Cirurgia Cardíaca - Coronariopatia Flashcards
(40 cards)
Quais são alguns dos componentes de uma avaliação cardíaca pré-operatória de rotina? Quais são alguns dos métodos mais especializados de avaliação cardíaca?
História e exame físico, avaliação do ECG e revisão ou pedido de exames mais especializados, como o Holter, ECG de esforço, Ecocardiograma, exame de imagem com radioisótopos, cateterismo cardíaco e angiografia.
Qual o objetivo final de uma avaliação cardíaca pré-operatória?
Avaliar o risco do paciente sofrer um evento cardíaco perioperatório adverso. Determinar se está em condições médicas ideais e reduzir risco cirúrgico. Há pouca ou nenhuma evidência de que exames invasivos reduzam risco, otimização da terapia medicamentosa reduz risco.
Quais são alguns dos aspectos importantes da história pré-operatória obtida de pacientes com doença arterial coronariana em relação a seu estado cardíaco?
Tolerância ao exercicio, característica da angina e a presença de um infarto prévio. Também é importante saber quais medicamentos está tomando, incluindo antiplaquetários e anticoagulantes, e quais posíveis interações deles com anestésicos.
Quais são algumas das doenças não-cardíacas coexistentes que costimam está presentes em pacientes com doença arterial coronariana?
Doença vascular periférica, DPOC, DRC, HAS e DM.
Qual o percentual de estenose pode ter uma artéria coronária principal em um paciente assintomático?
50% a 70%
Qual é o melhor indicador de reserva cardíaca em um paciente?
Tolerância ao exercício. Uma tolerância limitada ao exercício na ausência de doença pulmonar evidencia uma diminuição da reserva cardíaca do paciente. Em um paciente que é capaz de subir 2 ou 3 lances de escada sem parar é provavelmente adequada. Andar em terreno plano é um indicador ruim.
Quando a angina pectoris é considerada estável?
Quando não houve alterações nos sintomas de angina nos últimos 60 dias. Deve ser considerado fatores precipitantes, frequência e duração
Quando a angina pectoris é considerada instável? Qual a implicação clínica?
Quando houve alteração recente nos sintomas. O que inclui a piora do grau de atividade física que o paciente consegue fazer e a duração de cada episodio de angina. Outro sinal de angina instável é a dor precordial em repouso. A implicação clinica é que o paciente pode estar em risco de IAM iminente.
Qual o significado clínico da dispneia que ocorre após o início da angina pectoris?
É provavelmente uma indicação de disfunção ventricular esquerda aguda devido a isquemia miocárdica e insuficiencia cardíaca transitória. A falta de ar pode ser secundária a regurgitação mitral aguda devido isquemia de parede lateral e disfunção do músculo papilar.
De que forma a angina pectoris devido a espasmo das arterias coronárias, difere da angina pectoris clássica?
Nesse caso a dor pode ocorrer em repouso mas pode não ocorrer em períodos de esforço. A angina deste tipo está associada a alterações no segmento ST no ECG. É denominada angina de Prinzmetal ou angina variante.
O que é isquemia miocárdica silenciosa?
É a isquemia miocárdica que ocorre na ausência de dor. Esse tipo de angina é mais comum em pacientes com diebetes mellitus e traz o mesmo prognóstico de uma isquemia miocárdica com angina.
Qual é sintoma mais comum de angina em homens e mulheres?
O sintoma mais comum em homens é a dispneia de esforço. Despertar do sono com angina é um sintoma grave. As mulheres se queixam, mais comumente, de fadiga inespecífica, fazendo com que a identificação da angina seja mais dificil.
Qual percentual dos episódios isquêmicos não estão associados a angina? Qual percentual dos infartos não está associado a angina?
Aproximadamente 70% dos episódios de isquemia não estão associados a angina. No infarto esse percentual é de 15%.
Há mais probabilidade de que a hipertensão e a taquicardia resulte em isquemia miocárdica em pacientes com doença coronariana? Qual a fisiologia?
É mais provavel que a taquicardia, mas não a hipertensão, provoque isquemia no paciente com DAC. Devido ao aumento do consumo de O2 com uma diminuição da duração do fluxo sanguíneo indo para o ventrículo esquerdo pois a perfusão miocárdica acontece durante a diástole. A hipertensão, por outro lado, aumenta o consumo de O2 mas também aumenta a perfusão miocárdica simultaneamente.
