F2 - hipnoanalgésicos Flashcards

1
Q

Hipnoanalgésicos

generalidades

A
  1. Fundamentais no tratamento da dor

2. Efeitos analgésicos, sedativos, euforizantes, gastrointestinais

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2
Q

opióides

A
  • Compostos funcionalmente semelhantes aos Opiáceos

* Podem ser endógenos (endorfinas, Encefalinas, Dinorfinas, Adrenorfina)

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3
Q

opióides endógenos

A
  1. Originam-se de precursores no cérebro
    a) Pré-pró-opiomelanocortina (POMC)
    b) Precursor também de ACTH e αMSH
  2. Pré-pró-encefalina
  3. Pré-pró-dinorfina
  4. Sofrem clivagem para produção dos metabólitos ativos
  5. Liberados no cérebro e no sangue
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4
Q

Grupos de receptores - acoplados a proteína G

A
  1. μ (μ1 , μ2 e μ3 ) – MOR
  2. κ (κ1 , κ2 e κ3 ) – KOR
  3. δ (δ1 e δ2 ) – DOR
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5
Q

Receptores opióides

A
  1. Podem formar heterodímeros (união de receptores distintos)
    Reduzem a afinidade a agonistas altamente seletivos *fármaco não tem afinidade com os receptores da mesma forma
  2. Potencial para diferentes respostas clínicas
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6
Q

Efeitos após a ligação dos receptores

A
  • Inibição da adeniliciclase
  • Inibição dos canais de Ca
  • Estimulam correntes de K
  • Ativação da PKC e PLC
  • Interiorização do receptor
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7
Q

Consequências da ativação dos receptores

A
•	Redução da atividade *tolerância 
•	A perda do efeito com a exposição aos opiáceos ocorre depois de intervalos curtos e longos – redução do efeito mesmo com exposição curta 
•	Dessensibilização (tolerância aguda)
a)	Desacoplamento da proteína G
b)	Interiorização do receptor
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8
Q

Tolerância

A
•	Dias ou semanas
•	Perda progressiva de efeito
a)	Redução do efeito máximo 
b)	Atraso no início do efeito
•	Compensada pelo aumento da dose
•	Desaparece após várias semanas com a interrupção do fármaco
•	Variável nos diversos sítios de ação
•	Ex. miose (mínima), euforia (rápida)
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9
Q

Dependência

A

• Estado de adaptação evidenciado pela síndrome de abstinência com a interrupção do fármaco
• Ocorrem no SNC e sítios periféricos
a) Agitação, hiperalgesia (perda do mecanismo de controle da dor – efeitos endógenos suprimidos), hipertermia, hipertensão, diarreia, dilatação pupilar, secreção de hormônios hipofisários e adrenomedulares
• Suprimida pela administração de outro fármaco da mesma classe

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10
Q

Drogadição

A
  • Uso compulsivo
  • Desejo de busca e uso incontrolável, independente de danos
  • Tolerância e dependência ≠ drogadição
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11
Q

Efeitos dos opióides

A
  • Analgesia
  • Alterações de humor
  • Depressão respiratória
  • Sedação
  • Neuroendócrinos
  • Náusea e êmese
  • Cardiovasculares
  • Tônus muscular
  • Trato gastro intestinal
  • Outros sistemas
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12
Q

Analgesia

A
  1. Morfina e substâncias semelhantes
  2. Associada à sonolência, alterações do humor e obnubilação mental
  3. ↑ conforto (mesmo se a dor persistir)
  4. Pode causar euforia *
  5. Sem perda da consciência, coordenação motora ou distúrbios da fala
  6. Não afeta outras modalidades sensitivas
  7. Mais eficaz nas dores difusas contínuas que em dores agudas intermitentes
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13
Q

Mecanismo da dor

lesão tecidual

A
  • Lesão tecidual → inflamação localizada / sensibilização de fibras de limiar alto
  • Ativação de vias facilitadoras espinais
  • Aumento da ativação do cérebro
  • Estado de hiperalgesia
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14
Q

Lesão neural

A

• Causa disestesias (sem estímulo) espontâneas e alodinia (mudança no sentido da dor)
• A dor pode ser desencadeada por fibras de baixo limiar (Aβ)
• Atividade espontânea do nervo por reorganização
a. Neuroma
b. Raiz dorsal
c. Corno posterior
• Ex.: Traumatismos, compressão, VZV, diabetes, quimioterapia

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15
Q

Ações analgésicas dos opióides

tipos

A
  1. Supraespinal
    • Mesencéfalo – mediada por MOR na substância cinzenta periaquedutal
    • Estimula a produção de NE e 5HT(serotonina) pelo bulbo, atenuando a excitabilidade do corno posterior
    • Áreas próximas à luz ventricular – injeções intraventriculares em pacientes com dor associada ao câncer
  2. Espinhal
    • Mediada por receptores na substância gelatinosa de Rolando do corno posterior
    • Principal local de terminação das fibras C
    • Promove inibição dos neurônios pré- e pós-sinápticos
  3. Periférica
    • Pequena, sobre os terminais nociceptivos
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16
Q

