Taquipneia transitória do RN + sd. da aspiração meconial Flashcards

(18 cards)

1
Q

Como é conhecida a taquipneia transitória do RN?

A

Também conhecida como síndrome do pulmão úmido

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Q

O que é a taquipneia transitória do RN?

A

A taquipneia transitória do recém-nascido (TTRN), também conhecida como pulmão úmido, é uma condição respiratória benigna e autolimitada que ocorre em recém-nascidos, geralmente a termo ou próximos do termo. É causada pelo atraso na reabsorção do líquido pulmonar fetal, levando a dificuldades respiratórias leves nas primeiras horas de vida.

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3
Q

Qual a etiopatogenia da taquipineia transitória do RN?

A

ETIOPATOGENIA:
- RETARDO NA ABSORÇÃO DO LÍQUIDO PULMONAR
É um RN que nasce cheio de líquido no interior dos alvéolos!
O líquido pulmonar fetal normalmente é reabsorvido pelos vasos linfáticos e sanguíneos no final da gestação e durante o trabalho de parto. Na TTRN, esse processo é incompleto, resultando em retenção de líquido nos pulmões.
Durante a vida fetal, os pulmões estão colabados, e o epitélio respiratório está secretando líquido, para dentro da árvore respiratória, quando o RN se aproxima do termo, ele é sinalizado, para de secretar e começa a reabsorver. O rn nasce “afogado”

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4
Q

Quais os fatores de risco da taquipineia transitória do RN?

A

FATORES DE RISCO:
QUANDO PENSAR?
 AUSÊNCIA DE TRABALHO DE PARTO  não houve secreção de catecolaminas que estimulariam o epitélio alveolar a absorver o excesso de líquido dentro deles
 CESARIANA ELETIVA  pelo mesmo motivo acima… Não há trabalho de parto!
 TERMO/PREMATURIDADE TARDIA  justamente por estar relacionada com cesariana eletiva, é uma doença típica do RN termo
 DIABETES MATERNO- A hiperinsulinemia retarda o amadurecimento do pulmão do feto
 ASMA MATERNA-retarda o amadurecimento do pulmão do feto

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5
Q

Por que a cesariana eletiva sem trabalho de parto é um fator de risco para taquipneia transitória do RN?

A

Durante o parto vaginal, o trabalho de parto e a passagem pelo canal de parto têm um papel crucial na preparação do recém-nascido para a respiração após o nascimento. Esse processo envolve:

Compressão torácica: Durante o parto vaginal, o bebê passa pelo canal de parto, o que causa uma compressão do tórax. Isso ajuda a expelir o fluido presente nos pulmões, preparando o bebê para a respiração aérea ao nascer.

Liberação de fluido pulmonar: A compressão torácica também auxilia na remoção do líquido pulmonar (principalmente líquido amniótico e fluido secretado pelas vias respiratórias) dos pulmões do bebê. Além disso, o trabalho de parto pode aumentar a produção de catecolaminas, que ajudam a absorver o fluido residual nos pulmões.

No caso da cesariana eletiva sem trabalho de parto:
Quando a cesariana é realizada sem o início do trabalho de parto, a compressão torácica que ocorre durante o parto vaginal não acontece. Como resultado, o líquido nos pulmões não é expulso da mesma forma. Isso pode levar a um acúmulo de fluido nos pulmões, dificultando a adaptação respiratória ao nascimento. Esse acúmulo de fluido residual pode levar à taquipneia transitória do recém-nascido, que é caracterizada por uma respiração rápida e superficial nas primeiras horas após o nascimento.

Taquipneia Transitória do Recém-nascido (TTRN):
A TTRN é uma condição comum em recém-nascidos que ocorre devido à dificuldade temporária na reabsorção ou na remoção do fluido pulmonar.
Ela é geralmente observada em recém-nascidos a termo que nascem por cesariana programada, sem trabalho de parto. A condição tende a se resolver espontaneamente em 24 a 48 horas, sem tratamento significativo, mas pode exigir oxigênio suplementar em alguns casos.
Por que a cesariana sem trabalho de parto é um fator de risco?
Falta de compressão torácica durante a passagem pelo canal de parto.
Menor absorção do fluido pulmonar.
A não liberação adequada de catecolaminas devido à ausência do trabalho de parto, o que diminui a capacidade de absorver o fluido pulmonar.

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6
Q

Por que a diabetes materna pode levar á taquipneia transitória do RN?

