Linfomas - Classificações Históricas e Modernas Flashcards
(20 cards)
Por que as classificações dos linfomas vêm sendo revisadas ao longo das décadas?
Porque novos métodos (imunofenotipagem, genética molecular) permitem identificar subgrupos antes indistinguíveis, refinando o diagnóstico e otimizando o tratamento.
Qual foi a primeira grande tentativa de categorizar linfomas de forma sistemática?
A classificação de Rappaport (década de 1950–60), baseada em padrões de crescimento (nodular x difuso) e tipo celular (linfocítico, histiocítico etc.).
Como a classificação de Rappaport lidava com o imunofenótipo e a genética?
Não considerava essas variáveis, pois não havia métodos de imuno-histoquímica ou biologia molecular disponíveis na época; baseava-se apenas na morfologia em lâminas de parafina.
Em que década surgiu a Working Formulation, e qual sua proposta?
Na década de 1970–80, dividindo os linfomas em baixo, intermediário ou alto grau de malignidade, buscando correlacionar morfologia com comportamento clínico.
Qual a principal limitação da Working Formulation?
Mesmo agrupando em 3 graus de malignidade, ela não incorporava imunofenótipo (B x T) nem as translocações específicas, perdendo precisão.
Qual classificação foi um marco integrando morfologia + imunofenótipo + genética nos anos 1990?
A Classificação REAL (Revised European-American Lymphoma), que começou a nomear linfomas pela sua origem celular e principais características moleculares.
Em que se baseou a Classificação REAL?
Na integração de dados morfológicos, imunofenotípicos (CDs), genética (translocações, rearranjos) e aspectos clínicos, dando origem a entidades específicas.
Qual organismo incorporou as propostas da REAL em uma classificação universal?
A Organização Mundial da Saúde (OMS), gerando a Classificação OMS dos tumores hematopoéticos e linfoides, hoje considerada o padrão-ouro.
Na classificação OMS, como são listados os linfomas de células B?
Eles são divididos em neoplasias de precursores B (linfoblásticas) e neoplasias de células B maduras, como linfoma folicular, difuso de grandes células B, Burkitt, manto, zona marginal (MALT), etc.
E os linfomas de células T, como aparecem na OMS?
Também em T precursor (linfoblástico) e T maduros (ex.: periférico, anaplásico de grandes células, angioimunoblástico, micose fungoide/Sézary), cada um com padrões moleculares específicos.
Por que as descrições ‘linfocítico pouco diferenciado’ ou ‘histiocítico’ da Rappaport se tornaram obsoletas?
Com a imunofenotipagem, notou-se que muitos ‘histiocíticos’ eram, na verdade, linfócitos B ou T. A taxonomia anterior era morfologicamente imprecisa.
Como a Working Formulation classificava ‘Baixo Grau’ vs. ‘Alto Grau’?
Baseada em características histológicas, tamanho celular e padrão de crescimento, mas sem a precisão de marcadores moleculares e sem diferenciação B/T clara.
Dê um exemplo de correlação entre Rappaport e classificação moderna.
‘O linfoma nodular pouco diferenciado’ (Rappaport) corresponde ao linfoma folicular de pequenas células (OMS), geralmente associado a translocação t(14;18).
Que avanços a classificação OMS trouxe em termos clínicos?
Permitiu identificar subtipos com comportamentos e respostas terapêuticas distintos, orientando regimes mais específicos e eficazes.
Por que é fundamental distinguir se um linfoma é de origem B ou T?
Pois o tratamento (uso de rituximabe anti-CD20, por exemplo) e o prognóstico variam. Linfomas B costumam ter mais opções de terapias-alvo.
Como a genética (translocações específicas) foi incorporada às classificações modernas?
Certas translocações (p. ex. t(14;18) em folicular, t(8;14) em Burkitt) definem entidades e explicam a patogênese e o comportamento da doença, sendo descritas nos manuais da OMS.
Em que ano a Classificação OMS passou por revisões importantes?
Em 2001 houve uma edição inicial, depois revisões em 2008 e 2016, cada uma trazendo novos subtipos e refinando critérios diagnósticos.
Qual é o status atual das classificações de linfomas?
A Classificação OMS (atualizada periodicamente) continua sendo o padrão, descrevendo múltiplas entidades específicas com base em morfologia, imunofenótipo, genética e clínica.
Como essas classificações ajudam a definir o prognóstico e o tratamento do paciente?
Cada entidade tem protocolos terapêuticos direcionados, índices prognósticos próprios e potencial de resposta. Assim, a classificação clara possibilita otimizar o manejo.
Em resumo, qual o principal benefício de ter evoluído para a classificação molecular/imunofenotípica?
Ajudar a personalizar o tratamento, aumentando a eficácia e reduzindo toxicidades, pois cada subtipo é melhor compreendido em termos biológicos e terapêuticos.