Opióides - alterações de humor

A

• Euforia, tranquilidade, propriedades gratificantes
• Sistema dopaminérgico mesolímbico
o Da área tegmentar ventral ao núcleo accumbens
• Conexões com o pálido ventral
o Reforçador positivo

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17
Q

Opióides - depressão respiratória

A
•	Incomum com doses convencionais 
•	Respiração irregular
•	Deprimem a excitabilidade de neuronios quimiossensores do tronco cerebral 
•	Dose dependente 
•	Cuidado: asma, DPOC, etc. 
•	Agravada por: 
1.	Anestésicos gerais, ansiolíticos, álcool, hipnóticos-sedativos  
2.	Sono (redução natural da FR)
3.	Idade (distribuição bimodal)  
4.	Doenças cardiopulmonares ou renais crônicas  
5.	Alívio da dor  
•	Revertida prontamente por antagonistas
18
Q

Opióides - sedação

A
  • Podem causar sonolência ou disfunção cognitiva
  • Comum no início do tratamento ou aumento da dose
  • Geralmente regride em alguns dias
19
Q

Efeitos neuroendócrinos dos opióides

A

• Podem reduzir o GnRH e CRH
• Podem causar hipogonadismo hipogonadotrópico – redução do FSH, LH, testosterona, DHEA
a. Redução da libido em homens, irregularidade menstrual em mulheres
• Podem aumentar a secreção de prolactina
• Constrição pupilar (Miose)
b. No início da asfixia (altas doses) – midríase
• Crises convulsivas
a. Lentidão no EEG
b. Dose-dependente (geralmente muito altas)
c. Agentes anticonvulsivantes podem não ser eficazes em suprimir convulsões causadas por opioides
• Supressão da tosse
a. Agem no centro bulbar da tosse

20
Q

efeitos dos opióides - Náusea e êmese

A
  • 40% → Náusea

* 15% → êmese

21
Q

Efeitos dos opióides - cardiovasculares

A
•	Vasodilatação periférica 
•	Inibem o barorreflexo  
a.	Hipotensão ortostática  
b.	Síncope  
•	Mecanismos: liberação de histamina por mastócitos e aumento do PCO2 (diminuição FR)
•	Importante no tratamento do infarto
22
Q

Tônus muscular - efeito dos opióides

A
  • Altas doses → rigidez da musculatura ventilatória/mastigação
  • Pode comprometer a respiração e dificultar a intubação
  • Ocasionalmente → mioclonia
23
Q

TGI - efeito dos opióides

A
  • Constipação e redução de secreções
  • Estase gástrica (↑ RGE)
  • ↑ pressão ducto biliar
24
Q

Outros sistemas - efeito dos opióides

A
  • Imunossupressores fracos
  • Levemente hipotérmicos
  • Retenção urinária
  • Rubor e prurido
25
Q

opioides - classes funcionais

A
  1. Agonistas – geralmente seletivos (parcialmente) ao MOR
  2. Agonistas-antagonistas mistos – uso restrito ao tratamento da dependência aos opioides
  3. Antagonistas – revertem efeitos dos opioides
26
Q

Morfina

A
  • Pouco absorvida pelo TGI
  • Metabolismo de primeira passagem
  • Biodisponibilidade oral de ≈25%
  • 33% ligada a proteínas plasmáticas
  • Conjugação com ácido glicurônico
  • mais potentes (morfina-6-glicuronídeo) ou menos potentes (morfina-3-glicuronídeo)
  • pouco lipofílica
  • excreção: filtração glomerular – morfina-3-glicuronídeo
27
Q

Codeína

A
  • 60% da atividade da morfina
  • É transformada em metabólitos inativos e excretada pela urina
  • ≈10% é convertida em morfina (CYP2D6)
  • Possui efeito antitussígeno
28
Q

Tramadol

A
  • Análogo sintético da codeína
  • Fraca ação MOR
  • Atua também pela inibição da captação de norepinefrina e 5HT
  • Tão eficaz quanto morfina ou meperidina para dor fraca a moderada (100 a 400 mg ao dia)
  • Biodisponibilidade de 68% após uma dose oral
  • Sofre metabolismo hepático e excreção renal
  • Início da ação em 1h (via oral), pico em 2 a 3h
  • Meia-vida 6h (tramadol) a 7,5h (metabólitos)
29
Q

• Heroína (diacetilmorfina)

