Prova_Clinica_Flashcards
(25 cards)
Critério 1 - Identificação e Saudação
Como se identificar corretamente e cumprimentar o paciente para cumprir os subcritérios (0,3 + 0,2)?
- Antes de entrar, higienize as mãos e bata levemente na porta.\n2. Cumprimente com olhar acolhedor: “Bom dia/Boa tarde, meu nome é ___, sou estudante de Medicina. Tudo bem com o(a) senhor(a)?”\n3. Verifique se está correto o nome do paciente: “Posso confirmar seu nome completo, por favor?”\n4. Mantenha contato visual e postura cordial.\n5. Demonstre interesse: “Como posso lhe ajudar hoje?”\n[VALE 0,5 NO TOTAL: 0,3 pela identificação e 0,2 pela saudação]
Dica: Use o acrônimo ABCH (Aproximar, Boa apresentação, Confirmar nome, Humanizar). Evite abordagem fria e mecânica.
Critério 2 - Motivo da Consulta e Organização
Como questionar o motivo da consulta e manter a anamnese organizada (0,2 + 0,3)?
- Pergunta aberta inicial: “O que traz o(a) senhor(a) hoje?”\n2. Se houver múltiplas queixas, peça para priorizar: “Dessas queixas, qual mais incomoda?”\n3. Estruture a conversa: “Vou anotar cada ponto para não esquecer nada. Podemos começar pelo problema principal?”\n4. Mantenha sequência lógica: motivo principal → cronologia → sintomas associados.\n[VALE 0,5 NO TOTAL: 0,2 pelo motivo da consulta e 0,3 pela ordem/coerência da anamnese]
Dica: Regra do FUNIL (Pergunta geral primeiro, depois específicas). Sempre registrar tudo de forma clara e sequencial.
Critério 3 - Comunicação Clara (0,5)
Como garantir comunicação clara, objetivando pontuação máxima?
- Fale de forma simples e pausada: evite termos técnicos sem explicar.\n2. Pergunte periodicamente: “Está conseguindo entender o que estou explicando?”\n3. Use exemplos práticos e gestos para esclarecer.\n4. Reforce as orientações importantes no final.\n5. Evite gírias ou vocabulário rebuscado.\nScript: “Gostaria de saber se o(a) senhor(a) compreendeu. Tem alguma dúvida agora?”\n[VALE 0,5 PONTO]
Dica: Técnica “Teach-Back” – peça ao paciente para repetir o que entendeu. Isso checa sua clareza.
Critério 4 - Perguntas Abertas e Dar Espaço ao Paciente
Como preferir perguntas abertas e permitir que o paciente se expresse (0,2 + 0,3)?
- Inicie com: “Poderia me contar um pouco sobre seus sintomas?” ao invés de perguntas de sim/não.\n2. Dê pausas: conte mentalmente até 3 antes de intervir.\n3. Não interrompa o paciente abruptamente; use sinais de escuta ativa (“Entendi”, “Sei”, balançar a cabeça).\n4. Se o paciente fugir do foco, retome gentilmente: “Eu entendo, mas vamos voltar ao que o(a) incomoda no peito?”
Dica: Lembre-se do acrônimo ORELHA (Ouvir, Respeitar, Empatia, Linguagem simples, Humanizar, Acolher). Evitar excesso de perguntas fechadas impede a espontaneidade do paciente.
Critério 5 - Escuta Atenta, Empatia e Respeito
Quais atitudes demonstram escuta ativa, empatia e respeito (0,2 + 0,3)?
- Mantenha contato visual e postura levemente inclinada em direção ao paciente.\n2. Use expressões empáticas: “Entendo como isso deve ser difícil para você.”\n3. Respeite silêncios: às vezes o paciente precisa de tempo.\n4. Valide sentimentos: “É normal sentir-se preocupado(a) com isso.”\n5. Evite julgamentos e mostre acolhimento.\n[VALE 0,5 NO TOTAL]
Dica: Técnica NURSE (Name the feeling, Understand, Respect, Support, Explore) para respostas empáticas.
