flashcards-cardiopulmonar

(55 cards)

1
Q

Identificação na anamnese

A

Dados essenciais para identificação (NIRCE PR):

  1. Nome completo
  2. Idade/Data de nascimento
  3. Religião (quando relevante)
  4. Cor/Etnia (autodeclarada)
  5. Estado civil
  6. Profissão/Ocupação atual
  7. Residência/Procedência

Sempre registre a fonte da informação (paciente ou acompanhante) e sua confiabilidade.

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2
Q

Queixa Principal

A

Abordagem da Queixa Principal:

  1. Pergunte de forma aberta: “Qual o principal problema que traz o(a) senhor(a) aqui?”
  2. Registre a duração: “Há quanto tempo está sentindo isso?”
  3. Se houver múltiplas queixas, solicite priorização: “Dentre esses problemas, qual o que mais incomoda?”

Importante: Registre a queixa com as palavras exatas do paciente entre aspas.
Exemplo: “Dor no peito há 3 dias”, “Falta de ar quando subo escadas há 2 meses”.

Utilize o acrônimo QDP (Queixa, Duração, Problema principal) para lembrar.

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3
Q

Acrônimo ISCEI MAH

A

ISCEI MAH - Componentes da História da Moléstia Atual:

  1. Início dos sintomas: Como começou? Foi de repente ou gradual?
  2. Sintomas associados: Além do sintoma principal, o que mais sentiu?
  3. Características: Se dor, usar SOCRATES (Sítio, Onset, Caráter, etc.)
  4. Evolução: Está melhorando, piorando ou igual?
  5. Impacto: Como afeta seu dia a dia? Consegue realizar suas atividades?
  6. Medicações: Tomou algo para aliviar? Funcionou?
  7. Antecedentes do mesmo problema: Já teve isso antes? Como foi tratado?
  8. História de comorbidades relacionadas: Tem alguma doença que possa estar relacionada?

A ordem do acrônimo facilita a progressão natural do questionamento durante a anamnese.

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4
Q

Acrônimo SOCRATES

A

SOCRATES - Caracterização Completa da Dor:

  1. Sítio: “Onde exatamente é a dor? Pode apontar com um dedo?”
  2. Onset (início): “Como começou? Foi de repente ou gradualmente?”
  3. Character (caráter): “Como é essa dor? Aperto, queimação, pontada, facada?”
  4. Radiation (irradiação): “A dor se espalha para algum lugar? Braço, pescoço, costas?”
  5. Associated symptoms: “Junto com a dor, sente mais alguma coisa? Falta de ar, suor frio?”
  6. Time (tempo): “Quanto tempo dura cada episódio? É constante ou vai e volta?”
  7. Exacerbating/relieving: “O que piora a dor? O que alivia? Repouso melhora?”
  8. Severity (intensidade): “De 0 a 10, sendo 10 a pior dor, qual número daria?”

Este acrônimo é especialmente útil na caracterização de dor torácica para diferenciar causas cardiovasculares e respiratórias.

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5
Q

Antecedentes na anamnese cardiopulmonar

A

Antecedentes essenciais para anamnese cardiopulmonar:

  1. Doenças crônicas:
    • HAS, DM, dislipidemia (tempo, controle)
    • Cardiopatias prévias (IAM, angina, arritmias)
    • Pneumopatias (asma, DPOC, tuberculose)
  2. Medicamentos em uso:
    • Nome, dose, frequência, tempo de uso, adesão
  3. Hábitos de vida:
    • Tabagismo (calcular maços-ano = nº maços/dia × anos)
    • Etilismo (tipo, quantidade, frequência)
    • Atividade física, dieta, sono
  4. Antecedentes familiares:
    • Morte súbita, infartos precoces, cardiopatias
    • Pneumopatias hereditárias, TB, câncer
  5. História ocupacional:
    • Exposição a agentes nocivos, uso de EPIs

O cálculo do tabagismo em maços-ano é essencial para avaliação de risco de DPOC e outras pneumopatias.

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6
Q

Perguntas específicas para sintomas cardiorrespiratórios

A

Perguntas específicas para sintomas cardiorrespiratórios:

Tosse:
- “É seca ou com catarro? Qual a cor do catarro? Tem sangue?”
- “Em que período do dia é pior? Há quanto tempo?”