A

A diabetes materna (especialmente quando não bem controlada durante a gestação) pode ser um fator de risco para o desenvolvimento de taquipneia transitória do recém-nascido (TTRN) devido a vários mecanismos que afetam a adaptação respiratória do bebê após o nascimento.

Mecanismos envolvidos:
Aumento da produção de líquido pulmonar fetal:

Em bebês de mães diabéticas, pode ocorrer um aumento na produção de fluido pulmonar fetal, o que contribui para o acúmulo excessivo de líquido nos pulmões após o nascimento. Esse fluido não é rapidamente absorvido ou expelido, o que dificulta a adaptação respiratória.
A diabetes materna pode alterar o funcionamento normal dos pulmões do feto, aumentando a quantidade de líquido amniótico e fluído pulmonar. Essa condição faz com que o bebê tenha dificuldade em absorver o fluido dos pulmões logo após o nascimento, o que é um fator que contribui para a taquipneia transitória.
Alterações no metabolismo do surfactante:

O surfactante é uma substância que reduz a tensão superficial dos alvéolos pulmonares, evitando seu colapso e facilitando a troca gasosa.
Em bebês de mães com diabetes, a produção de surfactante pode ser atrasada ou insuficiente, o que aumenta o risco de dificuldade respiratória, como a taquipneia transitória. O bebê pode ter pulmões que não se expandem adequadamente por causa da falta de surfactante, o que leva à respiração acelerada até que os pulmões se adaptem.
Hiperglicemia fetal e alterações hormonais:

A hiperglicemia materna (excesso de glicose no sangue da mãe) pode aumentar os níveis de insulina no feto. A insulina tem vários efeitos no desenvolvimento fetal, incluindo um impacto negativo no processo de amadurecimento pulmonar.
A hiperinsulinemia fetal (produção excessiva de insulina no feto devido ao aumento de glicose) pode interferir na produção adequada de surfactante e no mecanismo de remoção de fluido dos pulmões, aumentando a probabilidade de TTRN.
Retenção de fluido nos pulmões:

O bebê de mãe diabética pode ter um aumento da quantidade de líquido amniótico (condição chamada polidrâmnio), o que pode contribuir para a hiperinflação pulmonar e dificultar a remoção eficiente do fluido pulmonar logo após o nascimento.

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7
Q

Por que a asma materna pode levar a taquipneia transitória do RN?

A

Mecanismos envolvidos:
Alterações no desenvolvimento pulmonar fetal:

A asma materna, especialmente quando mal controlada, pode levar a redução do fluxo de oxigênio para o feto, causando hipóxia fetal. A hipóxia pode afetar o desenvolvimento pulmonar do bebê, incluindo a maturação do sistema respiratório e a produção de surfactante, que é essencial para a expansão alveolar e a prevenção do colapso pulmonar.

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8
Q

Qual a clínica da taquipineia transitória do RN?

A

CLÍNICA:
- Início nas PRIMEIRAS HORAS DE VIDA
- Desconforto respiratório leve/moderado TRANSITÓRIO
- RÁPIDA RESOLUÇÃO (< 72 HORAS)
Não há infecção, não há aspiração de mecônio, não há prematuridade… Geralmente é só uma taquipneia, mas que pode ser acompanhada de retração costal ou gemência discretos. Geralmente passa em 48 horas, mas é possível que permaneça por 72 horas.

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9
Q

Qual o padrão radiológico da taquipineia transitória do RN?

A

RADIOGRAFIA:
“Pulmão encharcado”
- CONGESTÃO HILAR( estrias radiopacas no hilo), AUMENTO DA TRAMA VASCULAR, LÍQUIDO CISURAL/CISURITE
- Derrame pleural, cardiomegalia discreta- devido a hipervolemia causada pela reabsorção do líquido
- Hiperinsuflação/hiperaeração (aumento dos EIC)
Geralmente é um RX bastante sugestivo dessa condição. É o RX típico de quem está com um pulmão encharcado!

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10
Q

Qual o tratamento da taquipineia transitória do RN?

A

TRATAMENTO:
-SUPORTE GERAL: suporte nutricional( enteral)
- OXIGENOTERAPIA (FIO2< 40% É SUFICIENTE) CPAP/HOOD + SUPORTE
- NÃO FAZER DIURÉTICO, ADRENALINA INALATÓRIA

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11
Q

O que é a síndrome da aspiração meconial?

