Diarreia Flashcards

(37 cards)

1
Q

Diarreia aguda - conceito

A

“Ocorrência de 3 ou mais episódios de fezes líquidas ou semilíquidas em um período de 24h durante no máximo 14 dias”
- aumento do número de evacuações e do teor de água nas fezes (consistência amolecida)
- cursa com depleção hidrossalina de intensidade variável e má absorção de água e eletrólitos
- instalação súbita e curso autolimitado (7-14 dias)
- etiologia mais frequente: infecciosa

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2
Q

A maioria dos agentes infecciosos é transmitida pela via oro-fecal e relaciona-se

A

Qualidade da água, falta de saneamento básico, condições de manipulação de alimentos, estoque de alimentos
É uma causa importante de desnutrição

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3
Q

Diagrama da diarreia

A

Uma infecção pode gerar um quadro diarreico, gerando agravamento nutricional e desnutrição
A própria diarreia é uma causa de desidratação aguda, resultante em morte

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4
Q

Fatores implicados na determinação da diarreia aguda da criança (relacionado à criança)

A

Condições desfavoráveis de gestação e má-nutrição materna
Baixo peso ao nascer
Desmame precoce
Falta de orientação adequada após o desmame
Condição nutricional e imunológica desfavoráveis

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5
Q

Fatores implicados na determinação da diarreia aguda da criança (relacionados à condição socioeconômica)

A

Condições de habitação, falta de saneamento básico, contaminação fecal de água e alimentos
Falta de informação
Baixa escolaridade dos pais, preconceitos culturais/alimentares

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6
Q

Etiologia

A

Vírus: rotavírus, coronavírus, adenovirus, norovírus (principal agente de surtos epidêmicos de gastroenterites) e astovírus
Bactérias: E. Coli (enteropatogênica clássica, enterotoxigênica, enterohemorrágica, enteroinvasiva, enteroagregativa). Salmonella, shigella, vibrio cholerae (nas epidemias) - aeromonas, pleisiomonas, campylobacter jejuni, yersinia
Parasitos: entamoeba histolytica, giardia lamblia, cryptosporidium, isosporíase
Fungos: candida albicans

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7
Q

No atendimento da criança com diarreia, estabelecer:

A

O diagnóstico anatômico, de gravidade e cronológico

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8
Q

Diagnóstico de gravidade (intensidade)

A

1) número de evacuações: leve (até 5 vezes), moderada (de 5 até 10 vezes), intensa (mais de 10 vezes por dia)
2) volume de evacuações (!)

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9
Q

Diagnóstico cronológico

A

Diarreia aguda aquosa
Diarreia aguda com sangue
Diarreia aguda-prolongada ou persistente
Diarreia crônica

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10
Q

Diarreia aguda aquosa

A

Diarreia até 14 dias, perda de grande volume de fluidos, principal causa de desidratação
Causa infecciosa (bactérias e vírus)
Pode causar desnutrição se a alimentação não é fornecida de forma adequada e se episódios acontecem

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11
Q

Diarreia aguda com sangue (disenteria)

A

Diarreia até 14 dias, com sangue nas fezes
Lesão da mucosa intestinal
Pode causar infecção sistêmica ou outras complicações
Shigella é a principal etiologia da disenteria

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12
Q

Diarreia aguda-prolongada ou persistente

A

14-30 dias: é consequência das enterites infecciosas graves, em desnutridos inadequadamente tratados

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13
Q

Diarreia crônica

A

Mais de 30 dias: origina-se de complicações das enterites, alergia a proteínas, enteroparasitoses, refluxo gastrocólico aumentado, doenças entéricas primárias

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14
Q

Princípios da avaliação clínica - anamnese

A

Duração da diarreia, número diário de evacuações, presença de sangue nas fezes, vômitos (número de episódios), febre, dor abdominal, práticas alimentares prévias e vigentes, outros casos de diarreia em casa ou na escola

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15
Q

Risco de complicações

A

Idade inferior a dois meses
Doença de base grave como: diabetes, insuficiência renal ou hepática e outras doenças crônicas
Presença de vômitos persistentes
Perdas diarreicas volumosas e frequentes (mais de 8 episódios diários), percepção dos pais de que há sinais de desidratação

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16
Q

Exame físico deve avaliar

A

Estado de hidratação, estado nutricional, estado de alerta (ativo, irritável, letárgico), capacidade de beber (sede), diurese, exame macroscópico das fezes (se possível)

17
Q

Peso

A

Melhor indicador de desidratação
5% - desidratação leve
5-10% - moderaca
>10% - desidratação grave

18
Q

Exame físico

A

Sinais de desidratação: mucosas secas, turgor e elasticidade da pele diminuídos (sinal da prega), fontanela deprimida, olhos escovados
Oligúria, alterações ortostáticas da FC e PA
Estado nutricional
Sinais de toxemia

19
Q

Diagnóstico- exames complementares

A

Devem ser feitos após a fase de reparação rápida + devem colher as fezes assim que possível
- hemograma, hemocultura: úteis nos casos mais graves em que o paciente está internado
- ionograma: quando houver suspeita ou sinais de distúrbios hidroeletrolíticos
- gasometria: pacientes com maior repercussão sobre o estado geral e suspeita de alterações do equilíbrio ácido-básico
- pesquisa de vírus nas fezes (técnica de elisaimunoensaio ou látex)
- coprocultura (identificar o agente infeccioso quando há suspeita de infecção bacteriana)
- pH fecal e substâncias redutoras (intolerância aos carboidratos)
- exame macroscópico das fezes (presença de sangue, muco, pus, alimentos mal digeridos, parasitas, aspecto, consistência e sua composição)
- exame parasitológico de fezes (parasitas, protozoários e helmintos)
- elementos anormais nas fezes (identificação de leucócitos e sangue em casos de colites e diarreias invasivas)

