SD. do desconforto respiratório+ sepse/pneumonia neonatal Flashcards
(39 cards)
QUAIS AS CAUSAS NÃO RESPIRATÓRIAS DE DESCONFORTO RESPIRATÓRIO?
O primeiro passo é entender que nem todo desconforto respiratório no RN é causado por uma causa pulmonar! Vamos entender!
CAUSAS NÃO RESPIRATÓRIAS DE DESCONFORTO RESPIRATÓRIO:
CARDIOPATIAS CONGÊNITAS
DOENÇAS NEUROLÓGICAS
POLICITEMIA
ANEMIA
HIPOGLICEMIA
ACIDOSE METABÓLICA
QUAIS AS CAUSAS RESPIRATÓRIAS DE DESCONFORTO RESPIRATÓRIO?
CAUSAS RESPIRATÓRIAS DE DESCONFORTO RESPIRATÓRIO:
SÍNDROME DO DESCONFORTO RESPIRATÓRIO- SD. membrana hialina
PNEUMONIA/SEPSE NEONATAL
TAQUIPNEIA TRANSITÓRIA DO RN
SÍNDROME DE ASPIRAÇÃO MECONIAL
Qual a clínica dos distúrbios respiratórios?
CLÍNICA
ACHADOS INESPECÍFICOS:DESCONFORTO RESPIRATÓRIO TAQUIPNEIA [> 60], TIRAGEM/RETRAÇÃO, BAN, GEMIDOS,
APNEIA, CIANOSE…
Evolução do quadro: AUTOLIMITADO, GRAVE…
O que direciona para um diagnóstico específico, se os sintomas são inespecíficos?
AVALIAÇÃO: Cada um dos achados abaixo vai nos direcionar para uma causa!
HISTÓRIA
Idade gestacional (PRÉ-TERMO/TERMO/PÓS-TERMO)
Forma de parto (VAGINAL/CESARIANO/ELETIVO)
Fatores específicos (MECÔNIO NO LA)
RADIOGRAFIA
PADRÃO DO INFILTRADO
EXPANSIBILIDADE PULMONAR (aumentada/diminuída)
O QUE É A SÍNDROME DO DESCONFORTO RESPIRATÓRIO (MEMBRANA HIALINA)?
A síndrome do desconforto respiratório do recém-nascido (SDR), também conhecida como doença da membrana hialina, é uma condição respiratória que afeta recém-nascidos prematuros, principalmente aqueles nascidos antes das 34 semanas de gestação. Ela é caracterizada por dificuldades respiratórias graves devido à deficiência de surfactante pulmonar, uma substância essencial para a manutenção da função pulmonar.
O QUE CAUSA A SÍNDROME DO DESCONFORTO RESPIRATÓRIO (MEMBRANA HIALINA)?
Diminuição da concentração do SURFACTANTE alveolar, produzido pelos pneumócitos tipo II
Composto lipídio (principalmente fosfatidilcolina/lecitina) + proteínas.
Função de fornecer a estabilidade alveolar (↓tensão superficial na interface entre ar e líquido dentro do alvéolo)- é graças ao surfactante que o alvéolo permanece aberto, mesmo na expiração-evita que ele colabe.
Só existe em quantidade suficiente a partir de 34-35 semanas
O que o surfactante e para que ele serve?
O surfactante é uma substância lipoproteica produzida nas células do pulmão, especificamente nas células alveolares tipo II, que tem um papel crucial na função respiratória. Ele é fundamental para manter os alvéolos pulmonares (as pequenas estruturas nos pulmões onde ocorre a troca de gases) abertos e facilitar a respiração.
Função do Surfactante:
A principal função do surfactante é reduzir a tensão superficial nos alvéolos pulmonares, evitando que eles se fechem durante a expiração. Sem o surfactante, os alvéolos teriam dificuldade em se manter abertos, especialmente durante a expiração, quando a pressão nos pulmões diminui. Ele age de forma a reduzir a resistência ao fluxo de ar e melhorar a eficiência da troca gasosa.