Critério 6 - Caracterização do Cansaço
Como caracterizar o cansaço: início, evolução, intensidade e sintomas associados?
- Pergunte sobre Início: “Quando começou a se sentir cansado(a)? Foi súbito ou gradual?”\n2. Evolução: “Está piorando ao longo do tempo ou permanece igual?”\n3. Intensidade: “Em uma escala de 0 a 10, quanto diria que está seu cansaço?”\n4. Sintomas associados: “Sente falta de ar, palpitações, tontura junto com o cansaço?”\n5. Registre respostas de forma clara e organizada.
Dica: Acrônimo IEIS (Início, Evolução, Intensidade, Sintomas associados) – facilita lembrar cada item. Cansaço persistente pode indicar doença cardíaca ou pulmonar.
Critério 7 - Sintomas Noturnos (Dispneia Paroxística Noturna)
Como investigar queixas noturnas de dispneia para pontuar neste critério?
- Pergunte: “Você acorda durante a noite com falta de ar? Precisa se sentar ou levantar para melhorar?”\n2. Verifique quantas vezes por noite e se há necessidade de múltiplos travesseiros.\n3. Pergunte sobre ortopneia: “Consegue dormir deitado(a) ou precisa ficar semierguido(a)?”\n4. Contextualize: dispneia noturna e ortopneia podem indicar insuficiência cardíaca.\n5. Oriente: “Essas informações me ajudam a entender melhor sua condição cardíaca.”
Dica: DPN e ortopneia são fortes indicadores de disfunção cardíaca. Sempre registrar intensidade e frequência.
Critério 8 - Edema em MMII
Qual abordagem para investigar edema de membros inferiores?
- Pergunte: “Percebe inchaço nas pernas? Em que momento do dia piora?”\n2. Verifique se é unilateral ou bilateral.\n3. Pergunte melhora com elevação das pernas e se há dor associada.\n4. Avalie se o paciente tem fatores de risco cardíacos, renais ou hepáticos.\n5. Pergunte se há uso de meias compressivas ou outros cuidados.
Dica: Edema bilateral geralmente remete a causas sistêmicas (cardíacas ou renais). Edema unilateral sugere trombose ou problema local.
Critério 9 - Outros Sintomas
Quais outras queixas relevantes: tontura, dor torácica, palpitações?
- Tontura: caracterizar se é rotatória, associada a sensação de desmaio ou hipotensão.\n2. Dor torácica: usar SOCRATES (local, início, caráter, irradiação, fatores de melhora/piora, intensidade).\n3. Palpitações: frequência, duração, situação em que ocorrem.\n4. Outras queixas respiratórias: tosse, hemoptise, sibilos.\n5. Pergunte: “Mais algum sintoma que deseje relatar?”
Dica: Agrupar sintomas ajuda a formar hipóteses (p. ex., tontura + palpitação = arritmia; dor torácica + dispneia = suspeita isquêmica ou TEP).
Critério 10 - Fatores de Risco
Como investigar antecedentes e fatores de risco cardiopulmonares?
- Pergunte sobre HAS, DM, dislipidemia: “Há quanto tempo? Usa medicação?”\n2. Tabagismo: quantificar em maços-ano.\n3. Etilismo: tipo de bebida, quantidade e frequência.\n4. Histórico familiar de cardiopatias precoces ou trombose.\n5. Exposição ocupacional: poeiras, agentes químicos.\n6. Atividade física regular e hábitos alimentares.
Dica: Lembre do acrônimo FAT-D (Fatores pessoais, Antecedentes, Tabagismo, Dislipidemia) para questionar rapidamente.
Critério 11 - Higienizar Mãos e Pedir Licença
Como proceder para cumprir este critério de exame físico inicial?
- Antes de examinar, higienize as mãos com água e sabão ou álcool 70%.\n2. Explique: “Vou iniciar o exame físico, tudo bem para você? Posso tocar em sua região do pescoço/peito?”\n3. Espere a resposta, demonstre respeito e privacidade.\n4. Mantenha avental limpo e equipamentos necessários prontos.\n5. Peça para o paciente se posicionar confortavelmente.
