Apostila - Lei especial Flashcards

1
Q

1º) Examinador: Qual a definição legal de criança e de adolescente?

A

➢ Resposta: Excelência, o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), no art.
, traz a definição de criança como pessoa de até 12 (doze) anos de idade incompletos; e adolescente, a pessoa entre 12 (doze) anos completos e 18 (dezoito) anos de idade incompletos.

*Dica de ouro: não se desespere se você não lembrar o número do artigo. O mais
importante aqui é saber distinguir criança de adolescente. Memorize os conceitos! O
critério utilizado pelo legislador é puramente cronológico.
Não há distinção entre desenvolvimento biológico ou psicológico para fins de incidência dessa lei.

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2
Q

2º) Examinador: Menor de 18 anos comete crime?

A

➢ Resposta: Não, excelência. Menor de 18 anos comete ato infracional. Considera-se ato infracional a conduta descrita como crime ou contravenção penal.

*Dica de ouro: aqui, o examinador pretende explorar seu domínio sobre as
peculiaridades do ECA. É comum que ele/a emende outra pergunta, na mesma
temática, como vamos fazer abaixo.

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3
Q

3º) Examinador: Sr(a). candidato(a), e qual a diferença entre crime e ato infracional?

A

➢ Resposta: Excelência, segundo a teoria finalista, crime é todo fato típico
ilícito/antijurídico e culpável e, por isso, é necessário que o agente que o pratica seja
imputável. Ocorre que, segundo a CF/88, os menores de 18 anos são inimputáveis e, por isso, não cometem crime, mas sim ato infracional. Este, por sua vez, pode ser
definido como conduta praticada por criança ou adolescente, prevista na lei como
crime ou contravenção penal
.

*Dica de ouro: a cereja do bolo é demonstrar que você conhece o sistema como um todo. Para acertar a questão bastaria você responder que crime se trata de fato típico, ilícito e culpável. Mas aqui nós vamos além e acrescentamos uma informação a mais - é a definição da teoria finalista. Isso já vai amolecer o coração do examinador! Outra informação que demonstra conhecimento, observar que a CF prevê a inimputabilidade dos menores de 18 anos.

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4
Q

4º) Examinador: Sr(a). candidato(a), menor de 18 anos pode ser preso?

A

➢ Resposta: Excelência, menor de 18 anos não pode ser preso. Adolescente pode ser apreendido, por força de ordem judicial escrita e fundamentada, ou em flagrante de ato infracional, nos termos dos arts. 171 e 172 do ECA. Já as crianças somente estão sujeitas às medidas de proteção, não podendo ser presas ou apreendidas.

*Dica de ouro: a distinção entre criança e adolescente é relevante, pois à criança
jamais será aplicada medida socioeducativa. A ela somente caberá aplicação de medidas de proteção. Já ao adolescente caberá tanto a medida de proteção, quanto a medida socioeducativa, a depender do ato praticado.

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5
Q

5º) Examinador: Sr.(a) candidato, suponha que um adolescente, às vésperas de
completar 18 anos, dispara uma arma de fogo com a intenção de matar uma pessoa.
Ocorre que essa pessoa vem a óbito somente 1 mês após o ocorrido, tendo o autor dos fatos 18 anos já completados. A ele será aplicado o ECA ou o Código Penal? Por qual razão?

A

➢ Resposta: Excelência, no caso narrado será aplicado ao autor dos fatos o
ECA. Isso porque o referido diploma legal adota a Teoria da Ação (ou princípio da
atividade)
. Assim, considera-se praticado o ato infracional no momento da ação ou omissão, ainda que o momento do resultado seja outro.

*Dica de ouro: lembre-se que Ato infracional começa com “A” de Atividade e de Ação. O examinador também poderá indagar se, caso o agente fosse emancipado, seria aplicável o CP. Do mesmo modo, você responderá que a superveniência da capacidade civil (emancipação) não afasta a possibilidade de aplicação do ECA. O que importa é a idade do adolescente à época dos fatos.

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6
Q

6º) Examinador: Quais os direitos do adolescente caso seja apreendido?

A

➢ Resposta: Excelência, caso o adolescente seja apreendido, ele deve ter preservadas sua integridade física, psíquica e moral, abrangendo, inclusive, a preservação de sua imagem e identidade. No momento da apreensão, ele não poderá
ser conduzido ou transportado em compartimento fechado de veículo policial, em condições atentatórias à sua dignidade ou que impliquem risco à sua integridade física ou mental, sob pena de responsabilidade do agente que assim o fizer. Além disso, o adolescente tem direito à identificação dos responsáveis por sua apreensão, assegurados o pleno e formal conhecimento da atribuição de ato infracional; à igualdade na relação processual, à defesa técnica por advogado, o direito de ser ouvido pessoalmente pela autoridade competente e de solicitar a presença de seus pais ou responsáveis em qualquer fase do procedimento.

*Dica de ouro: caso você não se lembre de todos os direitos do adolescente
apreendido, não se preocupe. Cite aqueles que você lembra. Se não lembrar de
nenhum na hora, faça um paralelo com os direitos da pessoa penalmente imputável
quando presa em flagrante (direito de ser tratado com dignidade, conhecer os
responsáveis por sua prisão, de se consultar com um advogado e comunicar
familiares etc).

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7
Q

7ª) Examinador: O ECA pode ser aplicado a maiores de 18 anos?

A

➢ Resposta: Excelência, excepcionalmente, nos casos expressos em lei, o ECA
pode ser aplicado às pessoas entre 18 e 21 anos de idade.

*Dica de ouro: o parágrafo único do art. 2º do ECA dispõe que o estatuto poderá ser
aplicado, de forma excepcional, àqueles que já tenham atingido a maioridade. O
processo de apuração de ato infracional se desenvolve na Justiça da Infância e da
Juventude, ainda que o adolescente tenha completado 18 anos, estando sujeito às
medidas de proteção ou socioeducativas.

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8
Q

8ª) Examinador: O adolescente infrator pode permanecer preso em uma delegacia
de polícia?

A

➢ Resposta: Não, excelência. O adolescente infrator não poderá permanecer
preso em uma delegacia de polícia, pois o ambiente não oferece instalações
condizentes para sua integral proteção. Excepcionalmente, o adolescente poderá
permanecer na Unidade Policial durante a elaboração do auto infracional, em local
separado dos demais detentos.

*Dica de ouro: lembre-se que o adolescente, por sua condição peculiar de pessoa em desenvolvimento, não pode ser tratado como se fosse maior de 18 anos. Assim, o adolescente apreendido, não poderá permanecer no mesmo local que pessoas adultas.
Ato infracional cometido com violência ou grave ameaça à PESSOA dá ensejo à lavratura do auto de apreensão; demais hipóteses de ato infracional dão
ensejo à lavratura de boletim de ocorrência circunstanciada.

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9
Q

9ª) Examinador: Sr.(a) candidato(a), o que são medidas socioeducativas previstas
no ECA?

A

➢ Resposta: Excelência, medidas socioeducativas são medidas coercitivas, ou seja, que são aplicadas independentemente da vontade do agente, e dirigidas em face do adolescente autor de ato infracional. Na sua aplicação, são levadas em conta a capacidade do adolescente em cumpri-las, as circunstâncias e a gravidade do ato infracional cometido.

*Dica de ouro: Aqui você pode demonstrar conhecimento apontando as medidas
socioeducativas previstas no art. 112, incisos I a VI do ECA: advertência, obrigação de reparar o dano, prestação de serviços à comunidade, liberdade assistida, inserção em regime de semiliberdade e internação em estabelecimento educacional.

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10
Q

10ª) Examinador: Sr.(a) candidato(a), qual o prazo máximo de internação previsto no
ECA?

A

➢ Resposta: Excelência, a medida de internação NÃO COMPORTA prazo
determinado
, devendo sua manutenção ser reavaliada, mediante decisão
fundamentada
, no máximo, a cada seis meses. Entretanto, ela não poderá, em
nenhuma hipótese, exceder o período máximo de 3 anos
. Atingido esse limite, o
adolescente deverá ser liberado, colocado em regime de semiliberdade ou de
liberdade assistida. Em todo caso, a liberação será compulsória ao atingir 21 anos de idade.

*Dica de ouro: lembre-se dos prazos:
6 meses (revisão) e 3 anos (duração máxima).
Além disso, há a possibilidade de internação provisória, pelo prazo máximo de 45 dias, nos casos em que o ato infracional praticado seja grave
(a fundamentação de perigo em abstrato não é idônea para embasar a decisão de apreensão do adolescente) ou de grande repercussão social, ou ainda nos casos em que haja risco para a manutenção da integridade física do adolescente ou para a manutenção da ordem pública.

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11
Q

11ª) Examinador: Sr.(a) candidato(a), segundo a Lei Maria da Penha, o que é
violência doméstica e familiar contra a mulher?

A

➢ Resposta: Excelência, nos termos da Lei Maria da Penha, configura violência
doméstica e familiar contra a mulher qualquer ação ou omissão baseada no gênero que cause morte, lesão, sofrimento físico, sexual ou psicológico e dano moral ou patrimonial à mulher, cometida no âmbito da unidade doméstica, da família ou em qualquer relação íntima de afeto, na qual o agressor conviva ou tenha convivido com a ofendida, independentemente de coabitação.

*Dica de ouro: o art. 5º da Lei Maria da Penha traz a definição de violência doméstica e familiar contra a mulher, de modo que sua leitura é altamente recomendada.

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12
Q

12ª) Examinador: Sr.(a) candidato(a), em quais contextos pode ocorrer a violência
doméstica e familiar contra a mulher?

A

➢ Resposta: Excelência, a violência doméstica e familiar contra a mulher pode
ocorrer no âmbito da unidade doméstica, familiar, ou em qualquer relação íntima de
afeto
.

*Dica de ouro: o conceito de cada ambiente onde ocorre a violência doméstica e
familiar contra a mulher é extensivo, não restritivo (por exemplo, o ambiente
doméstico compreende também as pessoas que nele convivam esporadicamente; o
ambiente familiar compreende também as pessoas que se consideram aparentadas;
a relação íntima de afeto não exige coabitação entre autor e vítima).

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13
Q

13ª) Examinador: Sr.(a) candidato(a), o que é unidade doméstica na Lei Maria da
Penha?

A

➢ Resposta: Excelência, unidade doméstica, na Lei Maria da Penha, consiste no espaço de convívio permanente de pessoas, com ou sem vínculo familiar, inclusive as esporadicamente agregadas.

*Dica de ouro: Os demais contextos em que pode ocorrer a violência doméstica e
familiar contra a mulher estão presentes no art. 5° da Lei Maria da Penha, quais
sejam:
[…]
II – no âmbito da família, compreendida como a comunidade formada por indivíduos que são ou se consideram aparentados, unidos por laços naturais, por afinidade ou por vontade expressa;
III – em qualquer relação íntima de afeto, na qual o agressor conviva ou tenha
convivido com a ofendida, independentemente de coabitação.

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14
Q

14ª) Examinador: Sr.(a) candidato(a), segundo a Lei Maria da Penha, qual o conceito de violência física? E violência psicológica?

A

➢ Resposta: Excelência, segundo a Lei Maria da Penha, a violência física é
entendida como qualquer conduta que ofenda a **integridade ou saúde corporal da vítima **.
Já a violência psicológica consiste em qualquer conduta que cause dano
emocional e diminuição da autoestima
ou que prejudique e perturbe o pleno
desenvolvimento
ou que vise degradar ou controlar ações, comportamentos, crenças e decisões, mediante ameaça, constrangimento, humilhação, manipulação, isolamento, vigilância constante, perseguição contumaz, insulto, chantagem, violação de intimidade, ridicularização, exploração e limitação do direito de ir e vir ou qualquer outro meio que cause prejuízo à saúde psicológica e à autodeterminação da vítima.

*Dica de ouro: os conceitos de violência física e psicológica, bem como das demais
formas de violência previstas na Lei Maria da Penha, estão descritos no art. 7º.

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15
Q

15ª) Examinador: Sr.(a) candidato(a), quais as formas de violência previstas na Lei
Maria da Penha?

A

➢ Resposta: Excelência, as formas de violência previstas na Lei Maria da Penha
são a violência física, psicológica, sexual, patrimonial e moral.

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16
Q

16ª) Examinador: Sr.(a) candidato(a), qual a diferença entre violência psicológica e
violência moral?

A

➢ Resposta: Excelência, violência psicológica consiste em qualquer conduta
que cause dano emocional e diminuição da autoestima da mulher, ou que lhe
prejudique e perturbe o pleno desenvolvimento, ou que vise degradar ou controlar suas ações, comportamentos, crenças e decisões. Pode ser praticada mediante ameaças, constrangimento, manipulação, humilhação, isolamento, vigilância constante, dentre outros atos que lhe causem prejuízo à saúde psicológica e
autodeterminação.
Por sua vez, violência moral consiste em qualquer conduta que configure calúnia, difamação ou injúria, ou seja, crimes contra a honra da mulher.

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17
Q

17ª) Examinador: Sr.(a) candidato(a), quais providências o Delegado de Polícia deve
adotar nos casos de violência doméstica e familiar contra a mulher?

A

➢ Resposta: Excelência, nos casos de violência doméstica e familiar contra a
mulher, o Delegado de Polícia deverá lavrar o registro da ocorrência, colhendo provas e ouvindo a vítima e as testemunhas. Além disso, deverá informar à vítima seus direitos e tomar sua representação criminal, se o caso; e, após, encaminhá-la para atendimento hospitalar e exames periciais. Se o agressor estiver presente, deverá ouvi-lo. Caso seja necessário, deverá acompanhar a ofendida para assegurar a retirada de seus pertences do local da ocorrência ou do domicílio familiar; e, se houver risco de vida, deverá fornecer transporte para a ofendida e seus dependentes para abrigo ou local seguro.
Por fim, o Delegado de Polícia deverá remeter a solicitação de medidas protetivas de urgência à autoridade judicial, no prazo de 48 horas.

