Parasitoses Intestinais-nematelmintos Flashcards
(42 cards)
Quais os aspectos gerais dos hematelmintos?
Quais os hematelmintos fazem ciclo pulmonar?
Qual o agente etiológico da ascaridíase ?
AGENTE: ASCARIS LUMBRICOIDES “parasita mais comum do mundo”
Qual o habitat dos ascaridíase?
- HABITÁT: DELGADO (jejuno
Qual o ciclo evolutivo da ascaridíase?
- CICLO EVOLUTIVO: OVO (ingestão) LARVA (ciclo de Loss) PULMÃO, VIAS AÉREAS, ESÔFAGO VERME
(intestino) OVO (fezes)
Já vimos que o “papai e a mamãe helminto” que estão no intestino copulam, colocam um ovo e esse ovo contamina o ambiente. Vamos entender do ovo do áscaris!
É aquele ovo que está ali naquela fonte hídrica, naquele poço, naquela horta da fazenda… Você ingere esse ovo. O que vai acontecer? O ovo vai romper e vai liberar
a? Larva! A larva, pequena e solitária, não sabe o que fazer sozinha… O que ela faz? Quer se esconder! Ela chega na mucosa intestinal, penetra nela e acaba ganhando
a corrente sanguínea! E quando ela faz isso, passa a “correr atrás” de onde tem mais oxigênio! Vai para o pulmão… Chegando lá, perfura o alvéolo e cai dentro do saco alveolar! Nesse momento, estamos com um germe estranho no pulmão… Assim como o pneumococo é estranho, a larva de helminto também é! Uma resposta
antigênica começa… O pulmão começa a inflamar… Os movimentos ciliares aumentam para expulsar a larva, secreção pulmonar aumenta… Ocorre, então, tosse, expectoração, crepitação, broncoespasmo se houver asma, secreção visível na radiografia de tórax… Um quadro semelhante ao de uma pneumonia atípica! E essa larva tem que sair dali… Como há tosse e movimento ciliar aumentado, ela vai ser expulsa… Ela vai se mexer, vai se mexer no alvéolo, vai para bronquíolo terminal,
bronquíolo, brônquio, brônquio fonte, traqueia… E durante uma noite de sono, a larva sobe pela traqueia, vai até a glote, e chega no esôfago, desce o estômago,
chega no intestino e… Vira um verme adulto! Então, essa transformação entre larva e verme não ocorre ‘diretamente’ no intestino… Ocorre todo um processo, todo um ciclo pulmonar para que isso aconteça. Moral da história: no meio do ciclo, existe uma passagem pelo pulmão (ciclo pulmonar), que causa um conjunto de sinais
e sintomas que chamamos de síndrome de LOEFFLER!
Qual a clínica da ascaridíase?
CLÍNICA:
INTESTINAL INESPECÍFICO, CÓLICA BILIAR, PANCREATITE, COLANGITE
CICLO PULMONAR (SÍNDROME DE LOEFFLER), TOSSE SECA, INFILTRADO PULMONAR MIGRATÓRIO,
EOSINOFILIA
SUBOCLUSÃO INTESTINAL
No quadro clínico pode ocorrer tosse seca, eosinofilia, pode ter uma febre baixa, um infiltrado pulmonar… Fique atento! Esse infiltrado pulmonar vai ser migratório!
A larva anda! Ela se move… Isso é uma grande pegadinha de prova! Quem faz isso não é pneumococo, não é hemófilos, klebsiella… É a larva do helminto! E repare…
Não é somente a ‘larva de áscaris’, é ‘larva de helminto’! Não é só áscaris que faz isso.
Além disso, de forma a entender melhor esse quadro, guarde que o áscaris “não pode ver um buraco”… Se vê a papila duodenal maior, sabe o que acontece? Ele
entra… E chega no colédoco… O paciente pode fazer colangite, pancreatite, colecistite… Se vê o óstio do apêndice, entra… Faz apendicite. Pode sair pelo nariz…
O quadro clínico tem um quadro intestinal inespecífico (de vez em quando dói, de vez em quando, não, com diarreia, sem diarreia), Loeffler e, além disso, pode fazer
cólica biliar, pancreatite, apendicite…
E tem outra coisa! Guarde! Áscaris é um “verme de família”! Quando o paciente tem milhares de áscaris, eles ficam todos “abraçadinhos”, todos “coladinhos” um
no outro, formando um ‘bolo de áscaris’… Pode haver oclusão intestinal, pode haver suboclusão intestinal… Isso também pode acontecer!
Qual diagnóstico da ascaridíase?
DIAGNÓSTICO:
- EPF (ovos). O exame de fezes encontra o OVO do áscaris! Não é cisto! É ovo!
Qual o tratamento da ascaridíase?