A

• Mais potente que morfina (2-4x)
• Rapidamente hidrolisada em 6- monoacetilmorfina (6-MAM)
1. Metabolizada em morfina
• Mais lipossolúveis que morfina
1. Entram rapidamente no cérebro (potencial para dependência e drogadição)
• Excretada principalmente na urina como morfinas livre e conjugada

30
Q

Meperidina

A

• Predominantemente agonista de receptores MOR
• Efeitos semelhantes à morfina
• Potencial convulsivante mais alto
1. Acúmulo de normeperidina (meia-vida de 15-20h) – não usar por mais de 48h
• Absorvida por todas as vias de administração
• 50% escapa do metabolismo de primeira passagem após administração oral

31
Q

• Fentanila, sufentanila e remifentanila

A

• Opioides sintéticos
• Ação agonista de receptor MOR
• Início rápido da ação
• Interrupção rápida da ação após doses intermitentes
• Extremamente potentes
• Fentanila = 100x morfina
• Sufentanila = 1000x morfina
• Não causam liberação de histamina
• Mínimos efeitos depressores do miocárdio
1. Muito utilizados em procedimentos cirúrgicos
• Altamente lipossolúveis
• Metabolização hepática e excreção renal
• Vantagens do remifentanil: início mais rápido e término mais previsível

32
Q

Metadona

A

→ Agonista MOR de longa duração
→ Semelhante à morfina
→ Possui atividade antitussígena
→ Auxilia na suspensão de sintomas de abstinência
→ Alguns pacientes apresentam sedação acentuada
→ 90% ligada à proteínas plasmáticas
→ Uso crônico: acumulação nos tecidos
o Mantém níveis baixos no sangue após o uso, reduzindo sintomas de abstinência
→ Extensivamente metabolizada no fígado
→ Meia-vida longa (15 a 40h)
→ Principal indicação: tratamento da dependência em heroína

33
Q

Loperamida

A

→ Opióide de ação periférica
→ Reduz a motilidade gastrointestinal
→ Não penetra bem no cérebro – atividade primariamente periférica
1. Glicoproteína P – presente no endotélio cerebral, tem atividade exportadora da loperamida
2. Efeitos centrais podem ser alcançados com inibição desta por drogas (ex.verapamil e quinidina)

34
Q

• Dextrometorfano

A
→	Antitussígeno de ação central
→	Derivado da codeína
→	Não age nos receptores opioides
→	Baixa toxicidade
→	Mecanismo de ação pouco conhecido
→	10 a 30mg, 3 a 6x por dia, sem passar de 120mg/dia
35
Q

Antagonistas de opióides

A

→ Naloxona, naltrexona, nalorfina,nalmefeno, etc
→ Não-peptídicos: ciprodima, βfunaltrexamina, naltrindol
→ Revertem imediatamente os efeitos de agonistas opioides
→ Causam liberação de hormônios hipotalâmicos na ausência de opioides
→ Em dependentes de opioides, administração causa sintomas de abstinência moderada a grave
→ A naloxona não deve ser administrada por via oral – prontamente e extensivamente metabolizada no fígado
→ Naltrexona – retém eficácia por via oral (deve ser oral)
→ Tratamento da overdose por opioides
→ Tratamento da constipação por opioides (metilnaltrexona – ação periférica)
→ Tratamento de síndromes de uso abusivo (ex. álcool)

36
Q

PCA – Analgesia Controlada pelo Paciente

características

A

→ O paciente possui controle limitado da administração da droga
→ Bomba de infusão seguindo parâmetros pré-estabelecidos (limitada)
→ Usada no controle de dor pós-operatória ou relacionada com câncer

37
Q

Uso dos opioides Intratecal

vantagens

A

→ Permite o uso de doses menores
→ Reduz efeitos adversos sistêmicos
→ Podem ser implantados cateteres intratecais para tratamentos de longa duração

38
Q

Interações medicamentosas com opioides

A

→ Sedativos, hipnóticos, álcool
• Aumento da depressão respiratória e do SNC

→ Antipsicóticos
• Aumento da sedação, acentuação do efeito cardiovascular

→ Inibidores da MAO
• Risco de coma hiperpirético, convulsão e hipertensão

39
Q

Intoxicação aguda por opioide

sinais e sintomas

A

→ Estupor ou coma profundo
→ Frequência respiratória muito baixa ou apneia com cianose
→ Convulsões
→ Flacidez muscular
→ Pressão arterial tende a diminuir com a respiração
→ Pupilas simétricas e puntiformes (exceto em hipóxia grave), Baixo débito urinário, Hipotermia

40
Q

Tratamento intoxicação aguda por opióide

A

→ Estabelecer uma via respiratória e ventilar o paciente
→ Naloxona (evitar em pacientes com uso crônico/dependentes)
• Diluir naloxona (0,4mg) e aplicar muito lentamente por via intravenosa, observando o nível de consciência e função respiratória
→ Monitorização (possibilidade de arritmias cardíacas)