Aula 10: Caso Clínico Homem de 20 anos vítima de FAF Flashcards

1
Q

Homem de 20 anos vítima de FAF P: 128
PA: 80X60
FR: 32
ECG: 14
SATO2: 96% (a saturação mantém boa por conta da oxigenoterapia) pH: 7,09
BE: - 18 (Base Excess)
Exames iniciais: lactato, gaso art, plaquetas e TAP (Tempo de Atividade da Protrombina) - devem ser realizados a cada 15 minutos e tipagem
Obs: se hemoglobina estiver alta não significa que tem hemácias, pois os níveis de hb demoram cerca de 6h para abaixar
Esse paciente está chocado: taquicardia (FR basal seria 60/70, então está bem aumentado). O pulso aumentou dessa forma porque o volume sistólico diminuiu
DC = VS x FC
o VOLume sistólico diminuiu pois esse paciente está perdendo sangue, então é um choque hipovolêmico (até que se prove o contrario
Esse paciente pode morrer por hipoperfusão
metabolismo aeróbico: produz 32 a 36 ATP
metabolismo anaeróbico: produz de 2 a 6 ATP. Forma ácido láctico no final (produzido pela mitocôndria), que fica no meio intracelular, ou seja, aumenta a osmolaridade intracelular. Então, entra água. Se continua produzindo = hidrólise (morte celular)
Se muitas células de um órgão morrem = falência orgânica
Paciente em questão: morre de acidose, pois quando a célula explode o ácido lático o ácido cai no sangue
Assim, um bom parâmetro para ver a gravidade nesse paciente = lactato e pH da gasometria
Acidose metabólica = pH menor que 7,3 (chocado entra em acidose metabólica por hipoperfusão celular)
Todos os tipos de choque resultam em falta de oxigênio pros órgãos, mas tem mecanismos diferentes que levam a isso
1a prioridade nesse paciente: parar o sangramento e repor hemácias
Choque distributivo: por trauma raquimedular; há vasodilatação periférica, então o sangue fica mal distribuído (fica em lugares que não precisa; membros ao invés de órgãos vitais)

Não adianta colocar soro nesse paciente, pois o mecanismo de produção de ácido lático vai permanecer igual. O volume vai diminuir a FC, pois aumenta volume, e aumenta um pouco a PA, mas não vai ajudar no quadro do paciente.
Paciente não perde só hemácia, mas também plaqueta, plasma, fibrinogênio (coagulação vai ficar prejudicada), portanto o paciente vai fazer uma coagulopatia. Consideramos coagulopatia quando o RNI < 2. Entra por perda, consumo e porque as células não estão funcionando bem (por conta do metabolismo anaeróbico)
Como tratar: parar o sangramento (para perda, para consumo) e aumentando o aporte de oxigênio melhora a função celular
A tendência da temperatura do politraumatizado é diminuir (hipotermia). Hipotermia = T < 35. Ele entra em hipotermia pois há diminuição da atividade celular (não produz calor), diminuição da volemia e perda do calor para o meio
A hipotermia é ruim pois as reações enzimáticas celulares dependem que de uma temperatura adequada. A função celular já está ruim pela falta de oxigênio, e vai piorar mais ainda. A prioridade em casos de hipotermia é parar o sangramento e aquecer o paciente (manta térmica, ligar o ar condicionado no quente)
Acidose metabólica + coagulopatia + hipotermia = tríade letal do trauma. O indivíduo que atinge esses parâmetros tem mortalidade que chega a 94%
Devemos fazer de tudo para o paciente não chegar nesses estado, pois chega num estado de exaustão fisiológica
NOVAMENTE: PRIORIDADE = PARAR O SANGRAMENTO!! Portanto, o paciente precisa ir para laparotomia
Quando o sangramento é externo: curativo compressivo, garrote Quando o sangramento é interno: laparotomia
Associado a isso: transfusão maciça (hemácias + plasma fresco + plaquetas). O ideal é começar a transfusão antes do paciente chocar (no pré hospitalar)
Em quais pacientes devemos fazer transfusão maciça: potencial de gravidade do paciente (acidentes com alta energia)
Devemos transfundir sangue O- até saber qual a tipagem da pessoa Transfusão aberta
O que ajuda a parar o sangramento além da ação do cirurgião: diminuir a pressão do paciente (hipotensão permissiva). Se colocarmos muito soro vai aumentar a pressão nos vasos e retirar os coágulos que foram formados. Só não fazemos hipotensão permissiva em casos de TCE, pois pode ter hipertensão intracraniana. Quando tem hipertensão

intracraniana, já é difícil o sangue chegar lá, Se fizermos a hipotensão permissiva, é mais difícil ainda do sangue chegar, então pode causar hipóxia cerebral
Só fazemos droga vasoativas quando o sangramento para. Faz vasoconstricao periférica, vai direcionar o sangue para o centro, como o paciente ta sangrando no centro (FAF em abdome), pode perder mais volume sanguíneo. Não adianta fazer se não repormos o sangue que o paciente perdeu.

A
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