*Dica de ouro: todas essas medidas estão previstas no art. 12 da Lei Maria da Penha.
O diploma legal utiliza a expressão ”deverá’’, de forma que não se trata de opção ou não do Delegado de Polícia, mas sim uma imposição legal de todas as medidas que ele deve adotar.

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18
Q

18ª) Examinador: Sr.(a) candidato(a), como se dará a inquirição da mulher em
situação de violência doméstica e familiar, em sede policial?

A

➢ Resposta: Excelência, a mulher em situação de violência doméstica e familiar
deverá ser inquirida, em sede policial, tendo salvaguardada sua integridade física,
psíquica e emocional
, considerada a sua condição peculiar de pessoa em situação
de violência doméstica e familiar, não podendo, em nenhuma hipótese, ser colocada em contato direto com investigados ou suspeitos e pessoas a eles relacionadas
. A inquirição deverá ser realizada em recinto especialmente projetado para esse fim, registrado o depoimento em meio eletrônico ou magnético, de forma a não revitimizar
a depoente e evitando sucessivas indagações sobre o mesmo fato nos âmbitos criminal, cível e administrativo; bem como questionamentos sobre sua vida privada.

*Dica de ouro: atenção para as palavras-chave - integridade física, psíquica e
emocional; não revitimização.

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19
Q

19ª) Examinador: Sr.(a) candidato(a), o que é revitimização nos casos de violência
doméstica e familiar contra a mulher?

A

➢ Resposta: Excelência, revitimização são sucessivas inquirições sobre o mesmo fato nos âmbitos criminal, cível e administrativo, bem como questionamentos sobre a vida privada da vítima.

*Dica de ouro: percebam que na resposta anterior eu mencionei a palavra
“revitimização”? Em suas respostas, é recomendável que você use termos que você saiba conceituar, de forma a conduzir o examinador a indagá-lo sobre essa definição. Essa é uma técnica que você pode utilizar para demonstrar conhecimento e determinar o rumo da sua arguição oral.

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20
Q

20ª) Examinador: Sr.(a) candidato(a), policial pode afastar o agressor do lar?

A

➢ Resposta: Excelência, quando o Município não for sede de comarca e não
houver delegado disponível no momento da denúncia
, verificada a existência de risco atual ou iminente à vida ou à integridade física ou psicológica da mulher em situação de violência doméstica e familiar, ou de seus dependentes, o policial poderá afastar, imediatamente, o agressor do lar ou local de convivência.

*Dica de ouro: lembre-se da “hierarquia” prevista no art. 12-C da Lei 11.340/06 -
primeiro autoridade judicial; caso o Município não seja sede de comarca, a autoridade policial; e, somente quando o Município não for sede de comarca e não houver delegado disponível no momento da denúncia, o policial poderá afastar o agressor.
Aqui o examinador, além de verificar seu conhecimento teórico, deseja saber se você sabe os limites da sua atuação na qualidade de escrivão/investigador.

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21
Q

21ª) Examinador: Sr.(a) candidato(a), a Lei Maria da Penha prevê algum crime?

A

➢ Resposta: Sim, excelência. A Lei Maria da Penha prevê, em seu artigo 24-A, o crime de descumprimento de medidas protetivas de urgência, cominando pena de detenção de 3 meses a 2 anos. A configuração do crime independe da competência civil ou criminal do juiz que deferiu as medida protetivas, e, em que pese o quantum em abstrato da pena, somente a autoridade judicial poderá conceder fiança em caso de prisão em flagrante.

*Dica de ouro 1: acrescentando essa informação da impossibilidade de a autoridade policial conceder fiança em caso de prisão em flagrante você demonstra que domina o assunto, diferenciando das hipóteses previstas no CPP em que o delegado poderá conceder fiança (art. 322 do CPP).

*Dica de ouro 2: importante ressaltar que somente restará caracterizado este crime
em caso de medida judicial que defere medida protetiva
. Portanto, em caso de
descumprimento de medida de afastamento do lar realizada pelo delegado de polícia, por exemplo, em respeito ao princípio da legalidade, não haverá crime.

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22
Q

22ª) Examinador: Sr.(a) candidato(a), em se tratando de violência doméstica, o que
se entende por medidas protetivas?

A

➢ Resposta: Excelência, medidas protetivas são mecanismos legais, cujo objetivo é proteger o indivíduo em situação de risco.
A Lei Maria da Penha prevê medidas protetivas decretadas pelo juiz para proteger a ofendida, e também prevê
medidas protetivas que obrigam o ofensor. Como exemplos da primeira hipótese, cita-se o encaminhamento da ofendida e seus dependentes a programa oficial ou comunitário de proteção ou de atendimento; recondução da ofendida e a de seus dependentes ao respectivo domicílio, após afastamento do agressor; afastamento da ofendida do lar, sem prejuízo dos direitos relativos a bens, guarda dos filhos e alimentos; separação de corpos; matrícula dos dependentes da ofendida em instituição de educação básica mais próxima do seu domicílio, ou a transferência deles para essa instituição, independentemente da existência de vaga; restituição de bens indevidamente subtraídos pelo agressor; proibição temporária para a celebração de atos e contratos de compra, venda e locação de propriedade em comum, salvo expressa autorização judicial; suspensão das procurações conferidas pela ofendida
ao agressor; e prestação de caução provisória, mediante depósito judicial, por perdas e danos materiais decorrentes da prática de violência doméstica e familiar contra a ofendida.

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23
Q

23ª) Examinador: Sr.(a) candidato(a), cite 3 exemplos de medidas protetivas que
obrigam o agressor, previstas na Lei Maria da Penha

A

➢ Resposta: Excelência, como exemplos das hipóteses de medidas protetivas
que obrigam o agressor, cita-se:
(i) a suspensão da posse ou restrição do porte de armas, com comunicação ao órgão competente;
(ii) afastamento do lar, domicílio ou local
de convivência com a ofendida; e
(iii) proibição de aproximação da ofendida, de seus familiares e das testemunhas, fixando o limite mínimo de distância a ser observado.

*Dica de ouro: as medidas protetivas que obrigam o agressor estão previstas no art.
22 da Lei 11.340/06. Além das citadas acima, ainda temos: proibição de contato com a ofendida, seus familiares e testemunhas por qualquer meio de comunicação; proibição de frequentar determinados lugares a fim de preservar a integridade física e psicológica da ofendida; restrição ou suspensão de visitas aos dependentes menores, ouvida a equipe de atendimento multidisciplinar ou serviço similar; prestação de alimentos provisionais ou provisórios; comparecimento do agressor a programas de recuperação e reeducação; e acompanhamento psicossocial do agressor, por meio de atendimento individual e/ou em grupo de apoio.

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24
Q

24ª) Examinador: Sr.(a) candidato, a Lei Maria da Penha pode ser aplicada a homens que sofrem violência doméstica?

A

➢ Resposta: Não, excelência. Apesar de os homens também estarem sujeitos à
violência doméstica e familiar, o âmbito de proteção da Lei Maria da Penha somente
se aplica às mulheres, independentemente de sua orientação sexual
.

*Dica de ouro: lembre-se que a Lei Maria da Penha também se aplica em relacionamento homoafetivo entre mulheres e que, recentemente, o STJ estendeu seu âmbito de proteção para as mulheres transsexuais e transgênero. O que importa para decidir se a LMP incidirá ou não é a identidade feminina, e não o corpo biológico.

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25
Q

25ª) Examinador: Sr.(a) candidato, quem pode ser réu em ação penal por violência
doméstica e familiar contra a mulher?

A

➢ Resposta: Excelência, qualquer pessoa pode ser sujeito ativo de violência
doméstica e familiar contra a mulher. Vale lembrar, ademais, que as relações domésticas, familiares e de afeto independem da orientação sexual do agressor e da vítima.

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26
Q

26ª) Examinador: Sr.(a) candidato(a), é possível aplicar pena de cesta básica para
crimes de violência doméstica e familiar cometidos contra a mulher?

A

➢ Resposta: Não, Excelência. O art. 17 da Lei 11.340/06 veda a aplicação de nos casos de violência doméstica e familiar contra a mulher, de penas de cesta básica
ou outras de prestação pecuniária.

*Dica de ouro: o referido artigo também veda a substituição de pena que implique
pagamento isolado de multa
.

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27
Q

27ª) Examinador: Sr.(a) candidato(a), no que consiste o Programa “Sinal Vermelho”?

A

➢ Resposta: Excelência, o Programa “Sinal Vermelho” consiste em um programa de cooperação, idealizado pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) para ajudar as vítimas de violência doméstica e familiar durante a fase de isolamento social
imposto pela pandemia de Covid-19. Por meio de um sinal “X” vermelho na palma da
mão ou em um pedaço de papel, a vítima pode sinalizar a um terceiro que sofre
violência doméstica e assim, obtenha auxílio para acionar a polícia.

*Dica de ouro: o Programa Sinal Vermelho foi instituído pela Lei nº 14.188/2021,
como medida de enfrentamento à violência doméstica e familiar contra a mulher e amplamente divulgado em todo o país.

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28
Q

28ª) Examinador: Sr.(a) candidato(a), se o marido agride a esposa, e desta agressão
resulta lesão corporal leve, trata-se de um crime de ação penal pública condicionada?

A

➢ Resposta: Excelência, a agressão do marido contra a esposa que resulta
lesão corporal leve, no âmbito de incidência da Lei Maria da Penha, será um crime de
ação penal pública incondicionada. Isso se dá porque a referida lei impede a aplicação da Lei dos Juizados Especiais Criminais, que inicialmente designaria a ação penal da lesão corporal leve como pública condicionada à representação.

*Dica de ouro: tal proibição se encontra no art. 41 da LMP, sob o texto a seguir:
“Art. 41. Aos crimes praticados com violência doméstica e familiar contra a mulher, independentemente da pena prevista, não se aplica a Lei nº 9.099, de 26 de setembro de 1995”.

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29
Q

29ª) Examinador: Sr.(a) candidato(a), existe alguma modalidade culposa na lei de
drogas? Se sim, qual?

A

➢ Resposta: Excelência, a única modalidade culposa prevista na Lei 11.343/06
é a prescrição culposa de drogas, do art. 38. Esse tipo incrimina a conduta do
profissional de saúde que prescreve ou ministra, culposamente, drogas, sem que o
paciente necessite delas, ou que faça a prescrição em doses excessivas ou em
desacordo com determinação legal ou regulamentar
.

*Dica de ouro: a prescrição culposa (art. 38) é, como dito acima, a única conduta
culposa da Lei de Drogas. O examinador gosta de perguntar, justamente, esses
detalhes, porque nós tendemos a lembrar da regra geral. Portanto, muita atenção aos
detalhes.

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30
Q

30ª) Examinador: Sr.(a) candidato(a), qual a diferença entre tráfico de drogas e porte
para consumo próprio?

A

➢ Resposta: Excelência, a distinção entre porte de drogas para consumo próprio
e de tráfico de drogas reside no fato de a droga ser ou não destinada para consumo
pessoal do agente
, ou seja, no ESPECIAL FIM DE AGIR, previsto no art. 28 da Lei.
Para determinar se a droga se destina a consumo pessoal, deverá ser analisados os
seguintes aspectos:
(i) a natureza e a quantidade da substância apreendida;
(ii) local e condições que a ação se desenvolveu;
(iii) circunstâncias sociais e pessoais do
agente; e
iv) conduta e antecedentes do agente.

*Dica de ouro: a resposta apresentada acima é apenas uma sugestão. Você poderia responder, apenas, que a distinção reside no fato de a droga ser destinada a consumo pessoal do agente ou não, que estaria igualmente correta. Para fins didáticos, colocamos a resposta o mais completa possível, pois o examinador poderá indagar, na sequência, como faz para definir se a droga é para consumo pessoal ou não, e é bom que você esteja preparado(a) para isso.

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31
Q

31ª) Examinador: Sr.(a) candidato(a), pessoa que porta drogas para consumo
próprio pode ser presa?

A

➢ Resposta: Não, excelência. O parágrafo 2º do art. 28 prevê que não será imposta pena de prisão em flagrante para agente que porta drogas para consumo
próprio
, devendo o autor do fato ser imediatamente encaminhado à autoridade judicial ou assumir o compromisso de comparecimento mediante a lavratura de termo circunstanciado.
No mesmo sentido, o §3º do art. 28 veda a detenção do agente. Além disso, ao condenado por porte de drogas para consumo pessoal também não poderá
ser imposta pena de prisão. Portanto, a pessoa que porta drogas para consumo
próprio não poderá ser presa.

*Dica de ouro: é importante você memorizar que a conduta de porte de drogas para consumo próprio não admite prisão nem na fase de investigação, nem após a condenação. As penas previstas para o condenado por porte de drogas para consumo próprio são:
(i) advertência sobre os efeitos das drogas; (ii) prestação de serviços à comunidade; e (iii) medida educativa de comparecimento à programa ou curso educativo.
As penas de prestação de serviços à comunidade e medida educativa de
comparecimento à programa ou curso educativo serão aplicadas pelo prazo máximo de 5 meses e, em caso de reincidência, serão aplicadas pelo prazo máximo de 10 meses. Caso o agente se recuse injustificadamente a cumprir as medidas educativas que lhe foram impostas em razão da prática da conduta de posse de drogas para consumo próprio, o juiz poderá submetê-lo, sucessivamente a admoestação verbal e multa, que só poderá ser aplicada depois da admoestação verbal.

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32
Q

32ª) Examinador: Sr.(a) candidato(a), o fornecimento gratuito de droga pode
caracterizar tráfico? A quantidade de droga tem alguma relevância?

A

➢ Resposta: sim, excelência. O art. 33 da Lei nº 11.343/06 incrimina a conduta de fornecimento de drogas, ainda que gratuito.