Características do Surfactante:
Composição: O surfactante é composto principalmente por lipídios, sendo o fosfatidilcolina (principalmente a dipalmitoilfosfatidilcolina ou DPPC) o lipídio mais abundante. Além dos lipídios, o surfactante também contém proteínas que têm funções de defesa e de regulação da atividade do surfactante.
Redução da Tensão Superficial:
Tensão superficial é a força que tende a encolher a superfície de um líquido, impedindo a expansão dos alvéolos durante a respiração. O surfactante diminui essa tensão, permitindo que os alvéolos se expandam mais facilmente durante a inspiração e se mantenham abertos durante a expiração.
Facilita a troca de gases:
O surfactante facilita a expansão dos alvéolos e, assim, melhora a eficiência da troca de oxigênio (O2) e dióxido de carbono (CO2) entre os pulmões e o sangue.
Prevenção de atelectasia:
Atelectasia é o colapso dos alvéolos. O surfactante impede esse colapso, garantindo que a área de troca gasosa nos pulmões se mantenha disponível para a respiração.
Produção de Surfactante:
O surfactante começa a ser produzido ainda na vida fetal, por volta da 26ª semana de gestação, mas só atinge níveis adequados para a respiração eficiente por volta da 34ª semana.
Nos bebês prematuros, a produção de surfactante pode ser insuficiente, o que pode levar a uma condição chamada síndrome do desconforto respiratório do recém-nascido (SDR), em que os pulmões não conseguem se expandir corretamente devido à falta de surfactante, resultando em dificuldades respiratórias graves.
QUAL A CONSEQUÊNCIA DA DEFICIÊNCIA DO SURFACTANTE?
- INSTABILIDADE ALVEOLAR (↓tempo da troca gasosa + ↑trabalho respiratório > MICROATELECTASIAS + ACIDOSE RESPIRATÓRIA)
- Com a deficiência de surfactante resulta em COLAPSO ALVEOLAR e HIPOXEMIA (mais precoce) e HIPERCAPNIA (mais tardia)!
Quais os fatores de risco que te levam a pensar na sd. do desconforto respiratório?
FATORES DE RISCO:
QUANDO PENSAR?
PREMATURIDADE!- Quanto mais prematuro, mais grave e mais incidente a síndrome-principalmente em menores de 34 semanas.
ASFIXIA (hipóxia fetal ou periparto- morte de células produtoras de surfactante)
SEXO MASCULINO (maturação biológica mais atrasada)
DIABETES MATERNO (por causa da insulina- desequilibra o efeito do pneumócito tipo 2- produz menos surfactante e de qualidade inferior)
COR BRANCA/GEMELARIDADE
QUAIS OS FATORES QUE REDUZEM O RISCO DE SD. DO DESCONFORTO RESPIRATÓRIO?
EXISTEM FATORES QUE REDUZEM O RISCO? Sim!
RUPTURA PROLONGADA DE MEMBRANAS e ESTRESSE FETAL CRÔNICO (ex: insuficiência placentária)
Qualquer coisa que faça o feto secretar cortisol!
Por que o estresse fetal e a ruptura prolongada das membranas reduzem o risco de sd. do desconforto respiratório?
A ruptura prolongada de membranas e o estresse fetal podem reduzir o risco de SDR porque o estresse leva à liberação de cortisol e outras substâncias que aceleram a maturação pulmonar fetal, promovendo a produção de surfactante e permitindo que os pulmões do feto se desenvolvam de forma mais eficiente. Embora a ruptura prolongada de membranas seja uma complicação obstétrica que pode ter muitos riscos, incluindo infecção e parto prematuro, ela pode, em algumas situações, ter um efeito benéfico na preparação dos pulmões do feto para a respiração após o nascimento.
QUAL A CLÍNICA DA SÍNDROME DO DESCONFORTO RESPIRATÓRIO (MEMBRANA HIALINA)?
