Nervos Cranianos IX-XII Flashcards

1
Q

Origem Aparente dos IX, X, XI e XII nervos Cranianos

A
nervo glossofaríngeo (IX): porção superior do sulco póstero-lateral do bulbo (inferiormente à origem aparente do vestíbulo-coclear (VIlI) e superiormente à do vago (X))
nervo vago (X): sulco póstero-lateral do bulbo (inferiormente à origem aparente do glossofaríngeo (IX) e superiormente à do acessório (XI))
nervo acessório (XI): raiz bulbar – sulco póstero-lateral do bulbo, entre a oliva e o pedúnculo cerebeloso inferior, inferiormente à origem aparente do vago (X); raiz medular – numerosos filetes que saem do cordão lateral da medula espinhal, anteriormente à terminação das raízes posteriores dos nervos raquidianos.
nervo hipoglosso (XII): sulco ântero-lateral do bulbo (sulco pré-olivar), entre a pirâmide (medialmente) e oliva (lateralmente)
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Q

Componentes que constituem o IX e respetivas funções

A

O nervo glossofaríngeo apresenta como componentes, uma motora branquial (eferente visceral especial) que inerva o músculo estilofaríngeo; uma motora visceral (eferente visceral geral) para o gânglio óptico, que envia fibras para estimular a glândula parótida; uma sensitiva visceral (aferente visceral geral) responsável pela recolha da sensibilidade do corpo carotídeo e do seio carotídeo; uma sensitiva geral (aferente somático geral) que recolhe a sensibilidade geral do terço posterior da língua, parte do ouvido externo e superfície interna da membrana timpânica e uma sensorial especial (aferente especial) que recolhe a informação do paladar do terço posterior da língua.

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3
Q

Trajeto e Relações do IX

A

O nervo glossofaríngeo (IX) dirige-se ântero-lateralmente, na cavidade craniana, encontra-se envolvido pela pia-máter, caminha no espaço subaracnoide, entre o tubérculo jugular (por baixo, sobre o qual repousa) e o flóculo do cerebelo (por cima, cobrindo o nervo), no andar posterior do crânio. Atravessa a aracnóideia e a dura-máter e emerge do crânio pelo buraco lácero posterior/foramen jugular. No buraco lácero posterior o nervo ocupa a porção anterior do orifício. Está situado, primeiro posterior e depois lateralmente ao seio petroso inferior, e à frente dos nervos vago (X) e acessório (XI). Apresenta os seus 2 gânglios ao nível deste buraco do crânio, sendo o inferior (Andersch) o mais visível, que faz saliência para cima/frente e introduz-se na fosseta petrosa do bordo posterior do rochedo do temporal. Fora do crânio, desce anteriormente, formando uma curva com concavidade anterior e superior. Está primeiramente situado atrás da Carótida Interna. Depois, dobra-se para baixo/frente e cruza a face externa da artéria, afastando-se dos nervos vago (X) e acessório (XI). Anteriormente à artéria carótida interna, o nervo continua a sua trajectória antero-inferiormente, cruza a face lateral do músculo estilofaríngeo (o \qual inerva) e aplica-se ao músculo constritor superior da faringe, dando aí ramos sensitivos para a mucosa da faringe. Dirige-se depois até à base da língua, onde entra em contacto com o estiloglosso. Ao mesmo tempo, cruza a porção inferior da amígdala palatina e a artéria palatina ascendente. Termina ao nível da base da língua.

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4
Q

Inervação Sensitiva da Língua

A

O nervo glossofaríngeo é responsável pelo paladar do ⅓ posterior da língua e as fibras da corda do tímpano (VII) que se unem ao nervo lingual (V3) asseguram a sensibilidade gustativa dos ⅔ anteriores da língua.

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5
Q

Componentes do X e respetivas funções

A

Nervo misto/completo, com as seguintes funções:
o Função motora – fibras eferentes viscerais especiais que enervam os músculos da faringe e da laringe
o Função sensorial – fibras aferentes viscerais especiais responsáveis pelas impressões gustativas ao nível da base da língua (atrás do “V” lingual) e epiglote
o Função sensitiva – fibras aferentes somáticas e fibras aferentes viscerais para todos os territórios de enervação, no geral.
o Função parassimpática/vegetativa – fibras eferentes viscerais para as vísceras torácicas (esófago, traqueia, brônquios, pulmões, coração, grandes vasos torácicos) e abdominais (trato alimentar desde o esófago abdominal até à curva esplénica do cólon, fígado, rins e pâncreas). Inerva as vísceras do Pescoço, Tórax e Abdómen
Pertence, em grande parte, ao sistema organo-vegetativo