Dispneia:
- “Aparece em repouso ou só com esforço? Consegue subir quantos lances de escada?”
- “Acorda à noite com falta de ar? Precisa dormir com quantos travesseiros?”

Dor torácica:
- “Piora quando respira fundo? Melhora sentado e inclinado para frente?”
- “Aparece quando faz esforço? Quanto tempo dura? Como alivia?”

Palpitações:
- “É rápido ou lento? Regular ou irregular? Quanto tempo dura?”
- “O que estava fazendo quando começou? Associado a outras sensações?”

Edema:
- “Em que parte das pernas? Piora ao fim do dia? Melhora ao elevar as pernas?”
- “É de um lado só ou dos dois lados?”

A dispneia paroxística noturna (DPN) e ortopneia são altamente sugestivas de insuficiência cardíaca.

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7
Q

Pressão Arterial

A

Técnica correta para aferição da PA:

  1. Paciente em repouso por 5 minutos, sentado, pés apoiados, braço na altura do coração
  2. Verificar se não ingeriu café, não fumou (30 min), não praticou exercícios (60 min)
  3. Manguito de tamanho adequado (câmara cobrindo ~80% do braço)
  4. Posicionar 2-3 cm acima da fossa cubital, centralizando sobre artéria braquial
  5. Palpar artéria braquial, inflar até sumir pulso + 20-30 mmHg
  6. Posicionar estetoscópio sobre artéria braquial, desinflar 2-3 mmHg/seg
  7. Registrar PAS (primeiro som - fase I Korotkoff)
  8. Registrar PAD (desaparecimento do som - fase V Korotkoff)
  9. Repetir no outro braço na primeira consulta

Normal: <120/<80 mmHg

Na suspeita de dissecção aórtica, é essencial aferir a PA nos quatro membros.

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8
Q

Frequência Cardíaca

A

Técnica para avaliação da FC:

  1. Palpar artéria radial com dedos indicador e médio
  2. Contar batimentos por 60 segundos (ou 30s × 2)
  3. Avaliar ritmo (regular/irregular) e amplitude (normal/↑/↓)

Valores de referência:
- Normal: 60-100 bpm
- Taquicardia: >100 bpm
- Bradicardia: <60 bpm

Exemplo de registro: “FC 76 bpm, regular, amplitude normal”

Se perceber irregularidade no ritmo, conte por 60 segundos completos.

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9
Q

Frequência Respiratória

A

Técnica para avaliação da FR:

  1. Observar discretamente movimentos respiratórios do tórax/abdome (sem que o paciente perceba)
  2. Contar por 60 segundos (ou 30s × 2)
  3. Avaliar padrão respiratório (profundidade, simetria, uso de musculatura acessória)

Valores de referência:
- Normal (eupneia): 12-20 irpm
- Taquipneia: >20 irpm
- Bradipneia: <12 irpm

Exemplo de registro: “FR 16 irpm, padrão regular, sem uso de musculatura acessória”

FR > 30 irpm em pneumonia é sinal de gravidade e pode indicar necessidade de internação.

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10
Q

SpO₂ e TEC

A

Saturação de Oxigênio (SpO₂):
1. Utilizar oxímetro de pulso no dedo (remover esmalte escuro)
2. Aguardar estabilização da leitura

Valores de referência SpO₂:
- Normal: ≥95%
- Hipoxemia leve: 91-94%
- Hipoxemia moderada: 86-90%
- Hipoxemia grave: ≤85%

Tempo de Enchimento Capilar (TEC):
1. Comprimir polpa digital por 5 segundos até ficar pálida
2. Soltar e contar tempo até retorno da coloração

Valores de referência TEC:
- Normal: <3 segundos
- Prolongado: >3 segundos (sugere má perfusão)

O TEC prolongado pode indicar choque, hipotermia ou doença vascular periférica.

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11
Q

Inspeção Pulmonar

A

Etapas da Inspeção Pulmonar:

  1. Inspeção Estática:
    • Paciente sentado, tórax exposto
    • Formato do tórax: normal (1:2), barril (DPOC), escavado, carinado
    • Verificar cicatrizes, assimetrias, abaulamentos
  2. Inspeção Dinâmica:
    • Frequência respiratória (12-20 irpm normal)
    • Padrão respiratório (costal, abdominal, misto)
    • Simetria dos movimentos respiratórios
    • Uso de musculatura acessória (ECM, escalenos, intercostais)
    • Tiragem intercostal, batimento de asa de nariz
    • Relação inspiração/expiração (normal 1:2)

Registro normal: “Tórax normolíneo, simétrico, sem deformidades. Respiração mista, eupneica, sem uso de musculatura acessória.”