CLÍNICA:
- INÍCIO PRECOCE NAS PRIMEIRAS 24H, LOGO APÓS O NASCIMENTO( DRP-desconforto respiratório precoce), E VAI PIORANDO (vai melhorar lá pelo terceiro dia, com a produção maior de surfactante)
- Desconforto respiratório clássico: TAQUIPNEIA [> 60], TIRAGEM/RETRAÇÃO, BAN, GEMIDOS, APNEIA, CIANOSE…
QUAL O PADRÃO RADIOLÓGICO DA SÍNDROME DO DESCONFORTO RESPIRATÓRIO (MEMBRANA HIALINA)?
RADIOGRAFIA:
Se o RN nasceu com desconforto respiratório, é obrigatória a realização de um RX de tórax. Na prática, a avaliação é muito difícil! Mas, como na prova, geralmente,temos que saber só o laudo, fica mais tranquilo.
- INFILTRADO RETICULOGRANULAR DIFUSO é um pontilhado de alvéolos atelectasiados que se intercala com alvéolos que ainda estão cheios de ar
- VIDRO MOÍDO/FOSCO não é homogêneo, está tudo salpicado, como se fosse um vidro moído jogado na radiografia
AEROBRONCOGRAMA a árvore brônquica permanece cheia de ar, fazendo com que fique desenhada no RX. Como isso contrasta com os alvéolos atelectasiados, fica mais nítido para vermos
- VOLUME PULMONAR REDUZIDO
CUIDADO! Pode ser normal nas primeiras 6-12h de vida
O que é um broncograma aéreo e por que ele ocorre?
O broncograma aéreo ocorre quando há acúmulo de fluido ou alterações na densidade do parênquima pulmonar (o tecido funcional do pulmão) que permitem a visualização das vias aéreas, que normalmente são ocupadas pelo ar.
Normalmente, as vias aéreas (brônquios) são preenchidas com ar, que tem uma densidade muito baixa e não aparece nas imagens de raio-X.
Quando o pulmão ao redor dessas vias aéreas apresenta alterações de densidade, como acúmulo de líquido (ex: em caso de pneumonia) ou consolidação pulmonar, as vias aéreas podem se tornar visíveis porque o ar nos brônquios se torna mais contrastado em relação à opacidade do tecido ao redor.
QUAL O LABORATÓRIO DA SÍNDROME DO DESCONFORTO RESPIRATÓRIO (MEMBRANA HIALINA)?
LABORATÓRIO: hipoxemia (↓PO2) e ↑PCO2 (acidose respiratória)
Como vai ser a gasometria de uma acidose respiratória?
A acidose respiratória é uma condição em que ocorre uma diminuição do pH sanguíneo devido ao aumento da concentração de dióxido de carbono (CO₂) no sangue. Isso geralmente ocorre devido à diminuição da ventilação alveolar, o que leva à retenção de CO₂ nos pulmões.
Na gasometria arterial de um paciente com acidose respiratória, os principais parâmetros que são alterados são:
- pH:
Diminuição do pH: O pH sanguíneo normalmente fica abaixo de 7,35, indicando um estado ácido. Em casos mais graves, pode cair abaixo de 7,30. - pCO₂ (pressão parcial de dióxido de carbono):
Aumento da pCO₂: O valor da pCO₂ geralmente está acima de 45 mmHg. Isso ocorre porque o corpo está retendo CO₂ devido à ventilação inadequada, como em doenças pulmonares obstrutivas crônicas (DPOC), asma grave, ou insuficiência respiratória. - HCO₃⁻ (bicarbonato):
Em casos agudos de acidose respiratória, o bicarbonato (HCO₃⁻) pode estar normal ou ligeiramente aumentado, pois o corpo ainda não teve tempo suficiente para compensar completamente a acidose respiratória. Em condições crônicas, como na DPOC, o HCO₃⁻ pode estar elevado como compensação renal para neutralizar o aumento do CO₂, ajudando a normalizar o pH parcialmente.
Características da gasometria em acidose respiratória:
pH baixo (indicando acidose).
pCO₂ alta (indicando retenção de CO₂).
