurido vulvar (+++), ardor, disúria externa e dispareunia Sinais: CORRIMENTO VAGINAL BRANCO, GRUMOSO E ESPESSO (tipo requeijão) ADERENTE ÀS PAREDES VAGINAIS, INODORO E ERITEMA, edema e fissuras vulvares
35
Candidíase vulvovaginal - diagnóstico
Essencialmente clínico e pode ser confirmado laboratorialmente
36
Candidíase vulvovaginal - dx laboratorial
Blastosporos / Pseudohifas no exame microscópico a fresco ou cultura +, numa mulher sintomática * pH vaginal NORMAL (< 4,5) * Teste das aminas/Whiff: CORRIMENTO INODORO * Exame microscópico a fresco: LEVEDURAS/BLASTOSPOROS E PSEUDOHIFAS * Esfregaço Gram: LEVEDURAS/BLASTOSPOROS E PSEUDOHIFAS (+ SENSÍVEL) * Cultura: positiva para espécies Candida
37
2 tipos de candidíase vulvovaginal
Candidíase não complicada Candidíase complicada
38
Candidíase não complicada
Esporádica ou pouco frequente Ligeira a moderada Candida albicans provável Mulher não imunocomprometida
39
Candidíase complicada
Recorrente Severa Candidíase não-albicans Mulher imunodeprimida, com diabetes descompensada ou debilitada
40
Candidíase recorrente
Se ≥4 episódios SINTOMÁTICOS por ano * 20-30% após tratamento * Frequentemente associada a fatores de risco (diabetes, imunodeficiência, corticoides ou ATB) * Ponderar outros dx: dermatite ou eczema vulvar
41
Candidíase vulvovaginal - quem tratar?
Não é recomendado o tratamento de mulheres assintomáticas e parceiros sexuais assintomáticos - tratar mulheres sintomáticas e parceiro sexual sintomático, com balanite
42
Candidíase vulvovaginal não complicada - tratamento
Esquemas orais e vaginais são igualmente eficazes * Primariamente com aplicação VAGINAL de imidazol sintético durante 7 dias (CLOTRIMAZOL, tioconazole, miconazol, econazol,..) * Fluconazol ORAL em baixa dose (150 mg) é igualmente eficaz (seguro na gravidez)
43
Candidíase vulvovaginal recorrente - tratamento
Fluconazol oral 1x por semana, durante 6 meses ou tx tópico 1-2x por semana --> prevenção de recorrência
44
Candidíase vulvovaginal - C. glabrata: tratamento
C. glabrata é resistente a todos os imidazoles --> tx com ácido bórico ou violeta genciana
45
Candidíase vulvovaginal não complicada - tratamento descritivo
Tratamento oral: - fluconazol 150 mg, toma única ou - itraconazol 200 mg, 2 id, toma única ou 1g 2 tomas (12h/12h) Tratamento intravaginal: (todos "conazol" exceto clotrimazol e nistatina - NÃO CONFUNDIR: metronidazol não é antifúngico, não se usa para tratar candidíase!) - clotrimazol creme vaginal, 1%, 6 dias ou - clotrimazol comprimido vaginal 500 mg, dose única ou - clotrimazol comprimidos vaginais 200 mg, 3 dias consecutivos ou 100 mg, 6 dias consecutivos ou - miconazol creme vaginal 2%, 6 dias ou - econazol creme vaginal 1%, 6 dias ou - econazol óvulo vaginal 150 mg, 3 dias ou - sertaconazol óvulo vaginal 300 mg, dose única ou - sertaconazol comprimido vaginal 500 mg, dose única ou - sertaconazol creme vaginal 2%, 6 dias ou - isoconazol creme vaginal 1%, 6 dias ou - tioconazol comprimido vaginal 100 mg, 6 dias ou - fenticonazol creme vaginal 2%, 6 dias ou - fenticonazol, óvulo vaginal 200 mg, 6 dias ou - nistatina comprimido vaginal, id, 14 dias -
46
Candidíase vulvovaginal complicada - tratamento, se severa (descrição)
Fluconazol 150 mg per os, toma única, e repetir após 3 dias (dias 1 e 4) e/ou terapêutica antifúngica tópica 14 dias