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6
Q

Trajeto do XI

A

O nervo acessório é constituído por duas raízes, a bulbar (inervação dos músculos do véu do palato (exceto o músculo tensor do véu palatino (V3)), da faringe (exceto o músculo estilofaríngeo (IX)) e da laringe (exceto o músculo cricotiroideu), através de ramos do nervo vago (ramos faríngeos e nervo laríngeo recorrente)) e a medular (inervação dos músculos esternocleidomastoideu e trapézio; termina, em parte, no nervo vago (X) e, noutra parte, no esternocleidomastoideu e trapézio).
A raiz medular ascende pelo canal vertebral anteriormente às raízes posteriores e penetra o crânio no foramen magno; no crânio, o nervo acessório relaciona-se anteriormente e superiormente ao nervo vago (X), seguindo o seu trajeto lateral, anterior e superior, até atravessar o foramen jugular no compartimento posterior da porção anterior; aqui, une-se à raiz bulbar, formando-se o nervo acessório propriamente dito, para de seguida se separar novamente nos seus ramos terminais, medial (raiz bulbar) e lateral (raiz medular), à saída deste.
Ramo Medial: constitui a raiz bulbar do nervo e une-se ao nervo vago (daí se chamar nervo acessório), ao nível da extremidade superior do gânglio plexiforme, ficando ambos os nervos envolvidos pela mesma bainha de dura-máter.
Ramo Lateral: constitui a raiz medular do nervo e dirige-se ínfero-póstero-lateralmente desde a saída do forame jugular, cruzando de forma variável a veia jugular interna; passa por trás dos músculos estilohioideu e digástrico; alcança a face profunda do esternocleidomastoideu, cruzando depois de cima/frente para baixo/trás a região supraclavicular, ao longo da qual o nervo está envolvido pela cadeia linfática espinhal; após atravessar esta região, penetra a face profunda do músculo trapézio até à sua extremidade inferior, onde termina

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7
Q

Função do XI

A

Inervação do músculo esternocleidomastoideu (provoca rotação da cabeça até o lado oposto e a inclinação do mesmo lado) e trapézio (projeta a cabeça posteriormente), portanto é sobretudo um nervo extensor da cabeça e participa nos mecanismos de inspiração forçada, porque o músculo esternocleidomastoideu eleva o tórax e o músculo trapézio dirige a clavícula e ombro posterior e superiormente e puxa os ombros medialmente.

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8
Q

Defeito Neurológica duma lesão completa unilateral do XI

A

Lesões na raiz medular deste nervo resultam na paralisia do esternocleidomastoideu homolateral, resultando na sua atrofia. Isto vai impedir o paciente de executar devidamente a rotação contralateral e a inclinação homolateral do pescoço.
Da mesma maneira, o músculo trapézio homolateral também ficará paralisado, resultando na sua atrofia. O paciente apresentará o ombro homolateral descaído, além de revelar dificuldade em elevá-lo. Como perdemos a ação do trapézio sobre a escápula, o bordo lateral da mesma fica mais saliente e temos a chamada escápula alada lateral. Não devemos confundir com a escápula alada medial (em que é o bordo medial da escápula que fica saliente) que ocorre por lesão do nervo longo torácico (ramo do plexo braquial) que inerva o serrátil anterior. Esta lesão é muito mais frequente que a lesão do nervo acessório.
Uma forma muito simples de testarmos a função do nervo acessório é então testar a contração dos músculos ECM e trapézio. Para o primeiro, pedimos à pessoa que faça rotação contralateral da cabeça contra-resistência. Para testar o trapézio, pedimos que eleve os ombros contra-resistência.

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9
Q

Função do XII

A

É o nervo motor da língua, por ser responsável pela inervação de todos os músculos intrínsecos e extrínsecos da língua exceto o palatoglosso.

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10
Q

Efeito na motilidade do palato mole de uma lesão do nervo vago, qual a direção do desvio da úvula?

A

Não existe elevação do palato mole (parésia do palato) e a úvula desvia contra-lateralmente relativamente ao nervo vago afetado.

