P3 Obstetrícia Flashcards
(99 cards)
Por que uma pressão arterial de 120x80 em grávida pode ser um sinal de provável futura hipertensão, sendo que esse valor é considerado normal na população geral?
A grávida tem fisiologicamente uma diminuição da RVS por causa da progesterona. Então uma pressão de 120x80 que é considerada normal na população, já pode ser um indício de possível hipertensão em grávida.
Quais são os 4 grupos de síndromes hipertensivas na gravidez?
➔ Hipertensão gestacional (aumento da pressão induzida pela gravidez)
➔ Pré-eclâmpsia
➔ Eclâmpsia
➔ HAC
O que marca a diferença entre uma hipertensão crônica/gestacional da pré-eclâmpsia?
Existe um grande risco de pacientes hipertensas associadas a pré-eclampsia. O que marca a diferença entre uma paciente hipertensa crônica e uma com pré-eclampsia é a 20ª semana. A diferença é que a hipertensa já é hipertensa desde o início e a pré-eclampsia só começa a aparecer após a 20ª semana. E quando tempos hipertensão associada a pré-eclampsia? Paciente desenvolve alteração laboratorial ou sintomatologia mais exacerbada a partir da 20ª semana
Como deve ser medida a pressão na grávida?
- Paciente sentada, em repouso de 2 a 3 min. O ideal é usar o manguito de braço e ele deve ser adequado para o diâmetro do braço da paciente, se ela for obesa deve ser usado um manguito para obesos. Na primeira consulta a medida deve ser feita nos dois braços e a gente sempre vai usar a maior medida
- Para registrar o valor pressórico na grávida a gente usa o I e o IV som de korotkoff, em vez do I e do V, é o valor logo an-tes do som sumir.
- MAPA apenas em situações especiais
OBS: paciente que te diz já ter a pressão meio baixa te trazendo valores habituais para ela e na sua medição há um aumento de 30 na PAS e 15 na PAD já chama a atenção para possível hipertensão, mesmo esse valor sendo considerado normal
O que é a hipertensão maligna?
Paciente com níveis pressóricos acima de 200 com lesão de órgão alvo e já com lesão cardíac
O que é considerado como paciente de baixo e alto risco na obstetrícia, em relação à hipertensão?
- Paciente de baixo risco: hipertensão essencial não complicada e que raramente atinge valores maiores que 180
- Paciente alto risco: associação com pré-eclâmpsia, lesão de órgão alvo, com pressão frequentemente maior que 180x100, com perda gestacional anterior causada pela hipertensão (tem que ter pelo menos um desses)
Quais são os critérios para uma paciente ser considerada com pré-eclâmpsia?
Ela tem que ter um aumento da pressão arterial a partir da 20ª semana ou alguma sintomatologia (cefaleia, estocoma visual, dor epigástrica em barra, náusea, vômito, oligoanuria) ou alteração laboratorial (plaquetopenia, aumento de TGO, TGP ou LDH, hematócrito elevado, função renal alterada). BASTA UM, seja laboratorial ou sintomático, ela é considerada PE. Precisa ter alteração na pressão? 20% das pacientes com PE não tem alteração da pressão, a clínica é muito mais importante.
Com quanto tempo após o parto pacientes com hipertensão gestacional e pré-eclâmpsia voltam aos valores pressóricos normais?
12 semanas
O que diferencia uma hipertensão gestacional de uma PE?
É a ausência de sintoma e de alteração laboratorial em uma paciente que está hipertensa na gravidez
Qual cuidado se deve ter com a pressão arterial no segundo trimestre de gravidez?
No segundo trimestre há uma ação mais vigorosa da progesterona ocorre diminuição esperada da pressão arterial, retornando ao normal no terceiro trimestre. Paciente chega com pressão normal, pode estar assim por causa dessa diminuição fisiológica no segundo trimestre.
O que deve ser perguntado no atendimento pré-concepcional de uma paciente hipertensa?
- Quais medicamentos usa para hipertensão
- Se tem familiares próximos com hipertensão e quais medicamentos usa
- Doenças associadas: DM, LES, vasculopatias (risco renal)
- Se teve gestação anterior: associação com PE, DPP, PP, CIUR, morte fetal
Qual os critérios de classificação da hipertensão em gestantes?
• LEVE
- PAS 140 a 159mmHg
- PAD 90 a 99 mmHg
- Sem lesão renal
- Sem risco cardiovascular
- Paciente mais fácil de controlar
•MODERADA
- PAS 160ª 179mmHg
- PAD 100 a 109 mmHg
- Creatinina aumentada
- HVE e fundoscopia alterada
•GRAVE
- PAS >160mmHg
- PAD > 110mmHg
- Com ou sem sinal de lesão de órgãos alvo
- Essa é uma paciente com risco de descolamento prematuro de placenta, de AVC, de disfunção cardíaca.
