Princípios Administrativos Questões 2 Flashcards

(39 cards)

1
Q

No exercício do cargo, o servidor público, quando decide entre o honesto e o desonesto, vincula sua decisão à legalidade. Verdadeiro ou falso?

A

Falso.

De acordo com o Código de Ética Profissional do Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal, o servidor não deve se limitar à legalidade, mas também considerar o elemento ético em sua conduta. Ele deve decidir não apenas entre o legal e o ilegal, mas também entre o honesto e o desonesto, conforme os princípios estabelecidos no Art. 37, caput, e § 4º da CF/88.

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2
Q

O Poder Judiciário tem competência para apreciar o mérito dos atos discricionários exarados pela administração pública, devendo, no entanto, restringir-se à análise da legalidade desses atos. Verdadeiro ou falso?

A

Falso.

O Poder Judiciário pode analisar atos discricionários da Administração Pública, mas apenas no que se refere à legalidade, e não ao mérito administrativo. A discricionariedade confere certa margem de escolha à Administração, e o controle judicial não pode substituir a conveniência e oportunidade do administrador público.

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3
Q

A administração pública pode anular e revogar os seus atos, independentemente de solicitação ao Poder Judiciário. Esse poder-dever está consagrado na Súmula n.º 346 do STF, que afirma que a administração pública pode declarar a nulidade dos seus próprios atos, e na Súmula n.º 473 do STF, que afirma que a administração pode anular os seus próprios atos, quando eivados de vícios que os tornem ilegais, ou revogá-los, por motivo de conveniência e oportunidade. O poder-dever descrito anteriormente corresponde ao princípio da autotutela. Verdadeiro ou falso?

A

Verdadeiro.

O princípio da autotutela confere à Administração Pública o poder-dever de anular seus próprios atos ilegais e revogar aqueles inoportunos ou inconvenientes, sem necessidade de recorrer ao Poder Judiciário.

Essa prerrogativa está consagrada nas Súmulas 346 e 473 do STF, garantindo que a Administração possa corrigir irregularidades e ajustar seus atos conforme o interesse público.

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4
Q

Hely Lopes Meirelles declara que ‘o agente administrativo, como ser humano dotado de capacidade de atuar, deve, necessariamente, distinguir o Bem do Mal, o Honesto do Desonesto. E ao atuar, não poderá desprezar o elemento ético da sua conduta. Assim, não terá que decidir somente entre o legal e o ilegal, o justo do injusto, o conveniente e o inconveniente, o oportuno e o inoportuno, mas também entre o honesto e o desonesto.’ Esse trecho se refere ao princípio da moralidade administrativa. Verdadeiro ou falso?

A

Verdadeiro.

O princípio da moralidade administrativa impõe que a atuação do agente público não se restrinja à legalidade, mas também observe a ética, a justiça e os bons costumes. Como ensina Hely Lopes Meirelles, a Administração deve atuar não apenas conforme a lei, mas também de forma moralmente aceitável.

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5
Q

De acordo com autores tradicionais, como Celso Antônio Bandeira de Mello, Hely Lopes e Maria Sylvia Di Pietro, a supremacia do interesse público sobre o particular consubstancia um princípio do ordenamento jurídico brasileiro, ainda que não esteja expressamente contemplado em nenhum texto normativo. Verdadeiro ou falso?

A

Verdadeiro.

A supremacia do interesse público sobre o privado é um dos pilares do regime jurídico-administrativo, sendo amplamente reconhecida pela doutrina. Embora não esteja expressamente prevista na Constituição, esse princípio é extraído do ordenamento jurídico e fundamenta diversas normas e decisões judiciais.

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6
Q

O princípio da especialidade reflete a ideia de descentralização administrativa, em que se criam entidades para o desempenho de finalidades específicas. Decorre, ademais, dos princípios da legalidade e da indisponibilidade do interesse público. Verdadeiro ou falso?

A

Verdadeiro.

O princípio da especialidade estabelece que entidades descentralizadas da Administração Pública (autarquias, fundações públicas, empresas estatais) só podem atuar dentro dos limites de sua finalidade específica.

Esse princípio decorre:
- Do princípio da legalidade – a entidade só pode fazer o que a lei expressamente autoriza.
- Do princípio da indisponibilidade do interesse público – a Administração não pode dispor livremente de suas competências e atribuições, pois atua em nome do interesse público.