HCO₃⁻ normal ou ligeiramente elevado (dependendo da compensação renal).
Exemplo de valores em acidose respiratória:
pH: 7,30 (baixo, indicando acidose)
pCO₂: 55 mmHg (aumentado, indicando retenção de CO₂)
HCO₃⁻: 25 mEq/L (normal ou ligeiramente elevado, dependendo da compensação)
Em resumo:
A gasometria de um paciente com acidose respiratória geralmente mostrará um pH baixo, uma pCO₂ alta e um HCO₃⁻ normal ou elevado, dependendo do tempo e da capacidade do organismo de compensar a acidose.
QUAL O TRATAMENTO DA SÍNDROME DO DESCONFORTO RESPIRATÓRIO (MEMBRANA HIALINA)?
- CUIDADOS GERAIS: Estabilizar o RN
- suporte nutricional( Via parenteral) dieta zero e controle térmico- para evitar perda ponderal/ controle hídrico
- CPAP NASAL = serve para evitar o colapso e estabilizar o alvéolo altera a história da doença- mantem uma pressão positiva de expiração
- SURFACTANTE EXÓGENO = nas primeiras 2h de vida se FiO2 > 30% para manter boa saturação- Administrado dentro da traqueia- Não se faz mais surfactante profilático
- VENTILAÇÃO MECÂNICA INVASIVA SE CASO GRAVE: acidose respiratória mesmo com CPAP, hipoxemia mesmo com CPAP, apneia persistente
- CONSIDERAR ATB AMPICILINA + GENTAMICINA (quadro semelhante à pneumonia/sepse neonatal)
Oxigênio por capacete (hood) = não altera história da doença
Por que a nutrição enteral aumenta o risco de enterocolite necrosante?
A enterocolite necrosante (ECN) é uma condição médica grave e potencialmente fatal, mais comum em recém-nascidos prematuros ou de baixo peso ao nascer, caracterizada pela inflamação e necrose (morte celular) do intestino, principalmente do intestino grosso. A ECN envolve danos no tecido intestinal que podem levar à perfuração intestinal, infecção generalizada e sépsis.
Causas:
A causa exata da enterocolite necrosante ainda não é completamente compreendida, mas acredita-se que envolva uma combinação de fatores, incluindo:
Imaturidade do sistema digestivo e imunológico: Em recém-nascidos prematuros, o sistema gastrointestinal ainda não está completamente desenvolvido, o que torna o intestino mais suscetível a lesões e infecções.
Isquemia intestinal: A redução do fluxo sanguíneo para o intestino pode levar à morte das células intestinais, resultando em necrose.
Disbiose intestinal: Um desequilíbrio na microbiota intestinal, com predominância de bactérias patogênicas, pode contribuir para a inflamação e danos.
Alimentação enteral precoce: Embora a alimentação com leite materno seja benéfica, em alguns casos, a introdução precoce de alimentação enteral pode ser um fator de risco, especialmente em bebês prematuros, que têm uma função gastrointestinal imatura.
Infecções: Infecções bacterianas ou outras condições infecciosas também podem desempenhar um papel no desenvolvimento da ECN
O que é a alimentação parenteral?
A alimentação parenteral é uma forma de nutrição administrada por via intravenosa, ou seja, ela fornece nutrientes diretamente na corrente sanguínea, sem a necessidade de passar pelo sistema digestivo. Essa abordagem é utilizada quando a alimentação oral ou enteral (via gastrointestinal) não é possível ou não é suficiente para suprir as necessidades nutricionais de um paciente.
Tipos de Alimentação Parenteral:
Alimentação Parenteral Total (APT):
Também chamada de nutrição parenteral total (NPT), é usada quando o paciente não pode receber qualquer tipo de alimentação enteral (via oral ou por sonda). A APT fornece todos os nutrientes essenciais (carboidratos, proteínas, lipídios, vitaminas, minerais e eletrólitos) em quantidades suficientes para manter a nutrição do paciente.
Ela é administrada de forma contínua ou intermitente, dependendo das necessidades do paciente.