47
Candidíase vulvovaginal complicada - tratamento, se recorrente (descrição)
Tratamento inicial - fluconazol 150 mg ou 200 mg a cada 3 dias, num total de 3 tomas (dia 1, 4 e 7) e/ou - terapêutica antifúngica tópica (7 a 14 dias) Tratamento de manutenção - fluconazol (100 mg, 150 mg ou 200 mg), 1x semana, durante 6 meses - caso não seja possível a terapêutica oral, terapêutica tópica intermitente, após a menstruação
48
Candidíase vulvovaginal - resumo
Sintomas/sinais: Corrimento vaginal; dispareunia superficial; prurido vulvar; eritema e edema vulvar; fissuras vulvares Caraterísticas do corrimento: branco, grumoso e espesso, TIPO REQUEIJÃO, PLACAS ADERENTES pH vaginal normal (<4,5) Teste de Whiff negativo Microscopia: pseudohifas; blastosporos/ leveduras Tratamento: Clotrimazol tópico por 7 dias; Fluconazol oral 150mg toma única
49
Tricomoníase vulvovaginal - agente
Causada pelo protozoário flagelado Trichomonas vaginalis
50
Tricomoníase vulvovaginal - transmissão
Nos adultos é transmitida por via SEXUAL
51
Tricomoníase vulvovaginal - infeção
Infeção na VAGINA, URETRA e GLÂNDULAS periuretrais e perivaginais - Maioria apresenta INFEÇÃO URETRAL COEXISTENTE
52
Tricomoníase vulvovaginal - associa-se a...
Associa-se a endometrite, DIP, infertilidade, gravidez ectópica e parto pré-termo
53
Tricomoníase vulvovaginal - IST
Coexiste com outras IST Parece facilitar a transmissão HIV
54
Tricomoníase vulvovaginal - clínica
Podem ser assintomáticas * Corrimento vaginal ESPUMOSO E AREJADO ou amarelo-esverdeado, mau-odor * Eritema e prurido vulvar; DISÚRIA e hemorragia pós-coital (cervicite) * Petéquias no colo uterino/vagina (COLO EM FRAMBOESA) – Típico mas raro
55
Tricomoníase vulvovaginal - diagnóstico
É confirmado pelo exame microscópico a fresco das secreções vaginais: * leucócitos, células epiteliais maduras, e Tricomonas
56
Tricomoníase vulvovaginal - laboratorialmente (3)
* Teste de Whiff: habitualmente positivo * pH > 4,5 * Exame cultural diagnostica > 95% dos casos e os testes de amplificação de ácidos nucleicos tem sensibilidade e especificidade próximas de 100% (não efetuados em Portugal)
57
Tricomoníase vulvovaginal - rastreio
Mulheres diagnosticadas devem realizar rastreio para outras IST (++ gonorreia e clamídia)
58
Tricomoníase vulvovaginal - quem tratar?
Indicado tratar mulheres SINTOMÁTICAS e PARCEIROS SEXUAIS
59
Tricomoníase vulvovaginal - via de tratamento preferencial
A administração SISTÉMICA É PREFERENCIAL (vs tópica) --> Altas taxas infeção uretra e glândulas parauretrais - não se recomendam os tratamentos locais
60
Tricomoníase vulvovaginal - tratamento
METRONIDAZOL OU TINIDAZOL ORAL 2g, toma única * Evitar RS até que a doente/parceiro estejam curados * Evitar álcool se tx metronidazol/tinidazol --> evitar reação tipo dissulfiram
61
Tricomoníase vulvovaginal - recorrências
* Confirmar adesão ao tratamento, a possibilidade de reinfeção por novo companheiro, a possibilidade infeção por mais do que 1 agente ou outra causa subjacente * T. vaginalis resistentes ao metronidazol --> Tratar com altas doses de Tinidazol
62
Tricomoníase vulvovaginal - gravidez
Tricomoníase tem sido associada a PPT, rotura prematura de membrana, e baixo peso ao nascer
63
Tricomoníase vulvovaginal - gravidez: quem tratar?