- Sinais de IRC, EAP, HP, lesões graves na fundoscopia, ICC (HVE grave)
• Na gestação a classificação moderada e grave tem o mesmo cuidado
Quais exames e orientações devem ser passadas para uma paciente hipertensa que deseja engravidar?
Solicitar fundo de olho, função renal e cardíaca (ECG, ECO, ureia, creatinina, ac úrico, TGO, TGP, GAMAGT, bi-lirrubinas totais e fração, avaliação lipídica, TSH, T4 livre, avaliação de fundo de olho)
Para o feto: ultrassom com doppler, US morfológico (avaliação de cromossomopatia)
Maior que 35 anos avaliar risco de IAM
IECA ou BRA suspender/trocar pois tem alta teratogenicidade (utilizamos metildopa nas gestantes)
Doença renal presente: - manter controle HAC com mais rigidez - creatinina abaixo de 1,2 (estamos falando de uma paciente ainda não gravida. Normalmente pelo aumento de fluxo renal a creatinina dessa paciente vai dimi-nuir. Se não abaixar já é sinal de lesão renal, 1,2 de creatinina em gravida é sinal de lesão renal) - descontrole des-ses fatores aumentam a perda fetal em 10x
Quais exames e orientações devem ser passadas para uma paciente hipertensa que deseja engravidar?
- Solicitar fundo de olho, função renal e cardíaca (ECG, ECO, ureia, creatinina, ac úrico, TGO, TGP, GAMAGT, bi-lirrubinas totais e fração, avaliação lipídica, TSH, T4 livre, avaliação de fundo de olho)
- Para o feto: ultrassom com doppler, US morfológico (avaliação de cromossomopatia)
- Maior que 35 anos avaliar risco de IAM
- IECA ou BRA suspender/trocar pois tem alta teratogenicidade (utilizamos metildopa nas gestantes)
- Doença renal presente: - manter controle HAC com mais rigidez - creatinina abaixo de 1,2 (estamos falando de uma paciente ainda não gravida. Normalmente pelo aumento de fluxo renal a creatinina dessa paciente vai dimi-nuir. Se não abaixar já é sinal de lesão renal, 1,2 de creatinina em gravida é sinal de lesão renal) - descontrole des-ses fatores aumentam a perda fetal em 10x
- Diminuir trabalho (depende do tipo de trabalho da paciente. Pode ser um de esforço físico muito grande ou de stress muito grande e ambos podem alterar a pressão)
- Exercícios físicos leve para
- Diminuir ingesta de sódio
- Fumo e álcool
Quais exames devem ser solicitados para uma gestante com hipertensão?
- Hemograma com plaquetas (avaliação plaquetária extremamente importante porque durante a pré-eclâmpsia um dos primeiros fatores de agravamento é a queda do numero de plaquetas, é um dos primeiros sinais)
- Hematoscopia (hemácias alteradas falam a favor de uma vasoconstrição muito grande)
- Proteinúria 24h
- Fundoscopia
- Creatinina/acido úrico/ureia
- Dosagens de TGO,TGP e LDH
- ECG
- Ecocardiograma
- USG renal
- K (no caso em que suspeitamos de feocromocitoma - mulheres negras (cuidado)
Para o feto:
• US (o ideal em hipertensas é fazer um US de avaliação do ritmo de crescimento do feto a cada 2 ou 3 semanas) / PBF, peso, LA, IG
• CTG
• Doppler (semanal ou a cada 15 dias): associação com PE – resistência muito alta e presença das incisuras protodi-astólicas
• Tempo de avaliação é variável em cada caso (maior gravidade, menor intervalo de tempo entre os exames).
Qual o tratamento da gestante hipertensa?
- Preservar ACV da paciente, proteger a paciente do risco de uma lesão cerebral e promover um crescimento ade-quado da criança. - Rastrear pré-eclâmpsia.
- Manter glicemia e lipídios normais, evitar fumo e álcool.
- Exercício físico tem sua utilidade.
- Dieta: evitar excesso de sal (retirar o saleiro da mesa, evitar colocar muito na comida) Obs: restrição de sódio pode ser prejudicial (retenção de líquidos da gravidez) – a grávida retém cerca de 1g de sódio durante a gestação.
- Drogas anti-hipertensivas
Quais drogas anti-hipertensivas podem ser usadas pela gestante?
• DROGA DE ESCOLHA: METILDOPA (vasodilatador):
- Estímulo de receptores alfa 2 centrais e bloqueio de receptores alfa 2 periféricos.
- Dose inicial em torno de 750 mg, 250mg de 8 em 8 horas, podendo chegar a 2g/dia
- Efeito colateral é sonolência nos primeiros dias de uso.
- Ele demanda um tempo para agir, então não é uma droga pra usar na urgência
• Outra escolha: CLONIDINA.
- Também estimula alfa 2, diminui o fluxo adrenérgico e diminui RVP.