*Dica de ouro: lembre-se que o art. 33 é considerado como um crime de ação múltipla e a prática de um dos verbos (Importar, exportar, remeter, preparar, produzir, fabricar, adquirir, vender, expor à venda, oferecer, ter em depósito, transportar, trazer consigo, guardar, prescrever, ministrar, entregar a consumo ou fornecer drogas) é suficiente para a consumação da infração, sendo dispensável a realização de atos de venda.

Exemplo: se um sujeito oferece uma “amostra” de droga para alguém consumir, já estará configurada a prática de tráfico de drogas.

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33
Q

33ª) Examinador: Sr.(a) candidato(a), o que é tráfico privilegiado?

A

➢ Resposta: Excelência, trata-se de uma causa de diminuição de pena, prevista
no § 4º do art. 33 da Lei de Drogas, aplicável ao agente primário, de bons antecedentes, que não se dedique às atividades criminosas e nem integre
organização criminosa
.

*Dica de ouro: falou em tráfico privilegiado você já deve, automaticamente, associar
ao §4º e à diminuição de pena. Tudo que é privilegiado traz benefício para a pessoa, certo? Além disso, é importante que você saiba que o tráfico privilegiado não é considerado crime de natureza hedionda.

Isso quer dizer que ao agente condenado por tráfico privilegiado pode ser concedida graça, anistia e indulto; ele também poderá progredir de regime, cumprindo o quantum de pena menor que aquele fixado para os crimes hediondos e equiparados (vide art. 112 da LEP) e também poderá a ele ser concedida a liberdade provisória.

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34
Q

34ª) Examinador: Sr.(a) candidato(a), uma equipe policial apreende um carro que
era usado para prática de tráfico de drogas. A polícia pode usar esse veículo?

A

➢ Resposta: Excelência, com a recente alteração trazida pela Lei 14.322/2022,
é possível que a polícia utilize veículo apreendido, o qual era destinado à prática de tráfico de drogas. Para tanto, deverá ser comprovado o interesse público na sua
utilização e a autoridade judiciária deverá autorizar o uso
.

*Dica de ouro: a esse respeito, vale a pena conferir os arts. 60, 61 e 62 da Lei de
Drogas.

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35
Q

35ª) Examinador: Sr.(a) candidato(a), a Lei 11.343/06 descriminalizou o uso da
maconha?

A

➢ Resposta: não, Excelência. O que a Lei 11.343/06 fez foi afastar a previsão da pena de prisão para a conduta de porte de drogas para consumo próprio. Assim,
ao agente que é surpreendido portando drogas para seu próprio consumo, nos
moldes do art. 28 dessa lei, não será imposta pena privativa de liberdade.

*Dica de ouro: a esse respeito, é importante também que vocês saibam que manifestações como a Marcha da Maconha, que reúne pessoas favoráveis à descriminalização da droga, são permitidos. O Supremo Tribunal Federal decidiu que
eventos dessa espécie não podem ser considerados crime previsto no artigo 33,
parágrafo 2º, da Lei 11.343, pois se assim fosse estaria configurada afronta aos
direitos de reunião e de livre expressão do pensamento, previstos na Constituição
Federal.

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36
Q

36ª) Examinador: Sr.(a) candidato(a), quantas pessoas são necessárias para
caracterizar o delito de associação para o tráfico?

A

➢ Resposta: Excelência, são necessárias 2 ou mais pessoas para que se
configure, atendidos os demais requisitos previstos em Lei, o delito de associação
para o tráfico.

*Dica de ouro: Associação para o tráfico (art. 35 da Lei 11.343/06) - associação de 2
ou mais pessoas, para o fim de praticar, reiteradamente ou não, as condutas do art.
33, caput e §1º (tráfico de drogas); e do art. 34 (petrechos para produção de drogas);
ou ainda a prática reiterada da conduta do art. 36 (financiamento do tráfico).
Não confundir Associação para o tráfico com Associação Criminosa (3 ou mais
pessoas que se reúnem para cometer crimes - inclusive contravenção penal) e
Organização criminosa (4 ou mais pessoas que se reúnem para a prática de infrações
penais com pena máxima superior a 4 anos ou de caráter transnacional).

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37
Q

37ª) Examinador: Sr.(a) candidato(a), existe causa de exclusão de culpabilidade na
Lei de Drogas?

A

➢ Resposta: Excelência, o art. 45 prevê que é isento de pena o agente que, em razão da dependência da droga, ou sob o efeito desta, proveniente de caso fortuito ou força maior, era, ao tempo da ação ou omissão, inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento.

*Dica de ouro: vamos relembrar o conceito de culpabilidade, segundo a teoria
tripartite?
Culpabilidade é o juízo de reprovação do agente por ter praticado um fato típico e ilícito, quando podia entender o caráter ilícito desse fato e, assim, agir
conforme o direito.
A culpabilidade é composta por (teoria normativa pura da culpabilidade): imputabilidade; potencial consciência da ilicitude; e exigibilidade de conduta diversa. Na falta de qualquer um destes elementos, afasta-se a culpabilidade do agente.

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38
Q

38ª) Examinador: Sr.(a) candidato(a), qual o documento apto a declarar a materialidade do crime de tráfico de drogas?

A

➢ Resposta: Excelência, o documento apto a declarar a materialidade do crime
de tráfico de drogas é o Laudo de Constatação, que apontará a natureza e a quantidade da droga, elaborado por perito oficial ou por pessoa idônea.

*Dica de ouro: tal previsão está amparada no art. 50 §1° da Lei de Drogas.

** § 1º Para efeito da lavratura do auto de prisão em flagrante e estabelecimento da materialidade do delito, é suficiente o laudo de constatação da natureza e quantidade da droga, firmado por perito oficial ou, na falta deste, por pessoa idônea.**

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39
Q

39ª) Examinador: Sr.(a) candidato(a), cite duas causas de aumento de pena
previstas na Lei de Drogas

A

➢ Resposta: Excelência, serão aplicadas causas de aumento de pena na Lei de
Drogas se
(I) a natureza, a procedência da substância ou do produto apreendido e as
circunstâncias do fato evidenciarem a transnacionalidade do delito;
(II) o agente praticar o crime prevalecendo-se de função pública ou no desempenho de missão de educação, poder familiar, guarda ou vigilância.

*Dica de ouro: Também aumentam a pena dos crimes dos arts. 33 a 37 da LD, de
1/6 a 2/3, conforme o art. 40: […]
III - a infração tiver sido cometida nas dependências ou imediações de
estabelecimentos prisionais, de ensino ou hospitalares, de sedes de entidades
estudantis, sociais, culturais, recreativas, esportivas, ou beneficentes, de locais de
trabalho coletivo, de recintos onde se realizem espetáculos ou diversões de qualquer natureza, de serviços de tratamento de dependentes de drogas ou de reinserção social, de unidades militares ou policiais ou em transportes públicos;
IV - o crime tiver sido praticado com violência, grave ameaça, emprego de arma de fogo, ou qualquer processo de intimidação difusa ou coletiva;
V - caracterizado o tráfico entre Estados da Federação ou entre estes e o Distrito
Federal;
VI - sua prática envolver ou visar a atingir criança ou adolescente ou a quem tenha,
por qualquer motivo, diminuída ou suprimida a capacidade de entendimento e
determinação;
VII - o agente financiar ou custear a prática do crime.

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40
Q

40ª) Examinador: Sr.(a) candidato(a), qual o prazo para encerramento do Inquérito
Policial na Lei de Drogas?

A

➢ Resposta: Excelência, a Lei de Drogas determina que o Inquérito Policial será
concluído no prazo de 30 dias, se o indiciado estiver preso, e de 90 dias, se estiver solto.

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41
Q

41ª) Examinador: Sr.(a) candidato(a), é possível a infiltração de agentes no curso de investigação policial sobre crimes previstos na Lei de Drogas?

A

➢ Resposta: Excelência, é possível a infiltração de agente no curso de
investigação policial sobre os crimes previstos na Lei de Drogas, realizada pelos
órgãos especializados pertinentes, desde que haja autorização judicial e prévia oitiva do Ministério Público.

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42
Q

42ª) Examinador: Sr.(a) candidato(a), além da infiltração de agentes, qual outro
procedimento investigatório está previsto na Lei de Drogas?

A

➢ Resposta: Excelência, a Lei de Drogas também prevê a possibilidade de
realização da Ação Controlada (ou flagrante retardado/diferido), que consiste na não atuação policial sobre os portadores de drogas, seus precursores químicos ou outros produtos utilizados em sua produção, que se encontrem no território brasileiro, com a finalidade de identificar e responsabilizar maior número de integrantes de operações
de tráfico e distribuição, sem prejuízo da ação penal cabível
. Neste caso, será
imprescindível a demonstração do provável itinerário e a identificação dos agentes do
delito ou colaboradores.

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43
Q

43ª) Examinador: Sr.(a) candidato(a), cite 3 exemplos de crimes hediondos.

A

➢ Resposta: Excelência, são exemplos de crimes hediondos: homicídio, quando
praticado em atividade típica de grupo de extermínio, ainda que cometido por um só
agente; todas as modalidades de homicídio qualificado previstas no Código Penal, e
lesão corporal dolosa de natureza gravíssima e lesão corporal seguida de morte, quando praticadas contra autoridade ou agente descrito nos arts. 142 e 144 da Constituição Federal, integrantes do sistema prisional e da Força Nacional de
Segurança Pública, no exercício da função ou em decorrência dela, ou contra seu
cônjuge, companheiro ou parente consanguíneo até 3º grau, em razão dessa
condição.

*Dica de ouro: os crimes hediondos estão previstos no art. 1º da Lei 8.072/90. Trata-se de rol taxativo, o que significa que o crime que não estiver naquele rol, não pode
ser considerado hediondo.

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44
Q

44ª) Examinador: Sr.(a) candidato(a), é possível um homicídio simples ser
considerado hediondo?

A

➢ Resposta: Sim, excelência, é possível um homicídio simples ser considerado
hediondo. Trata-se do homicídio praticado em atividade típica de grupo de extermínio,
ainda que quando cometido por um só agente.

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45
Q

45ª) Examinador: Sr.(a) candidato(a), o chamado homicídio híbrido é considerado
crime hediondo?

A

➢ Resposta: Excelência, a figura do homicídio híbrido, ou seja, o homicídio
qualificado e privilegiado, não é crime hediondo.

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46
Q

46ª) Examinador: Sr.(a) candidato(a), o advento da Lei Henry Borel trouxe alguma
modificação na Lei de Crimes Hediondos?

A

➢ Resposta: Sim, excelência. A Lei Henry Borel criou a qualificadora do homicídio denominada homicídio contra menor de 14 anos, e a incluiu no rol dos crimes hediondos.

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47
Q

47ª) Examinador: Sr.(a) candidato(a), o crime de lesão corporal pode ser
considerado hediondo em alguma hipótese?

A

➢ Resposta: Sim, excelência, o crime de lesão corporal pode ser considerado
hediondo caso seja de natureza gravíssima, ou seguida de morte, quando praticada
contra autoridade ou agente descrito nos arts. 142 e 144 da Constituição Federal,
integrantes do sistema prisional e da Força Nacional de Segurança Pública, no
exercício de função ou em decorrência dela, ou contra seu cônjuge, companheiro ou
parente consanguíneo até 3º grau, em razão dessa condição.

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48
Q

48ª) Examinador: Sr.(a) candidato(a), cite 3 exemplos de crimes equiparados a
hediondo.

A

➢ Resposta: Excelência, consideram-se crimes equiparados a hediondo os
crimes de Tráfico de drogas, Tortura e Terrorismo.

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49
Q

49ª) Examinador: Sr.(a) candidato(a), cite 3 crimes hediondos previstos em leis
especiais.

A

➢ Resposta: Excelência, são crimes hediondos, dentre outros, o crime de
genocídio, o crime de posse ou porte ilegal de arma de fogo de uso proibido, e o crime de comércio ilegal de arma de fogo.

*Dica de ouro: Além dos citados, também são considerados crimes hediondos o
crime de tráfico internacional de arma de fogo, acessório ou munição, e o crime de
organização criminosa, quando direcionado à prática de crime hediondo ou equiparado.

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50
Q

50ª) Examinador: Sr.(a) candidato(a), nos termos da Lei nº 8.072/90, como será o
cumprimento de pena nos crimes hediondos? Há algum julgado do STF sobre o tema?

A

➢ Resposta: Excelência, a Lei 8.072/90 prevê o início do cumprimento de pena
em regime fechado para os crimes hediondos. Contudo, em razão do princípio da individualização a pena, o Supremo Tribunal Federal assentou a inconstitucionalidade da norma. É preciso, portanto, que se individualize a pena e o regime de cumprimento de pena.

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51
Q

51ª) Examinador: Sr.(a) candidato(a), qual a duração da prisão temporária em caso
de investigação de crime hediondo?

A

➢ Resposta: Excelência, a duração da prisão temporária em caso de investigação de crime hediondo será de 30 dias, prorrogável por igual período em caso de extrema e comprovada necessidade.

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52
Q

52ª) Examinador: Sr.(a) candidato(a), o Estatuto do desarmamento prevê a omissão de cautela como crime? Se sim, em quais hipóteses?

A

➢ Resposta: Sim, Excelência. Trata-se de crime de omissão de cautela deixar o
responsável de observar as cautela necessárias para impedir que
(i) menor de 18 anos ou pessoa portadora de deficiência mental se apodere de arma de fogo; ou
(ii) deixar o proprietário ou diretor responsável de empresa de segurança e
transporte de valores de registrar ocorrência policial e de comunicar à Polícia Federal perda, furto, roubo ou outras formas de extravio de arma de fogo, acessório ou munição que estejam sob sua guarda, nas primeiras 24 horas depois de ocorrido o fato.

*Dica de ouro: a lei prevê punição para aquele que age de forma desidiosa. Assim,
agente que deixa a arma de fogo em cima da mesa de casa, não adotando os
cuidados necessários para impedir que menores ou pessoas portadoras de
deficiência mental dela se apoderem incorre no crime de omissão de cautela; assim como o responsável por empresa de segurança e transporte de valores que deixa de comunicar perda, furto, roubo ou extravio de armas e munição.

