puerperio fisio e pato Flashcards
(58 cards)
CONCEITO
Período que tem início após a dequitação/dequitadura /secundamento (saída da placenta) e se estende até 6 semana completa após o parto
CLASSIFICAÇÃO DO PUERPÉRIO
IMEDIATO: Até o término da 2ª hora após o parto
MEDIATO: Do início da 3ª horas até o final do 10º dia pós-parto
TARDIO:
Não lactantes: do início do 11º dia até o retorno das menstruações
Lactantes: 6 a 8 semanas nas lactantes
INVOLUÇÃO UTERINA
Inicia-se imediatamente após a dequitação
O útero adquire uma aparência isquêmica, devido ao miotamponamento que ocorre com a contratilidade uterina, como uma forma de prevenção de hemorragia.
Ocorre mais rapidamente em mulheres que amamentam, devido a ação da ocitocina.
6 a 8 semanas pós-parto: útero com dimensões pré gravídicas
Peso do útero na gestação: atinge 1 kg
Peso do útero pré-gravídico: 60g
LÓQUIOS
Composição: eritrócitos, leucócitos, porções de decíduas, células epiteliais e bactérias
Volume total: 200 e 500 ml
Duração: 4 semanas
Mudanças de composição e aspecto:
Lochia rubra: Primeiros dias, maior quantidade de eritrócitos.
Lochia fusca: 3 a 4 dias, serossanguinolento (Hb semidegradada)
Lochia flava: Depois do 10º dia, amarelo (maior quantidade de leucócitos), menor volume
Lochia alba: esbranquiçada
INVOLUÇÃO DO SÍTIO PLACENTÁRIO
Após a dequitação, o local de implantação placentária atinge metade do diâmetro original
COLO UTERINO
Dilatação de ainda 2 a 3 cm nos primeiros dias
Em 1 semana: atinge a dilatação de 1 cm.
Progressivamente mais espesso com reconstrução do canal cervical
Entre 6 a 12 semanas (3 meses): reparo total e re-epitelização
*Não fazer preventivo nos primeiros 3 meses do pós-parto
TUBAS UTERINAS
Diminuição do tamanho das células ciliadas e não ciliadas
Estudos observaram que 38% das puérperas apresentam quadro de salpingite aguda com duração de 5 a 15 dias, entretanto, de causa desconhecida
VAGINA E VULVA
Vagina alargada e lisa no puerpério imediato
Rugosidades vaginais voltam na 3ª semana
Frouxidão da musculatura pélvica: distensão da fáscia (períneo) e trauma (lacerações)
TREMORES
Ocorre em 25 a 50% no pós-parto vaginal
Início: 1 a 30 minutos após a dequitação
Duração: 2 a 60 minutos
Patogenia: Inconclusiva
Evento autolimitado
Terapia de suporte
PAREDE ABDOMINAL
Diástase do músculo reto abdominal: quanto maior a distensão, maior a chance (gravidez gemelar, polidrâmnio, fetos grandes)
Pele frouxa (rotura extensa de fibras elásticas)
Musculatura frouxa
ALTERAÇÕES SANGUÍNEAS E PLASMÁTICAS
Hb e Ht: Aumento de 15% dos níveis
Leucocitose que inicia durante o trabalho de parto
Plaquetose
Fibrinogênio
Diminui durante o trabalho de parto
1º dia pós-parto: menor concentração
3º a 5º dia pós-parto: níveis pré-gestacionais
*Tendência tromboembólica tanto na gestação, quanto no puerpério.