O tórax em barril (diâmetro AP semelhante ao transverso) é característico de DPOC.

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12
Q

Palpação Pulmonar

A

Principais técnicas de palpação pulmonar:

  1. Expansibilidade torácica:
    • Posicionar-se atrás do paciente
    • Mãos em “concha” sobre tórax, polegares próximos à coluna
    • Pedir inspiração profunda, observar afastamento e simetria dos polegares
    • Normal: expansão simétrica e adequada
    • Alterações: diminuída unilateral (derrame, pneumotórax), global (DPOC)
  2. Frêmito toracovocal:
    • Base da mão sobre tórax, paciente repete “33” ou “trinta e três”
    • Palpar pontos simétricos (ápices, bases, etc.)
    • Aumentado: consolidação pulmonar (pneumonia)
    • Diminuído/abolido: derrame pleural, pneumotórax, obstrução brônquica

O frêmito toracovocal é a percepção tátil da transmissão das vibrações vocais através do tórax.

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13
Q

Percussão Pulmonar

A

Técnica de percussão pulmonar:

  1. Dedo médio da mão não dominante firmemente apoiado na parede torácica
  2. Golpear com dedo médio da mão dominante (movimento de punho, não cotovelo)
  3. Percutir em pontos simétricos, comparando sempre direito vs. esquerdo
  4. Áreas: posterior (6 pontos em “cruz de grego”), anterior (4 pontos)

Sons percutórios e significados:

  • Som claro pulmonar: normal, ressonante como tambor
  • Macicez: som abafado, indica consolidação ou derrame pleural
  • Submacicez: intermediário, indica condensação parcial
  • Hipersonoridade: mais ressonante que o normal, sugere enfisema ou pneumotórax

Registro normal: “Som claro pulmonar em todos os pontos percutidos bilateralmente.”

A percussão é particularmente útil para delimitar nível de derrame pleural.

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14
Q

Ausculta Pulmonar

A
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15
Q

Onde normalmente se localiza a ânquica?

A

Normalmente sobre a traqueia.

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16
Q

Quais são os tipos de ruídos adventícios?

A
  1. Sibilos: sons agudos, musicais (asma, DPOC)
  2. Roncos: sons graves como ronco durante sono (bronquite)
  3. Estertores crepitantes: finos, como ‘estalar de cabelo’ (pneumonia, edema)
  4. Atrito pleural: som áspero, como couro sendo friccionado (pleurite).
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17
Q

O que indica a ausência de sibilos em uma crise grave de asma?

A

Indica obstrução severa e é sinal de alarme!

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18
Q

Como realizar a inspeção cardiovascular?

A
  1. Posicionar paciente em decúbito dorsal, cabeceira 30-45°
  2. Observar de forma sistemática.
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19
Q

Quais são os principais pontos a serem observados na inspeção cardiovascular?

A
  1. Inspeção do tórax anterior: abaulamentos ou retrações precordiais, cicatrizes de cirurgias cardíacas, circulação colateral visível.
  2. Região cervical: turgência jugular (normalmente <3-4 cm acima do ângulo esternal a 45°), pulsos carotídeos visíveis.
  3. Ictus cordis: normalmente visível como pulsação discreta no 5° EIC esquerdo na linha hemiclavicular.
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20
Q

Qual é o registro normal na inspeção cardiovascular?

A

“Tórax simétrico, sem abaulamentos ou cicatrizes. Ausência de estase jugular. Ictus cordis visível no 5° EIC esquerdo.”

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21
Q

O que sugere a turgência jugular a 45°?

A

Sugestiva de insuficiência cardíaca direita.

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22
Q

Como realizar a palpação do ictus cordis?

A
  1. Paciente em decúbito dorsal (30-45°) ou lateral esquerdo
  2. Palpar com a mão espalmada no 5° EIC esquerdo, linha hemiclavicular.
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23
Q

Quais são os parâmetros a serem avaliados na palpação do ictus cordis?

