Abordagem à criança com febre e síndromes febris Flashcards
(36 cards)
Definição de febre
Elevação da T corporal superior ou igual a 1ºC acima da média basal diária individual
- normal: 36,6-37,9ºC (retal) com variação circadiana
Temperatura nas crianças
É mais alta devido a maior razão superfície - peso corporal e maior atividade metabólica
Variação da temperatura na criança
Pico à tarde (17-19h) - “febre da criança que chega da escola”
Mínimo na madrugada (2h-6h) - não subvalorizar T ligeiramente elevadas a esta hora!
Regulação da temperatura corporal normal
Hipotálamo anterior
Definição geral de febre
T retal superior ou igual a 38ºC
(T axilar pode ser 0,5-1ºC inferior à retal)
- elevação anormal e autorregulada da T corporal
4 cut-offs para febre (4 locais de medição diferentes)
− Retal ≥ 38ºC
− Axilar ≥ 37,6ºC
− Timpânica ≥ 37,8ºC
− Oral ≥ 37,6ºC
Definição de hipertermia
Aumento não regulado da T corporal, sem relação com o centro regulador (hipotálamo)
Causa da hipertermia
Resulta do aquecimento corporal por aquisição de calor proveniente de fontes externas, produção excessiva (exercício físico,
hipertiroidismo) ou perda inadequada de calor (excesso de roupa)
Tratamento da hipertermia
Está indicado fazer arrefecimento físico (sem uso de antipiréticos)
Método mais rigoroso de medição da temperatura
Temperatura retal
- é o que melhor corresponde à temperatura central (deve ser preferido quando é necessária T exata)
Medição da temperatura retal
Introduzir o termómetro digital de ponta flexível ou o de galinstan no ânus (3 cm ou +) e esperar pelo 1.º toque (demora média de 37 + 14 s) esperar 3 min com galinstan
Medição da temperatura axilar
A T na axila demora cerca de 5 min a estabilizar; para uma avaliação correta, colocar o termómetro digital (desligado) na axila, manter o braço firmemente encostado ao tronco durante 5 min após os quais se deve ligar o termómetro e esperar pelo toque; com o termómetro de galinstan a leitura deve
ser também aos 5 min
Medição da temperatura timpânica
Medição em poucos segundos e de forma higiénica pelo uso de pontas descartáveis (vantagem em
serviços de triagem pediátrica) mas com elevada imprecisão
- A deteção da radiação infravermelha deve ser a da membrana timpânica, irrigada por arteríolas das
artérias timpânicas, traduzindo uma T central; se a radiação for proveniente do canal auditivo externo são obtidas T periféricas (auriculares) - Elevada % de medições imprecisas (orientação incorreta do termómetro, canal auditivo estreito,
cerúmen, …) pelo que é desaconselhada a sua utilização em crianças com menos de 3 A
Medição da temperatura oral
Pouco usada em Portugal, é viável apenas a partir dos 5 A porque implica colaboração a manter a boca fechada com a ponta do termómetro debaixo da língua durante pelo menos 3 min
- As chupetas com termómetro digital não cumprem estas exigências e têm muitos falsos negativos
Febre sem foco - definição
Em até 20% dos casos não encontramos uma etiologia que justifique a febre
Infeção bacteriana potencialmente grave - 6 exemplos
Sépsis, meningite, ITU, pneumonia, infeção articular
GEA bacteriana em < 3 meses
Infeção bacteriana invasiva - definição
Cultura de LCR e/ou hemocultura positivos
Objetivo da febre
É parte da resposta inflamatória e tem um papel no combate à infeção
Vantagens da febre
Inibição do crescimento de algumas bactérias e vírus
Aumento da atividade imunitária que ocorre em temperaturas mais elevadas
Nas infeções graves verifica-se maior sobrevida para T corporal 38,5-40,5ºC
Desvantagens da febre
Desconforto associado ao aumento da atividade metabólica, consumo de
O2, produção de CO2 e aumento da atividade cardiovascular e respiratória
Febre - sinal ou doença?
A febre é um sinal encontrado nas reações de fase aguda, não é uma doença
Fisiopatologia da febre
Infeção/ inflamação/ neoplasia
(micróbios e toxinas microbianas atuam como pirogénios exógenos ao
estimular a libertação de pirogénios endógenos)
-
libertação de pirogénios
endógenos (IL-1, IL6, TNF, IFNs)
-
pirogénios atingem o hipotálamo anterior
-
libertação de ácido araquidónico que é convertido em PGE2 (os antipiréticos inibem a cicloxigenase hipotalâmica e reduzem a produção de PGE2)
-
interação complemento-PGE2
-
elevação do termostato hipotalâmico
Elevação do termostato hipotalâmico
= mecanismos de conservação e produção de calor com o objetivo de elevar a T corporal 3-4ºC acima da T basal média individual
- Nunca >5ºC acima da T basal média individual
- Nunca acima de 42.2ºC de T corporal
Febre - produção de calor (3)
Metabolismos energéticos
Calafrios
Ereção dos pêlos