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53
Q

53ª) Examinador: Sr.(a) candidato(a), a quais crimes do Estatuto do Desarmamento será aplicada pena de detenção?

A

➢ Resposta: Excelência, o Estatuto do Desarmamento prevê a pena de detenção APENAS aos crimes de
(i) Omissão de cautela
(ii) Posse irregular de arma de fogo de uso permitido.

*Dica de ouro: trata-se de uma indagação muito específica, praticamente um ponto
cego durante o estudo da Lei, mas que já foi objeto de questões em fases objetivas.

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54
Q

54ª) Examinador: Sr.(a) candidato(a), diferencie posse de porte ilegal de arma de
fogo.

A

➢ Resposta: Excelência, a posse pressupõe que a arma de fogo seja mantida
dentro de dois espaços:
(i) no interior da residência ou em dependências dela; ou
(ii) no local do trabalho, pelo titular do estabelecimento ou responsável legal.
Já o porte se dá quando a arma de fogo é levada para fora da residência ou local de trabalho.

*Dica de ouro: memorize o seguinte - posse é dentro e porte é fora. Pronto, agora você consegue responder qualquer pergunta relacionada a posse e porte de arma de fogo.

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55
Q

55ª) Examinador: Sr.(a) candidato(a), atirador de clube de tiro esportivo que possui registro regular das armas de fogo é surpreendido em blitz policial portando um
revólver calibre 38 de sua propriedade. Esse agente comete algum crime?

A

➢ Resposta: Sim, Excelência. Para que o agente possa portar arma de fogo é
necessário que ele obtenha, além do registro da arma, a autorização de porte.
Havendo ausência de uma dessas duas autorizações e a arma estiver fora da
residência ou local de trabalho, a conduta será ilegal.

*Dica de ouro: não confundir registro regular com autorização de porte; nem porte com autorização de trânsito (autorização para transportar a arma de um local para outro, em dia e horário específico. A arma deverá ser transportada desmontada, desmuniciada e no porta-malas).

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56
Q

56ª) Examinador: Sr.(a) candidato(a), sujeito que porta arma de fogo calibre 38 com
numeração pinada comete crime?

A

➢ Resposta: sim, Excelência. Trata-se do crime previsto no art. 16, § 1º, inciso
I, do Estatuto do Desarmamento.
A conduta consiste em suprimir ou alterar marca, numeração ou qualquer sinal de identificação de arma de fogo ou artefato.

*Dica de ouro: numeração pinada = numeração raspada ou sobreposta.

*OBS: ainda que a arma seja de uso permitido, se a numeração estiver raspada ou suprimida, restará configurado o crime do art. 16 e não do art. 12.

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57
Q

57ª) Examinador: Sr.(a) candidato(a), o que são armas proibidas?

A

➢ Resposta: Excelência, o conceito de armas proibidas é preenchido por norma
regulamentadora
, razão por que classificamos o Estatuto do Desarmamento como uma norma penal em branco. Atualmente, conforme o decreto 9.844/2019, considera-se arma proibida
(i) as assim consideradas por acordos e tratados internacionais de que o Brasil seja signatário;
(ii) as armas de fogo dissimuladas, que possuam aparência de objetos inofensivos.

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58
Q

58ª) Examinador: Sr.(a) candidato(a), utilização de munição como pingente configura o crime do art. 16 do Estatuto do Desarmamento?

A

➢ Resposta: Não, Excelência. A conduta de utilizar munição como pingente, desacompanhado de arma, é atípica.

*Dica de ouro 1: O Supremo Tribunal Federal, no julgamento do Habeas Corpus nº 133984/MG, já decidiu que “é atípica a conduta daquele que porta, na forma de
pingente, munição desacompanhada de arma”
.

*Dica de ouro 2: Ressalta-se que, em regra, a jurisprudência não aplica o princípio da insignificância aos crimes de posse ou porte de arma ou munição.

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59
Q

59ª) Examinador: Sr.(a) candidato(a), portar granada de gás lacrimogêneo configura
crime do Estatuto do Desarmamento?

A

➢ Resposta: Não, Excelência. A conduta de portar granada de gás lacrimogênio
não se subsome (amolda) ao delito previsto no art. 16, parágrafo único, III, da Lei nº
10.826/2003. Isso porque elas não se enquadram no conceito de artefatos explosivos.

*Dica de ouro: Da mesma forma, não configura delito de porte de artefato explosivo, nos termos do Estatuto do Desarmamento, armazenar fogos de artifício ou portar granada de gás de pimenta.

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60
Q

60ª) Examinador: Sr.(a) candidato(a), o que dispõe o art. 21 do Estatuto do
Desarmamento? Essa disposição é válida?

A

➢ Resposta: Excelência, o art. 21 do Estatuto do Desarmamento veda a
concessão de liberdade provisória para os crimes de
(i) Posse ou porte ilegal de arma
de fogo de uso restrito;
(ii) Comércio ilegal de arma de fogo; e (iii) Tráfico internacional de
arma de fogo.
A disposição não é válida, tendo sua redação sido considerada inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal, no julgamento da Ação Direta de
Inconstitucionalidade (ADI) nº 3112.

*Dica de ouro: Os ministros do STF, ao analisarem o texto do art. 21 do Estatuto do
Desarmamento, entenderam que o dispositivo viola os princípios da presunção de inocência e do devido processo legal (ampla defesa e contraditório).

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61
Q

61ª) Examinador: Sr.(a) candidato(a), quais crimes previstos no Estatuto do
Desarmamento são hediondos?

A

➢ Resposta: Excelência, são hediondos os crimes de
(i) posse ou porte de arma de fogo de uso proibido;
(ii) comércio ilegal de arma de fogo e
(iii) tráfico internacional de arma de fogo.

62
Q

62ª) Examinador: Sr.(a) candidato(a), as disposições do Código Penal, do Código de
Processo Penal e da Lei dos Juizados Especiais Criminais são aplicáveis nos casos
de crimes previstos no Código de Trânsito Brasileiro?

A

➢ Resposta: Excelência, sim. São aplicáveis as disposições do Código Penal,
Código de Processo Penal e Lei dos Juizados Especiais Criminais aos crimes
previstos no Código de Trânsito Brasileiro, naquilo que com ele não for incompatível.

*Dica de ouro: o CTB não traz regras detalhadas sobre conduta, ilicitude,
culpabilidade, punibilidade, prescrição e outros institutos da teoria geral do Direito
Penal. Em razão disso, o art. 291 do CTB determina que devem ser aplicadas as
normas gerais do Código Penal, de Processo Penal e Dos Juizados Especiais
Criminais naquilo que não for incompatível.

63
Q

63ª) Examinador: Sr.(a) candidato(a), em quais hipóteses o delito de lesão corporal
culposa na direção de veículo automotor deixa de ser crime de menor potencial
ofensivo?

A

➢ Resposta: Excelência, o crime de lesão corporal culposa na direção de veículo
automotor deixa de ser crime de menor potencial ofensivo quando o agente estiver:
(i) sob a influência de álcool ou qualquer outra substância psicoativa que determine
dependência;
(ii) participando, em via pública, de corrida, disputa ou competição automobilística, de exibição ou demonstração de perícia em manobra de veículo automotor, não autorizada pela autoridade competente; ou (iii) transitando em velocidade superior à máxima permitida para a via em 50 km/h (cinquenta quilômetros por hora)
.

*Dica de ouro: nesses casos, não serão aplicáveis ao crime de lesão corporal culposa na direção de veículo automotor (art. 303 do CTB) as previsões dos arts. 74
(composição dos danos civis), 76 (transação penal) e 88 (necessidade de representação) da Lei no 9.099/95, por força da vedação contida no art. 291, §1º do CTB
.

*OBS: O CTB apenas prevê a modalidade culposa de lesão corporal. Caso o agente
lesione alguém de forma dolosa, mesmo estando na direção de veículo automotor, a
conduta será tipificada no art. 129 do CP.

64
Q

64ª) Examinador: Sr.(a) candidato(a), a lesão corporal culposa na direção de veículo automotor depende de representação do ofendido ou de seu representante legal? Há exceções?

A

➢ Resposta: Excelência, em regra sim. Somente se procederá mediante Ação
Penal Pública Incondicionada nos casos em que o agente estiver
(i) sob a influência de álcool ou qualquer outra substância psicoativa que determine dependência;
(ii) participando, em via pública, de corrida, disputa ou competição automobilística, de
exibição ou demonstração de perícia em manobra de veículo automotor, não
autorizada pela autoridade competente; ou (iii) transitando em velocidade superior à
máxima permitida para a via em 50 km/h (cinquenta quilômetros por hora).

*Dica de ouro: o art. 291, §1º do CTB prevê a aplicação, ao crime de lesão corporal
culposa na direção de veículo automotor, o disposto nos arts. 74, 76 e 88 da Lei no
9.099. O art. 88 da referida lei, dispõe o seguinte: além das hipóteses do Código
Penal e da legislação especial, dependerá de representação a ação penal relativa aos
crimes de lesões corporais leves e lesões culposas. Portanto, como regra, o delito de
lesão corporal culposa na direção de veículo automotor depende de representação
do ofendido. A exceção se dará nos casos em que a conduta for praticada nos termos
dos incisos I a III do §1º do art. 291 do CTB.

65
Q

65ª) Examinador: Sr.(a) candidato(a), em quais casos o condutor de veículo
automotor que se envolve em acidente de trânsito não será preso em flagrante?

A

➢ Resposta: Excelência, não será imposta pena de prisão em flagrante ao condutor que, envolvido em acidente de trânsito, prestar pronto e integral socorro à vítima.

*Dica de ouro: Se a vítima teve morte instantânea (ex.: cabeça separada do corpo), não havia mais o bem jurídico vida humana a ser preservado. Nesse caso, estaremos diante de um crime impossível por absoluta impropriedade do objeto, incidindo o art. 17 do CP, razão pela qual não há falar em imposição de prisão em flagrante para o motorista que deixar de prestar socorro nesses casos.

66
Q

66ª) Examinador: Sr.(a) candidato(a), condutor de veículo automotor que atropela e mata, acidentalmente, uma pessoa que atravessa a via na faixa de pedestres comete qual crime?

A

➢ Resposta: Excelência, condutor de veículo automotor que atropela e mata, acidentalmente, uma pessoa que atravessa a via na faixa de pedestres comete o
crime de homicídio culposo na direção de veículo automotor, com causa de aumento,
em razão de o crime ter sido cometido na faixa de pedestres
.

*Dica de ouro 1: incidirá causa de aumento no delito de homicídio culposo na direção
de veículo automotor quando
(i) este for cometido na faixa de pedestres ou na calçada;
(ii) o agente não possuir Permissão para Dirigir ou Carteira de Habilitação;
(iii) deixar de prestar socorro, quando possível fazê-lo sem risco pessoal, à vítima do acidente; ou
(iv) no exercício de sua profissão ou atividade, estiver conduzindo veículo de transporte de passageiros.

*Dica de ouro 2: se o examinador perguntar qual delito pratica o agente que atropela
e mata, deliberadamente, pessoa que atravessava a rua, o delito não será mais de homicídio culposo na direção de veículo automotor, mas sim o de homicídio doloso, previsto no art. 121 do CP. A diferença reside justamente na vontade do agente. No primeiro caso, a conduta é culposa, pois a morte não era desejada e o agente não assumiu o risco de produzi-la. Na segunda hipótese, o agente quis, deliberadamente, matar a vítima, utilizando-se do veículo automotor apenas como instrumento.

67
Q

67ª) Examinador: Sr.(a) candidato(a), o que caracteriza a embriaguez ao volante? É
necessário laudo médico?

A

➢ Resposta: Excelência, caracteriza o delito de embriaguez ao volante a conduta de conduzir veículo automotor com capacidade psicomotora alterada em
razão da influência de álcool ou de outra substância psicoativa que determine
dependência
.

Não é necessário laudo médico para atestar embriaguez, bastando que se constate por sinais que indiquem alteração da capacidade psicomotora, nos termos das resoluções do Contran.

*Dica de ouro: para caracterizar a embriaguez ao volante, a autoridade pode solicitar que o agente realize o teste de
(i) etilômetro (bafômetro),
(ii) exame laboratorial,
(iii) exame clínico, ou
(iv) constatação pela autoridade de trânsito de conjunto de sinais que indiquem alteração de capacidade psicomotora.
As 3 primeiras opções impõem uma conduta positiva ao agente, sendo que este, poderá se recusar a atendê-las, sob a invocação da não autoincriminação.
A última opção, entretanto, não necessita de nenhuma conduta ativa por parte do agente, podendo ser atestada pela autoridade que verificar os sinais de embriaguez.

68
Q

68ª) Examinador: Sr.(a) candidato(a), a disputa de “racha” é crime? Onde está
prevista?

A

➢ Resposta: Sim, Excelência. A disputa de “racha” se amolda ao tipo penal do
art. 308 do CTB, consistente em:
**“Participar, na direção de veículo automotor, em VIA PÚBLICA, de corrida, disputa ou competição automobilística ou ainda de exibição ou demonstração de perícia em manobra de veículo automotor, não autorizada pela autoridade competente, gerando situação de risco à incolumidade pública ou privada”.

*Dica de ouro: “racha” é a competição de velocidade entre dois veículos, com objetivo
de comparar a habilidade entre os motoristas e a potência dos carros. Quando a competição acontece em local particular, como um autódromo, ou em uma via fechada com autorização do poder público, não há crime.
O art. 308 do CTB incrimina a conduta quando praticada em via pública e sem a autorização da autoridade competente, de modo a colocar em risco as demais pessoas.

69
Q

69ª) Examinador: Sr.(a) candidato(a), crime de lesão corporal leve na direção de
veículo absorve o delito de embriaguez ao volante, no caso de um motorista, estando
embriagado, lesionar um pedestre?