A
  1. Localização: normal no 5° EIC esquerdo, linha hemiclavicular.
  2. Extensão: normalmente ocupa 1-2 polpas digitais (≤2 cm).
  3. Intensidade: normalmente pulsação breve e suave.
  4. Duração: normalmente breve e não sustentada.
24
Q

O que indica um ictus cordis deslocado lateralmente?

A

Cardiomegalia, hipertrofia VE.

25
O que indica uma extensão aumentada do ictus cordis?
Insuficiência cardíaca, aneurisma VE.
26
O que indica um ictus cordis sustentado?
Hipertrofia VE, estenose aórtica.
27
Como avaliar frêmitos?
1. Palpar com a palma da mão e depois polpas digitais nos focos: aórtico (2° EIC D), pulmonar (2° EIC E), tricúspide (4-5° EIC E junto ao esterno), mitral (5° EIC E, linha MCL).
28
O que frêmitos indicam?
Sopros intensos (grau ≥4/6).
29
Qual é um achado confiável de cardiomegalia no exame físico?
O ictus cordis deslocado lateralmente.
30
Como realizar a ausculta cardíaca?
1. Ambiente silencioso, posicionamento adequado do paciente 2. Utilizar diafragma (sons agudos) e campânula (sons graves) 3. Auscultar sequencialmente nos focos: aórtico, pulmonar, tricúspide, mitral.
31
Quais são as bulhas cardíacas e suas características?
1. B1: Fechamento mitral e tricúspide, início da sístole. 2. B2: Fechamento aórtico e pulmonar, início da diástole. 3. B3: Início da diástole (após B2), sugere IC em adultos. 4. B4: Final da diástole (antes B1), sugere hipertrofia VE.
32
Como caracterizar sopros cardíacos?
1. Timing: sistólico, diastólico, contínuo. 2. Duração: proto/meso/tele/holossistólico ou diastólico. 3. Intensidade: graduada de I a VI/VI. 4. Localização: foco onde é melhor audível. 5. Irradiação: axila (mitral), carótidas (aórtico).
33
Qual é o registro normal na ausculta cardíaca?
"Bulhas rítmicas, normofonéticas, em dois tempos, sem sopros. B2 com desdobramento fisiológico."
34
Qual é um sinal altamente específico de insuficiência cardíaca?
A presença de B3 em adultos.
35
Como avaliar edema e sinais de TVP nos membros inferiores?
1. Pressionar com o polegar na região maleolar, pré-tibial ou dorso do pé por 5 segundos. 2. Observar formação de depressão (cacifo/Godet) após remover o dedo.
36
Como classificar o edema?
Classificar em cruzes: +/4+: Leve (2mm), ++/4+: Moderado (4mm), +++/4+: Intenso (6mm), ++++/4+: Muito intenso (8mm ou mais).
37
Quais são os sinais de TVP?
1. Sinal de Homans: dor na panturrilha à dorsiflexão passiva do pé. 2. Sinal da Bandeira: dor à compressão lateral da panturrilha. 3. Sinal de Bancroft: dor ao comprimir panturrilha contra tíbia.
38
Qual é o registro normal na avaliação dos membros inferiores?
"Membros inferiores simétricos, sem edema ou varizes. Pulsos periféricos palpáveis e simétricos (2+/4+). TEC <3s. Sinais de TVP negativos."
39
O que sugere edema bilateral simétrico?
Sugere IC, enquanto edema unilateral sugere TVP.
40
Como diferenciar Infarto Agudo do Miocárdio de Angina Estável?
Infarto Agudo do Miocárdio: dor retroesternal em aperto/pressão, duração >20 minutos, não alivia com repouso. Angina Estável: dor retroesternal em aperto/queimação, desencadeada por esforço físico, duração de 3-5 minutos, alívio rápido com repouso.
41
Qual é a diferença entre IAM e angina instável?
IAM e angina instável são parte da síndrome coronariana aguda, enquanto a angina estável é condição crônica.
42
Quais são as características que diferenciam pericardite de dor isquêmica?
Pericardite: dor precordial/retroesternal, piora em decúbito dorsal, melhora sentado e inclinado para frente. Dor Isquêmica: dor retroesternal em aperto/pressão, sem relação com posição ou respiração.
43
Quais são as características essenciais da dissecção aórtica?
Dor torácica súbita, lancinante, intensidade máxima desde o início, irradiação para dorso/abdome, assimetria de pulsos entre MMSS ou MMII.