  • o véu do palato não se eleva e a úvula não se retrai;
  • no caso de uma lesão nos ramos faríngeos, caso se dê uma paralisia unilateral do músculo constritor da faringe, durante a fonação a úvula desvia-se para o lado não afetado - sinal da úvula; (the nervous system)
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11
Q

Colaterais e Terminais do IX

A

• Ansa de Haller (ou ramo comunicante com o nervo facial)
• Nervo timpânico (de Jacobson)***, o qual origina 6 ramos: 2 posteriores; 2 anteriores, o ramo tubárico e o ramo carótido-timpânico; e 2 superiores, o nervo petroso menor e nervo petroso profundo
• Ramos carotídeos (que juntamente com os ramos carotídeos do vago e o tronco simpático formam o plexo carotídeo comum)
• Ramos faríngeos (que juntamente com o vago e com o tronco simpático formam o plexo faríngeo)
• Nervo estilofaríngeo
• Nervo estiloglosso
• Ramos tonsilares (formam o plexo tonsilar de Andersch)
Os ramos terminais originam-se na base da língua e estendem-se à mucosa da língua, à volta das papilas do “V” lingual.

Nervo timpânico de Jacobson – com origem no gânglio de Andersch (gânglio inferior do glossofaríngeo), dirige-se lateralmente, atravessa o canal timpânico de Jacobson (no rochedo do temporal) e atinge a caixa do tímpano, onde, ao nível da parede medial e inferiormente ao promontório, dá origem ao plexo timpânico, que tem 6 ramos principais, sendo os petrosos os mais importantes (nervo petroso profundo – une-se ao nervo petroso maior e a um ramo simpático do plexo pericarotídeo, atravessando o canal vidiano para terminar no gânglio pterigopalatino; nervo petroso menor – une-se ao ramo comunicante do plexo timpânico e a um ramo simpático do plexo da artéria meníngea média, atravessam o canalículo inominado de Arnold (entre o foramen oval e o foramen espinhoso do esfenóide) e atingem o gânglio ótico (do trigémeo) – transporta fibras parassimpáticas para a glândula parótida (que lhe chegam transportadas pelo nervo aurículo-temporal do trigémeo).

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12
Q

Inervação da Parótida

A

É pelo glossofaríngeo, não é o trigémeo! O glossofaríngeo é o nervo secretor da parótida e as suas fibras seguem a via incluída no nervo trigémeo através do aurículo-temporal (ramo do tronco terminal posterior).
O nervo timpânico do glossofaríngeo forma o plexo timpânico na cavidade timpânica. Deste plexo emergem 6 ramos, dos quais o nervo petroso menor que transporta fibras parassimpáticas com função secretora para o gânglio ótico. Do gânglio saem ramos que se juntam ao nervo aurículo-temporal do nervo mandibular do trigémeo, o qual conduz as fibras vegetativas para a glândula parótida, estimulando a secreção de saliva.
Destaca-se ainda que a glândula parótida é fracionada em dois lobos, um superficial e profundo, pelo plexo intraparotídeo resultante das anastomoses dos ramos terminais do nervo facial (VII), originando depois dois troncos terminais, o ramo zigomaticofacial e cervicofacial.

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13
Q

Desvio da Língua pra a Esquerda, qual a lateralidade da Lesão?

A

Lesão homolateral (do lado afetado) do nervo hipoglosso que inerva o principal músculo responsável pela protrusão da língua.

  • se a lesão for ao nível do nervo hipoglosso propriamente dito: se a língua se desvia para a esquerda, então a lesão está no nervo esquerdo: desvio HOMOLATERAL;
  • se a lesão for ao nível das fibras cortico-nucleares então a língua vai desviar-se para o lado oposto ao da lesão; neste caso se a língua está desviada para a esquerda então a lesão é nas fibras direitas: desvio CONTRALATERAL (isto acontece porque o genioglosso- principal músculo da protusão da língua- só recebe fibras cortico-nucleares do lado oposto)
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14
Q

Inervação Motora e Sensitiva da Laringe

A

A inervação da laringe é da responsabilidade dos nervos laríngeos superiores (ramos cervicais do vago) e nervos laringeos recorrentes (ramos torácicos do vago). Por sua vez, os nervos laringeos superiores vão-se dividir num ramo medial, para a mucosa da laringe; e num ramo lateral, para o músculo crico-tiroide. Os restantes músculos da laringe vão ser inervados pelos nervos laríngeos recorrentes