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7
Q

O poder de autotutela tem fundamento, preponderantemente, nos princípios da legalidade e da preponderância do interesse público e pode ser exercido de ofício quando a autoridade competente verificar ilegalidade em ato da própria administração. Verdadeiro ou falso?

A

Verdadeiro.

O poder de autotutela permite que a Administração anule seus próprios atos ilegais e revogue aqueles inoportunos ou inconvenientes, (são aqueles que, embora sejam legais, não são mais adequados ou vantajosos para o interesse público) sem necessidade de intervenção judicial.

A Súmula 473 do STF estabelece:
- Anulação: pode ser feita tanto pela Administração Pública (autotutela) quanto pelo Poder Judiciário.
- Revogação: só pode ser feita pela Administração Pública, pois envolve juízo de conveniência e oportunidade, o que não cabe ao Judiciário analisar.

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8
Q

O princípio da autotutela permite que o Poder Judiciário intervenha para apreciar atos administrativos que estejam supostamente eivados de ilegalidades. Verdadeiro ou falso?

A

Falso.

O princípio da autotutela permite que a própria Administração anule ou revogue seus atos, sem necessidade de provocação do Judiciário.

O Poder Judiciário só pode intervir se for provocado (princípio da inafastabilidade da jurisdição). Quando o Judiciário anula um ato administrativo, não se trata de autotutela, mas sim do exercício da função jurisdicional.

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9
Q

Decorrem do princípio da reserva legal a exigência de que as entidades da administração indireta sejam criadas ou autorizadas por leis específicas e a de que, no caso das fundações, leis complementares definam suas áreas de atuação. Verdadeiro ou falso?

A

Verdadeiro.

O princípio da reserva legal impõe que determinados temas sejam regulados por lei formal, garantindo controle legislativo sobre certas matérias.

  • Administração indireta: criação por lei específica.
  • Fundações públicas: exigência de lei complementar para definir sua área de atuação.

Esse princípio se relaciona com:
- Legalidade: exige que a Administração sempre atue conforme a lei.
- Especialidade: determina que a lei de criação da entidade deve indicar sua atividade específica.

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10
Q

O princípio da reserva legal exige que a criação dos entes integrantes da administração indireta dependa de lei específica. Verdadeiro ou falso?

A

Verdadeiro.

A criação de entidades da administração indireta (autarquias, fundações, empresas estatais) depende de lei específica, conforme o princípio da reserva legal. Isso garante que o Estado só descentralize atividades mediante controle legislativo.

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11
Q

O princípio da legalidade é mais abrangente do que o princípio da reserva legal. Verdadeiro ou falso?

A

Verdadeiro.

O princípio da legalidade impõe que toda ação da Administração Pública esteja prevista em lei.

Já o princípio da reserva legal determina que certas matérias só podem ser reguladas por lei formal específica, restringindo a atuação discricionária do administrador.

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12
Q

O princípio da especialidade na administração indireta impõe a necessidade de que conste, na lei de criação da entidade, a atividade a ser exercida de modo descentralizado. Verdadeiro ou falso?

A

Verdadeiro.

O princípio da especialidade determina que entidades da administração indireta só podem atuar dentro dos limites estabelecidos na lei de sua criação. Isso garante que autarquias, fundações e empresas estatais desempenhem funções específicas descentralizadas, sem desvio de finalidade.

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13
Q

Somente por lei específica poderá ser criada autarquia e autorizada a instituição de empresa pública, de sociedade de economia mista e de fundação, cabendo à lei complementar, neste último caso, definir as áreas de sua atuação. Verdadeiro ou falso?

A

Verdadeiro.

De acordo com a Constituição Federal, a criação de autarquias exige lei específica, assim como a autorização para a criação de empresas públicas, sociedades de economia mista e fundações. No caso das fundações públicas, é necessária lei complementar para definir suas áreas de atuação.

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14
Q

Em obediência ao princípio da legalidade, a vedação à prática do nepotismo no âmbito da administração pública é condicionada à edição de lei formal. Verdadeiro ou falso?

A

Falso.

A vedação ao nepotismo independe de lei formal, pois decorre diretamente do princípio constitucional da impessoalidade (Art. 37, caput, da CF/88) e da Súmula Vinculante 13 do STF. Assim, a proibição do nepotismo já é um mandamento normativo obrigatório, ainda que não haja lei específica sobre o tema.