44
Qual é a manobra diagnóstica imprescindível para dissecção aórtica?
Aferição da PA nos 4 membros.
45
Quais são os achados típicos da Insuficiência Cardíaca?
Dispneia aos esforços progressiva, ortopneia, dispneia paroxística noturna, edema de membros inferiores.
46
Quais são os achados no exame físico da Insuficiência Cardíaca?
B3 (galope ventricular), ictus cordis deslocado lateralmente, turgência jugular, estertores crepitantes bibasais, edema de MMII com sinal de Godet positivo.
47
Como diferenciar pneumonia de tuberculose?
Pneumonia: febre alta, tosse produtiva, dor torácica pleurítica. Tuberculose: tosse persistente, febre baixa vespertina, sudorese noturna.
48
Como diferenciar derrame pleural de pneumotórax?
Derrame Pleural: macicez à percussão, frêmito toracovocal abolido. Pneumotórax: hipersonoridade à percussão, frêmito toracovocal abolido.
49
Como diferenciar asma de DPOC?
Asma: episódica, recorrente, pior à noite/madrugada, desencadeada por alérgenos. DPOC: sintomas persistentes, geralmente relacionados ao tabagismo.
50
Como diferenciar asma de DPOC?
**Asma:** **Anamnese:** * **Episódica, recorrente** com períodos assintomáticos * **Pior à noite/madrugada** * **Desencadeada por alérgenos, exercício, infecções** * Início frequentemente na infância/adolescência * História familiar de atopia comum * Frequentemente sem história de tabagismo **Exame Físico:** * **Sibilos difusos** (principalmente expiratórios) durante crises * Uso de musculatura acessória nas crises * Exame pode ser **normal entre crises** * **Boa resposta a broncodilatadores** **DPOC:** **Anamnese:** * **Dispneia progressiva aos esforços** (persistente) * **Tosse crônica matinal** com expectoração * Evolução lenta e progressiva (anos) * **Tabagismo importante** (>20 maços-ano) * Início geralmente após 40 anos * Exposição ocupacional a fumaças/poeiras **Exame Físico:** * **Tórax em barril** * **Hipersonoridade à percussão** * Murmúrio vesicular difusamente diminuído * Tempo expiratório prolongado * **Resposta limitada a broncodilatadores** ## Footnote A asma tem caráter episódico com reversibilidade, enquanto DPOC é progressiva e parcialmente reversível.
51
Quais são os achados clínicos típicos do Tromboembolismo Pulmonar (TEP)?
**Tromboembolismo Pulmonar (TEP) - Achados Clínicos:** **Anamnese:** * **Dispneia súbita** * Dor torácica pleurítica * Taquipneia * **Fatores de risco:** imobilização prolongada, cirurgia recente, neoplasia, trombofilia, viagem prolongada * Hemoptise (rara) **Exame Físico:** * **Exame pulmonar frequentemente normal ou inespecífico** * Taquicardia * Taquipneia * Hipoxemia (SpO₂ reduzida) * Possível B2 hiperfonética em foco pulmonar * **Sinais de TVP em MMII** em 30-50% dos casos: * Edema unilateral * Sinal de Homans positivo (dor à dorsiflexão) * Sinal da bandeira positivo (dor à compressão lateral) * Calor e dor em panturrilha ## Footnote A presença de fatores de risco combinada com dispneia súbita deve sempre levantar a suspeita de TEP.
52
Como diferenciar dor torácica de origem cardiovascular vs. respiratória?
**Diferenciação de Dor Torácica: Cardiovascular vs. Respiratória** **Dor Cardiovascular:** * **Não depende da respiração** * Geralmente retroesternal, em aperto/pressão * Pode irradiar para MSE, mandíbula, dorso * Frequentemente relacionada a esforço (angina) * Pode acompanhar-se de náuseas, sudorese, dispneia * Na pericardite: melhora sentado e inclinado para frente **Dor Respiratória:** * **Dor pleurítica** (piora à inspiração profunda) * Geralmente localizada em um hemitórax * Frequentemente associada a tosse, febre * Pode estar relacionada a processo infeccioso ou súbito (pneumotórax) * Na pleurite: aguda, "em facada", bem localizada * No pneumotórax: início súbito, intensa ## Footnote A dor pleurítica (que piora com a respiração) raramente é de origem cardíaca, exceto na pericardite.
53
