Cefaleias na Pediatria Flashcards

1
Q

Cefaleias - noções gerais

A
  • É a causa mais frequente de procura de consultas de neuropediatria
  • Cefaleias sintomáticas: cefaleias associadas a uma doença subjacente
  • Cefaleias primárias (não sintomáticas): podem ser de diversos tipos e, embora habitualmente crónicas, são benignas do ponto de vista de morbilidade.
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2
Q

Cefaleias - classificação quando há duração

A
  • Cefaleia aguda
  • Cefaleia aguda recorrente: episódios recorrentes de cefaleias com intervalos assintomáticos entre os episódios - inclui a maioria das cefaleias:
    1. Cefaleia de tensão
    2. Enxaqueca
  • Cefaleia crónica progressiva
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3
Q

Cefaleia aguda

A
  • Cefaleia inaugural
  • Maioritariamente benigna secundária a uma infeção (ex. infeção respiratória)
  • Pode estar associada a situações mais graves que merecem cuidados imediatos:
    1. Infeção do SNC
    2. Hemorragia intracraniana
    3. Hidrocefalia aguda
  • Subtipo -> cefaleia explosiva (tem início súbito e está associada geralmente a hemorragia subaracnoideia)
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4
Q

Cefaleia aguda recorrente

A
  • Cefaleia periódica
  • Período intercrítico assintomático
  • Inclui os dois tipos: enxaqueca e cefaleia de tensão
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5
Q

Enxaqueca

A
  • Cefaleia primária
  • Hemicraniana
  • Caráter pulsátil
  • Fatores de agravamento: exercício físico, manobra de Valsalva e mudanças de posição
  • Fatores desencadeantes: stress, privação de sono, período menstrual, traumatismos cranianos minor e alguns alimentos (marisco, chocolate e alguns tipods de queijo)
  • Sintomas acompanhantes: anorexia, náuseas e vómitos, dor abdominal, olheiras, palidez, tonturas, sudorese, foto e fonofobia
  • Normalmente existe história familiar
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6
Q

Enxaqueca na idade pediátrica

A
  • Localização normalmente bifrontal
  • Dificuldade em caracterizar a dor como pulsátil
  • A foto e fonofobia inferem-se a partir do comportamento
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7
Q

Enxaqueca com aura

A
  • Ocorre em cerca de 10-20% dos episódios de enxaqueca
  • Aura: conjunto de sintomas neurológicos, sensitivos (parestesias, adormecimento), visuais (luzes cintilantes ou diminuição da visão central) ou alterações da linguagem (parafasias) que ocorrem imediatamente antes do início da cefaleia ou durante os seus primeiros minutos
  • Tem duração de poucos minutos
  • É completamente reversível
  • Diagnóstico diferencial com eventos vasculares ou crises epiléticas nos primeiros episódios de enxaqueca com aura
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8
Q

Percursores da enxaqueca

A
  • Torcicolo paroxístico benigno
  • Vertigem paroxística benigna
  • Vómitos cíclicos
  • Enxaqueca abdominal
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9
Q

Torcicolo paroxístico benigno

A
  • Episódios paroxísticos de inclinação lateral da cabeça
  • Tipicamente ocorre no 1º ano de vida
  • Pode ser acompanhado por ataxia ou vómitos
  • Tem duração de horas a dias
  • Não se apresenta com febre nem alterações do estado de consciência
  • Evolui frequentemente para cefaleia basilar
  • Diagnóstico diferencial com LOE cerebelar, epilepsia, RGE, anomalias da charneira crânio-cervical, distonia transitória
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10
Q

Vertigem paroxística benigna

A
  • Sem cefaleia
  • Ocorre normalmente após o 1º ano de vida
  • Ataxia de marcha de aparecimento súbito
  • Criança com ar “assustado”
  • Nistagmo, palidez, “tonturas”
  • Melhoria com o sono
  • História familiar de enxaqueca
  • Evolui frequentemente para enxaqueca típica
  • Diagnóstico diferencial com epilepsia, patologia ORL, anomalias endocranianas e doenças metabólicas
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11
Q

Vómitos cíclicos

A
  • Episódios recorrentes de de náuseas e vómitos estereotipados
  • Associados a palidez, cefaleia e letargia
  • Ausência de febre, odinofagia e diarreia
  • Assintomáticos no período interepisódico
  • Diagnóstico diferencial com causas neurológicas, gastrointestinais, metabólicas ou endócrinas
  • Evolui frequentemente para enxaqueca
  • Tratamento de suporte (hidratação ev) e profilaxia com anti-migranosos
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12
Q

Enxaqueca abdominal

A
  • Episódios recorrentes com dor abdominal na linha média, peri-umbilical
  • Duração variável (1h-72h)
  • Associado a náuseas e vómitos e sintomas vasomotores (palidez)
  • Remissão completa dos sintomas entre os episódios
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13
Q

Formas graves de enxaqueca

A

Enxaqueca hemiplégica:

  • Acompanhada por hemiplegia que pode ter duração de horas a dias
  • Existem as formas familiar e esporádica

Enxaqueca basilar:

  • Mais frequente nos adolescente
  • Simulam um quadro clínico de défice vascular da circulação posterior (artéria basilar)
  • Início súbito de sintomas visuais, ataxia de marcha, disartria, vertigem e cefaleia
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14
Q

Cefaleia de tensão

A
  • Difusa
  • Normalmente aparece ao fim do dia
  • Caráter opressivo (tipo aperto)
  • Duração variável
  • Intensidade ligeira a moderada
  • Não interrompe as atividades de vida diária
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15
Q

Cefaleia crónica progressiva

A
  • Difusa (difícil de localizar)
  • Caráter opressivo
  • Persistentes e diárias
  • Agravemento da intensidade ao longo do tempo
  • Predomínio matinal e ao despertar
  • Sintomas associados: vómitos e alterações da acuidade visual
  • Vómitos: sem náuseas associadas e ocorrem durante a noite ao despertar
  • Alterações da acuidade visual: pode haver parésia dos pares cranianos, nomeadamente do VI par e consequente diplopia
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16
Q

Cefaleia crónica progressiva - etiologia

A
  • Normalmente tem causa orgânica -> até prova em contrário, trata-se de hipertensão intracraniana
  • Hipertensão intracraniana pode ser causada por lesões expansivas (ex. tumores, abcessos, hidrocefalia, trombose venosa e pseudotumor cerebri)
17
Q

Sinais de alarme

A
  • Cefaleia explosiva -> evento vascular
  • Vómitos persistentes
  • Cefaleia crónica progressiva -> causa orgânica
  • Agravamento recente da cefaleia crónica -> lesão ocupante de espaço
  • Cefaleia precipitada pelo esforço ou exercício físico
  • Cefaleia que desperta o sono ou diária ao acordar
  • Convulsões de novo
18
Q

Outros fatores preocupantes

A
  • Coagulapatia ou anticoagulação/antiagregantes
  • Idade inferior a 5 anos (investigação de causa secundária)
  • TCE recente
  • Sistema de derivação ventricular
  • Alteração recente do comportamento
  • Má resposta à terapêutica analgésica
19
Q

Sinais de alarme no exame objetivo

A
  • Sinais neurológicos focais
  • Meningismo
  • Hipertensão arterial
  • Febre
  • Edema da papila/hemorragia retiniana
  • Fontanela anterior abaulada ou hipertensa
  • Aumento do perímetro cefálico
  • Sinais de doença neurocutânea
  • Atraso no crescimento/puberdade precoce
  • Sopro craniano