Alimentação Parenteral Parcial:
Quando a nutrição parenteral é usada como suplemento à alimentação enteral, isto é, quando o paciente ainda pode consumir algum alimento pela boca ou por sonda, mas precisa de um suplemento intravenoso para atender às necessidades nutricionais totais.
Composição da Alimentação Parenteral:
A alimentação parenteral é cuidadosamente formulada com base nas necessidades nutricionais do paciente, e pode incluir:
Carboidratos: Normalmente administrados na forma de glicose (dextrose).
Proteínas: Fornecidas como aminoácidos, que são os blocos de construção das proteínas.
Lipídios: Fornecidos como emulsões lipídicas que contêm ácidos graxos essenciais.
Vitaminas e Minerais: Como vitamina A, D, E, K, complexo B, cálcio, fósforo, magnésio, potássio, etc.
Eletrólitos: Como sódio, potássio, cloro e outros, para manter o equilíbrio hídrico e ácido-base do corpo.
Indicações para Alimentação Parenteral:
A alimentação parenteral pode ser indicada em várias situações clínicas, como:
Distúrbios gastrointestinais graves:
Obstrução intestinal, ileus paralítico, síndrome do intestino curto (quando há ressecção de grandes porções do intestino).
Doenças que comprometem a absorção intestinal:
Doenças inflamatórias intestinais graves, como a Doença de Crohn.
Cirurgias extensas ou complicadas:
Após cirurgias abdominais complexas ou transplante de órgãos, quando o sistema digestivo não pode ser utilizado para a alimentação.
Deficiência grave de nutrientes:
Quando o paciente tem dificuldade para ingerir ou absorver nutrientes suficientes devido a uma condição médica, como caquexia (desnutrição severa).
Recém-nascidos prematuros ou bebês com condições que afetam a capacidade de alimentação enteral.
Pacientes com câncer que não conseguem se alimentar adequadamente devido a tratamentos agressivos como quimioterapia ou radioterapia.
Vantagens da Alimentação Parenteral:
Fornece nutrientes diretamente à corrente sanguínea, o que é crucial em situações onde o trato gastrointestinal não está funcionando adequadamente.
Permite o controle rigoroso das necessidades nutricionais do paciente, adaptando a administração conforme as exigências clínicas.
Desvantagens e Riscos:
Complicações infecciosas: O uso de cateteres venosos para a administração da nutrição intravenosa pode levar a infecções, como infecções relacionadas ao cateter (IRC).
Distúrbios metabólicos: Se a nutrição parenteral não for bem ajustada, pode causar distúrbios eletrolíticos, hiperglicemia (aumento dos níveis de glicose no sangue), hiperlipidemia (excesso de gordura no sangue) ou deficiências nutricionais.
Complicações hepáticas: Uso prolongado de alimentação parenteral pode resultar em doenças hepáticas associadas, como colestase.
Monitoramento:
A alimentação parenteral exige monitoramento constante para ajustar a composição da solução, verificar possíveis efeitos colaterais e garantir que o paciente está recebendo os nutrientes necessários. O acompanhamento inclui exames laboratoriais regulares para controlar:
Função renal e hepática.
Níveis de glicose.
Equilíbrio de eletrólitos.
Em resumo:
A alimentação parenteral é uma estratégia importante de nutrição intravenosa usada quando a alimentação enteral não é viável. Ela é usada em várias condições clínicas graves e exige cuidadoso planejamento e monitoramento para evitar complicações.
Por que é necessário fazer o controle térmico?
Recém-nascidos prematuros ou com baixo peso ao nascer têm ainda mais dificuldade em manter a temperatura corporal estável devido à falta de depósitos de gordura e à imaturidade dos mecanismos de termorregulação. Eles têm uma maior taxa de perda de calor e requerem cuidados especiais para garantir que sua temperatura corporal seja mantida dentro de limites seguros.
Como é feito o controle térmico?
Resumo dos Métodos de Controle Térmico:
Secagem e contato pele a pele com a mãe.