Quais são as principais causas de dispneia aguda vs. crônica e como diferenciá-las?
**Dispneia Aguda (minutos a horas):** * **Tromboembolismo Pulmonar:** * Súbita, após fatores de risco (imobilização, cirurgia) * Dor pleurítica, taquicardia, hipoxemia * Possíveis sinais de TVP em MMII * **Pneumotórax:** * Dor súbita unilateral, hipersonoridade à percussão * MV abolido unilateral * Fatores de risco: jovens altos e magros, DPOC * **Edema Pulmonar Agudo:** * Ortopneia severa, estertores crepitantes bilaterais * B3 na ausculta cardíaca * História prévia de cardiopatia **Dispneia Crônica (dias a meses):** * **Asma/DPOC:** * Sibilos difusos, uso de musculatura acessória * Asma: episódica, reversível, pior à noite * DPOC: progressiva, tórax em barril, tabagismo * **Insuficiência Cardíaca:** * Ortopneia, DPN, edema MMII, cansaço * B3, ictus deslocado, turgência jugular * **Doenças Intersticiais/Neoplasias:** * Evolução progressiva, possível tosse seca * Estertores finos tipo "velcro" difusos (intersticiais) * TB/CA: perda ponderal, sintomas constitucionais ## Footnote A cronologia do início dos sintomas é essencial para diagnóstico diferencial da dispneia.
54
Quais são os achados-chave (sinais cardinais) para diferenciação das principais patologias cardiopulmonares?
**Achados-Chave para Diferenciação:** **Doenças Cardiovasculares:** * **IAM:** Dor >20min, não alivia com repouso, B4, possível sopro mitral * **Angina:** Dor com esforço, alivia com repouso, exame normal entre crises * **Dissecção Aórtica:** Dor súbita "rasgando", assimetria de pulsos e PA * **Pericardite:** Dor melhora sentado/inclinado, atrito pericárdico * **IC:** B3, ictus deslocado, edema MMII, turgência jugular **Doenças Respiratórias:** * **Pneumonia:** Febre alta, macicez, estertores localizados, frêmito aumentado * **Derrame Pleural:** Macicez, MV abolido, frêmito abolido, egofonia no limite * **Pneumotórax:** Hipersonoridade, MV abolido, frêmito abolido * **Asma:** Sibilos difusos, crises, melhora entre crises, pior à noite * **DPOC:** Tórax em barril, hipersonoridade difusa, tabagismo importante * **TB:** Febre vespertina, sudorese noturna, alterações em ápices * **TEP:** Dispneia súbita, exame pulmonar normal, sinais de TVP ## Footnote Estes achados-chave são fundamentais para raciocínio clínico rápido à beira do leito.
55
Quais são as manobras especiais essenciais para diagnóstico das principais patologias cardiopulmonares?
**Manobras Especiais Essenciais:** 1. **Dissecção Aórtica:** * **Aferição da PA e palpação de pulsos nos 4 membros** * Diferença de PA >20 mmHg entre os braços é altamente sugestiva 2. **Tromboembolismo Pulmonar:** * **Examinar MMII em busca de sinais de TVP:** * Sinal de Homans: dor na panturrilha à dorsiflexão do pé * Sinal da Bandeira: dor à compressão lateral da panturrilha * Edema unilateral, calor local 3. **Insuficiência Cardíaca:** * **Refluxo hepatojugular:** compressão do fígado gera aumento da turgência jugular * **Sinal de Godet:** avaliação do edema em MMII * Ausculta com paciente em decúbito lateral esquerdo (evidencia B3) 4. **Derrame Pleural:** * **Percussão delimitando nível do derrame** (macicez) * **Egofonia:** distorção da voz ("ee" soa como "aa") no limite superior do derrame 5. **Pericardite vs. Isquemia:** * Verificar alívio da dor com a **posição sentada e inclinada para frente** (característica da pericardite) ## Footnote O refluxo hepatojugular positivo tem alta especificidade para insuficiência cardíaca direita.