TRATAMENTO:
- “BENZADOL” (albenda 400mg DU). Outros: LEVAMISOL (adora cair na prova), PAMOATO DE PIRANTEL, IVERMECTINA,
NITAZOXANIDA
Podemos fazer qualquer bendazol (albenda, mebenda, cambendazol). Aqui, para o áscaris, já que ele é o verme mais comum do mundo e muito estudado, também
podemos ter como alternativa o levamisol e o pamoato de pirantel… Isso pode ser pegadinha de prova!
O que fazer em caso de suboclusão intestinal?
Se SUBOCLUSÃO INTESTINAL:
Não usar pirantel!
Suporte: SNG + HIDRATAÇÃO
PIPERAZINA (pouco encontrado na prática) + ÓLEO MINERAL
NA PRÁTICA: fazer enema de solução salina hipertônica + óleo mineral
“BENDAZOL” APÓS ELIMINAÇÃO
SE TRATAMENTO CLÍNICO NÃO RESOLVER: cirurgia
Quando temos um paciente subocluído, ou ocluído, mas ainda estável, o que fazer? Vamos iniciar o tratamento clínico para o paciente para tentar não precisar de
cirurgia… Primeiro o suporte clássico para quem está ocluído ou subocluído, com hidratação (todo paciente obstruído desidrata) e SNG se houver vômitos/distensão
abdominal… E depois, qual a ideia? Não devemos fazer medicamentos que atuem direto sobre o parasita tentando matá-lo! Vai gerar uma “correria” de áscaris no
intestino, o paciente vai passar mal… Não é a melhor ideia! A orientação é a seguinte: já que é uma “minhoca grande” e que pode ficar caminhando, vamos fazer um
bloqueador neuromuscular, para paralisar o parasita, através da piperazina (cai em prova, mas praticamente não se encontra mais no mercado)! Com o parasita
parado, sem se mexer, vamos agora “entupir” o paciente de óleo mineral para expulsar esse bolo de áscaris! Resolveu o caso? Resolveu! Faz depois da desobstrução
o bendazol para pegar qualquer outro verme que estava passeando por outro lugar… Essa conduta, no livro, é ótima… Não tem piperazina em lugar nenhum… Ela
deixou de ser produzida! Na prática, o que se faz é enema de solução salina hipertônica (gastrogafin)+ óleo mineral.
Qual o agente etiológico da toxocaríase?
AGENTE: TOXOCARA CANIS
Qual o habitat da toxocaríase?
DELGADO(jejuno)
Quais os hospedeiros da toxocaríase?
HOSPEDEIRO DEFINITIVO: CACHORRO
- HOSPEDEIRO ACIDENTAL:HUMANO (geralmente crianças/contato com areia contaminada por fezes do cachorro)
O toxocara canis não é um parasita intestinal do humano… O toxocara canis é o “áscaris do cachorro”! Quando a criança ingere o ovo do toxocara canis, o que
geralmente acontece em locais com areia (praia…), esse ovo eclode no intestino da criança e libera a larva. E lembre… O que o áscaris faz? Perfura a mucosa e ganha
a circulação para ‘ir ao pulmão e voltar’! E é aqui que está o problema… Esse áscaris não sabe o caminho! A criança não é cachorro! Esse áscaris só conhece o caminho
do cachorro… E procurando esse caminho de volta, ele acaba passando pelo coração, pelo olho, pelo fígado, pelo músculo… Fica passeando pelas vísceras até morrer!
E ele morre porque ele não consegue completar o ciclo… Por isso o termo “LARVA MIGRANS VISCERAL”! É uma larva migrando pelas vísceras… Logo, o que puder
imaginar de quadro clínico esse paciente vai ter… Mas não tem o quadro intestinal! O ciclo não completa…
Qual a clínica da toxocaríase?
CLÍNICA:
INTESTINAL INESPECÍFICO/LOEFFLER
HEPATOMEGALIA, ASCITE, FEBRE-Quadro + sistêmico, por que o verme fica passeando pelo corpo
EOSINOFILIA (↑↑↑)- se eleva muito mais que os outros, pode chegar a 90%
O verme não vai para o intestino por isso PODE NÃO HAVER DIARREIA
É a larva migrando pelas suas vísceras quadro SISTÊMICO
Ocorre uma gama de achados sistêmicos! E é um helminto passeando pela circulação em tudo quanto é lugar… A reposta inflamatória é enorme! O toxocara canis é
o helminto que causa a maior eosinofilia de todas. Por quê? Porque ele não é intestinal! Ele é sistêmico! Alguns indivíduos já chegaram a fazer mais de 100.000
eosinófilos! Qual o normal mesmo? Em torno de zero
Como é feito o diagnóstico da toxocaríase?
DIAGNÓSTICO:
- SOROLOGIA (ELISA)
Ele é sistêmico! Não é intestinal… Não dá para fazer o EPF, o toxocara não sabe o caminho de volta e não é eliminado nas fezes… Tem que fazer sorologia! Quando
o parasita ganha a circulação e se dissemina, você consegue ter marcadores sorológicos para ele!
Qual o tratamento da toxocaríase?