*Gestação é um estado de hemodiluição e hipercoagulabilidade
SISTEMA ENDÓCRINO
hCG: demoram 2 a 4 semanas para retornar ao normal
Esteróides sexuais: níveis baixos em 2 a 3 semanas
Menstruação
Não lactantes: retorno com 7 a 9 semanas
Lactantes: atraso no retorno da ovulação (alta prolactina inibindo GnRH)
PERDA PONDERAL
Primeiras 6 semanas: perda de metade do peso (28% retornam ao peso anterior)
Restante da perda: Entre 6 semanas a 6 meses (perda maior dos primeiros 3 meses)
GANHO PONDERAL
Ganho excessivo de peso durante a gestação
Raça negra
Obesidade (pacientes já obesas antes)
Interrupção do tabagismo (“desconta na comida”)
Adolescentes
Paridade (quanto mais filho, maior a chance de engordar)
Tempo de retorno à atividade profissional (exercita menos e come mais)
ALTERAÇÕES ÓSSEAS
Diminuição generalizada da densidade óssea
Associação com lactação e amenorreia
Ausência do estrogênio permite que a remodelação óssea ocorra em maior escala
Níveis pré gravídicos: entre 12 a 18 semanas
Não resolve com atividade física e suplementação de cálcio
ALTERAÇÕES DERMATOLÓGICAS
Estrias
Cloasma gravídico
SISTEMA URINÁRIO
PREDISPOSIÇÃO À ITU
A mulher por si só já possui predisposição a ITU
Na gestação: compressão dos ureteres (na fase inicial do puerpério também)
A compressão lentifica o fluxo renal-vesical da urina
Estase urinária aumenta o risco de ITU
Urina residua
RETENÇÃO URINÁRIA
Não urinar 6 horas após o parto normal
Não urinar 6 horas após a retirada da sonda no parto cesárea
0,5% dos partos vaginais
Lesão/compressão do nervo pudendo no momento do parto
Fatores de risco:
Primiparidade
Parto instrumentado
cesariana
INCONTINÊNCIA URINÁRIA
Período expulsivo prolongado
Circunferência cefálica do feto
Peso de nascimento
Episiotomia (corte no períneo)
Partos vaginais (laceração e partos instrumentados)
MAMAS
Lactação exclusiva até 6 meses, parcialmente continuada até 12 meses e parcial até 2 anos (OMS)
COLOSTRO
Secreção alcalina e amarelada
Precursor do leite materno (“leite ralo/aguado”)
Rico em imunoglobulinas, vitamina A, proteínas e minerais.
LEITE MATERNO MADURO
Rico em carboidrato (lactose) e gordura
Leite anterior: localizado na parte anterior da mama, rico em água, proteínas e carboidrato
Leite posterior: localizado na parte posterior da mama, rico em gordura
*Faz-se a suplementação de vitamina K ao RN logo após o nascimento, para a prevenção de doença hemorrágica.
ENDOCRINOLOGIA DA LACTAÇÃO
Progesterona: inibe a biossíntese de lactose e alfalactoalbumina
Estrógeno: antagoniza o efeito lactogênio da prolactina na glândula mamária, inibindo a secreção de alfalactoalbumina
Hormônio lactogênio placentário: liga-se a receptores da prolactina nos alvéolos mamários e possuem efeito contrário ao dela
AMAMENTAÇÃO
Queda plasmática dos níveis de estrogênio, progesterona e hormônio lactogênio placentário → aumento da alfalactoalbumina → estímulo da secreção de lactose (aumento do teor no leite materno) → produção do leite
Contribuintes para a secreção: GH, cortisol, T4 e insulina
CONTRAINDICAÇÕES À AMAMENTAÇÃO
Mulheres portadoras do vírus HIV ou HTLV 1 e 2
Uso de drogas ilícitas
Drogas contraindicadas na lactação: agentes antineoplásicos e antimetabólicos, alguns anticonvulsivantes (topiramato)
*Galactosemia: Erro inato no metabolismo do RN, o qual é incapaz de metabolizar a galactose
Contraindicação absoluta para amamentar
Consequências: retardo mental, alterações hepáticas e catarata
QUEIXAS FREQUENTES DO PUERPÉRIO
Cólicas abdominais
Dor na cicatriz cirúrgica abdominal (cesárea) → analgésico
Ingurgitamento mamário
Cefaleia após anestesia raquidiana
Agravamento ou aparecimento de doenças hemorroidárias