MICOSES SUP Flashcards
(121 cards)
O que são micoses e quais os tipos existentes?
Micoses são infecções causadas por fungos, que podem afetar diversas áreas do corpo.
Existem dois tipos principais de micoses:
Superficiais: Afetam a pele, unhas e cabelos, sem invadir tecidos mais profundos.
Profundas: Também conhecidas como sistêmicas, afetam órgãos internos e podem ser mais graves, requerendo tratamentos específicos e, em alguns casos, cirurgia.
Quais as consequências das micoses do couro cabeludo e como são tratadas?
As micoses do couro cabeludo podem levar à perda de cabelo, que pode ser reversível ou irreversível, dependendo da gravidade da infecção e do dano causado aos folículos pilosos. O tratamento clássico envolve o uso de griseofulvina, um antifúngico que ajuda a eliminar o fungo causador da infecção.
Como a esporotricose está relacionada a gatos e qual é o agente causador?
A esporotricose é uma micose que pode ser transmitida para humanos por meio de arranhões ou mordidas de gatos contaminados. O agente causador é o fungo Sporothrix schenckii, que pode ser encontrado na pele de gatos infectados. Este tipo de micose requer tratamento específico para evitar complicações.
Por que algumas micoses profundas podem requerer tratamento cirúrgico?
Micoses profundas, devido à sua capacidade de afetar órgãos internos e tecidos mais profundos, podem causar lesões ou abscessos que não são efetivamente tratados apenas com medicação. Nesses casos, o tratamento cirúrgico pode ser necessário para remover tecidos infectados ou drenar abscessos, complementando o tratamento antifúngico para garantir a recuperação do paciente.
O que diferencia os fungos de outros seres vivos e qual é a sua classificação no reino biológico?
Fungos são seres eucariotas, caracterizados por possuir um núcleo e membrana nuclear, classificados no reino Fungi. Eles podem ser tanto unicelulares quanto multicelulares e se destacam por terem parede celular composta de quitina. A capacidade de se desenvolver em diferentes formas, adaptando-se ao ambiente ou ao hospedeiro, é uma característica notável dos fungos.
Como as micoses cutâneas são classificadas e quais são suas características principais?
Micoses cutâneas podem ser classificadas como superficiais ou profundas (subcutâneas). As superficiais afetam apenas a camada externa da pele, enquanto as profundas invadem camadas mais internas da pele, podendo se estender para tecidos subjacentes. Essa classificação está baseada na profundidade da infecção fúngica na pele.
Explique as formas de desenvolvimento dos fungos e como elas se relacionam com as micoses cutâneas.
Fungos podem se desenvolver de duas formas principais:
Leveduriforme: Esta forma unicelular se reproduz assexuadamente por brotamento. Pode formar pseudo-hifas em situações de agressão, como uma adaptação ao ambiente hostil. A candidíase é um exemplo de micose causada por fungos nesta forma.
Filamentosa: Caracterizada por hifas, que são estruturas multicelulares em forma de tubo. Podem ser septadas ou não e se reproduzem por meio de esporos. São responsáveis por micoses superficiais e representam os fungos presentes no meio ambiente, como bolor e cogumelos.
Dimórficos: Estes fungos apresentam a capacidade de mudar de forma, sendo filamentosos a 25°C (condição do meio ambiente) e leveduriformes a 37°C (condição do hospedeiro). São intrinsecamente patogênicos, causando doenças ao invadir tecidos do hospedeiro. Exemplos incluem Histoplasma capsulatum, Sporothrix sp e Paracoccidioides brasiliensis.
Qual a importância dos fungos dimórficos nas micoses cutâneas e por que são considerados patogênicos por natureza?
Fungos dimórficos são de especial interesse médico porque sua capacidade de mudar de forma lhes permite adaptar-se e sobreviver tanto no meio ambiente quanto dentro de um hospedeiro. Essa habilidade os torna patogênicos por natureza, pois podem infectar o hospedeiro ao assumir a forma leveduriforme a 37°C, facilitando a invasão e colonização dos tecidos, levando a infecções. Eles estão associados a algumas das micoses cutâneas mais desafiadoras para tratar, destacando a necessidade de compreender seus ciclos de vida para desenvolver terapias eficazes.