A

➢ Resposta: Não absorve, Excelência. Isso porque o delito de embriaguez ao
volante não é meio para a execução do delito de lesão corporal na direção de veículo automotor, sendo infrações penais autônomas que tutelam bens jurídicos distintos.

*Dica de ouro: Se a conduta resultar em lesão corporal grave ou gravíssima, aplica-se o § 2º do art. 303 do CTB (A pena privativa de liberdade é de reclusão de 2 a 5 anos, sem prejuízo das outras penas previstas neste artigo, se o agente conduz
o veículo com capacidade psicomotora alterada em razão da influência de álcool ou
de outra substância psicoativa que determine dependência, e se do crime resultar lesão corporal de natureza grave ou gravíssima.)

70
Q

70ª) Examinador: Sr.(a) candidato(a), João, na condução de um veículo automotor,
atropelou Pedro, causando-lhe a morte. Duas semanas depois do ocorrido, João e os herdeiros de Pedro celebraram a composição civil, por meio do qual o autor do homicídio paga indenização à família da vítima. João poderá ser beneficiado pelo
arrependimento posterior, previsto no art. 16 do CP?

A

➢ Resposta: Não, Excelência. Não se aplica o instituto do arrependimento posterior (art. 16 do CP) para o homicídio culposo na direção de veículo automotor (art. 302 do CTB) mesmo que tenha sido realizada composição civil entre o autor do crime e a família da vítima. Para que seja possível aplicar a causa de diminuição de pena prevista no art. 16 do CP é INDISPENSÁVEL que o crime praticado seja patrimonial
ou possua efeitos patrimoniais
.

*Dica de ouro: O delito do art. 302 do CTB não é um crime patrimonial ou de efeito
patrimonial. O bem jurídico por ele tutelado é a vida. Não se pode reconhecer o
arrependimento posterior porque é impossível a reparação do dano cometido contra o bem jurídico “vida”. Além disso, a vítima não poderá aproveitar a composição
financeira realizada entre a sua família e o autor do crime.

71
Q

71ª) Examinador: Sr.(a) candidato(a), o condutor de veículo automotor que se
envolve em acidente e se afasta do local, sem prestar socorro à vida, para não ser
responsabilizado comete algum crime?

A

➢ Resposta: Sim, excelência. O Condutor que se afasta do local do acidente
sem prestar socorro à vítima, para fugir à responsabilidade penal ou civil que lhe
possa ser atribuída, responde pelo delito do art. 305 do CTB.

Art. 305. Afastar-se o condutor do veículo do local do sinistro, para fugir à responsabilidade penal ou civil que lhe possa ser atribuída:
(Redação dada pela Lei nº 14.599, de 2023)
Penas - detenção, de 6 meses a um ano, ou multa.

*Dica de ouro 1: para configuração desse tipo penal deve estar presente o especial
fim de agir
, consistente na finalidade do agente de fugir da responsabilidade penal ou civil ao afastar-se do local do acidente.

*Dica de ouro 2: O Supremo Tribunal Federal declarou constitucional o art. 305 do CTB (vide ADC 35). Segundo o entendimento da corte, o direito ao silêncio e a garantia de não autoincriminação não conferem o direito à fuga do local do acidente pelo motorista que nele se envolveu. Além disso, a permanência do motorista no local do crime não significa confissão de autoria delitiva ou responsabilização, mas apenas
garante que seja devidamente identificado.

72
Q

72ª) Examinador: Sr.(a) candidato(a), quais os meios de prova admitidos pelo Código
de Trânsito Brasileiro para a constatação da embriaguez do condutor?

A

➢ Resposta: Excelência, a verificação do estado de embriaguez do condutor
poderá ser realizada mediante teste de alcoolemia ou toxicológico, exame clínico,
perícia, vídeo, prova testemunhal ou outros meios de prova em direito admitidos,
observado o direito à contraprova
.

73
Q

73ª) Examinador: Sr.(a) candidato(a), quais são os critérios orientadores expressos
na Lei dos Juizados Especiais Criminais?

A

➢ Resposta: Excelência, os critérios orientadores expressos na Lei dos Juizados
Especiais Criminais são: oralidade, simplicidade, informalidade, economia
processual e celeridade
, objetivando, sempre que possível, a reparação dos danos sofridos pela vítima e a aplicação de pena não privativa de liberdade.

*Dica de ouro: os critérios estão previstos no art. 62 da Lei 9.099/95 e orientam todo
o sistema dos Juizados Especiais criminais.

74
Q

74ª) Examinador: Sr.(a) candidato(a), qual a competência dos Juizados Especiais
Criminais?

A

➢ Resposta: Excelência, os Juizados Especiais Criminais têm competência para
a conciliação, o julgamento e a execução das infrações penais de menor potencial
ofensivo
, respeitadas as regras de conexão e continência.

*Dica de ouro: nos termos do art. 61 da Lei 9.099/95, consideram-se infrações penais
de menor potencial ofensivo as contravenções penais e os crimes a que a lei comine pena máxima não superior a 2 (dois) anos, cumulada ou não com multa.

75
Q

75ª) Examinador: Sr.(a) candidato(a), o que o Delegado de Polícia deve fazer ao
tomar conhecimento do cometimento de um crime de menor potencial ofensivo?

A

➢ Resposta: Excelência, a Autoridade Policial que tomar conhecimento da
ocorrência lavrará termo circunstanciado e o encaminhará imediatamente ao Juizado, com o autor do fato e a vítima, providenciando-se as requisições dos exames periciais necessários.

*Dica de ouro: no Juizado Especial Criminal é lavrado termo circunstanciado da
ocorrência
, e não boletim de ocorrência.

76
Q

76ª) Examinador: Sr.(a) candidato(a), o autor de contravenção penal pode ser preso em flagrante?

A

➢ Resposta: Excelência, ao autor do fato que, após a lavratura do termo, for +imediatamente encaminhado ao juizado ou assumir o compromisso de a ele comparecer, não se imporá prisão em flagrante, nem se exigirá fiança.

*Dica de ouro: portanto, como regra, não é possível prender em flagrante o autor de
contravenção penal.

77
Q

77ª) Examinador: Sr.(a) candidato(a), transação penal e composição civil dos danos são a mesma coisa?

A

➢ Resposta: Não, Excelência. A transação penal consiste na possibilidade de
o Ministério Público, propor a aplicação imediata de pena restritiva de direitos ou
multas ao autor dos fatos, nos casos em que haja representação da vítima ou se trate de crime de ação penal pública incondicionada
, e não seja o caso de arquivá-lo.
Já a composição civil dos danos consiste em proposta feita, de maneira voluntária, pelo suposto autor dos fatos à vítima, para reparar os prejuízos causados.

*Dica de ouro: a composição civil dos danos é um acordo voluntário feito entre o
autor dos fatos e a vítima, ao passo que a transação Penal é a aplicação imediata de
pena não privativa de liberdade, mediante proposta do Ministério Público
. Acolhendo a proposta do Ministério Público aceita pelo autor da infração, o Juiz aplicará a pena restritiva de direitos ou multa, que não importará em reincidência, sendo registrada apenas para impedir novamente o mesmo benefício no prazo de 5 anos.

78
Q

78ª) Examinador: Sr.(a) candidato(a), o que é sursis processual? Quando será admitido?

A

➢ Resposta: Excelência, o sursis processual consiste na suspensão do processo, por 2 a 4 anos, nos casos em que o crime cometido tiver pena mínima cominada igual ou inferior a 1 ano, abrangidas ou não pela Lei 9.099/95.
Essa medida somente poderá ser proposta pelo Ministério Público nos casos em que o acusado não esteja sendo processado ou não tenha sido condenado por outro crime, presentes os demais requisitos que autorizariam a suspensão condicional da pena.

*Dica de ouro: havendo concurso de crimes ou sendo o delito de natureza continuada, o aumento de pena deverá ser aplicado para que, só então, seja constatado se está dentro do limite autorizado (inferior ou igual a 1 ano) para que seja concedido o benefício de sursis processual.

*OBS: não confunda sursis processual (art. 89, Lei 9.099/95), concedido na ocasião
do oferecimento da denúncia (início do processo), com o sursis da pena ou suspensão condicional da pena (art. 77 do Código Penal), concedida após a aplicação da pena e, portanto, após todo o trâmite processual (no final do processo).

79
Q

79ª) Examinador: Sr.(a) candidato(a), qual a teoria adotada pelo art. 63 da Lei 9.099/95 para a fixação de competência territorial dos Juizados Especiais Criminais?

A

➢ Resposta: Excelência, o art. 63 da Lei dos Juizados Especiais dispõe que competência será determinada pelo lugar em que foi praticada a infração penal, adotando, portanto, a Teoria da Atividade.

*Dica de ouro: lembre-se que o Código de Processo Penal, diferentemente do que dispõe a Lei dos Juizados Especiais Criminais, adota a Teoria do Resultado, sendo competente para apurar a infração penal o foro onde se deu a sua consumação. Isso porque, o art. 70 do CPP dispõe que a competência será, de regra, determinada pelo lugar em que se consumar a infração, ou, no caso de tentativa, pelo lugar em que for praticado o último ato de execução. Por sua vez, o Código Penal adota a Teoria da Ubiquidade, ao prever no art. 6º que considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu a ação ou omissão, no todo ou em parte, bem como onde se produziu ou
deveria produzir-se o resultado.

80
Q

80ª) Examinador: Sr.(a) candidato(a), como se dá a citação nos Juizados Especiais
Criminais?

A

➢ Resposta: Excelência, a citação nos Juizados Especiais Criminais deverá ser
feita pessoalmente ou por mandado, sendo inadmitida a citação por edital, por expressa previsão legal. Neste caso, os autos deverão ser remetidos ao juízo comum.

81
Q

81ª) Examinador: Sr.(a) candidato(a), é possível a aplicação da Lei dos Juizados
Especiais Criminais aos crimes previstos no Estatuto da Pessoa Idosa?

A

➢ Resposta: Sim, excelência, é possível a aplicação da Lei dos Juizados Especiais Criminais aos crimes previstos no Estatuto da Pessoa Idosa, mais especificamente àqueles com pena máxima de até 4 anos.
Não serão aplicáveis, entretanto, os institutos despenalizadores da Lei 9.099/95 aos crimes com pena maior que 2 e menor que 4 anos.

*Dica de ouro: a intenção do legislador ao elevar as hipóteses de incidência da lei do
JECRIM foi conceder um benefício à vítima (pessoa idosa), e não ao autor,
fornecendo uma tutela jurisdicional mais célere sem, contudo, estender os benefícios
da lei ao réu
.

82
Q

82ª) Examinador: Sr.(a) candidato(a), defina abuso de autoridade.

A

➢ Resposta: Excelência, o abuso de autoridade é ato ilícito, por meio do qual um agente público, servidor ou não, valendo-se desta posição, atua dolosamente, no exercício de suas funções ou a pretexto de exercê-las, com a finalidade específica de prejudicar outrem ou beneficiar a si mesmo ou a terceiro.

*Dica de ouro: perceba que a partir da redação do art. 1º e 2º da Lei nº 3.869/2019
é possível extrair o conceito de abuso de autoridade. Os primeiros artigos, normalmente, trazem definições importantes, de modo que sua leitura é altamente recomendada.

83
Q

83ª) Examinador: Sr.(a) candidato(a), cite 3 condutas que configuram crime de abuso
de autoridade.

A

➢ Resposta: Excelência, configuram crime de abuso de autoridade as condutas
de
(i) decretar medida de privação da liberdade em MANIFESTA desconformidade com as hipóteses legais;
(ii) decretar a condução coercitiva de testemunha ou investigado MANIFESTAMENTE descabida ou sem prévia intimação de comparecimento ao juízo; e (iii) deixar injustificadamente de comunicar prisão em flagrante à autoridade judiciária no prazo legal.

*Dica de ouro: os crimes de abuso de autoridade estão previstos nos arts. 9º a 38,
todos da Lei nº 13.869/2019. Recomendamos a leitura desses artigos.

84
Q

84ª) Examinador: Sr.(a) candidato(a), apreender ilegalmente adolescente infrator na Delegacia de Polícia configura abuso de autoridade?

A

➢ Resposta: Não, Excelência. A apreensão ilegal de adolescente infrator na Delegacia de Polícia é conduta punida pelo Estatuto da Criança e do Adolescente, no art. 234.

*Dica de ouro: A Lei de Abuso de Autoridade é subsidiária, e apenas será aplicada aos casos em que o abuso não configurar crime previsto no Código Penal ou em outro diploma normativo, como é o caso da questão acima.

85
Q

85ª) Examinador: Sr.(a) candidato(a), quais são as sanções previstas na Lei de
Abuso de Autoridade?

A

➢ Resposta: Excelência, todos os preceitos secundários das condutas tipificadas como crime pela Lei de Abuso de Autoridade preveem pena de detenção e multa.

*Dica de ouro: na Lei 13.869/19 NÃO há previsão de crime culposo, nem de pena de
reclusão
.
Atenção também porque nem todos os delitos ali previstos são de menor potencial ofensivo.

86
Q

86ª) Examinador: Sr.(a) candidato(a), quem pode ser sujeito ativo do crime de abuso
de autoridade?

A

➢ Resposta: Excelência, pode ser sujeito ativo (praticar) do crime de abuso de
autoridade qualquer agente público, servidor ou não, da administração direta, indireta ou fundacional de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios e de Território.

*Dica de ouro: exemplos - servidores públicos e militares; juízes, promotores,
delegados de polícia, investigadores, escrivães etc. Para fins da Lei de Abuso de
Autoridade, reputa-se agente público todo aquele que exerce, ainda que transitoriamente ou sem remuneração, por eleição, nomeação, designação, contratação ou qualquer outra forma de investidura ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou função em órgão ou entidade abrangidos por qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios e de Território.

87
Q

87ª) Examinador: Sr.(a) candidato(a), praticado um crime de abuso de autoridade por um policial, ele, necessariamente, perderá seu cargo?