A

A síndrome da aspiração meconial (SAM) é uma condição respiratória neonatal grave que ocorre quando o recém-nascido inala líquido amniótico contaminado com mecônio (as primeiras fezes do bebê) antes, durante ou imediatamente após o parto. Essa aspiração pode levar à obstrução das vias aéreas, inflamação pulmonar, e, em casos graves, à insuficiência respiratória.
O mecônio é o acúmulo de várias substâncias entre elas LA ingerido, enzimas digestivas, que vão ficar no interior do intestino de todos os fetos. Por haver enzima digestiva, o mecônio causa inflamação-pneumonite, ele funciona como um corpo estranho-leva a obstrução completa ou parcial da via aérea. Se parcial , o ar vai entrar na inspiração e ficar aprisionado na expiração.

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12
Q

Qual a fisiopatologia da síndrome da aspiração meconial?

A
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13
Q

Por que a asfixia fetal leva ao relaxamento do ânus ?

A

Mecanismos que envolvem o relaxamento do ânus na asfixia fetal:
Resposta autonômica e perda do tônus muscular:

Durante a asfixia fetal, há uma diminuição do oxigênio e um aumento do dióxido de carbono (hipercapnia) no sangue. O corpo do feto, em resposta a essa condição, ativa o sistema nervoso autônomo, que regula muitas funções involuntárias do organismo, como os batimentos cardíacos e a função respiratória.
Como parte dessa resposta, há um relaxamento dos músculos lisos, incluindo os do ânus, que são controlados pelo sistema nervoso autônomo. Isso pode resultar em relaxamento do esfíncter anal e, em casos mais graves, até em evacuação do meconio (fezes do recém-nascido) no líquido amniótico, o que pode ser um indicativo de sofrimento fetal.

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14
Q

Quais os fatores de risco da síndrome da aspiração meconial?

A

FATORES DE RISCO:
QUANDO PENSAR?
 SOFRIMENTO FETAL/ASFIXIA PERINATAL
 APRESENTAÇÃO PÉLVICA
 RN TERMO OU PÓS-TERMO (!) + LA MECONIAL
Sabemos que houve sofrimento fetal quando é dito que uma gestação foi interrompida por um sofrimento fetal agudo ou porque a criança teve que ser reanimada após o nascimento. É um quadro mais comum em RN termo e, principalmente, pós-termo, pois o sofrimento fetal é mais comum. Por que não no prematuro? Porque não tem mecônio na ampola retal! Ele não tem maturidade intestinal para ter movimentos peristálticos. Por mais que haja asfixia e relaxamento do esfíncter, não há mecônio para ser eliminado! Pode ocorrer? Pode, mas não é característico.

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15
Q

Qual a clínica da síndrome da aspiração meconial?

A

CLÍNICA:
- Início nas PRIMEIRAS HORAS
- Desconforto respiratório GRAVE/PROGRESSIVO
- Sinais de SOFRIMENTO FETAL CRÔNICO (CIUR…)
- IMPREGNAÇÃO POR MECÔNIO(coloração amarelada nas unhas, coto umbilical de coloração diferente…)

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16
Q

Qual o padrão radiológico da síndrome da aspiração meconial?

A

RADIOGRAFIA:
- INFILTRADO GROSSEIRO  múltiplas áreas de hipotransparência distribuídas em vários segmentos pulmonares diferentes
- PNEUMOTÓRAX  com frequência, pode haver pneumotórax, seja por ruptura de alvéolo por causa do bloqueio expiratório e hiperinsuflação exagerada compensatória ou da própria ventilação com pressão excessiva
- VOLUME PULMONAR AUMENTADO + HIPERINSUFLAÇÃO
- Áreas de hipotransparência (se atelectasia)

17
Q

Qual o tratamento da síndrome da aspiração meconial?

A

Tratamento:
-SUPORTE GERAL- Nutrição enteral
- SUPORTE VENTILATÓRIO. Com frequência, essas crianças vão precisar de ventilação mecânica!
- ANTIBIOTICOTERAPIA: uso racional, a depender do contexto  diferencial com sepse neonatal. Podemos prescrever antibiótico, mas que não é especificamente para a síndrome de aspiração meconial, mas sim porque a criança pode ter uma infecção bacteriana associada.
- SURFACTANTE: o processo inflamatório consome o surfactante! A aspiração do mecônio pode inativar/consumir o surfactante. Hoje em dia, muitos serviços recomendam 1 ou 2 doses de surfactante para esses RN!

18
Q

O mecônio não é estéril?

A

Sim, porém é um excelente meio de cultura para bactérias