* Recomendado tratar TODAS AS GRÁVIDAS SINTOMÁTICAS * NAS ASSINTOMÁTICAS CONSIDERAR O TRATAMENTO ≥37 SEMANAS pelo risco transmissão ao RN – infeção respiratória e genital
64
Tricomoníase vulvovaginal - tratamento na gravidez
Tratamento com METRONIDAZOL (seguro na gravidez) * O tratamento pode não prevenir as complicações da gravidez
65
Tricomoníase vulvovaginal - seguimento
Desnecessário (não é custo-efetivo), exceto casos raros de recorrências frequentes
66
Tricomoníase Vulvovaginal - resumo
Sintomas/sinais: corrimento abundante com odor; disúria; dispareunia; hemorragia pós-coital; colo em framboesa Caraterísticas do corrimento: amarelo-esverdeado; espumoso e arejado pH vaginal > 4,5 Microscopia: tricomonas - protozoário flagelado; ↑ leucócitos Tratamento: Metronidazol ou Tinidazol oral, 2g, toma única
67
Infeções sexualmente transmissíveis associam-se a...
Associam-se a infertilidade, cancro ou morte
68
Infeções sexualmente transmissíveis - causa comum de...
Causa + comum de INFERTILIDADE EVITÁVEL e FORTE associação com GRAVIDEZ ECTÓPICA
69
Infeções sexualmente transmissíveis - risco de adquirir HIV...
Risco de adquirir HIV parece estar associado a outras IST
70
Infeções sexualmente transmissíveis - transmissão
Transmissão: Contacto pele a pele ou troca de fluídos corporais * ↑ risco sexo anal: tecidos mais sensíveis (transmissão pode ocorrer por essas lesões)
71
Infeções sexualmente transmissíveis - diagnóstico
Hx clínica --> muitas IST são assintomáticas numa fase inicial ou tardia * Se IST --> procurar outras (20-50% infeção coexistente) Exame físico: * Região inguinal: rashes, lesões e adenopatias * Vulva, períneo e área perianal: lesões ou ulceras, e palpar tumefações ou edema * Glândulas Bartholin, Skene e uretra: local frequente de infeção gonorreica * Vagina e colo: procurar sinais de lesões ou corrimento anormal
72
Muitas IST são caracterizadas por...
Muitas IST são caracterizadas por úlceras genitais ou cervicite, uretrite ou ambas
73
Vaginose bacteriana - agente
Polimicrobiana
74
Vaginose bacteriana - clínica
* Vulva normal * Corrimento branco-acinzentado * Odor intenso a peixe * Wiff + e ph >4,5
75
Vaginose bacteriana - quem tratar?
* Mulheres sintomáticas * Grávidas sintomáticas * Mulheres assintomáticas que vão ser submetidas a cirurgia ginecológica * Não é recomendado o tratamento dos parceiros sexuais * A mulher deve ser aconselhada a usar preservativo durante o tratamento ou evitar relações sexuais
76
Vaginose bacteriana - como tratar? (principais opções)
* Metronidazol oral 500 mg 2x/dia, 7 dias * Metronidazol óvulos vaginais 500 mg, 5 dias * Clindamicina creme a 2% ao deitar, 7 dias (reduz a eficácia dos preservativos durante o tratamento)
77
Vaginose bacteriana - tratamento alternativo?
* Clindamicina oral 300 mg 2x/dia, 7 dias * Cloreto de dequalínio 1x/ao deitar, 6 dias * Tinidazol oral 2g 1x/dia, 2 dias
78
Vaginose bacteriana - se recividas?
Metronidazol óvulos, 2 x semana, 4 a 6 meses
79
Vaginose bacteriana - se doente grávida, tratamento?
* Metronidazol oral 500 mg 2x/dia, 7 dias * Metronidazol oral 500 mg 3x/dia, 7 dias * Clindamicina oral 300 mg 2x/dia, 7 dias * Clindamicina tópica não deve ser usada na segunda metade da gravidez * Metronidazol tópico e Cloreto de dequalínio não estão contra-indicados * Amamentação: Metronidazol oral, não amamentar durante o tratamento e nas 12-24h após a última toma
80
Vaginose bacteriana - tratamento, se doente VIH+
Mesmo tratamento das mulheres HIV negativas
81
Candidíase - agente
Candida albicans (90%)
82
Candidíase - clínica
* Eritema, edema e fissuras vulvares * Corrimento vaginal branco, grumoso e espesso (tipo “requeijão”) * Inodoro * Ardor e prurido vulvar e dispareunia
83
Candidíase - quem tratar?