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15
Q

A publicidade é condição de eficácia dos atos administrativos, razão pela qual pode caracterizar prática de ato de improbidade administrativa a desobediência ao dever de publicação de atos oficiais. Verdadeiro ou falso?

A

Verdadeiro.

O princípio da publicidade exige a divulgação dos atos administrativos para garantir transparência e controle social. A omissão na publicação pode configurar ato de improbidade administrativa, pois compromete a fiscalização e o conhecimento dos atos pela coletividade.

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16
Q

Viola o princípio da isonomia a previsão de critérios discriminatórios de idade em certame de concursos públicos, ressalvados os casos em que a natureza das atribuições do cargo justificar. Verdadeiro ou falso?

A

Verdadeiro.

A fixação de critérios de idade em concursos públicos só é permitida se houver justificativa na natureza do cargo, conforme entendimento do STF. A adoção de limite etário sem justificativa viola o princípio da isonomia e da razoabilidade.

17
Q

O princípio da juridicidade, por constituir uma nova compreensão da ideia de legalidade, acarretou o aumento do espaço de discricionariedade do administrador público. Verdadeiro ou falso?

A

Falso.

O princípio da juridicidade ampliou a abrangência do controle dos atos administrativos, pois impõe que a Administração não apenas observe a lei, mas também os princípios constitucionais e demais normas do ordenamento jurídico.

Isso reduziu a margem de liberdade da Administração, pois o controle judicial agora não se limita apenas à legalidade formal, mas abrange todo o ordenamento jurídico.

18
Q

Em decorrência do princípio da segurança jurídica, é proibido que nova interpretação de norma administrativa tenha efeitos retroativos, exceto quando isso se der para atender ao interesse público. Verdadeiro ou falso?

A

Falso.

O princípio da segurança jurídica resguarda a estabilidade das relações no âmbito administrativo e veda a aplicação retroativa de nova interpretação normativa.

Conforme o Art. 2º da Lei 9.784/99, a interpretação das normas administrativas deve garantir o atendimento ao interesse público, sem aplicação retroativa que prejudique direitos adquiridos, mesmo que seja para atender ao interesse público.

19
Q

O princípio da proporcionalidade, que determina a adequação entre os meios e os fins, deve ser obrigatoriamente observado no processo administrativo, sendo vedada a imposição de obrigações, restrições e sanções em medida superior àquelas estritamente necessárias ao atendimento do interesse público. Verdadeiro ou falso?

A

Verdadeiro.

O princípio da proporcionalidade exige que os atos administrativos sejam adequados e proporcionais aos fins pretendidos. Isso impede que a Administração imponha sanções ou restrições excessivas, devendo limitar-se ao necessário para a proteção do interesse público.

20
Q

São considerados princípios informativos da atividade administrativa a legalidade e a supremacia do interesse público, sendo o primeiro mencionado na Constituição vigente, e o segundo fundamentado nas próprias ideias do Estado em favor da defesa, da segurança e do desenvolvimento da sociedade. Verdadeiro ou falso?

A

Verdadeiro.

  • Princípio da legalidade: explícito na Constituição Federal (Art. 37, caput), exige que todo ato administrativo esteja previsto em lei.
  • Princípio da supremacia do interesse público: implícito no ordenamento jurídico, estabelece que o interesse público deve prevalecer sobre o interesse particular, garantindo a defesa, segurança e desenvolvimento da sociedade.

Esse princípio fundamenta o poder de império do Estado e a verticalidade da relação entre a Administração Pública e os administrados.

Obs: São chamados de informativos porque não apenas regulam atos administrativos específicos, mas também orientam toda a estrutura e funcionamento do Direito Administrativo. Ou seja, eles norteiam a criação, interpretação e aplicação das normas administrativas.

21
Q

Em decorrência do princípio da autotutela, não há limites para o poder da administração de revogar seus próprios atos segundo critérios de conveniência e oportunidade. Verdadeiro ou falso?

A

Falso.

A Lei 9.784/99, em seu Art. 53, estabelece que a Administração pode revogar seus atos por conveniência e oportunidade, mas deve respeitar os direitos adquiridos.

A Súmula 473 do STF confirma essa limitação ao estabelecer que:
- Atos ilegais podem ser anulados tanto pela Administração quanto pelo Judiciário.
- Atos inconvenientes ou inoportunos podem ser revogados, mas sempre respeitando os direitos adquiridos.