Uso de incubadoras e aquecedores radiantes para controle de temperatura.
Roupas e cobertores adequados para manter o bebê aquecido.
Monitoramento contínuo da temperatura para detectar mudanças precoces.
Ambientes aquecidos e proteção contra o frio e correntes de ar.
Conclusão:
O controle térmico adequado é essencial para recém-nascidos, especialmente os prematuros e com baixo peso ao nascer, pois eles têm dificuldade em manter a temperatura corporal estável. Técnicas como contato pele a pele, o uso de incubadoras e aquecedores radiantes, e o monitoramento constante da temperatura são fundamentais para prevenir hipotermia e hipertermia, garantindo um ambiente seguro para o desenvolvimento e recuperação do bebê.
O que é o CPAP?
O CPAP (Continuous Positive Airway Pressure, ou Pressão Positiva Contínua nas Vias Aéreas) é um dispositivo usado para fornecer um fluxo contínuo de ar pressurizado às vias respiratórias de uma pessoa, mantendo as vias aéreas abertas durante a respiração. Ele é comumente utilizado para tratar condições respiratórias, como apneia do sono, insuficiência respiratória, e em recém-nascidos com dificuldades respiratórias, especialmente em unidades de terapia intensiva neonatal (UTIN).
Aqui está como o CPAP funciona e seus principais usos:
- Mecanismo de Ação
O CPAP fornece uma pressão positiva constante nas vias respiratórias. Isso ajuda a mantê-las abertas durante a respiração, o que é crucial quando há risco de colapso ou obstrução das vias respiratórias.
Em vez de apenas fornecer oxigênio, o CPAP mantém uma pressão contínua, o que ajuda a:
Prevenir o colapso das vias aéreas durante a expiração, como ocorre em casos de apneia do sono ou em dificuldades respiratórias neonatais.
Aumentar a troca gasosa (oxigênio e dióxido de carbono) nos pulmões, melhorando a oxigenação.
Melhorar a ventilação pulmonar, ao evitar que os pulmões se desinflam, como acontece quando há problemas como síndrome do desconforto respiratório em recém-nascidos. - Componentes do CPAP
Máscara ou Cânula Nasal: O CPAP pode ser administrado por meio de uma máscara facial (que cobre o nariz e a boca) ou por cânulas nasais, especialmente em bebês e adultos com dificuldades respiratórias mais leves. No caso de recém-nascidos, as cânulas nasais de CPAP são mais comuns.
Fonte de Ar Pressurizado: O aparelho gera a pressão constante de ar. Isso pode ser feito com uma máquina CPAP que usa um fluxo de ar pressurizado ou um respirador mecânico em ambientes hospitalares, como UTIs.
Umidificador: Para evitar que as vias aéreas fiquem secas e irritadas devido à pressão do ar, o CPAP frequentemente é combinado com um umidificador que aquece e umedece o ar. - Indicações de Uso
Apneia do Sono: O CPAP é mais conhecido pelo seu uso em adultos com apneia obstrutiva do sono, uma condição em que as vias respiratórias colapsam durante o sono, causando pausas respiratórias.
Insuficiência Respiratória Neonatal: Em recém-nascidos prematuros ou aqueles com síndrome do desconforto respiratório (SDR), o CPAP é usado para manter as vias aéreas abertas e evitar o colapso alveolar. Ele ajuda a melhorar a oxigenação do bebê sem a necessidade de ventilação invasiva.
Doenças Pulmonares Obstrutivas: O CPAP pode ser útil em doenças respiratórias crônicas, como DPOC (Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica), para ajudar a manter as vias respiratórias abertas e facilitar a respiração. - Como o CPAP Funciona no Contexto de Recém-Nascidos
Em recém-nascidos prematuros ou em bêbes com SDR, os pulmões ainda não estão totalmente desenvolvidos, o que pode dificultar a troca de oxigênio e dióxido de carbono.
O CPAP neonatal fornece pressão positiva contínua para os pulmões do bebê, ajudando a manter os alvéolos abertos, facilitando a respiração e evitando o colapso das pequenas vias aéreas.