O nervo laríngeo superior vai nascer do gânglio inferior, plexiforme, do nervo vago. Após a sua emergência, dirige-se para baixo e para a frente. Passa primeiro por trás e depois contorna por dentro a artéria carótida interna. Passa por dentro da artéria carótida externa. Passa por baixo da artéria lingual e, ao nível da origem da artéria lingual e do corno maior do hioide, bifurca-se nos seus dois ramos terminais: um ramo interno e externo. O ramo interno, ou medial, passa por baixo do corno maior do hióide e perfura a membrana tiro-hioideia, por baixo da artéria laríngea superior, pelo mesmo orifício que a mesma. Ao atingir a mucosa da laringe, divide-se nos seus terminais: ramos anteriores, para a mucosa da epiglote e da base da língua; ramos médios, para a mucosa da porção supraglótica da laringe e ramos posteriores para a mucsa faríngea. O ramo externo desce ao longo e à frente da inserção anterior do músculo constritor inferior da laringe e inerva o MÚSCULO CRICO-TIROIDEU.
O nervo laríngeo recorrente existe de cada lado: nervo laríngeo recorrente direito e esquerdo. Apesar de emergirem os dois do vago, essa sua emergência ocorre em pontos distintos e revela relações divergentes. O nervo laríngeo recorrente direito surge ao nível da face anterior da artéria subclávia. Contorna esta artéria, passando por baixo e depois por trás dela e segue num trajeto ascendente até alcançar o sulco formado pela traqueia e pelo esófago. Vai até à laringe. Já o nervo laríngeo recorrente esquerdo tem origem ao nível da face inferior do arco ou crossa da aorta e dirige-se depois para cima. Neste trajeto, relaciona-se com o ligamento arterial. Depois, alcança a face ântero-lateral esquerda do esófago e segue por cima até à laringe.
No seu trajeto ascendente, ambos os nervos estão contidos na fáscia pré-traqueal e relacionam-se com os gânglios linfáticos pré-traqueais.
Ao nível da porção inferior da glândula da tiroide, os nervos estabelecem diversas relações com a artéria tiroideia inferior.
Ao alcançarem a extremidade inferior da traqueia, os nervos penetram profundamente ao músculo constritor da faringe para alcançarem a laringe e a sua mucosa. Ao longo do seu trajeto, estes nervos proporcionam numerosos colaterais, a saber: cardíacos cervicais inferiores, traqueias, esofágicos, faríngeos e, ao alcançar a laringe, dão os seus terminais: RAMOS MUSCULARES PARA A LARINGE, EXCETO O CRICO TIROIDEU E O RAMO COMUNICANTE-> UNE-SE AO RAMO DO NERVO LARÍNGEO SUPERIOR E FORMA A ANSA DE GALENO.

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15
Q

Inervação Motora da Faringe

A

O nervo vago inerva (pelo plexo faríngeo e pelo ramo faríngeo do nervo vago), com o glossofaríngeo e o nervo acessório, a musculatura dos músculos constritores médio e inferior da faringe e intervêm de maneira importante nas últimas etapas de deglutição. A sua participação na inervação do véu do palato, em concordância com o nervo acessório, torna-o importante na função de proteção das vias aéreas superiores em curso durante a segunda fase da deglutição.

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16
Q

Via aferente e eferente do gag reflex

A

Quando testamos um reflexo, estamos a testar o chamado arco reflexo, constituído por uma componente aferente (que recebe o estímulo), um centro integrador de informação (que processa o que se passou) e uma componente eferente (que desencadeia a resposta ao estímulo). Ambas as componentes são testadas quando testamos um reflexo, logo, quando este está abolido, não sabemos se é por lesão da componente aferente ou eferente.
O reflexo do vómito (gag reflex) consiste na elevação do véu do palato quando tocamos nas paredes laterais da orofaringe ou nos pilares amigdalinos. A via aferente (que transporta o estímulo) é da responsabilidade do glossofaríngeo (IX), enquanto a via eferente (que desencadeia a resposta, neste caso a elevação do véu do palato) é da responsabilidade do nervo vago (X) .
Com o toque, as fibras aferentes viscerais gerais do nervo glossofaríngeo vão ser estimuladas e, através dos ramos faríngeos deste nervo vão atingir núcleo do trato solitário, onde vão sinapsar; este núcleo, por sua vez, envia fibras para os núcleos ambíguo e motor dorsal do vago – o primeiro dá origem a fibras eferentes viscerais especiais para o nervo vago que vão, através dos seus ramos laríngeo externo, laríngeo recorrente e faríngeo, induzir a contração dos músculos faríngeos e laríngeos derivados do 4º e 6º arcos branquiais; o segundo núcleo dá origem a fibras eferentes viscerais gerais pré-ganglionares parassimpáticas que vão para o abdómen e vão induzir a contração dos músculos abdominais.