22
Q

São insuscetíveis de revogação os atos administrativos que exauriram seus efeitos, os atos vinculados, os que geraram direitos adquiridos, os integrantes de um procedimento administrativo e os meros atos administrativos. Verdadeiro ou falso?

A

Verdadeiro.

Nem todos os atos administrativos podem ser revogados. Os seguintes atos não podem ser revogados:
1. Atos que exauriram seus efeitos – já produziram todas as suas consequências.
2. Atos vinculados – pois não envolvem juízo de conveniência e oportunidade.
3. Atos que geraram direitos adquiridos – protegidos pelo princípio da segurança jurídica.
4. Atos integrantes de um procedimento administrativo – pois afetam a coerência do processo.
5. Meros atos administrativos – como certidões e atestados, que apenas declaram situações jurídicas.

23
Q

O princípio da legalidade consiste em estatuir que a regulamentação de determinadas matérias há de fazer-se necessariamente por lei formal, e não por quaisquer outras fontes normativas. Verdadeiro ou falso?

A

Falso.

O conceito apresentado refere-se ao princípio da reserva legal, e não ao princípio da legalidade.

  • Princípio da legalidade: impõe que a Administração Pública deve atuar conforme a lei, respeitando suas determinações.
  • Princípio da reserva legal: determina que certas matérias só podem ser regulamentadas por meio de lei formal, impedindo que normas infralegais tratem de determinados temas.
24
Q

O princípio da legalidade se sobrepõe ao da segurança jurídica,devendo os atos administrativos praticados em violação à lei, em todo caso, ser anulados, a qualquer tempo. Verdadeiro ou falso?

A

Falso.

Nenhum princípio se sobrepõe ao outro; há ponderação entre valores no caso concreto. O princípio da segurança jurídica não anula a legalidade, mas pode gerar exceções à anulação de atos administrativos, especialmente quando há boa-fé do administrado.

Além disso, nem todo ato ilegal precisa ser anulado:
- Se o vício for sanável, o ato pode ser convalidado.
- A anulação só ocorre quando há violação grave e insanável da legalidade.