Dica: Esse procedimento evita infecções cruzadas e demonstra profissionalismo e respeito à autonomia do paciente.
Critério 12a - Exame Físico Qualitativo (0,5) - Postura e Inspeção Geral
Quais aspectos iniciais avaliar qualitativamente na apresentação do paciente?
- Observação global: nível de consciência, posição no leito ou sentado.\n2. Postura antálgica, uso de musculatura acessória para respirar.\n3. Fácies: expressão de dor, ansiedade, cianose de lábios.\n4. Pele: coloração, presença de cianose ou icterícia.\n5. Extremidades: unhas hipocráticas, palidez, digital clubbing.\n[VALE 0,5 NO TOTAL - parte qualitativa]
Dica: Use o acrônimo ABCDE (Aparência, Batimentos, Cor, Decúbito, Expressão) para inspeção inicial.
Critério 12b - Exame Físico Qualitativo (0,5) - Pele, Fácies e Movimentos
Como aprofundar a inspeção qualitativa de pele, face e padrão respiratório?
- Pele: lesões, varizes, cicatrizes, edema, tatuagens.\n2. Fácies: avaliar se há face de ansiedade, face miastênica, dispneica.\n3. Movimentos: tremores ou agitação (hipoxemia, ansiedade).\n4. Observação respiratória: taquipneia, tiragem, batimento de asa nasal.\n5. Anotar tudo de maneira sistemática.\n[Continuação do Critério 12 - parte qualitativa]
Dica: Verbalize suas observações: “Vejo sua pele uniforme, sem feridas importantes, respiração um pouco acelerada…” A descrição fala mais que julgamentos vagos.
Critério 13a - Exame Físico Quantitativo (0,5) - Sinais Vitais
Como avaliar corretamente os sinais vitais (FC, FR, T, SpO₂)?
- Frequência Cardíaca (FC): palpe artéria radial por 60s; anote ritmo.\n2. Frequência Respiratória (FR): conte discretamente movimentos respiratórios por 60s.\n3. Temperatura (T): avaliar se há febre (>37,8°C axilar).\n4. Oxímetro (SpO₂): remover esmaltes escuros; esperar estabilizar.\n5. Registrar valores e variações.\n[VALE 0,5 NO TOTAL - parte quantitativa]
Dica: Sequência recomendada: T → P (FC) → R (FR) → SpO₂ → PA. Essa padronização garante consistência e evita interferências.
Critério 13b - Exame Físico Quantitativo (0,5) - Medidas Antropométricas
Quais medidas antropométricas podem ser relevantes no exame cardiopulmonar?
- Peso e altura: para cálculo do IMC (Índice de Massa Corporal).\n2. Circunferência abdominal: avalia risco metabólico/cardiovascular.\n3. Avaliação de massa magra vs. gorda: identificar sarcopenia ou obesidade.\n4. Perímetro de panturrilha (em idosos, risco nutricional).\n5. Integração com sinais clínicos de risco.\n[Continuação do Critério 13 - parte quantitativa]
Dica: O IMC elevado é fator de risco cardiovascular; circunferência abdominal >88 cm (mulher) e >102 cm (homem) indica obesidade central.
Critério 14 - Aferição Correta da PA
Como realizar a aferição correta da pressão arterial para pontuação máxima?
- Paciente em repouso 5 min, sentado, braço na altura do coração.\n2. Manguito adequado (câmara ~80% da circunferência do braço).\n3. Palpar artéria braquial, inflar até sumir pulso radial + 20-30 mmHg.\n4. Auscultar com estetoscópio, liberar pressão 2-3 mmHg/s.\n5. Anotar valores de PAS (1º som) e PAD (desaparecimento do som).\n6. Repetir no outro braço na primeira consulta.
Dica: Evitar falar durante a aferição. Tomar cuidado com cafeína, cigarro e exercícios prévios (aguardar 30-60 min).
Critério 15 - Palpação de Pulsos e Ritmo
Quais passos para palpar e avaliar pulsos periféricos e ritmo cardíaco?
