Dores Recorrentes Flashcards

(43 cards)

1
Q

Alguns fatores podem modificar a expressão da dor na criança, a forma como é manifestada por ela. É importante conhecê-las para interpretar corretamente as características da dor. Quais são esses fatores?

A

Idade (pequenos tem medo, adolescentes chamam atenção); sexo (meninas); cognição (percepção); experiências dolorosas prévias, aprendizado, padrões culturais, relações familiares (divórcio); repercurssões na rotina da criança (perde aula, atv esportiva,social ou tarefa doméstica)

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2
Q

Diferenciação da dor em aguda e crônica

A

Não existe um tempo pré-determinado para essa classificação, mas em geral, a partir de 2 ou 3 meses de dor já se diz que é crônica
Aguda: bem descrita, clareza, proximidade do evento
Crônica: um pouco vaga, pouca clareza (distancia cronologica do evento), informações incompletas

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3
Q

Qual a diferença entre dor persistente e dor recorrente

A

A dor persistente é contínua, sem período assintomático. É mais rara em crianças, pode ser uma doença de base

A recorrente é mais comum (>=3ep/3m, intenso suficiente para interferir nas atvds); tem períodos assintomáticos

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4
Q

Definição de dor recorrente (DR), no geral

A

3 ou mais episódios em um período de 3 meses, com intensidade suficiente para interferir nas atividades habituais da criança

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5
Q

Quais as principais DR ?

A

Cefaleia (20.6%)
Dor em membros (15.5%)
Dor abdominal (14.4%)

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6
Q

As consultas por queixa de dor são difíceis (sintomas vagos, pressão dos pais, interpretação subjetiva) e acabam levando o médico a dois extremos, que são…

A

Atitude simplista: “não é nada” (não alivia o sofrimento, não orienta adequadamente sobre sinais de alerta e não investiga adequadamente)

Exagero: investigação extensa e custos

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7
Q

No diagnóstico da DR é importante entrevistar a criança e os pais sozinhos, para conhecê-los melhor. Quais pontos podem ser interessantes de investigar quanto a criança?

A
Rotina
Atividades
Relacionamento com os pais
Possibilidade de violência
Convivência com amigos e professores
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8
Q

No diagnóstico da DR é importante entrevistar a criança e os pais sozinhos, para conhecê-los melhor. Quais pontos podem ser interessantes de investigar quanto aos pais?

A

Dor crônica?
Reação frente a dor da criança
Evento crítico na família
Reação a momentos de conflito

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9
Q

O que pesquisar sobre a dor numa consulta devida a DR?

A

Início, frequencia, duração, tipo, localização, irradiação, intesidade (difícil), localidade (onde e quando ocorre, escola, casa do pai, etc), fatores precipitantes/agravantes/atenuantes, sintomas associados, tratamentos anteriores

Identificar sinais de alerta !

Exames

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10
Q

EPD da DR abdominal: sexo, idade

A

Meninas
Picos de incidência: 4a6 anos e 7a12 anos; mais frequente em escolares e adolescentes

90 a 95% não tem etiologia bem definida
Muito ligado a fatores emocionais

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11
Q

Quantos % dos casos de DR abdominal tem etiologia orgânica?

A

5-10% ocorrem por doenças do TGI ou TGU

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12
Q

Quais os diagnósticos de doença orgânica do TGI ou TGU mais comuns em DR abdominal?

A
Constipação intestinal
DRGE
ITU, nefrolitíase
Doença péptica
Parasitose intestinal
Anormalidade anatômica de TGI/TGU
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13
Q

Apenas 5 a 10% dos casos de DR abdominal tem como base uma doença do TGI/TGU. Os outros 90 a 95% representam doença funcional. Quais os sintomas nesse caso? Quais as principais doenças ?

A

Nesses casos, a dor pode vir associado a outros sintomas, o que não é comum entre outras dor funcionais

Dor
Alteração da motilidade do TGI
Sintomas dispépticos (n/v, plenitude, distenção, eructações, soluços, saciedade precoce)
Disfunção do tubo digestivo (diarreia/comstp)
Paroxismo isolado de dor

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14
Q

Que indícios podem ser encontrados de que uma DR abdominal é funcional ?

A

DR ou desconforto periumbilical
Dor não aliviada pela defecção ou associada a uma mudança na frequência de evacuação ou forma das fezes
Ausência de evidências de um processo inflamatório, anatômico, metabólico ou neoplásico que explique a dor

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15
Q

Critérios de ROMA IV (DR abdominal)

A

Dor abdominal episódica ou contínua
Critérios insuficientes para outras doenças funcionais
Ausência de evidência de um processo inflamatório, anatômico, metabólico ou neoplásico

(dor abd >1x/semana; mínimo 2 meses)

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16
Q

Na anamnese e EF de DR abdominal, que aspectos devem ser investigados em particular?