17
Q

Trajeto e Relações do Vago

A

Um único tronco nervoso dirige-se ântero-súpero-lateralmente desde a origem aparente do nervo vago; na cavidade craniana, o nervo encontra-se no espaço subaracnoideu, ínfero-lateralmente ao nervo glossofaríngeo (IX), atravessando depois a aracnoide e a dura-máter, atrás do glossofaríngeo, para sair do crânio pelo foramen jugular pelo segmento posterior da porção anterior, anteriormente ao acessório (XI) (atravessa o mesmo segmento) e posteriormente ao glossofaríngeo (IX) (atravessa o segmento anterior da porção anterior); a este nível, o nervo vago apresenta o seu gânglio superior (jugular) e o seu gânglio inferior (plexiforme, que dá ao nervo o ramo interno do nervo acessório (XI), o qual é responsável pela inervação motora dos músculos da faringe, laringe e véu do paladar) e alcança o espaço retro-estiloideu, onde se desloca verticalmente atrás da carótida interna (comum em baixo) e da veia jugular interna, formando o feixe vásculo-nervoso do pescoço. No tórax, as relações de cada nervo vago são diferentes:
Nervo vago direito: cruza a face lateral da artéria carótida comum e passa entre a artéria subclávia e o ângulo de Pirogoff; cruza depois, de cima para baixo e da frente para trás, a face lateral do tronco arterial braquicefálico; segue ao longo da face direita da traqueia e desce, primeiro por dentro da crossa da veia ázigos, e depois por trás do brônquio direito; atrás do brônquio e ao nível do pedúnculo pulmonar direito, o nervo vago divide-se dando ramos comunicantes que contribuem para formar o plexo pulmonar posterior; inferiormente ao pedúnculo pulmonar, o nervo vago divide-se em numerosos ramos (que formam o plexo esofágico) que descem, primeiro pelo lado direito e depois pela face posterior do esófago.
Nervo vago esquerdo: desce até à crossa da aorta pela face lateral da artéria carótida comum esquerda, cruzando depois a face ântero-lateral da porção horizontal da crossa da aorta e dirigindo-se ínfero-posteriormente até à face posterior do pedúnculo pulmonar esquerdo; aqui, situa-se entre o brônquio esquerdo (à frente) e a aorta torácica (atrás), proporcionando ramos que formam o plexo pulmonar anterior; mais abaixo, o nervo divide-se em numerosos ramos (que formam o plexo esofágico) que descem, primeiro pelo lado esquerdo e depois pela face anterior do esófago.
Ambos os nervos, ao atravessarem o diafragma através do hiato esofágico, reconstituem-se, formando um único tronco – o vago direito forma o tronco posterior do vago (desce atrás do esófago e cobre com os seus ramos a face posterior do estômago (um deles dirige-se para o gânglio celíaco direito para formar o plexo celíaco)) e o vago esquerdo forma o tronco anterior do vago (aplicado sobre a face anterior do esófago e proporciona ramos terminais hepáticos e gástricos).