* Mulheres sintomáticas Grávidas sintomáticas * Parceiro sexual sintomático, com balanite!!! * Não é recomendado o tratamento de parceiros sexuais assintomáticos
84
Candidíase - como tratar?
* Fluconazol oral 150 mg toma única * Clotrimazol creme 1% 1x/dia, 6 dias * Clotrimazol comprimido vaginal 500 mg, dose única (As terapêuticas tópicas, óvulos/cremes vaginais, diminuem a eficácia dos preservativos)
85
Candidíase - tratamento alternativo
Sintomatologia severa: Fluconazol oral 150 mg e repetir após 72 horas e/ou terapêutica antifúngica tópica 14 dias
86
Candidíase - tratamento, se recidivas
* Recorrente (≥ 4 episódios/ano): Fluconazol oral 150 mg de 3/3 dias até 3 tomas e/ou terapêutica antifúngica tópica 7-14 dias * Tratamento de Manutenção Fluconazol oral 150 mg 1x/semana, 6 meses
87
Candidíase - tratamento, se doente grávida
Terapêutica antifúngica tópica (APENAS) 7 dias
88
Candidíase - tratamento, se doente VIH+
Mesmo tratamento das mulheres HIV negativas
89
Tricomoníase - agente
Trichomonas vaginalis
90
Tricomoníase - clínica
* Eritema vulvar e vaginite, colo “framboesa-like” (2%) * Corrimento vaginal espumoso e arejado ou amarelo esverdeado * Queixas de irritação, sensação de queimadura, prurido vulvar, disúria e coitorragias * Wiff + e ph>4,5
91
Tricomoníase - quem tratar?
* Mulheres sintomáticas Grávidas sintomáticas * É obrigatório tratar parceiros sexuais (IST)!!! * Evitar relações sexuais até estar terminada a terapêutica e ficarem assintomático
92
Tricomoníase - como tratar?
* Não se recomendam os tratamentos tópicos Metronidazol oral 2 g toma única * Tinidazol oral 2 g toma única * Secnidazol oral 2 g toma única
93
Tricomoníase - tratamento alternativo
Metronidazol oral 500 mg 2x/dia, 7 dias
94
Tricomoníase - tratamento, se utente grávida
* Metronidazol 2 g oral toma única * Amamentação: Metronidazol 2 g oral toma única, não amamentar durante e até 12-24h após o tratamento * Tinidazol 2 g oral toma única, não amamentar até 72h após o tratamento
95
Tricomoníase - se doente HIV+
* Metronidazol oral 500 mg 2x/dia, 7 dias * Se refratário: Metronidazol/Tinidazol oral 2 g 1x/dia, 7 dias * O rastreio anual é recomendado, tal como a avaliação 3 meses após o tratamento de uma infecção
96
5 agentes de úlceras vulvares
Herpes genital Sífilis Cancróide LGV Granuloma inguinal
97
Herpes genital - agente
HSV 2 (65-80%) e HSV 1
98
Herpes genital - clínica
* +++ jovens * Incubação 4 a 7 dias * DOR * MÚLTIPLAS LESÕES * Infecção primária: vesiculas bilaterais e frequentemente coalescendo; resolução em duas semanas * Infecção recorrente: lesões menos exuberantes, unilaterais; resolução em 5-7 dias
99
Herpes genital - como tratar?
* 1º episódio: Deve ser sempre tratado - Aciclovir 400 mg 3 id, 7-10 dias - Valaciclovir 1000 mg 2 id, 7-10 dias * Doença recorrente: - Aciclovir 400 mg, 3 id 5 dias - Aciclovir 800 mg 2 id 5 dias ou 3 id durante 2 dias - Valaciclovir 500 mg 2 id 3 dias ou 1000 mg id 5 dias Evitar relações sexuais durante o período prodrómico e enquanto tiverem lesões * Se VIH: - Aciclovir 400 mg 3 id 5-10 dias - Valaciclovir 1000 mg 2 id 5-10 dias
100
Sífilis - agente
Treponema pallidum
101
Sífilis - clínica
* +++ 20-24 anos * Incubação 3-90 dias (média 3 semanas) * INDOLOR * LESÃO ÚNICA * Pápula -> úlcera (cerca de 2 cm); bordos bem definidos, elevados e duros; exsudado seroso; base vermelha e dura, sem crosta
102
Sífilis - como tratar?