Como a morfologia dos fungos auxilia no diagnóstico de micoses cutâneas?
Conhecer a morfologia dos fungos é crucial para a análise dos exames complementares, como o exame micológico direto e o anatomopatológico. Os fungos podem ser visualizados como colônias de leveduras ou como estruturas filamentosas, constituídas principalmente por hifas. A identificação de hifas verdadeiras ou pseudo-hifas pode orientar o diagnóstico de certas infecções fúngicas, como a candidíase, que é caracterizada pela presença de pseudo-hifas.
O que é o exame micológico direto e qual sua limitação?
O exame micológico direto é uma técnica utilizada para o diagnóstico rápido de infecções fúngicas, onde material biológico (raspado de pele, pelos ou unhas) é coletado e clarificado com KOH (hidróxido de potássio) para ser analisado sob microscópio. A principal limitação desse exame é que, embora permita a visualização dos fungos, não possibilita a definição exata da espécie causadora da infecção.
Como funciona o processo de cultura para identificação de fungos e qual sua importância?
O processo de cultura inicia com o crescimento do fungo em meio de Agar Sabouraud, um ambiente rico que favorece a proliferação. Posteriormente, para estimular a esporulação e possibilitar a identificação precisa da espécie, o fungo é transferido para meios de cultivo mais pobres em nutrientes, como Agar batata ou Agar fubá, que contêm principalmente carboidratos. Este método é crucial para definir a espécie do fungo e orientar o tratamento específico.
Qual a finalidade do exame anatomopatológico nas infecções fúngicas e como ele é realizado?
O exame anatomopatológico é utilizado em casos de dúvidas diagnósticas significativas, onde uma biópsia da lesão é realizada para obter uma amostra de tecido. A coloração por PAS (ácido periódico de Schiff) ou prata é empregada para destacar a presença de fungos na amostra. Este exame é particularmente útil para identificar fungos em tecidos, contribuindo para um diagnóstico preciso e, consequentemente, um tratamento mais adequado.
O que são micoses superficiais e quais tecidos elas afetam?
Micoses superficiais são infecções fúngicas limitadas aos tecidos queratinizados, afetando a camada mais superficial da pele (camada córnea), cabelos e unhas. Caracterizam-se por invadir apenas as partes externas do corpo sem atingir tecidos mais profundos.
Como as micoses superficiais são classificadas e quais são suas características?
As micoses superficiais são classificadas em dois grupos principais, com base na presença e intensidade da resposta inflamatória:
Micoses superficiais propriamente ditas: Incluem infecções com mínima ou nenhuma resposta inflamatória. Exemplos incluem pitiríase versicolor, piedra branca, piedra preta, e tinea nigra.
Micoses superficiais cutâneas e cutaneomucosas: Apresentam uma resposta inflamatória mais evidente. As principais doenças neste grupo são as dermatofitoses e candidíase.
Quais são os exemplos de micoses superficiais propriamente ditas e suas principais características?
Exemplos de micoses superficiais propriamente ditas incluem:
Pitiríase versicolor: Causada pelo fungo Malassezia spp., caracteriza-se por manchas descoloridas na pele que podem ser mais claras ou escuras que o tom natural da pele.
Piedra branca e piedra preta: Infecções fúngicas dos cabelos que se manifestam pela presença de nódulos duros nos fios, sendo causadas por diferentes tipos de fungos.
Tinea nigra: Causada pelo fungo Hortaea werneckii, apresenta-se como manchas escuras, geralmente nas palmas das mãos ou solas dos pés.
Quais as características das micoses superficiais cutâneas e cutaneomucosas e quais são os exemplos?
Este grupo de micoses superficiais cursa com uma resposta inflamatória mais evidente e pode afetar tanto a pele quanto as mucosas. Exemplos incluem:
Dermatofitoses: Infecções causadas por fungos dermatófitos que afetam a pele, cabelos e unhas, como as tineas (pé de atleta, tinea capitis, entre outros).
Candidíase: Causada por fungos do gênero Candida, pode afetar a pele, mucosas, unhas e áreas úmidas do corpo, provocando vermelhidão, coceira e desconforto.