25
A usurpação de função ocorre quando um agente público ultrapassa os limites de sua competência, mas o ato pode ser corrigido. Verdadeiro ou falso?
Falso ##Footnote O **excesso de poder** é um **vício de competência**, que **não torna o ato automaticamente nulo**. Caso **o agente tenha competência para o ato, mas o pratique de maneira abusiva**, o **ato pode ser corrigido pela Administração Pública**. Na **usurpação de função**, uma **pessoa sem qualquer vínculo com a Administração Pública** age **como se fosse um agente público**. Os **atos são inexistentes e sem validade**, **não podendo ser corrigidos ou convalidados**.
26
A ação administrativa tendente a beneficiar ou a prejudicar determinada pessoa viola o princípio da isonomia. Verdadeiro ou falso?
Falso. ##Footnote A ação administrativa que **favorece ou prejudica indevidamente uma pessoa** viola o **princípio da impessoalidade**, e não o da isonomia. ### Conceitos: - **Princípio da isonomia**: A Administração deve **tratar igualmente os iguais e desigualmente os desiguais, na medida de suas desigualdades**. - **Princípio da impessoalidade**: A Administração deve **atuar em prol do interesse público**, sem beneficiar ou prejudicar ninguém em especial. ✅ Conclusão: Embora a impessoalidade contribua para a efetivação da isonomia, os dois princípios possuem fundamentos próprios e não podem ser confundidos. A impessoalidade está relacionada à neutralidade da Administração, enquanto a isonomia trata da igualdade no tratamento dos administrados.
27
O princípio da eficiência, considerado um dos princípios inerentes à administração pública, não consta expressamente na Constituição Federal. Verdadeiro ou falso?
Falso. ##Footnote O **princípio da eficiência** foi incluído expressamente no **Art. 37, caput, da CF/88**, pela **Emenda Constitucional nº 19/1998** (Reforma Administrativa). Antes dessa emenda, o princípio da eficiência **já era reconhecido pela doutrina e jurisprudência, mas não estava explicitamente previsto na Constituição**.
28
O regime jurídico-administrativo brasileiro está fundamentado em dois princípios dos quais todos os demais decorrem, a saber: o princípio da supremacia do interesse público sobre o privado e o princípio da indisponibilidade do interesse público. Verdadeiro ou falso?
Verdadeiro. ##Footnote O **regime jurídico-administrativo** se baseia em **dois pilares fundamentais**: 1. **Supremacia do interesse público sobre o privado** – garante que o Estado **tenha prerrogativas para proteger o bem coletivo**. 2. **Indisponibilidade do interesse público** – impede que a Administração **disponha livremente dos bens e direitos públicos, pois deve sempre buscar o interesse da coletividade**. Todos os demais princípios da Administração decorrem desses dois fundamentos.
29
Determinada autoridade administrativa deixou de anular ato administrativo ilegal, do qual decorriam efeitos favoráveis para seu destinatário, em razão de ter decorrido mais de cinco anos desde a prática do ato, praticado de boa-fé. Nessa situação hipotética, a atuação da autoridade administrativa está fundada no princípio administrativo da segurança jurídica. Verdadeiro ou falso?
Verdadeiro. ##Footnote O **princípio da segurança jurídica** impede que a Administração **anule atos ilegais** que tenham gerado efeitos favoráveis a terceiros de **boa-fé**, especialmente quando já transcorreram **cinco anos** da prática do ato. Esse entendimento é consolidado na **Lei 9.784/99 (Art. 54)**, que estabelece **prazo decadencial de cinco anos para anulação de atos administrativos ilegais que beneficiem o administrado**.
30
A administração deve, em caso de incompatibilidade, dar preferência à aplicação do princípio da supremacia do interesse público em detrimento do princípio da legalidade. Verdadeiro ou falso?
Falso. ##Footnote A **supremacia do interesse público não se sobrepõe ao princípio da legalidade**. A Administração **deve sempre agir conforme a lei**, e qualquer juízo de conveniência deve estar **dentro dos limites normativos**.
31
A publicidade, princípio basilar da administração pública, não pode sofrer restrições. Verdadeiro ou falso?
Falso. ##Footnote Embora a publicidade seja essencial para garantir **transparência e controle social**, **há restrições** em determinados casos, como: - **Segurança do Estado**. - **Informações sigilosas** (exemplo: sigilo fiscal, bancário e comercial). - **Proteção da intimidade e da vida privada** (Art. 5º, X, da CF/88).
32
A ofensa ao princípio da moralidade pressupõe afronta também ao princípio da legalidade. Verdadeiro ou falso?
Falso. ##Footnote A moralidade **não se restringe à legalidade**. Um ato pode ser **legal**, mas **imoral**, se contrariar princípios éticos e valores da administração pública. Exemplo: um prefeito contratar um parente para um cargo comissionado pode ser **legal, mas imoral**, pois fere a impessoalidade e configura nepotismo.
33
O princípio da eficiência deve ser aplicado prioritariamente, em detrimento do princípio da legalidade, em caso de incompatibilidade na aplicação de ambos. Verdadeiro ou falso?
Falso. ##Footnote O **princípio da legalidade sempre prevalece** na administração pública. A eficiência deve ser buscada **dentro dos limites legais**, e não em detrimento da legalidade.
34
Os institutos do impedimento e da suspeição no âmbito do direito administrativo são importantes corolários do princípio da impessoalidade. Verdadeiro ou falso?