* Penicilina benzatínica 2,4 milhões de unidades IM, dose única * Se alergia: - Dessensibilização (preferencial) - Doxiciclina 100 mg 2 id 14 dias - Ceftriaxone 1 g IM id 10 dias - Azitromicina 2 g dose única - Eritomicina 500 4 id Doença de declaração obrigatória
103
Cancróide - agente
Haemophilus ducreyi
104
Cancróide - clínica
* Muito raro no Ocidente * Incubação: 3-14 dias * DOR +++ * UMA OU DUAS LESÕES * Pápula ou pústula no local de inoculação, inicialmente indolor -> dolorosa, profunda, mole, de bordos mal definidos; com exsudado necrótico, com cheiro
105
Cancróide - como tratar?
* Azitromicina 1g dose única * Ceftriaxone 250 mg IM dose única * Ciprofloxacina 500 mg 2 id 3 dias * Eritromicina 500 mg 3 id 7 dias
106
LGV - agente
Chlamydia trachomatis (L1, L2 e L3)
107
LGV - clínica
* Raro em mulheres; a aumentar a frequência em homossexuais * Incubação 3-21 dias * INDOLOR * LESÃO ÚNICA * Pápula -> posteriormente pode ulcerar (raramente observado) e cicatrizar rapidamente
108
LGV - como tratar?
* 1.ª linha - Doxiciclina 100 mg 2 id 21 dias * 2.ª linha - Eritromicina 500 mg 4 id 21 dias - Azitromicina 1000 mg uma vez por semana, 3 semanas Doença de declaração obrigatória
109
Granuloma inguinal - agente
Klebsiella granulomatis
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Granuloma inguinal - clínica
Incubação < 2 semanas – 3 meses * INDOLOR * UMA OU MÚLTIPLAS * Nódulos/ pápulas -> lesão vermelha, sangrativa -> bordos bem definidos; frequente a extensão às pregas cutâneas e surgimento de fissuras profundas («knife cut like»)
111
Granuloma inguinal - como tratar?
* Primeira linha: - Doxiciclina 100 mg 2 id 21 dias * 2.ª linha: - Ciprofloxacina 750 mg 2 id 21 dias - Eritromicina 500 mg 4 id 21 dias - Azitromicina 500 mg id, 21 dias - Azitromicina 1000 mg 1x/semana pelo menos três semanas - Trimetoprim/sulfametoxazol 160/800 mg 2 id, 21 dias * Se ainda houver lesões ao fim de 3 semanas, prolongar o tratamento
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2 agentes de cervicite
Clamídia Gonorreia
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Cervicite por clamídia - agente
Chlamydia trachomatis
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Cervicite por clamídia - clínica
* Corrimento inespecífico ou, mais raramente, muco-purulento (amarelado) * Colo uterino friável e congestivo, coitorragias
115
Cervicite por clamídia - como tratar?
* Azitromicina 1 g toma única * Doxiciclina 100 mg 2x/dia, 7 dias
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Cervicite por clamídia - 3 considerações
* Doença de declaração obrigatória * Obrigatório tratamento dos parceiros sexuais (IST) * Abstinência sexual durante 7 dias
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Cervicite por gonorreia - agente
Neisseria gonorrhoeae
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Cervicite por gonorreia - clínica
* Sintoma mais frequente é um corrimento amarelo-esverdeado * Por vezes pode existir Bartholinite associada
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Cervicite por gonorreia - como tratar?
* Ceftriaxone 250 mg IM + Azitromicina 1 g toma única * Cefixima 400 mg toma única * Amoxicilina + Ácido Clavulânico 3 g toma única
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Cervicite por gonorreia - 4 considerações
* Doença de declaração obrigatória * Tratamento empírico, concomitante, anti-Chlamydia (se não for possível excluir esta coinfecção) * Obrigatório tratamento dos parceiros sexuais (IST) * Abstinência sexual durante 7 dias
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