20
Q

Avaliação do estado de hidratação do paciente (A)

A
  • sem desidratação
    Ativo, alerta (EG)
    Sem alterações nos olhos
    Sem sede
    Lágrimas presentes
    Boca/língua úmidas
    Sinal da prega desaparece imediatamente
    Pulso cheio
    Sem perda de peso
21
Q

Avaliação do estado de hidratação do paciente (B)

A
  • com desidratação
    Irritado, intranquilo (EG)
    Olhos fundos
    Sede: sedento, bebe rápido e avidamente
    Lágrimas ausentes
    Boca/língua seca ou levemente seca
    Sinal da prega desaparece lentamente
    Pulso cheio
    Até 10% de perda de peso
22
Q

Avaliação do estado de hidratação do paciente (c)

A
  • com desidratação grave
    Comatoso, hipotônico, letárgico ou inconsciente
    Olhos fundos
    Não é capaz de beber
    Lágrimas ausentes
    Boca/língua muito seca
    Sinal da prega desaparece muito lentamente (mais de 2 segundos)
    Perda de peso acima de 10%
23
Q

Plano A

A
  • criança não desidratada, avaliar o risco de desidratação
  • objetivo: evitar que ela desidrate
    Aspecto das fezes (considerando de maior risco as volumosas e líquidas)
    Número de evacuações por dia (considerando acima de 5 leve, de 5 até 10 moderada, acima de 10 grave)
    Tolerância oral: considerar vômitos repetidos (incoercíveis) 5 ou mais por dia que dificulte a aceitação do soro oral
    Tratamento domiciliar só quando a criança tiver boa tolerância oral
    Nas crianças hidratadas, administrar a maior quantidade de líquidos que o habitual, com ênfase no SRO que utiliza a absorção fisiológica de eletrólitos e glicose
24
Q

Plano A - manter a alimentação com as seguintes características

A

Normo-calóricoproteicas
Hipofermentativa
Com pureza bacteriológica
Baixo conteúdo de fibras insolúveis
Hipoalergênica em menores de 6 meses, desnutridos, alérgicos ou com alergia na família

25
Plano B
Em crianças desidratadas: Fase de reparação com SRO em 4-6h 50-100ml/kg - casos leves 100-150 ml/kg - casos moderados O término dessa fase é observado com a emissão de 1-2 micções claras e abundantes Fase da manutenção: SRO após cada evacuação (50-200 ml/evacuação de acordo com aceitação) Se a criança não aceitar por VO a quantidade necessária de soro, tentar a hidratação por sonda nasogástrica - quando houver falha na TRO por ingestão insuficiente, vômitos incoercíveis, diarreia de alto fluxo, sinais de choque, depressão neurológica grave ou doenças graves associadas = iniciar EV com solução salina e glicosada
26
Quando pensar em gastróclise?
Perda de peso após as primeiras 2h de TRO Vômitos persistentes (4 ou mais em 1h) Dificuldade de reidratação por perda fecal alta Distensão abdominal acentuada Dificuldade de ingestão oral Velocidade inicial: 20-30ml/kg/h até reidratar, se náuseas ou vômitos, diminuir para 15ml/kg/hr até melhorar dos sintomas (mais tolerado em crianças menores)
27
Plano B - dieta
Fazer a reparação com SRO e reinstituir a alimentação Dieta livre adequada à idade, respeitando as preferências das crianças O jejum agrava a desnutrição, o que predispõe à diarreia persistente Aumentar a frequência das mamadas em crianças que são amamentadas
28
Antibióticos
O uso deve ser avaliado em casos mais graves de diarreia invasiva, com febre alta e maior repercussão sobre o Ezg (sinais de disseminação bacteriana extra-intestinal), em desnutridos graves, em RN, em lactentes pequenos (<2 meses) e nos imunodeprimidos
29
Antidiarreicos
Não devem ser utilizados Inibidores do peristaltismo intestinal (loperamida e difenoxilato) inibem o mecanismo de limpeza do intestino, em doses altas podem ter efeito anti-secretor à custa de efeitos colaterais graves - íleo paralítico e intoxicação do SNC
30
Adsorventes
Pectina, carbonato de cálcio e carvão ativado - abdorvem a água já eliminada e tem apenas efeito cosmético sobre as fezes
31
Antitérmicos
Geralmente são desnecessários, pois a febre pode desaparecer após a reidratação Indicar se houver febre elevada com desconforto evidente Dar preferência a medicamentos que não causem sedação
32
Analgésicos
Úteis no desconforto abdominal
33
Antiespasmódicos
Contra-indicados
34
Suplementação com zinco
Reduzem a gravidade e duração e previnem episódios subsequentes de diarreia Iniciar a partir do momento da caracterização da diarreia Em crianças menores de 5 anos 20mg por dia durante 10-14 dias
35
Indicações de internamento
Desidratação grave ou sinais de choque Menor que 2 meses Crianças com desidratação moderada que não toleram a TRO Desnutrição grave Toxemia grave, suspeita ou infecção grave associada Crianças de famílias muito pobres sem condições sociais de garantir tratamento ambulatorial
36
Sinais de alerta para mãe
Diarreia muito intensa (fezes líquidas, mais de 1 ep por hora) Vômitos frequentes, sede muito intensa, olhos fundos, ficar sem urinar por mais de 8h, diarreia com sangue, febre, gemência e prostração Diarreia por mais de 5 dias
37
Anti-secretórios
Reduzem a secreção intestinal (inibidor da enzima encefalinase) com melhora significativa dos sintomas Não interferem na motilidade intestinal e não produzem supercrescimento bacteriano Contraindicado para menores de 3m