A

➢ Resposta: Não, Excelência. Para que o policial que praticou crime de abuso
de autoridade perca o cargo é necessário que ele seja reincidente específico e a perda seja declarada, de forma motivada, na sentença condenatória.

*Dica de ouro: os efeitos da condenação consistentes em inabilitação para o
exercício de cargo, mandato ou função pública, pelo período de 1 (um) a 5 (cinco)
anos; e a perda do cargo, do mandato ou da função pública, previstos no art. 4º da
Lei 13.869/19, não são automáticos. Isso quer dizer que o juiz deve declarar esses efeitos na sentença condenatória. O único efeito automático é o de tornar certa a obrigação de indenizar o dano causado pelo crime, devendo o juiz, nesse caso e a requerimento do ofendido, fixar na sentença o valor mínimo para reparação dos danos causados pela infração, considerando os prejuízos por ele sofridos.

88
Q

88ª) Examinador: Sr.(a) candidato(a), submeter o preso a interrogatório no período noturno configura abuso de autoridade? Há exceções?

A

➢ Resposta: Sim, excelência, trata-se de um crime previsto na Lei de Abuso de
Autoridade submeter o preso a interrogatório durante o período de repouso noturno. Todavia, NÃO configurará o crime caso o interrogado esteja preso em flagrante delito,
ou caso deseje prestar declarações
.

89
Q

89ª) Examinador: Sr.(a) candidato(a), o que é violência institucional?

A

➢ Resposta: Excelência, trata-se de um dos crimes previstos na Lei de Abuso
de Autoridade, objeto de recente inclusão, que consiste em submeter a vítima de
infração penal ou a testemunha de crimes violentos a procedimentos desnecessários,
repetitivos ou invasivos, que a leve a reviver, sem estrita necessidade a situação de violência ou outras situações potencialmente geradoras de sofrimento ou
estigmatização
.

90
Q

90ª) Examinador: Sr.(a) candidato(a), qual a ação penal dos crimes previstos na Lei
de Abuso de Autoridade?

A

➢ Resposta: Excelência, os crimes previstos na Lei de Abuso de Autoridade são
de ação pública incondicionada.

*Dica de ouro: embora seja uma questão simples, trata-se de uma grande mudança
em relação à lei de abuso de autoridade anterior, que previa a necessidade de
representação para o exercício da ação penal.

91
Q

91ª) Examinador: Sr.(a) candidato(a), deixar de entregar a nota de culpa ao preso
configura abuso de autoridade?

A

➢ Resposta: Sim, excelência, trata-se de um dos crimes previstos na Lei de Abuso de Autoridade, que consiste em deixar de entregar ao preso, no prazo de 24
horas, a nota de culpa
, assinada pela autoridade, com o motivo da prisão e os nomes do condutor e das testemunhas.

92
Q

92ª) Examinador: Sr.(a) candidato(a), diferencie interceptação telefônica de escuta telefônica e gravação telefônica.

A

➢ Resposta: Excelência, a interceptação telefônica consiste na interferência no
fluxo de comunicação telefônica entre 2 pessoas diferentes do interceptador, sem
que os interlocutores saibam. A escuta telefônica, por sua vez, é a captação da
conversa de duas pessoas, realizada por um terceiro, porém com o conhecimento de
um dos interlocutores. E, por fim, a gravação telefônica trata-se da captação da conversa feita por um dos interlocutores sem que o outro interlocutor tenha conhecimento.

*Dica de ouro: lembre-se que na interceptação telefônica um terceiro deseja saber o que duas pessoas estão conversando, sem que elas tenham conhecimento disso.

93
Q

93ª) Examinador: Sr.(a) candidato(a), em quais hipóteses será cabível a
interceptação telefônica?

A

➢ Resposta: Excelência, a interceptação telefônica será cabível nos casos de
crimes puníveis com pena de reclusão, em que a prova não possa ser obtida por
outros meios disponíveis
e haja indícios razoáveis de que as pessoas a serem interceptadas sejam autoras ou partícipes de infração penal.

*Dica de ouro: a resposta a essa pergunta é obtida pela interpretação, a contrario
sensu, do art. 2º da Lei 9.296/1996.

94
Q

94ª) Examinador: Sr.(a) candidato(a), qual o prazo de duração de uma interceptação
telefônica? Pode ser prorrogado?

A

➢ Resposta: Excelência, o prazo de duração de uma interceptação telefônica é
de 15 dias, renovável por igual período, desde que comprovada a indispensabilidade de tal meio de prova.

95
Q

95ª) Examinador: Sr.(a) candidato(a), o que é captação ambiental?

A

➢ Resposta: Excelência, a captação ambiental consiste na gravação de uma
comunicação realizada fora do ambiente telefônico ou digital. Trata-se de um meio de obtenção de prova previsto na Lei 9.296/96 (Lei de interceptações telefônicas),
realizado mediante a captação de sinais eletromagnéticos, ópticos ou acústicos, após autorização judicial.

96
Q

96ª) Examinador: Sr.(a) candidato(a), a interceptação telefônica pode ser feita por
ordem do Delegado de Polícia?

A

➢ Resposta: Não, Excelência. A Interceptação Telefônica depende de
autorização judicial
, de modo que, presentes as hipóteses cumulativas para sua autorização, o Delegado de Polícia, na investigação criminal, poderá requisitá-la ao
juiz. Uma vez deferida, a autoridade policial conduzirá os procedimentos de interceptação, dando ciência ao Ministério Público, que poderá acompanhar a sua realização.

*Dica de ouro: por envolver quebra no sigilo das comunicações, a interceptação
telefônica somente pode ser feita caso haja autorização do juiz e desde que
observados os procedimentos previstos em lei, sob pena de tornar-se ilícita.

97
Q

97ª) Examinador: Sr.(a) candidato(a), qual o prazo de que dispõe a autoridade judiciária para deferir/indeferir a realização de uma interceptação telefônica?

A

➢ Resposta: Excelência, a lei de interceptação telefônica determina que o juiz decidirá sobre o pedido no prazo de 24 horas.

98
Q

98ª) Examinador: Sr.(a) candidato(a), é lícita a utilização de gravação de uma ligação
realizada por uma das partes, sem o consentimento da outra?

A

➢ Resposta: Sim, excelência, é lícita a gravação unilateral, tanto da captação
ambiental quanto das comunicações telefônicas e telemáticas, realizada por uma das partes, com a finalidade de utilização em sua defesa, desde que demonstrada a
integridade da gravação
.

99
Q

99ª) Examinador: Sr.(a) candidato(a), o pedido de interceptação telefônica pode ser realizado verbalmente pela autoridade policial?

A

➢ Resposta: Excelência, em regra o pedido deve ser formulado por escrito.
Excepcionalmente, o juiz poderá admitir que o pedido seja formulado verbalmente, desde que estejam presentes os pressupostos que autorizem a interceptação, caso em que a concessão será condicionada à sua redução a termo.

*Dica de ouro: Lembre-se que no processo, tudo deve ser documentado. Caso não
tenha certeza se há ou não exceção prevista em lei, uma boa saída é dizer que o
pedido deve ser formulado por escrito.

100
Q

100ª) Examinador: Sr.(a) candidato(a), como deve proceder a autoridade policial que
descobre a prática de novos crimes, punidos com pena de detenção, durante a
realização de interceptação telefônica?

A

➢ Resposta: Excelência, se a autoridade policial, em decorrência de interceptações telefônicas legalmente autorizadas, tem notícia do cometimento de novos ilícitos, é sua obrigação e dever funcional apurá-los, ainda que essas infrações descobertas fortuitamente sejam punidas com detenção, pois o que a Lei nº 9.296/96 veda é o deferimento da quebra do sigilo telefônico para apurar delito que não seja apenado com reclusão, não proibindo, todavia, que o referido meio de prova seja utilizado quando há, durante a implementação da medida, a descoberta fortuita de eventuais ilícitos que não atendem a tal requisito.

*Dica de ouro: trata-se de julgamento de um caso real em que as interceptações
telefônicas foram inicialmente autorizadas para apurar os crimes de corrupção ativa
e passiva e organização criminosa, sendo que, no curso da medida, logrou-se
descobrir que os investigados também eram responsáveis por fraudes a licitações em diversos Municípios, não havendo que se falar, assim, em nulidade das provas
obtidas com a quebra de sigilo telefônico.
Muitas vezes os examinadores fazem essas perguntas para verificar se você está
preparado para a atuação na prática.

101
Q

101ª) Examinador: Sr.(a) candidato(a), delegado de polícia toma conhecimento da
prática de crime punido com pena de reclusão, por meio de denúncia anônima,
instaura inquérito policial e, como primeira diligência requer a interceptação telefônica
ao juízo competente. A Autoridade Policial agiu certo?

A

➢ Resposta: Não, Excelência. O pedido de interceptação telefônica para investigação de crime, por meio de denúncia anônima, só é permitido se corroborada por outros elementos que confirmem a necessidade da medida excepcional.

*Dica de ouro: Lembre-se que o art. 2º determina que a interceptação telefônica
somente será admitida caso a prova não puder ser obtida por outro meio e desde que haja indícios razoáveis de autoria ou participação em infração penal. Logo, a Autoridade Policial não pode requerer autorização para interceptação telefônica assim que tomar conhecimento de prática de crime, por meio de denúncia anônima, devendo proceder a investigação preliminar para apurar os fatos (PIP).

102
Q

102ª) Examinador: Sr.(a) candidato(a), o que se entende por crime de catálogo?

A

➢ Resposta: Excelência, trata-se dos crimes passíveis de apuração por meio de interceptação telefônica, observados os requisitos da Lei n° 9.296/96.

103
Q

103ª) Examinador: Sr.(a) candidato(a), defina tortura.

A

➢ Resposta: Excelência, tortura consiste na prática de atos pelos quais dores ou
sofrimentos agudos, físicos ou mentais, são infligidos intencionalmente a uma pessoa
a fim de obter, dela ou de terceira pessoa, informações ou confissões; de castigá-la por ato cometido; de intimidar ou coagir; ou por qualquer motivo baseado em
discriminação de qualquer natureza
.

*Dica de ouro: a Lei de tortura não traz uma definição do que seria a tortura. A
definição acima é prevista pelo art. 1º da Convenção contra Tortura e outros
Tratamentos ou Penas Cruéis, desumanos e Degradantes.

104
Q

104ª) Examinador: Sr.(a) candidato(a), somente o agente público pode ser sujeito
ativo do crime de tortura?

A

➢ Resposta: Não, Excelência. O crime de tortura é comum, logo, pode ser praticado por qualquer pessoa. O fato de ser cometido por um agente público, em
verdade, constituirá uma causa de aumento de pena, na base de 1/6 a 1/3.

*Dica de ouro: trata-se de uma importante evolução legislativa de nosso país no
cenário internacional, dado que os tratados e ordenamentos jurídicos internacionais costumam caracterizar a tortura somente quando praticada por um agente público.
Atente-se a isso para uma possível indagação em sua prova.

105
Q

105ª) Examinador: Sr.(a) candidato(a), o crime de tortura é crime hediondo?

A

➢ Resposta: Não, Excelência. O art. 5º, inciso XLIII, da CF, bem como ao art. 2º,
caput da Lei 8.072 equiparam o delito de tortura a crimes hediondos, conferindo a ele o mesmo tratamento penal e processual penal.

*Dica de ouro: em razão de não figurar no rol taxativo do art. 1º da Lei 8.072/90 (Lei
de Crimes Hediondos), não é correto afirmar que o crime de tortura é crime hediondo, mas sim crime equiparado a hediondo.

106
Q

106ª) Examinador: Sr.(a) candidato(a), cite 3 espécies de tortura.

A

➢ Resposta: Excelência, são espécies de tortura: tortura probatória, persecutória, institucional, inquisitorial ou confissão; tortura castigo; e tortura-omissão.
.
*Dica de ouro: além dessas, são também espécies de tortura: tortura-crime; tortura-discriminação ou preconceito; e conduta equiparada ao crime de tortura.

A tortura probatória consiste em constranger alguém com emprego de violência ou grave ameaça, causando-lhe sofrimento físico ou mental com o fim de obter informação, declaração ou confissão da vítima ou de terceira pessoa. Esse crime é especial em relação ao delito de constrangimento ilegal previsto no art. 146 do CP. A especialidade reside no dolo do agente, uma vez que na tortura probatória sua intenção é obter a informação, declaração ou confissão.

A tortura castigo consiste em submeter alguém, sob sua guarda, poder ou
autoridade
, com emprego de violência ou grave ameaça, a INTENSO sofrimento físico ou mental, como forma de aplicar castigo pessoal ou medida de caráter preventivo. Trata-se de crime próprio, pois o agente que tortura deve deter a guarda, poder ou autoridade sob o torturado. Essa relação pode ser de direito privado (tutores ou curadores) ou de direito público.

Pratica tortura-omissão aquele que se omite em face dessas condutas, quando tinha o dever de evitá-las ou apurá-las. Trata-se de crime próprio, que somente pode ser praticado por quem tiver o dever de evitar ou apurar a ocorrência da prática de tortura, em qualquer modalidade.

A tortura-crime consiste em constranger alguém com emprego de violência ou grave ameaça, causando-lhe sofrimento físico ou mental para provocar ação ou omissão de natureza criminosa. Considera-se consumada essa modalidade de tortura ainda que a pessoa torturada não pratique a ação ou omissão criminosa.

A tortura-discriminação ou preconceito consiste em constranger alguém com
emprego de violência ou grave ameaça, causando-lhe sofrimento físico ou mental em razão de discriminação racial ou religiosa. Nessa modalidade de tortura,
diferentemente do que ocorre nas anteriores, não há uma finalidade a ser alcançada. A discriminação é a motivação para a prática da tortura, e não a finalidade a ser atingida.