O que é Pitiríase Versicolor e quais fungos estão associados a esta condição?
A Pitiríase Versicolor é uma infecção fúngica comum da pele, caracterizada pela presença de máculas e manchas com variações de coloração, causada principalmente pelas espécies de fungos Malassezia furfur e Malassezia globosa. Estes fungos, que são parte da microbiota normal da pele e possuem caráter oportunista, também estão envolvidos na patogênese de outras condições como dermatite seborreica e foliculite pitirospórica.
outras condições como dermatite seborreica e foliculite pitirospórica.
Por que a Pitiríase Versicolor é mais comum em climas quentes e úmidos?
A Pitiríase Versicolor é mais comum em climas quentes e úmidos devido às condições que favorecem o crescimento dos fungos Malassezia, como a hiperidrose (excesso de suor) e pele oleosa. Estes fungos são lipofílicos, utilizando ácidos graxos para nutrição, e proliferam melhor em ambientes úmidos e com maior produção de sebo.
Quais são os fatores de risco para o desenvolvimento da Pitiríase Versicolor?
Os principais fatores de risco incluem hiperidrose, pele oleosa, imunodepressão, desnutrição e gravidez. Estes fatores aumentam a susceptibilidade do indivíduo ao crescimento excessivo dos fungos Malassezia na pele, levando ao desenvolvimento da infecção.
Como a Malassezia furfur afeta a coloração da pele na Pitiríase Versicolor?
A Malassezia furfur libera ácido azelaico, que tem a capacidade de inibir a formação de melanina na pele. Essa inibição resulta em lesões de várias colorações, como eritematosas, acastanhadas ou hipocrômicas (mais comum), explicando o nome “versicolor” (de várias cores) atribuído à condição.
Quais são as características clínicas da Pitiríase Versicolor?
As características clínicas incluem máculas e manchas confluentes hipo ou hipercrômicas com descamação furfurácea, que se tornam mais evidentes ao estirar a pele afetada (Sinal de Zireli). A infecção predomina em áreas seborreicas como face, região cervical, região superior do tronco e ombros, e áreas flexurais, poupando mucosas e regiões palmoplantares. Surge tipicamente após a puberdade, com o aumento do desenvolvimento das glândulas sebáceas.
Quais são os métodos utilizados no diagnóstico da Pitiríase Versicolor e como cada um contribui para a confirmação da doença?
O diagnóstico da Pitiríase Versicolor é essencialmente clínico, com o teste da Lâmpada de Wood servindo como um método auxiliar que revela uma fluorescência amarelo-prateada característica. A confirmação definitiva vem do exame micológico direto, que permite visualizar esporos e pseudo-hifas. Em casos de dúvida diagnóstica, a cultura dos fungos pode ajudar na identificação específica da espécie, e a biópsia para exame anatomopatológico pode revelar a presença de esporos e pseudo-hifas na camada córnea, corroborando o diagnóstico.
Como o diagnóstico diferencial da Pitiríase Versicolor é realizado?
O diagnóstico diferencial da Pitiríase Versicolor inclui condições que apresentam alterações na pigmentação da pele, como vitiligo, hipomelanose macular progressiva, pitiríase alba, hipopigmentação pós-inflamatória, e a papilomatose confluente e reticulada de Gougerot e Carteaud, entre outras. Essas condições são diferenciadas com base nas características clínicas, padrões de distribuição das lesões, e, quando necessário, resultados de exames complementares.
Quais são as opções de tratamento para a Pitiríase Versicolor e quais precauções devem ser tomadas?
O tratamento da Pitiríase Versicolor inclui o uso de antifúngicos imidazólicos tópicos (como tioconazol, isoconazol, cetoconazol) por 4 semanas, além de shampoos contendo sulfeto de selênio ou cetoconazol. Nos casos mais extensos ou resistentes, recomenda-se terapia sistêmica com itraconazol, fluconazol ou cetoconazol por 2 a 3 semanas. Antes de iniciar o tratamento sistêmico com imidazólicos, é importante solicitar exames de função hepática devido ao metabolismo hepático desses medicamentos. Também é necessário estar atento às interações medicamentosas, como a redução da eficácia de anticoncepcionais orais.