Ausculta de Pulmão: O CPAP ajuda a diminuir a necessidade de intubação traqueal e ventilação mecânica invasiva, promovendo uma ventilação não invasiva. Isso reduz os riscos de infecções pulmonares e outras complicações associadas à ventilação invasiva.
Nos recém-nascidos, o CPAP é administrado através de cânulas nasais pequenas (ou por uma máscara em casos mais graves) que são colocadas no nariz do bebê para fornecer a pressão contínua. - Vantagens do CPAP
Não invasivo: Comparado à ventilação mecânica invasiva, o CPAP é menos invasivo, o que significa que há menos risco de lesões nos pulmões ou infecções.
Melhora a oxigenação: A pressão contínua nas vias aéreas melhora a ventilação alveolar, aumentando a oxigenação do sangue.
Prevenção de complicações respiratórias: Para bebês prematuros, o CPAP ajuda a evitar complicações respiratórias graves, como a síndrome do desconforto respiratório, ao manter os pulmões parcialmente expandidos.
Redução da necessidade de intubação: O uso de CPAP pode reduzir a necessidade de intubação endotraqueal e ventilação mecânica invasiva, que são associadas a maiores riscos de complicações. - Possíveis Complicações do CPAP
Lesões nas vias aéreas: Embora o CPAP seja menos invasivo, o uso inadequado ou a pressão excessiva podem causar irritação nas mucosas nasais ou lesões nas vias aéreas.
Barotrauma: A aplicação de pressões muito altas pode resultar em danos aos pulmões ou outros órgãos respiratórios.
Secura nas vias aéreas: O fluxo contínuo de ar pode ressecar as vias aéreas, o que pode ser aliviado com o uso de umidificadores.
Complicações cutâneas: O uso de máscaras ou cânulas nasais pode causar irritação na pele, especialmente em bebês, devido ao contato prolongado. - Exemplos de Aparelhos CPAP
Existem dispositivos de CPAP portátil, como os usados em casa para apneia do sono, e CPAP hospitalar, que são dispositivos maiores e mais complexos usados em UTIs ou ambientes clínicos.
Conclusão:
O CPAP é uma terapia eficaz para manter as vias respiratórias abertas e fornecer pressão contínua nas vias aéreas, facilitando a respiração tanto em adultos quanto em recém-nascidos. Ele tem aplicações amplas, desde o tratamento da apneia do sono em adultos até a ventilação de recém-nascidos com dificuldades respiratórias, como a síndrome do desconforto respiratório. O uso do CPAP ajuda a melhorar a oxigenação, reduzir o risco de complicações e promover uma recuperação respiratória eficaz de forma não invasiva.
QUAL A PREVENÇÃO DA SÍNDROME DO DESCONFORTO RESPIRATÓRIO (MEMBRANA HIALINA)?
PREVENÇÃO:
- PREVENÇÃO DA PREMATURIDADE, por ser o principal fator de risco( realizar uma boa assistência pré-natal+ CORTICOIDE ANTENATAL entre 24-34 semanas
Por que não faz com mais de 34 semanas? Porque já espero que haja quantidade suficiente… E por que não faz antes de 24 semanas? Porque os pneumócitos tipo II
nem iriam responder, pois ainda estão imaturos!
O betametasona é o corticoide de escolha para a prevenção da síndrome do desconforto respiratório em gestantes com risco de parto prematuro, com a dexametasona sendo uma alternativa.
Betametasona:
Dose recomendada: A dose típica de betametasona é 12 mg, administrada em duas doses intramusculares com intervalo de 24 horas.
Dose recomendada: A dexametasona pode ser administrada em doses de 6 mg, com a mesma administração de duas doses em 24 horas.
QUAL O PRINCIPAL DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL DA SÍNDROME DO DESCONFORTO RESPIRATÓRIO (MEMBRANA HIALINA)?
PNEUMONIA/SEPSE NEONATAL
Apresenta padrão radiológico semelhante