- O problema dela é um efeito rebote muito intenso e de forma súbita na sua retirada, causa um pico hipertensivo
- Dose: 0,1 a 0,3mg 2x ao dia – dose máxima 1,2mg/dia
• Nifedipina/anlodipina:
- Bloqueador de canal de Ca++ , Diminui a passagem de Ca++ levando ao relaxamento de mm dos vasos e a dimi-nuição da RVP
- Dose: 20 a 60 mg/dia (1cp 10mg 8/8h até 1 cp 20 mg de 8/8h)
- Evitar no 1º trimestre – teratogênese
- EC: cefaleia e rubor facial
• Betabloqueadores: - Atenolol e propranolol:
- 1 e 2º trimestre pode levar ao CIUR
- Metoprolol, pindolol: oxprenolol não apresentam esse efeito (alto custo)
Obs: Só usamos diuréticos em gravidas em último caso quando tivermos mais de 2 drogas sendo utilizadas e a paciente continua com a pressão alta. Evitamos ao máximo o uso, pois a grávida tem uma retenção hídrica fisiológica, diminuindo essa r-tenção pode levar a diminuição do LA, diminuir pré-carga e outros problemas na gravidez
Como tratar uma gestante em crise hipertensiva?
Definição: PA maior que 160/110mmHg associada a sintomatologia: cefaleia, vomito, diplopia
- Podemos usar hidralazina: é um vasodilatador potente. A ampola tem 20mg em 1 ml. Dilui-se para 20ml e faz 5mg em bolus (máximo de 20mg) 3/3h. A meia-vida dela é muito curta, rapidamente eliminada
- A pressão não deve cair mais do que 20% dos níveis pressóricos: pode levar a uma hipoperfusão placentária e diminuir as trocas metabólicas fetais
- Outras opções: nifedipina (leva a uma queda abrupta da pressão) e nitroprussiato de sódio (tem que ser feita no CTI)
Quando interromper a gestação em síndromes hipertensivas?
- Pacientes hipertensas com controle adequado não podem passar de 38 semanas: indução do parto
- Controle inadequado materno: falha da medicação, piora do QP, DPP tomaremos decisão frente ao descontrole.
- SFA, CIUR grave, alterações da vitalidade fetal: em casos de descontrole fetal, mesmo com o controle adequado da pressão materna vamos interromper a gravidez.
Quais anti-hipertensivos usar em lactantes?
- Metildopa/propranolol: risco baixo
- IECA: risco de lesão renal (apenas relato de caso, observação, mas não contraindicação)
- Nifedipina – sem efeito até o momento
- Diuréticos – podem diminuir a produção de leite
Ao que a isoimunização se refere?
Reação imune devido a:
- Fator Rh
- Sistema ABO
- Antígenos irregulares
Quais são os 5 antígenos do fator Rh?
- C e c
- D (variantes DU)
- E e e
- G e g
Não existe o antígeno d
Antígeno D: é o mais forte, marca a presença ou ausência do fator Rh. Quando ela tem o antígeno D ela é capaz de expressar a o fator Rh.
O que caracteriza uma pessoa como Rh+ ou Rh-?
Antígeno D: marca a presença ou ausência do fator Rh. Quando ela tem o antígeno D ela é capaz de expressar a o fator Rh.
** Quando temos o sangue O negativo antigenicamente diz para que ele não tem o gene D expressando sua ação na hemácia. Desse modo, negativo não tem o antígeno D. Mas todo individuo Rh negativo quando é testado a primeira vez tem que ser testado no gene Du (considerado um D fraco), ele não se expressa adequadamente a ponto de ser um individuo Rh+ mas ele é capaz de fazer com que essa pessoa apesar de não ter o antígeno D próprio, esse gene Du faz ele se portar como Rh+. O gene D em uma escala de 0-10 ganha 10 e o Du ganha 7. Esse gene não é perfeito, não é intenso, mas faz a pessoa se portar como Rh+.
Mulher engravida, é Rh-, mas com Du positivo não há risco de isoimunização já que para
ser considerada Rh - o Du tem que ser negativo, se o Du é positivo ela se porta como Rh+ e não produz anti-D.
A mulher Rh- pode ser sensibilizada pelos outros antígenos do Rh?
Sim, A mulher pode ser sensibilizada por outros antígenos (caso ela não tenha o antígeno D) -
lembrar que temos C, G, E - e a imunoglobulina é especifica contra o D, mas não protege contra os outros antígenos que fazem parte da cadeia peptídica Rh. Para expressar o gene da proteína é necessário pelo ou menos 3 genes e suas mais de 50 combinações
possíveis para que ela seja produzida, sendo que a ausência do gene D é responsável pela
ausência do fator Rh, mas ela pode ser Rh tendo por exemplo “CEe” por exemplo, e a imunoglobulina não protege e a paciente acaba imunizando não pelo fator D mas pelos outros fatores da cadeia peptídica.