E, por fim, a conduta equiparada ao crime de tortura consiste em submeter pessoa presa ou sujeita a medida de segurança a sofrimento físico ou mental, por intermédio da prática de ato não previsto em lei ou não resultante de medida legal. Trata-se de crime próprio, pois quem pode praticar esse crime é o funcionário público que desempenha suas funções junto às pessoas presas ou submetidas à medida de segurança. Não exige especial fim de agir.

107
Q

107ª) Examinador: Sr.(a) candidato(a), diferencie tortura-castigo do crime de maus-tratos do art. 136 do Código Penal

A

➢ Resposta: Excelência, a diferença entre tortura-castigo e crime de maus-tratos
é que neste há um caráter educativo e o dolo do agente é a repreensão de alguma indisciplina, aperfeiçoando-se com a simples exposição a perigo de vida ou saúde da vítima; ao passo que no crime de tortura, a vítima é submetida a intenso sofrimento físico ou mental, por meio do emprego de violência ou grave ameaça, como forma de aplicar castigo pessoal ou medida de caráter preventivo.

*Dica de ouro: lembre-se que no crime de tortura sempre há o intenso sofrimento da
vítima, seja ele físico ou mental.

108
Q

108ª) Examinador: Sr.(a) candidato(a), é correto afirmar que o crime de tortura é
inafiançável?

A

➢ Resposta: Não, Excelência. Apesar de o § 6º do art. 1º da Lei 9.455/1997 prever que o crime de tortura é inafiançável, a jurisprudência dos tribunais superiores
já se consolidou no sentido de ser impossível manter alguém preso provisoriamente, apenas porque a lei proíbe que seja concedida a fiança, de maneira abstrata
.

*Dica de ouro: caso o examinador pergunte sobre a vedação da concessão de graça
e anistia, você deve responder pela impossibilidade de concessão, nos termos em que previsto na Lei de Tortura, uma vez que os tribunais superiores (STF e STJ)
entendem que essas vedações são compatíveis com a Constituição Federal.

109
Q

109ª) Examinador: Sr.(a) candidato(a), qual a diferença de homicídio qualificado por
tortura e tortura com resultado morte?

A

➢ Resposta: Excelência, no homicídio qualificado pela tortura, o agente, com
dolo de matar, emprega a tortura como meio para a execução do crime.
Já na tortura com resultado morte, temos um crime preterdoloso, ou seja, a vontade do agente é de praticar a tortura, mas, por culpa, o resultado morte acaba sobrevindo.

*Dica de ouro: essa é uma pergunta considerada difícil. Você precisa parar e pensar na resposta. Mas veja que o conhecimento acerca do dolo é fundamental para respondê-la. A adição da informação de que se trata de um crime preterdoloso é dispensável, mas, certamente, fará sua nota aumentar.

110
Q

110ª) Examinador: Sr.(a) candidato(a), a Lei 7.716/89 está fundamentada em qual
objetivo fundamental da Constituição Federal?

A

➢ Resposta: Excelência, a Lei 7.716/89 fundamenta-se na promoção do bem de
todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas
de discriminação
.

*Dica de ouro: perceba que esta é uma pergunta interdisciplinar, que envolve
conhecimento do texto do art. 3º da Constituição Federal.

111
Q

111ª) Examinador: Sr.(a) candidato(a), distinga o crime de injúria previsto na Lei de Racismo do crime de injúria previsto no Código Penal.

A

➢ Resposta: Excelência, em razão da recente alteração legislativa na Lei de
Racismo e no Código Penal, houve a cisão do tipo penal de injúria, tornando-se crime de racismo (ou injúria-racismo) a prática de injuriar alguém, ofendendo-lhe a
dignidade ou decoro, em razão de raça, cor, etnia ou procedência nacional, enquanto
se tornou injúria qualificada (crime contra a honra) a prática de injuriar alguém,
ofendendo-lhe a dignidade ou decoro, utilizando-se de elementos referentes a religião ou condição de pessoa idosa ou com deficiência.

*Dica de ouro: Muita atenção para esta distinção, promovida pela lei 14.532/2023,
que modificou bastante os dois diplomas.

112
Q

112º) Examinador: Sr.(a) candidato(a), proferir ofensas utilizando-se de elementos
referentes à religião da vítima configura o crime de racismo?

A

Resposta: Não, excelência, neste caso trata-se do crime de Injúria qualificada,
previsto no art. 140, §3°, do Código Penal.

113
Q

113ª) Examinador: Sr.(a) candidato(a), pessoa que fabrica e vende broche em
formato de cruz suástica pratica algum crime?

A

➢ Resposta: Excelência, o art. 20 da Lei 7.716 incrimina a conduta de fabricar,
comercializar, distribuir ou veicular símbolos, emblemas, ornamentos, distintivos ou propaganda que utilizem a cruz suástica ou gamada, para fins de divulgação do nazismo. Portanto, comete crime SOMENTE o agente que fabrica e vende o broche em formato de cruz suástica com a finalidade de divulgação do nazismo.

*Dica de ouro: nesse delito, assim como em vários outros, exige-se a presença do
elemento subjetivo específico, consistente na finalidade de divulgação do nazismo, razão pela qual não é em qualquer situação que a utilização da cruz suástica ou gamada caracteriza o crime.

114
Q

114ª) Examinador: Sr.(a) candidato(a), quais são os efeitos da condenação previstos
na lei 7.716/89? Esses efeitos são automáticos?

A

➢ Resposta: Excelência, são efeitos da condenação a perda do cargo ou função
pública, para o servidor público
, e a suspensão do funcionamento do estabelecimento particular por prazo não superior a 3 meses. Esses efeitos não são automáticos, devendo ser motivadamente declarados na sentença.

*Dica de ouro: os art. 16 e 18 da Lei 7.716/89 trazem a previsão dos efeitos da
condenação e a advertência de que não se tratam de efeitos automáticos.

115
Q

115º) Examinador: Sr.(a) candidato(a), na hipótese de um discurso discriminatório e
com incitação à violência em razão de orientação de sexo, há algum crime? Qual?

A

➢ Resposta: Sim, Excelência. Segundo recente entendimento do Supremo
Tribunal Federal, manifestações e discursos de ódio contra pessoas em razão de sua
orientação sexual ou identidade de gênero configura o crime de racismo, previsto na Lei 7.716/89.

*Dica de ouro: a esse respeito, confira a tese firmada no julgamento da Ação Direta
de Inconstitucionalidade por Omissão (ADO) nº 26: “Até que sobrevenha lei emanada do Congresso Nacional destinada a implementar os mandados de criminalização definidos nos incisos XLI e XLII do art. 5º da Constituição da República, as condutas homofóbicas e transfóbicas, reais ou supostas, que envolvam aversão odiosa à orientação sexual ou à identidade de gênero de alguém, por traduzirem expressões de racismo, compreendido este em sua dimensão social, ajustam-se, por identidade de razão e mediante adequação típica, aos preceitos primários de incriminação definidos na Lei nº 7.716, de 08/01/1989, constituindo, também, na hipótese de homicídio doloso, circunstância que o qualifica, por configurar motivo torpe (Código Penal, art. 121, § 2º, I, “in fine”)”.

116
Q

116º) Examinador: Sr.(a) candidato(a), o que é racismo recreativo?

A

➢ Resposta: Excelência, trata-se de um contexto em que os crimes de preconceito racial são praticados, quando o agente tem a intenção de descontração, diversão ou recreação. Na lei 7.716/89, constitui uma causa de aumento de pena.

117
Q

Examinador: Sr.(a) candidato(a), defina contravenção penal.

A

➢ Resposta: Excelência, contravenção é a infração penal a que a lei comina, isoladamente, pena de prisão simples ou de multa, ou ambas, alternativa ou
cumulativamente
.

*Dica de ouro: mais uma vez, os primeiros artigos da lei nos auxiliam a formular o
conceito exigido pelo examinador.

118
Q

118ª) Examinador: Sr.(a) candidato(a), o que é crime anão (ou crime liliputiano)?

A

➢ Resposta: Excelência, é a denominação reservada às contravenções penais.

*Dica de ouro: a rigor, conforme define o art. 1° do Decreto-lei n° 3.914/41, não se
trata de crime: “Considera-se crime a infração penal que a lei comina pena de reclusão ou de detenção, quer isoladamente, quer alternativa ou cumulativamente com a pena
de multa; contravenção, a infração penal a que a lei comina, isoladamente, pena de
prisão simples ou de multa, ou ambas, alternativa ou cumulativamente
”.

Prisão simples: o cumprimento ocorre sem rigor penitenciário em estabelecimento especial ou seção especial de prisão comum, em regime aberto ou semi-aberto.

119
Q

119ª) Examinador: Sr.(a) candidato(a), quando a lei brasileira será aplicada às
contravenções penais?

A

➢ Resposta: Excelência, a lei brasileira será aplicada às contravenções penais
praticadas em território nacional, não alcançando as contravenções que ocorrerem no exterior.

*Dica de ouro: a previsão se encontra no art. 2º da Lei de Contravenções Penais.

120
Q

120ª) Examinador: Sr.(a) candidato(a), a tentativa de contravenção penal é punível?

A

➢ Resposta: Não, Excelência. A tentativa de contravenção penal não é punível por expressa vedação legal nesse sentido.

*Dica de ouro: diferentemente dos crimes, sejam eles de menor potencial ofensivo
ou não, a tentativa de contravenção penal não é punível, por vedação expressa do
art. 4º do Decreto-Lei 3.688/1941.

121
Q

121ª) Examinador: Sr.(a) candidato(a), quando se verifica a reincidência na Lei de
Contravenções Penais?

A

➢ Resposta: Excelência, nos termos do que dispõe a Lei de Contravenção Penal, verifica-se a reincidência quando o agente pratica uma contravenção depois
de passar em julgado a sentença que o tenha condenado, no Brasil ou no estrangeiro, por qualquer crime, ou, no Brasil, por motivo de contravenção.

*Dica de ouro: para facilitar a compreensão deste dispositivo (art. 7º da Lei de
Contravenção Penal).

122
Q

122ª) Examinador: Sr.(a) candidato(a), a Lei de Contravenções Penais prevê alguma
excludente de culpabilidade?

A

➢ Resposta: Sim, Excelência. o art. 8º da Lei de Contravenções Penais prevê a não aplicação da pena no caso de ignorância ou de errada compreensão da lei.

*Dica de ouro: nos termos do art. 21 do Código Penal, o desconhecimento da lei é
inescusável. Ocorre que, a Lei de Contravenções Penais trouxe, de forma expressa, a previsão de excludente de culpabilidade, em seu artigo 8º, de modo que você deverá estar atento para o que o examinador te perguntou.

123
Q

123ª) Examinador: Sr.(a) candidato(a), a contravenção de porte de arma ainda está
em vigor? E a contravenção de disparo de arma de fogo?

A

➢ Resposta: Excelência, a contravenção de porte de arma somente atinge a
conduta de portar arma branca
, como, por exemplo, facas, canivetes etc. Caso a
conduta seja porte de arma de fogo, ela se enquadra nos dispositivos do Estatuto do
Desarmamento.
Por sua vez, a contravenção de disparo de arma de fogo foi revogada pelo art. 15 do Estatuto do Desarmamento, que prevê como crime o ato de disparar arma de fogo ou acionar munição em lugar habitado ou em suas adjacências, em via pública ou em direção a ela.

*Dica de ouro: muitas vezes as normas penais causam confusão, por não terem sido revogadas de maneira expressa (quando o texto aparece tachado). Nesses casos podemos nos socorrer dos critérios de hermenêutica (interpretação) segundo o qual, lei posterior que disponha sobre a matéria tratada por lei anterior, revoga esta. Assim, o Estatuto do Desarmamento, por ser posterior à lei de contravenções penais e dispor sobre as condutas de porte de arma de fogo e disparo de arma de fogo, revogou as disposições em contrário da lei de contravenções.

124
Q

124ª) Examinador: Sr.(a) candidato(a), defina jogo de azar. Sua prática é crime?

A

➢ Resposta: Excelência, consideram-se, jogos de azar aqueles em que o ganho
e a perda dependem exclusiva ou principalmente da sorte
.
O art. 50 da Lei de Contravenções Penais prevê pena de prisão simples para quem explora jogos de azar, e pena de multa para quem é encontrado participando de jogos de azar.

*Dica de ouro: lembre-se que no Brasil cassinos são proibidos. As pessoas viajam
para o exterior para poder jogar, certo? Logo, jogos de azar são proibidos por aqui.

125
Q

125ª) Examinador: Sr.(a) candidato(a), como policial, você poderia prender alguém
por mendicância?

A

➢ Resposta: Não, Excelência. A contravenção de mendicância foi revogada pela Lei 11.983/09, de modo que a sua prática não é mais um ilícito penal, não podendo ser preso aquele que pratica a mendicância.

*Dica de ouro: note que muitos artigos da lei de Contravenções Penais foram
revogados, de maneira expressa ou tácita, de modo que você precisa memorizá-los.

126
Q

126ª) Examinador: Sr.(a) candidato(a), qual a diferença entre vias de fato e lesão
corporal leve?

A

➢ Resposta: Excelência, vias de fato consiste no contato físico que não chega a provocar lesão no corpo humano, ocorrendo por meio da prática de empurrões, puxões de cabelo, tapas etc. Já a lesão corporal leve, consiste em praticar conduta que ofenda a integridade corporal ou a saúde da vítima.

*Dica de ouro: a lesão corporal leve é tipificada no art. 129 do CP, enquanto as vias de fato encontram previsão no art. 21 da Lei de Contravenções Penais. Ambas são infrações penais de menor potencial ofensivo.

127
Q

127ª) Examinador: Sr.(a) candidato(a), defina organização criminosa.

A

➢ Resposta: Excelência, considera-se organização criminosa a associação de 4
ou mais pessoas estruturalmente ordenada e caracterizada pela divisão de tarefas,
ainda que informalmente, com objetivo de obter, direta ou indiretamente, vantagem
de qualquer natureza, mediante a prática de infrações penais cujas penas máximas
sejam superiores a 4 anos, ou que sejam de caráter transnacional
.