Qual é a base da recomendação comum de que a cirurgia eletiva seja adiada até 6 meses após um infarto do miocárdio prévio?
Se fundamenta em numerosos estudos epidemiológicos. Esses estudos mostraram que existe uma taxa de reinfarto de 5% até 86% no perioperatório, se o infarto tiver ocorrido há menos de 6 meses. É uma taxa até 10 vezes maior do que quando o procedimento é realizado após 6 meses.
Qual incidencia perioperatória de infarto 6 meses após um infarto? E qual a incidencia em pacientes que nunca sofreram um infarto?
A incidencia 6 meses após um infarto é de 5 a 6%. No caso de pacientes que nunca tiveram infarto essa incidência é de 0.13%.
Em que periodo pós-operatório ocorre a maioria dos infartos perioperatórios?
A maioria dos infartos perioperatórios ocorrem de 48 a 72hrs após cirurgia.
Quais os medicamentos que um paciente com DAC provavelmente toma? Quais são as orientações pre-operatórias com relação a essas medicações?
Beta-bloqueadores, nitratos, bloqueadores de canal de cálcio, anti-hipertensivos, agentes antiplaquetários e anticoagulantes e diuréticos. Estudos recentes sugerem uma redução no risco se os IECAs forem suspensos no dia da cirurgia e iniciados logo após. A recomendação geral é que os pacientes continuem tomando suas medicações durante o período peri-operatório.
Quais pacientes podem se beneficiar de beta-bloqueadores no pré-operatório? Quando devem ser iniciados e por quanto tempo devem ser mantidos?
Pacientes com DAC ou DVP ou que tem dois fatores de risco para DAC( >60 anos, tabagista, diabético, hipertensão, colesterol > 240mg/dl). Deve-se ter cuidado com pacientes com ICC ou com estenose aórtica, nesse caso deve ser feita a titulação lenta com orientação de um cardiologista. Pacientes com história de BAV sem marca-passo, asma reativa, ou intolerância aos beta-bloqueadores devem ser excluídos. O momento ideal é quando o risco for identificado. Caso não tenha sido prescrito antes, o atenolol ou metoprolol pode ser iniciado no dia da cirurgia( desde que FC > 55bpm e PA sistólica > 100mmHg), com baixas doses. Devem ser mantidos por no mínimo 30 dias em pacientes com DAC ou DVP. Para pacientes apenas com fatores de risco, 7 dias podem ser suficientes.
Que informações podem ser obtidas de um ECG pré-operatório?
Podem fornecer evidências de isquemia miocárdica, IAM prévio, hipertrofia cardíaca, ritmo cardíaco anormal ou disturbios de condução e anormalidades eletrolíticas.
Como a isquemia miocárdica pode aparecer no ECG?
Alterações no segmento ST ou alterações na onda T.
Descreva qual artéria miocárdica pode estar comprometida de acordo com a alteração das seguintes derivações:
II, III, aVF
V3-V5
I, aVL
II, III, aVF = artéria coronária direita ( átrio direito, nó Av, ventrículo direito)
V3-V5 = artéria coronária descente anterior esquerda(porção anterolateral do ventrículo esquerdo)
I, aVL = Artéria circunflexa (área lateral do ventrículo esquerdo)
Quais pacientes devem ser encaminhados para consulta com um cardiologista antes da cirurgia?
Angina de início recente, mudança no padrão da Angina, angina instável, angina sem tratamento medicamentoso, estenose aórtica, pacientes com ICC ou stent intracoronário que estejam recebendo inibidor plaquetário.
Cite alguns determinantes da oferta e dos requisitos de oxigênio pelo miocárdio.
O fornecimento do O2 para o miocárdio é diminuído pela taquicardia, hipotensão, aumento da pré-carga, hipocapnia, espasmo da artéria coronária, anemia e hipoxemia. A demanda é aumentada por taquicardia, aumento da tensão na parede e aumento da contratilidade miocárdica. Um dos objetivos do manejo anestésico do paciente com DAC é a manutensão do equilíbrio entre a demanda e o fornecimento de O2 ao miocárdio para minimizar risco de isquemia.