18
Q

Trajeto e Relações do Hipoglosso

A

Desde a sua origem aparente, (as fibras do nervo hipoglosso emergem no bulbo pelo sulco lateral e anterior (sulco pré-olivar), entre a pirâmide e a oliva), os 10 a 12 filetes radiculares convergem lateralmente e unem-se num só tronco, ainda dentro da cavidade craniana, no andar posterior do crânio.
Na Cavidade Craniana, o nervo encontra-se no espaço subaracnoideu. Cruza a artéria vertebral, passando por cima desta, e a artéria cerebelosa póstero-inferior (PICA), passando à frente desta. Depois, atravessa o espaço subaracnoideu, a aracnóideia e a dura-máter para entrar no canal condiliano anterior (canal do hipoglosso), onde é frequentemente acompanhado pela veia condiliana anterior.
Através do canal condiliano anterior, o nervo hipoglosso alcança o espaço látero-faríngeo, onde se dirige para a frente/baixo/fora.
Desde a sua saída do canal condiliano anterior, o nervo hipoglosso está atrás/dentro da artéria carótida interna. Cruza a face posterior desta artéria (de dentro para fora) e passa por trás do nervo carotídeo interno (que tem origem no polo superior do gânglio cervical superior do tronco simpático). A seguir passa posteriormente ao gânglio inferior (plexiforme) do nervo vago (X), ao qual adere.
Depois curva-se para baixo/frente, passando entre a face medial da veia jugular interna e a face lateral da carótida interna.
Mais a frente/baixo, o nervo cruza a face lateral da artéria carótida externa, imediatamente por baixo da origem da artéria occipital.
A partir deste ponto, o nervo muda de direção, dirigindo -se para a frente em direção à região supra-hioideia, onde está situado, juntamente com a veia lingual que o acompanha por baixo, superficialmente ao músculo hioglosso, que o separa da artéria lingual (que se localiza profundamente ao dito músculo)
O nervo hipoglosso está profundamente situado ao ventre posterior do digástrico, ao músculo estilohioideu e à glândula submaxilar O nervo hipoglosso constitui o lado superior dos triângulos de Béclard e Pirogoff. Mais à frente, o nervo hipoglosso introduz-se na região sublingual, juntamente com:
-Canal de Wharton (canal da glândula submaxilar) que está por cima do nervo;
-Veia lingual que prossegue por baixo do nervo.
À frente da margem anterior do músculo hioglosso, o nervo hipoglosso divide -se nos seus ramos terminais.

19
Q

Músculos Estriados do Palato e Faringe que não são inervados pelo Vago

A

Inerva os músculos do véu do palato com exceção do músculo tensor do véu palatino (inervado pelo trigémeo), e inerva todos os músculos da parede da faringe exceto o estilofaríngeo e Constritor superior da faringe que são inervados pelo nervo glossofaríngeo.

20
Q

Nervo que passa no Triângulo de Pirogoff e seus limites

A

Delimitado anteriormente pelo bordo posterior do músculo milohioideu; inferiormente pelo tendão intermediário do músculo digástrico e o ventre posterior do músculo digástrico; superiormente pelo nervo hipoglosso. É atravessado pela artéria e veia lingual.

21
Q

Defeito Neurológico numa lesão completa dos nervos que passam no buraco jugular direito

A

IX, X, XI, Perda do paladar do terco posterior da lingua, paralisia das cordas vocais e do palato, diminuicao da forca do trapezio e esternocleidomastoideu, úvula desviada para o lado esquerdo, palato mole do lado direito descaído.

22
Q

Ansa do Hipoglosso (e músculos por ela inervados)

A

A ansa do hipoglosso resulta da comunicação entre um ramo colateral do nervo hipoglosso (o ramo descendente) e com um ramo do plexo cervical. O ramo descendente tem origem ao nível da artéria carótida externa e desce verticalmente anteriormente aos grandes vasos, ao longo do ângulo aberto anteriormente formado pela artéria carótida primitiva e a veia jugular interna. Ao nível/por cima do tendão intermédio do músculo omo-hiodeu, este ramo comunica com o ramo do plexo cervical, formando com este a ansa cervical/do hipoglosso, da qual nascem os ramos para os músculos omo-hioideu (um ramo para cada ventre, inferior e superior), esterno-hioideu e esterno-tiroideu.

23
Q

Via aferente e eferente do barorreflexo cardíaco

A

O barorreflexo carotídeo consiste na regulação nervosa da pressão arterial ao nível das artérias carótidas (existe também barorreflexo no arco aórtico) por meio de fibras nervosas.
De modo a que exista barorreflexo é indispensável a presença de barorrecetores (que pertencem às vias aferentes). Estes pertencem aos nervos glossofaríngeo (IX) e vago (X), quando emite ramos colaterais para a região faríngea e tonsilar após passar o foramen jugular e formar o gânglio inferior (1 nervo que se separa desses ramos e desce para depois se ramificar em 2 nervos que vão inervar o corpo e o seio carotídeo) (CONCLUI POR VER AS PLATES 214 E 136, PORTANTO NOT SURE), e ramo comunicante com o nervo vago (X), respetivamente.
Paralelamente às vias aferentes estão presentes as vias eferentes de ambos os nervos, o que faz sentido uma vez que ambos são completos.