Verdadeiro. ##Footnote Os institutos do **impedimento e da suspeição** garantem que o agente público **não atue em processos administrativos nos quais tenha interesse pessoal, familiar ou profissional**. Isso decorre do **princípio da impessoalidade**, que impede o favorecimento ou perseguição de indivíduos na atuação administrativa.
35
Diferentemente das sociedades de economia mista exploradoras de atividade econômica em regime concorrencial, as empresas estatais monopolistas e prestadoras de serviço público estão sujeitas ao controle do Tribunal de Contas. Verdadeiro ou falso?
Falso. ##Footnote ✅ Falso. 📌 Explicação: Todas as empresas estatais, sejam sociedades de economia mista ou empresas públicas, estão sujeitas ao controle do Tribunal de Contas, independentemente de atuarem em regime concorrencial, monopólio ou na prestação de serviço público. 🔹 Base legal: Art. 70 e 71 da Constituição Federal ✔ O controle externo exercido pelo Tribunal de Contas alcança qualquer entidade que utilize recursos públicos, inclusive empresas estatais exploradoras de atividade econômica. ✔ O fato de operar em regime concorrencial não exclui o dever de prestar contas, mas pode flexibilizar algumas regras, como as de licitação (Lei nº 13.303/2016 - Estatuto das Estatais). 🔹 Diferença entre os tipos de empresas estatais: ✔ Sociedades de economia mista e empresas públicas exploradoras de atividade econômica em regime concorrencial → Devem prestar contas ao Tribunal de Contas, mas sua fiscalização pode ser mais flexível para evitar distorções na concorrência. ✔ Empresas estatais prestadoras de serviço público ou em regime de monopólio → Têm controle mais rígido, pois atuam diretamente na execução de políticas públicas. ⚠ Exemplo prático: • Banco do Brasil (sociedade de economia mista) e Caixa Econômica Federal (empresa pública): Mesmo atuando em regime concorrencial, devem prestar contas ao TCU. • Petrobras (sociedade de economia mista que também opera em monopólio em algumas áreas): Está sujeita ao controle do TCU. ✅ Conclusão: A afirmação da pergunta está incorreta porque **todas as empresas estatais**, ***independentemente do regime de atuação** (concorrencial ou monopolista), **estão sujeitas ao controle do Tribunal de Contas, conforme determina a Constituição Federal**.
36
A sociedade de propósito específico constituída nas parcerias público-privadas, com participação de investidores privados e do poder público, possui natureza jurídica de sociedade de economia mista. Verdadeiro ou falso?
Falso. ##Footnote A **sociedade de propósito específico (SPE)** criada no âmbito das **Parcerias Público-Privadas (PPPs)**, segundo a **Lei nº 11.079/2004**, possui **natureza jurídica de sociedade privada**, mesmo que o **Poder Público seja acionista**. **Ela não se confunde com a sociedade de economia mista**, que exige participação pública majoritária e segue as regras da **Lei nº 13.303/2016**. 🔹 Diferença entre SPE e Sociedade de Economia Mista: ✔ SPE (Sociedade de Propósito Específico): Criada para um projeto específico dentro de uma PPP, pode ter participação pública, mas continua sendo uma sociedade privada. ✔ Sociedade de Economia Mista: Empresas nas quais o Estado tem participação majoritária e controle, seguindo as regras da Lei nº 13.303/2016. Exemplo : Um exemplo real de Sociedade de Propósito Específico (SPE) é a Concessionária Aeroporto Rio de Janeiro S.A., formada para administrar o Aeroporto Internacional Tom Jobim (Galeão). Essa SPE foi constituída por meio de uma parceria público-privada, envolvendo empresas privadas e o governo, com o objetivo específico de operar e modernizar o aeroporto.
37
A sociedade de economia mista e a empresa pública podem adotar a forma de sociedade anônima, negociando suas ações na bolsa de valores. Verdadeiro ou falso?
Falso. ##Footnote As **sociedades de economia mista** devem ser obrigatoriamente **sociedades anônimas (S.A.)** e podem **negociar suas ações na bolsa de valores**. Já as **empresas públicas** **não podem negociar ações na bolsa**, pois seu capital pertence exclusivamente ao Poder Público.
38
A alienação do controle acionário de empresa subsidiária ou controlada por empresas estatais depende de autorização legislativa. Verdadeiro ou falso?
Falso. ##Footnote Segundo o **STF (ADI 5624/2019)**, a **venda do controle acionário de empresas estatais matrizes** exige **autorização legislativa e licitação**. Entretanto, no caso de **empresas subsidiárias ou controladas**, **não há exigência de autorização legislativa**, apenas a necessidade de **procedimento licitatório**.
39
É juridicamente viável a participação de uma sociedade de economia mista da União e de uma empresa pública municipal no capital social de uma empresa pública estadual, desde que a maioria do capital votante pertença ao estado. Verdadeiro ou falso?
Verdadeiro. ##Footnote A **Lei nº 13.303/2016**, que regula as empresas estatais, permite a formação de **empresas públicas ou sociedades de economia mista** com **participação de diferentes entes federativos**. A única exigência é que a **maioria do capital votante pertença ao ente público controlador**, garantindo que o controle da empresa pública estadual permaneça com o estado. **Exemplo**: Um exemplo real dessa configuração é a **Companhia de Saneamento de Minas Gerais (COPASA)**, que é uma sociedade de economia mista controlada pelo Estado de Minas Gerais, mas que também possui participação de municípios e investidores privados em seu capital social.