TRATAMENTO:
- ALBENDAZOL (400mg 2x/dia 5 dias) ± CORTICOIDE (se ↑inflamação sistêmica)
Albendazol com ou sem corticoide! Se estiver muito inflamado, muita febre, pode fazer… Mas o medicamento de base é o albendazol!
Qual o agente da ancilostomíase?
AGENTE: ANCYLOSTOMA DUODENALE/NECATOR AMERICANUS
O ancilostoma duodenale e o necator americanos são irmãos! Irmãos que foram “separados ao nascimento”… Um ficou na Europa e outro ficou na América. O resto é igual! Perceba a imagem! Lembre que é um ser mais evoluído…
Tem dente, tem boca… Guarde que esse dente serve para morder o enterócito, o epitélio… E fica sugando sangue!
É um parasita hematófago! O objetivo dele é o sangue! Então, vendo a foto fica bem marcado que ele tem ‘dente de
vampiro’! E se ele tem dente de vampiro, se ele suga o sangue, o que ele pode fazer? Anemia ferropriva… É o
helminto que mais causa anemia ferropriva!
Qual o habitat da ancilostomíase?
- HÁBITAT: DELGADO (LARVA MIGRANS CUTÂNEA)
Qual o ciclo de vida da ancilostomíase?
- CICLO EVOLUTIVO: VERME OVO (solo) VERME (intestino) OVO (fezes) LARVA RABDITOIDE (forma não infectante) LARVA FILARIOIDE
(infectante) no solo PENETRAÇÃO NA PELE PULMÃO, VIAS AÉREAS, ESÔFAGO VOLTA PARA O INTESTINO. - A TRANSMISSÃO é CUTÂNEA! Não é fecal-oral!
O ciclo evolutivo é igual, a princípio, de todos os outros helmintos! Vamos lembrar…
“Papai e mamãe ancilostomas” copularam no intestino e colocaram um ovo. Esse ovo se
misturou nas fezes e caiu no solo… Esse ovo, quando cai no solo, ao invés de contaminar
água, hortaliças, ele não faz isso… Esse ovo, no solo, eclode! Libera a larva rabtidoide, que
é a que sai do ovo e que não infecta ninguém, pois é muito imatura… E aí, no próprio solo,
ela amadurece e se torna uma larva infectante, que é a larva filarioide! Então, a primeira
larva (rabtidoide) não é infectante, mas a segunda (filarioide) é!
E aí o indivíduo que anda descalço na natureza está com sua pele exposta no chão e o
parasita vai e penetra pela pele! E quando penetra, lembra do SANTA… Pois é… Penetra
na pele e vai para onde? Para o pulmão… E aí é a mesma história do áscaris… Faz Loeffler,
volta para o intestino e se torna um verme adulto! A transmissão aqui não é mais fecal
oral! É percutânea! É pele! Cuidado… Então, numa prova prática de preventiva, digamos,
se cair algo sobre prevenção de parasitoses intestinais, pode esquecer que além do
controle da água, do saneamento básico, também é importante a proteção cutânea, como
andar calçado, por exemplo. É um geo-helminto!
Qual o quadro clínico da ancilostomíase?
QUADRO CLÍNICO:
LESÃO CUTÂNEA
INTESTINAL INESPECÍFICO
CICLO PULMONAR (SÍNDROME DE LOEFFLER)
É o helminto que mais causa ANEMIA FERROPRIVA
(questão clássica de prova: eosinofilia + anemia)
De novo… Intestinal inespecífico, assim como o áscaris… Pode fazer síndrome de Loeffler e tal, mas o mais importante é que a parasitose que mais faz anemia
ferropriva! Questão clássica de prova: paciente com eosinofilia e anemia ferropriva. A eosinofilia te lembra do helminto e o helminto que mais faz anemia ferropriva
é o ancilostoma!
Por que ocorre eosinofilia quando tem infecção para sitária?
A eosinofilia na ancylostomíase é uma consequência da ativação do sistema imunológico em resposta à presença do parasita, com os eosinófilos sendo recrutados para os locais de infecção. Eles desempenham um papel importante na defesa contra os helmintos, liberando substâncias que têm como objetivo destruir os vermes. O aumento de eosinófilos é, portanto, uma característica da resposta inflamatória e imunológica contra o parasita.
Qual o diagnóstico da ancilostomíase?
DIAGNÓSTICO:
- EPF em 3 amostras
Não tem mistério… Apesar de a penetração ser larvária no ambiente, o paciente elimina ovos. O EPF vai achar os ovos de ancilostoma.
Qual o tratamento da ancilostomíase?
TRATAMENTO:
- “BENDAZOL” (albendazol 400mg DU)
- NITAZOXANIDA
É muito tranquilo de tratar… Qualquer bendazol pega!
Qual o agente da estrongiloidíase?
- AGENTE: STRONGYLOIDES STERCORALIS
Qual o habitat da estrongiloidíase?
- HÁBITAT: DELGADO (LARVA CURRENS) “corre pelo corpo”