PS: existe um plexo peri-carotídeo mas não consegui encontrar o que inerva e se tem fibras reguladoras da pressão.

24
Q

Relações do Nervo recorrente Laríngeo Bilateral (lesão completa do nervo)

A

O nervo laríngeo recorrente apresenta diferentes origens à direita e à esquerda:
Nervo Laríngeo Recorrente Direito: tem origem ao nível da face anterior da artéria subclávia, contornando-a (passando por baixo e depois por trás dela) e seguindo súpero-medialmente até alcançar o sulco formado pela traqueia e o esófago; vai até à laringe
Nervo Laríngeo Recorrente Esquerdo: tem origem ao nível da face inferior do arco da aorta; contorna a sua crossa, dirigindo-se primeiro posteriormente e depois superiormente em relação com o ligamento arterial; depois, alcança a face ântero-lateral esquerda do esófago e segue superiormente até à laringe
No seu trajeto ascendente, ambos os nervos estão contidos na fáscia pré-traqueal e relacionam-se com os gânglios linfáticos pré-traqueais; ao nível da porção inferior da glândula tiroideia, estabelecem relações diversas com a artéria tiroideia inferior e, ao alcançar a extremidade superior da traqueia, os penetram profundamente ao músculo constritor inferior da faringe, para alcançar a laringe e a sua mucosa; neste trajeto proporcionam diversos ramos colaterais: Cardíacos Cervicais Inferiores (terminam no plexo cardíaco posterior), Traqueais, Esofágicos e Faríngeos (para o músculo constritor inferior da faringe); alcançando a laringe, os nervos dão os seus ramos terminais: Musculares (para todos os músculos da laringe, exceto o crico-tiroideu, que é inervado pelo ramo inferior do nervo laríngeo superior) e Comunicante (une-se ao ramo do nervo laríngeo superior e formam a ansa anastomótica de Galeno).
Lesão → ao haver uma lesão completa do nervo laríngeo recorrente, devido ao seu território de inervação envolver praticamente todos os músculos da laringe, o paciente vai ter:
• incapacidade funcional da laringe, tanto sob o aspeto fonatório, quanto sob o aspeto de livre trânsito para a respiração (produz efeito obstrutivo)
• afonia ou rouquidão extrema numa primeira fase, que as cordas vocais ficam apenas na linha média da laringe numa primeira fase
• numa fase mais avançada, atrofio dos músculos devido à falta de movimento e retorno da voz devido à contração, mas com a consequência de um estreitamento da glote, o que traz dificuldade inspiratória

25
Q

Um doente apresenta episódios recorrentes de dor intensa na base da língua, orofaringe
e fossa amigdalina, lateralizada à direita. Em exames de imagem é identificado um
aneurisma que se encontra a comprimir um nervo craniano. Indique qual a artéria e o
nervo mais provavelmente envolvidos neste quadro clínico.

A

O nervo glossofaríngeo (IX) apresenta ramos colaterais faríngeos e tonsilares que inervam a mucosa, músculos e vasos da faringe (onde se inclui a orofaringe, Netter, plate 79) e a mucosa da amígdala e o véu do palato, respetivamente. Note-se que os ramos terminais do glossofaríngeo inervam sensitivamente também a base da língua.
Posto isto, se o doente apresenta dor intensa na base da língua, orofaringe e fossa amigdalina é razoável concluir que é provável que o aneurisma (atenção que o aneurisma é na artéria!) se encontre na raiz ou próximo dela (mas mais próxima do ponto de ramificação, nunca antes porque se fosse mais a montante os sintomas Posto isto, se o doente apresenta dor intensa na base da língua, orofaringe e fossa amigdalina é razoável concluir que é provável que o aneurisma (atenção que o aneurisma é na artéria!) se encontre na raiz ou próximo dela (mas mais próxima do ponto de ramificação, nunca antes porque se fosse mais a montante os sintomas poderiam ser abrangentes por lesar mais nervos) destes 3 conjuntos de fibras nervosas.
Por conseguinte, sabendo que após a saída do nervo glossofaríngeo pelo foramen jugular está presente o gânglio inferior e depois um nervo inominado (pelo que pesquisei mas sem certeza) que mais à frente se divide nos 3 conjuntos de fibras nervosas anteriormente referidas, então é provável que exista um aneurisma na artéria carótida interna (que é lateral a todo o conjunto destes nervos) provocando a compressão deste nervo e provocando dor na região anteriormente referida.