A

Dor: frequencia, intensidade, localização
Sintomas associados: sudorese, náusea, tontura
Fatores desencadeantes: doença viral recente, alimentos específicos, relação com estresse e ansiedade
Uso concomitante ou prévio de medicação
Hábitos intestinais (e escala de Bristol)
HFam de dor abd
Conhecimento do paciente: situações geradoras de ansiedade, reação dos pais a dor, etc

Exame completo, com estado nutricional e curva de crescimento

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17
Q

Quais são os sinais de alerta para DR abdominal?

A
  • Dor periférica
  • Irradiação da dor para as costas (renal), escápula (biliar) ou MMII (ginecológico)
  • Dor que desperta repetidamente a criança do sono
  • Evidência de doença orgânica OU no EF: perda de pesa, parada ou desaceleração do crescimento, febre recorrente indeterminada, vômitos significasntes ou biliosos, visceromegalia, massa abd, anormalidades perianais, diarreia crônica, artrite, melena
  • HFam: doença orgânica, como anêmia falciforme, d. péptica, litíase
  • Alterações nos exames laboratoriais (VHS,PCR,anemia,leucocitose, alteração da urina)
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18
Q

Solicitação de exames na DR abdominal: nível 1

A
Hemograma
VHS
PCR qtt
Urina de rotina/urocultura
EPF
19
Q

Solicitação de exames na DR abdominal: nível 2

A

Prova de absorção de actose/sacarose
EDA
USG de abd
RX simples de abd

(aqui é + direcionado de acordo com a clínica)

20
Q

Quais as taxas de remissão na DR abdominal?

A

30% em 6 meses

Recidivas são frequentes, pode haver surgimentyo de DR em membros ou cefaleia

21
Q

Terapêutica na DR abdominal

A
  • Orientação detalhada para os pais
  • Orientar quanto aos sinais de alerta !
  • Identificasr a causa e ttr
  • Verificar possibilidade de vermífugo
22
Q

EPD da DR em membros: idade, sexo

A

Mais frequente em escolares, de 4 a 10 anos

Discreto predominio nas meninas

23
Q

Quantos % dos casos de DR em membros tem causa orgânica?

24
Q

Geralmente, como é a queixa de dor do paciente com DR em membros ?

