ESCLERODERMIA Flashcards
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O que caracteriza a vasculopatia na esclerose sistêmica e quais são suas possíveis consequências clínicas?
A vasculopatia na esclerose sistêmica é caracterizada por lesão endotelial, espessamento da parede vascular e proliferação de miofibroblastos, resultando em obstrução, semiobstrução ou vasoespasmo — este último frequentemente reversível. Clinicamente, essas alterações comprometem a perfusão tecidual e contribuem para fenômenos como úlceras digitais e crise renal esclerodérmica.
Qual o papel do colágeno na fisiopatologia da esclerose sistêmica e suas repercussões clínicas?
O acúmulo excessivo de colágeno na matriz extracelular leva à fibrose de pele e órgãos internos. Clinicamente, isso se manifesta como pele endurecida e brilhosa, alterações faciais marcantes (afilamento nasal e bucal), além de disfunção de órgãos como pulmões, trato gastrointestinal e rins.
Quais são os aspectos faciais típicos associados à esclerose sistêmica e o que os causa?
Os aspectos faciais incluem afilamento do nariz e da boca, redução dos lábios, microstomia e projeção aparente dos dentes. Essas alterações decorrem do endurecimento da pele e tecidos subjacentes pelo acúmulo de colágeno.
Como a esclerose sistêmica difere de outras doenças autoimunes como LES e AR no contexto fisiopatológico?
Diferentemente do LES e da artrite reumatoide, a esclerose sistêmica é marcada por proliferação de miofibroblastos, acúmulo significativo de colágeno e vasoespasmo reversível — características ausentes ou menos proeminentes nas demais doenças autoimunes citadas.
Qual a importância da produção de autoanticorpos na esclerose sistêmica e como ela se integra à fisiopatologia da doença?
A produção de autoanticorpos faz parte do processo autoimune da esclerose sistêmica, contribuindo para a ativação de células inflamatórias, lesão endotelial e estímulo à fibrogênese, promovendo a tríade fisiopatológica: autoimunidade, fibrose e vasculopatia.
Como as telangiectasias da esclerose sistêmica se diferenciam das associadas à cirrose hepática?
As telangiectasias na esclerose sistêmica são mais nodulares, não apresentam o padrão em “cabeça de medusa” típico da cirrose, e resultam de alterações vasculares locais por dano endotelial e proliferação fibrovascular.
Por que a esclerose sistêmica é considerada uma doença de espectro diferenciado dentro das autoimunes?
É considerada de espectro diferenciado por combinar autoimunidade com acúmulo de colágeno e uma vasculopatia proliferativa específica, sendo essa tríade única em relação a outras doenças autoimunes mais comuns como LES e AR.
Qual a importância clínica do reconhecimento precoce da esclerose sistêmica com base nos sinais físicos observáveis?
O reconhecimento precoce baseado em sinais físicos como endurecimento da pele, microstomia e alterações faciais permite diagnóstico rápido, início precoce do manejo e potencial prevenção de complicações graves, como hipertensão pulmonar e crise renal.
. Qual é o conceito clínico da esclerose sistêmica e quais sistemas são mais frequentemente acometidos?
esclerose sistêmica é uma doença autoimune rara e multissistêmica, caracterizada por disfunção endotelial e imunológica que leva a inflamação, fibrose e atrofia do tecido conjuntivo. Afeta pele, sistema musculoesquelético, coração, rins, pulmões e trato gastrointestinal.
Quais alterações histopatológicas são observadas na esclerose sistêmica?
A doença cursa com inflamação crônica, fibrose progressiva e atrofia tecidual, além de endoarterite proliferativa e lesões capilares obstrutivas, que contribuem para isquemia e disfunção orgânica.
. Qual a principal diferença entre esclerose sistêmica e esclerodermia?
Esclerodermia refere-se ao espessamento cutâneo, podendo ser localizada ou generalizada, enquanto esclerose sistêmica é uma condição autoimune sistêmica que pode incluir manifestações cutâneas, mas obrigatoriamente envolve outros órgãos.
Quais são os principais subtipos da esclerodermia localizada e suas características clínicas?
Morféia: placas endurecidas e fibrosas restritas à pele.
Linear: faixa de fibrose ao longo de membros.
Golpe de Sabre: lesão profunda na região frontal, frequentemente em crianças, com alopecia cicatricial.
O que caracteriza a esclerodermia difusa e como ela difere da forma limitada da esclerose sistêmica?
A esclerodermia difusa envolve pele extensa (face, tronco, membros proximais), enquanto a forma limitada da esclerose sistêmica afeta áreas distais (mãos, pés, cotovelos, joelhos) e pode também envolver a face, mas com menor extensão cutânea.
Por que é importante não confundir esclerodermia localizada com esclerose sistêmica limitada?
Apesar dos nomes semelhantes, a esclerodermia localizada envolve apenas áreas restritas da pele sem acometimento sistêmico, ao passo que a esclerose sistêmica limitada afeta órgãos internos e tem implicações clínicas sistêmicas.
Como se apresenta a esclerose sistêmica sem esclerodermia e qual o desafio diagnóstico?
Essa forma acomete órgãos internos sem envolvimento cutâneo visível, dificultando o diagnóstico clínico. Pode se manifestar como PINE, confundindo-se com infecções, neoplasias ou outras doenças autoimunes.
Qual é a implicação clínica do subtipo “golpe de sabre” da esclerodermia localizada?
Esse subtipo pode causar alopecia cicatricial permanente na região frontal e é mais frequente em crianças. A fibrose profunda danifica os folículos pilosos, impedindo o crescimento capilar.
Como o acometimento musculoesquelético se manifesta na esclerose sistêmica?
A fibrose dos tecidos conjuntivos pode afetar articulações e músculos, levando a rigidez, dor, limitação funcional e, em casos avançados, contraturas articulares.
Qual o perfil epidemiológico típico da esclerose sistêmica quanto a sexo e idade?
Predomina em mulheres, com razão de 3 a 15:1 em relação aos homens, e incide principalmente entre 45 e 64 anos — faixa etária mais tardia que a observada no lúpus eritematoso sistêmico (LES).
Quais grupos apresentam pior prognóstico na esclerose sistêmica e por quê?
Homens e indivíduos de raça negra tendem a ter pior prognóstico, possivelmente devido a fatores hormonais, genéticos e socioeconômicos, além de diferenças no padrão de resposta imune e acesso a cuidados médicos.
. Qual é a etiologia da esclerose sistêmica e como os fatores genéticos e ambientais interagem?
A etiologia é multifatorial e desconhecida, envolvendo predisposição genética associada a fatores ambientais desencadeantes, como infecções, toxinas, drogas e exposição ocupacional, que juntos promovem desregulação imune e dano tecidual.
Quais agentes químicos são reconhecidos como gatilhos ambientais para esclerose sistêmica?
Substâncias como sílica, mercúrio, cloreto de vinila, benzeno, tolueno e tricloroetileno são identificadas como gatilhos, atuando por mecanismos de toxicidade direta e ativação imune.
Quais drogas estão associadas ao desenvolvimento de quadro semelhante à esclerose sistêmica?
Drogas como bleomicina, pentazocina, taxol, fenfluramina, l-triptofano, inibidores de apetite e suplementos com metais pesados podem desencadear ou mimetizar a doença.
Qual é o uso clínico da bleomicina em pleurodese e por que é relevante no contexto da esclerose sistêmica?
A bleomicina é usada em pleurodese para promover adesão entre as pleuras em casos de derrame pleural recorrente. Seu uso é relevante pois está entre os fármacos que podem induzir quadros semelhantes à esclerose sistêmica.