128
Q

128ª) Examinador: Sr.(a) candidato(a), no que consiste a colaboração premiada?

A

➢ Resposta: Excelência, colaboração premiada é meio de obtenção de prova, por meio da qual o coautor e/ou partícipe da infração penal, além de confessar seu envolvimento no fato delituoso, fornece aos órgãos responsáveis pela persecução penal informações objetivamente eficazes para a consecução de um dos objetivos previstos em lei, recebendo, em contrapartida, determinado prêmio legal.

129
Q

129ª) Examinador: Sr.(a) candidato(a), quais os direitos do colaborador previstos na
Lei de Organizações Criminosas?

A

➢ Resposta: Excelência, a Lei de Organizações Criminosas prevê como direitos do colaborador, dentre outros
(I) usufruir das medidas de proteção previstas na legislação específica;
(II) ter nome, qualificação, imagem e demais informações pessoais preservados;
(III) ser conduzido, em juízo, separadamente dos demais coautores e partícipes.

*Dica de ouro: também são direitos do colaborador, conforme o art. 5° da Lei nº
12.850/2013:
IV - participar das audiências sem contato visual com os outros acusados;
V - não ter sua identidade revelada pelos meios de comunicação, nem ser fotografado ou filmado, sem sua prévia autorização por escrito;
VI - cumprir pena ou prisão cautelar em estabelecimento penal diverso dos demais
corréus ou condenados.

129
Q

130ª) Examinador: Sr.(a) candidato(a), quem pode celebrar acordo de colaboração premiada?

A

➢ Resposta: Excelência, o acordo de colaboração premiada pode ser celebrado
entre o Ministério Público, o investigado e seu defensor, a qualquer tempo; e entre o Delegado de Polícia, o investigado e seu defensor, nos autos do inquérito policial,
com a manifestação do Ministério Público
.

129
Q

131ª) Examinador: Sr.(a) candidato(a), cite alguns meios de obtenção de prova
previstos na Lei de Organizações Criminosas.

A

➢ Resposta: Excelência, a Lei de Organizações Criminosas prevê como meios
de obtenção de prova, dentre outros, a
(I) colaboração premiada,
(II) a captação
ambiental de sinais eletromagnéticos, ópticos ou acústicos e a
(III) ação controlada.

*Dica de ouro: também são direitos meios de prova, conforme o art. 3° da Lei 12.850/2013:
[…]
IV - acesso a registros de ligações telefônicas e telemáticas, a dados cadastrais
constantes de bancos de dados públicos ou privados e a informações eleitorais ou
comerciais;
V - interceptação de comunicações telefônicas e telemáticas, nos termos da
legislação específica;
VI - afastamento dos sigilos financeiro, bancário e fiscal, nos termos da legislação
específica;
VII - infiltração, por policiais, em atividade de investigação, na forma do art. 11;
VIII - cooperação entre instituições e órgãos federais, distritais, estaduais e municipais
na busca de provas e informações de interesse da investigação ou da instrução
criminal.

130
Q

132ª) Examinador: Sr.(a) candidato(a), cite hipóteses onde pode haver infiltração de
agentes.

A

➢ Resposta: Excelência, poderá haver infiltração de agentes para a apuração
dos crimes de lavagem de capitais, para apuração nos casos de tráfico de drogas e para investigar organizações criminosas.

131
Q

133ª) Examinador: Sr.(a) candidato(a), quais os requisitos para a infiltração de
agentes?

A

➢ Resposta: Excelência, são requisitos para a infiltração de agentes a prévia
autorização judicial; existência de elementos indiciários de crimes praticados por organizações criminosas; indispensabilidade da infiltração; o risco ou prejuízo que a não realização imediata dessa diligência poderá representar para a aplicação da lei penal, para a investigação criminal ou para evitar a prática de novas infrações penais anuência do agente policial a ser infiltrado.

132
Q

134ª) Examinador: Sr.(a) candidato(a), qual o prazo de duração para a infiltração de
agentes?

A

➢ Resposta: Excelência, a infiltração será autorizada pelo prazo de até 6 (seis)
meses
, sem prejuízo de eventuais renovações, desde que comprovada sua
necessidade.

*Dica de ouro: consoante disposto no art. 10, § 3º, da Lei nº 12.850/13.

133
Q

135ª) Examinador: Sr.(a) candidato(a), existe infiltração de agentes no ambiente
virtual?

A

➢ Resposta: Sim, excelência, é possível a infiltração de agentes no ambiente
virtual, a internet, com a finalidade de investigar os crimes previstos na Lei de
Organizações Criminosas
e outros e eles conexos, mediante autorização judicial e o preenchimento dos demais requisitos.

134
Q

136ª) Examinador: Sr.(a) candidato(a), cite um direito concedido ao agente infiltrado.

A

➢ Resposta: Excelência, consoante a Lei de Organização Criminosa, o agente
infiltrado possui o direito, dentre outros, de não ter a sua idade revelada, nem ser fotografado ou filmado pelos meios de comunicação sem sua prévia autorização por escrito.

135
Q

137ª) Examinador: Sr.(a) candidato(a), o agente infiltrado pode desistir de
permanecer na missão?

A

➢ Resposta: Sim, excelência, o agente infiltrado possui o direito de recusar, bem
como fazer cessar a atuação infiltrada.

136
Q

138ª) Examinador: Sr.(a) candidato(a), no que consiste a ação controlada? É
necessário prévia autorização judicial?

A

➢ Resposta: Excelência, ação controlada consiste no retardamento da intervenção do aparato estatal, que deve ocorrer num momento mais oportuno sob o ponto de vista da investigação criminal. A Lei nº 12.850/13 não faz referência expressa
à necessidade de prévia autorização judicial para a execução da ação controlada
quando se tratar de crimes praticados por organizações criminosas.

*Dica de ouro: consoante disposto no art. 8º, § 1º, da Lei nº 12.850/13, o retardamento da intervenção policial ou administrativa será previamente comunicado ao juiz competente que, se for o caso, estabelecerá os seus limites e comunicará ao Ministério Público.

137
Q

139ª) Examinador: Sr.(a) candidato(a), nos termos do Estatuto da pessoa idosa, qual
idade para que a pessoa possa ser considerada idosa?

A

➢ Resposta: Excelência, nos termos do Estatuto da pessoa idosa, a pessoa
idosa é aquela com idade igual ou superior a 60 anos de idade.

*Dica de ouro: embora o 1º da Lei nº 10.741/2003 pareça desbordar o seu edital,
esta pergunta foi cobrada de alguns candidatos.

138
Q

140ª) Examinador: Sr.(a) candidato(a), impedir pessoa com mais de 60 anos de
entrar em transporte coletivo caracteriza algum crime?

A

➢ Resposta: Sim, Excelência. trata-se de crime previsto no art. 96 do Estatuto
da pessoa idosa

*Dica de ouro: o art. 96 do Estatuto da pessoa idosa criminaliza as condutas de
“Discriminar pessoa idosa, impedindo ou dificultando seu acesso a operações
bancárias, aos meios de transporte, ao direito de contratar ou por qualquer outro meio ou instrumento necessário ao exercício da cidadania, por motivo de idade.”

139
Q

141ª) Examinador: Sr.(a) candidato(a), quais são os direitos fundamentais do idoso?

A

➢ Resposta: Excelência, o idoso goza de todos os direitos fundamentais
inerentes à pessoa humana, sem prejuízo da proteção integral de que trata esta Lei, assegurando-se-lhe, por lei ou por outros meios, todas as oportunidades e facilidades, para preservação de sua saúde física e mental e seu aperfeiçoamento moral, intelectual, espiritual e social, em condições de liberdade e dignidade.

*Dica de ouro: além de todos os direitos fundamentais inerentes à toda pessoa
(previstos na Constituição Federal), o idoso goza de direitos especialmente previstos
no art. 2º da Lei nº 10.741/03.

140
Q

142ª) Examinador: Sr.(a) candidato(a), é crime soltar balão? Está previsto em
alguma lei?

A

➢ Resposta: Sim, excelência, trata-se de um crime contra o Meio Ambiente, previsto no art. 42 da Lei 9.605/98, que consiste em fabricar, vender, transportar ou soltar balões que possam provocar incêndios nas florestas e demais formas de vegetação, em áreas urbanas ou qualquer tipo de assentamento humano.

141
Q

143ª) Examinador: Sr.(a) candidato(a), ferir ou matar um cão é mais grave do que
fazê-lo com outro animal? Por quê?

A

➢ Resposta: Sim, excelência, o legislador optou por tratar de forma mais
rigorosa o autor do crime de maus-tratos quando se tratar de cães ou gatos, criando
a figura qualificada com um patamar punitivo mais grave neste caso.

142
Q

144ª) Examinador: Sr.(a) candidato(a), há crimes previstos na lei Henry Borel?

A

➢ Resposta: Sim, Excelência, há 2 crimes previstos na Lei Henry Borel:
(i) descumprimento de medidas protetivas de urgência (art. 25) e
(ii) não comunicação às autoridades da ocorrência de violência, tratamento cruel e degradante contra crianças e adolescentes, bem como abandono de incapaz (art. 26).

*Dica de ouro: muitos artigos da Lei Henry Borel são semelhantes a diversos
dispositivos previstos na Lei Maria da Penha. Inclusive, o crime de descumprimento de medida protetiva de urgência é idêntico ao crime do art. 24-A da Lei Maria da Penha, inclusive quanto à impossibilidade de o Delegado conceder fiança, ainda que a infração seja de menor potencial ofensivo.

143
Q

145ª) Examinador: Sr.(a) candidato(a), o crime de “deixar de comunicar à autoridade pública a prática de violência, de tratamento cruel ou degradante ou de formas violentas de educação, correção ou disciplina contra criança ou adolescente ou o abandono de incapaz” é crime próprio?

A

➢ Resposta: não, Excelência. O referido crime pode ser praticado por qualquer
pessoa
. Contudo, caso o sujeito ativo seja ascendente, parente consanguíneo até
3º grau, responsável legal, tutor, guardião, padrasto ou madrasta da vítima, a
pena será aplicada em dobro (art. 26, §2º).

144
Q

146ª) Examinador: Sr.(a) candidato(a), aos crimes cometidos contra criança e
adolescente se aplicam os benefícios da Lei dos Juizados Especiais Criminais?

A

➢ Resposta: Excelência, a Lei Henry Borel alterou o Estatuto da Criança e do
Adolescente, prevendo expressamente a vedação da aplicação da Lei 9.099/95 aos crimes cometidos contra criança e adolescente, independentemente da pena cominada, tornando inaplicáveis tais benefícios.

*Dica de ouro: Note que essa incompatibilidade entre as leis também ocorre na Lei Maria da Penha e no Estatuto da Pessoa Idosa (neste caso, em relação apenas aos institutos despenalizadores, segundo o STF), retratando a opção do legislador em tratar com maior rigor determinados crimes. Atente-se a cada caso, para não haver confusão.

145
Q

147ª) Examinador: Sr.(a) candidato(a), a referida lei (Lei nº 14.540/2023) é aplicada às instituições privadas?

Lei nº 14.540/2023 - INSTITUI O PROGRAMA DE PREVENÇÃO AO ASSÉDIO SEXUAL E DEMAIS CRIMES CONTRA A DIGNIDADE SEXUAL E À VIOLÊNCIA SEXUAL NO ÂMBITO DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA DIRETA E INDIRETA FEDERAL, ESTADUAL, DISTRITAL E MUNICIPAL.

A

➢ Resposta: Excelência, o artigo 2º, § 1º, desta Lei, prevê que o Programa se
aplica a todas as instituições privadas em que haja a prestação de serviços públicos
por meio de concessão, permissão, autorização ou qualquer outra forma de
delegação.

146
Q

148ª) Examinador: Sr.(a) candidato(a), quais os objetivos do Programa de Prevenção ao Assédio Sexual e demais crimes previstos na lei?

A

➢ Resposta: Excelência, conforme art. 4º, são objetivos do Programa de Prevenção e Enfrentamento ao Assédio Sexual e demais Crimes contra a Dignidade Sexual e à Violência Sexual:
I - prevenir e enfrentar a prática do assédio sexual e demais crimes contra a dignidade sexual e de todas as formas de violência sexual nos órgãos e entidades abrangidos por esta Lei;
II - capacitar os agentes públicos para o desenvolvimento e a implementação de ações destinadas à discussão, à prevenção, à orientação e à solução do problema nos órgãos e entidades abrangidos por esta Lei;
III - implementar e disseminar campanhas educativas sobre as condutas e os comportamentos que caracterizam o assédio sexual e demais crimes contra a dignidade sexual e qualquer forma de violência sexual, com vistas à informação e à conscientização dos agentes públicos e da sociedade, de modo a possibilitar a identificação da ocorrência de condutas ilícitas e a rápida adoção de medidas para a sua repressão.

147
Q

149ª) Examinador: Sr.(a) candidato(a), o que a lei dispõe sobre os Municípios que
não possuem Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (DEAM)?

Lei nº 14.541/2023 - DISPÕE SOBRE A CRIAÇÃO E O FUNCIONAMENTO
ININTERRUPTO DE DELEGACIAS ESPECIALIZADAS DE ATENDIMENTO À
MULHER.

A

➢ Resposta: Excelência, a lei prevê que nos Municípios onde não houver Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (DEAM), a delegacia existente deverá priorizar o atendimento da mulher vítima de violência por agente feminina especializada (art. 4º).

148
Q

150ª) Examinador: Sr.(a) candidato(a), quais os serviços a serem prestados pelo
Poder Público por meio das Delegacias Especializadas de Atendimento à Mulher?

A

➢ Resposta: Excelência, a Lei prevê que, além das funções de atendimento
policial especializado para as mulheres e de polícia judiciária, o Poder Público
prestará, por meio da Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam), e mediante convênio com a Defensoria Pública, os órgãos do Sistema Único de Assistência Social e os Juizados de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher ou varas criminais competentes, a assistência psicológica e jurídica à mulher vítima de violência.