A

Difusa e não articular

25
Quais as causas mais frequentes de DR em membros sem manifestações sistêmicas?
``` Dor de Crescimento Fibromialgia Síndrome da Hipermotilidade Articular Síndrome do superuso Tumores ósseos Outras>: doença de tecido conjuntivo, anemia falciforme é bem frequente, disvitaminoses, doenças endócrinas, outras hemoglobulinopatias ```
26
EPD na dor de crescimento em membros: idade
Ocorre entre 6 e 13 anos (principalmente de 6 a 8)
27
Dor de crescimento em membrios: como é a dor?
Dor musculoesquelética intensa, geralmente em MMII (a queixa isolada em MMSS é rara), não é muito localizada, pode ser unilateral e não ficar fixa em uma região. Geralmente dura de 10 a 15 mim Ocorre mais no final da tarde Pode despertar a criança durante o sono !! Não há outras queixas Não há comprometimento Melhora com calor, massagem e analgésicos Piora com frio, atividade física e distúrbios emocionais
28
Na dor de crescimento em membrios, o que pode encontrar no EF, exame laboratorial e RX?
Tudo normal
29
DR em membros: fibromialgia
Adolescentes (feminino) Dor musculoesquelética difusa, intermitente, geralmente associado a alterações do humor, sono e fadiga DG: dor a digitopressão de pontos álgicos
30
DR em membros: Síndrome da hipermotilidade articular
``` Hipermotilidade articular generalizada Muito semelhante a dor de crescimento Maiores de 5 anos Ótimo desempenho atlético Quedas frequentes Froxidão excessiva das estruturas ligamentas das articulações (pode ter artralgia em algumas articulações) ```
31
DR em membros: síndrome do superuso
Esforço repetitivo e microtraumatismos, incapacidade funcional (pode evoluir para dor contínua que piora com atividade) Utilização excessiva de pc, games ou esforço repetitivo -> racionalizar RX sem alterações significativas
32
DR em membros: tumores ósseos
DR em membros, localizada, unilateral, fixa no local da lesão Metade dos tumores osseos primários na infancia são malignos, mais frequentes: osteosarcoma e sarcoma de Ewing Alterações radiológicas sugestivas DG definitivo: biópsia
33
Particularidaders para examinar no EF de pct com DR em membros
Especialmente no exame físico, fazer avaliação da postura, marcha, semiologia articular (inspeção, palpação, movimentação ativa e passiva das articulações), palpação de pulsos periféricos, medida de comprimento dos membros, avaliação da força muscular.
34
Solicitação de exames na DR em membros: nível 1
hemograma completo, prova inflamatória da fase aguda (VHS, PCR), radiografia simples (não é exame de rotina, faz o pedido se for dor localizada);
35
Solicitação de exames na DR em membros: nível 2
aprofundamento se presença de sinais de alerta (exames específicos em função dos critérios presentes).
36
Sinais de alerta para DR em membros
- Dor localizada em pontos fixos • Dor com características diferentes: parestesias, formigamento, adormecimento, etc • Dor a palpação muscular; • Dor a movimentação passiva; • Diminuição da força muscular; • Dificuldades ou alterações a marcha como claudicação ou recusa para andar; • Manifestações sistêmicas como febre, palidez, perda de peso, etc; • Persistência da dor e/ou não resposta a analgésicos
37
Terapêutica na DR em membros
- Explicar a situação para os pais (a dor é real, pode ser forma de expressão) - Tratar a causa * o PRG na maioria das vezes é benigno e autolimitado, exercícios de relaxamento podem ajudar HIPERMOTILIDADE: AINEs se dor intensa, fisioterapia, evitar alto impacto FIBROMIALGIA: diminuição do estresse, condição emocional e depressão, mais atividades
38
Cefaleias primárias e secundárias
As cefaleias primárias são aquelas que não são decorrentes de doenças orgânicas específicas, são as mais frequentes: enxaquecas e cefaleia tipo tensional. A secundária é devido a envolvimento de doença orgânica conhecida
39
DR cefaleia: enxaqueca
Tem intensidade média a forte e interfere nas atividades diárias. É acompanhada na maioria das vezes de náuseas e vômitos, fotofobia, fonofobia e ocasionalmente por manifestações neurológicas transitórias como parestesia, paresia etc. Geralmente dura 1-48hs e é bilateral, principalmente bilateral, mas pode ser bifrontal e unilateral. Normalmente, na criança, a enxaqueca está associada a náuseas, vômitos e dor abdominal, mas sem aura. Quando tem aura, geralmente ocorre nos adolescentes e associa com sintomas visuais por 5 a 60 minutos antes ou durante a dor. Tem história familiar importante.
40
DR cefaleia: cefaleia tensional
É a mais comum. Dor contínua que pode limitar, mas não atrapalha as atividades diárias. Na maioria das vezes é uma dor em aperto ou pressão, bilateral, que pode durar de 30 minutos até 7 dias. Sem sintomas associados de náuseas, vômitos, fotofobia e fonofobia. O diagnóstico geralmente é por exclusão. Pode ser desencadeada por tensão familiar, ocorrência de eventos críticos, dificuldade escolares, dores crônicas em familiares e etc.
41
DR cefaleias: cefaleias secundárias
Representam apenas 5% das cefaleias recorrentes em crianças. A maior preocupação nesse tipo de cefaleia é de processo expansivo com hipertensão craniana, no qual há evolução crônica e progressiva. Habitualmente, a dor é matutina, exacerba-se com mudanças na posição da cabeça e é acompanhada de outros sinais neurológicos (hidrocefalia, paralisia de pares cranianos, sinais meníngeos, convulsões). Outras causas: hipertensão arterial, sinusite (menos comum porque o ultimo seio a ser formado é o frontal, antes disso a criança tem sinusite em seio etmoidal, maxilar... e não geram cefaleia) e causa oftalmológica.
42
Sinais de alerta para Cefaleia Recorrente
* Alterações neurológicas * Alterações oculares (edema de papila, anisocoria, nistagno, instalação de estrabismo, diplopia e diminuição da acuidade visual) * Vômitos persistentes com aumento na frequência ou de início recente * Mudança no padrão da cefaléia, com aumento na intensidade e frequência * Cefaléia recorrente matinal ou repetidamente desperta a criança * Crianças com desaceleração da velocidade de crescimento * Sintomas sugestivos de Diabetes insípido * Criança com idade inferior a 5 anos (principalmente < 3 anos) * Paciente com neurofibromatose
43
Terapêutica da cefaleia recorrente
- Identificação e tto da causa - Conhecimento dos fatores preciptantes - Medidas de relaxamento - Orientação e sinais de alerta para os pais