- Palpe artéria radial: avalie frequência, ritmo (regular/irregular) e amplitude.\n2. Pulsos carotídeos: palpe um de cada vez, com cuidado.\n3. Pulsos femorais, poplíteos, tibiais posteriores e pediosos: comparar bilateralmente.\n4. Identifique deficits de pulso (p.ex., arritmias).\n5. Registre: “Pulso radial 76 bpm, regular, amplitude 2+/4+.”
Dica: A discrepância de pulsos em membros pode sugerir dissecção de aorta. Sempre comparar lado direito e esquerdo.
Critério 16 - Pesquisa de Estase Jugular e Ictus Cordis
Como avaliar corretamente a jugular e o ictus cardíaco?
- Eleve cabeceira a 30-45°: procure turgência da veia jugular (medir coluna em cmH₂O acima do ângulo esternal).\n2. Se suspeita, faça refluxo hepatojugular: pressione fígado e observe aumento da turgência.\n3. Palpe ictus cordis no 5° EIC esquerdo, linha hemiclavicular.\n4. Avalie localização (deslocado sugere cardiomegalia), extensão e intensidade.\n5. Verbalize: “Vejo que sua jugular está dentro do normal” ou “Há sinal de estase jugular…”
Dica: Jugular patológica acima de 3-4 cm do ângulo esternal sugere ICC ou sobrecarga de VD. Ictus deslocado lateralmente sugere hipertrofia de VE.
Critério 17a - Ausculta Cardíaca (0,5) - Identificação dos Focos
Onde auscultar cada foco cardíaco e como nomeá-los adequadamente?
- Foco Aórtico: 2° EIC direito, junto ao esterno.\n2. Foco Pulmonar: 2° EIC esquerdo, junto ao esterno.\n3. Foco Tricúspide: 4°/5° EIC esquerdo, borda esternal.\n4. Foco Mitral: 5° EIC esquerdo, linha hemiclavicular.\n5. Nomeie em voz alta cada local antes de auscultar: “Agora ouvindo foco aórtico…“\n[VALE 0,5 NO TOTAL - parte da ausculta]
Dica: Mnemônico APTM (Aórtico, Pulmonar, Tricúspide, Mitral). Sempre comparar a intensidade das bulhas em cada foco.
Critério 17b - Ausculta Cardíaca (0,5) - Técnica e Interpretação
Como auscultar e interpretar as bulhas e sopros?
- Estetoscópio: use diafragma para sons agudos (B1, B2) e campânula para sons graves (B3, B4).\n2. B1: fechamento mitral + tricúspide (início da sístole).\n3. B2: fechamento aórtico + pulmonar (início da diástole).\n4. Identifique sopros: sistólicos, diastólicos ou contínuos; grau de 1 a 6.\n5. Verbalize: “B1 e B2 normofonéticas, sem sopros” ou descreva anormalidades.\n[Continuação do Critério 17 - parte ausculta]
Dica: A manobra em decúbito lateral esquerdo evidencia B3/B4, e a manobra sentada e inclinada para frente ajuda a escutar aórtico e pericárdico.
Critério 18 - Exame Pulmonar
Quais etapas para avaliar adequadamente o sistema respiratório?
- Inspeção: frequência, padrão, uso de musculatura acessória.\n2. Palpação: expansibilidade torácica, frêmito toracovocal.\n3. Percussão: som claro, macicez (consolidação), hipersonoridade (pneumotórax).\n4. Ausculta: murmúrio vesicular, sibilos, roncos, crepitações.\n5. Sempre comparar lado direito e esquerdo, de cima para baixo.
Dica: Realizar todo o exame bilateral e simétrico. Solicite que o paciente respire pela boca para melhor ausculta.
Critério 19a - Avaliação de Extremidades (0,5) - Edema
Como avaliar e verbalizar a pesquisa de edema?
- Exponha os membros inferiores de forma adequada.\n2. Palpe região maleolar, pré-tibial ou dorso do pé, pressionando por 5s.\n3. Observe depressão (cacifo/Godet) e classifique em +/4.\n4. Verbalize: “Vou apertar suas pernas para ver se fica marca e avaliar o inchaço.”\n5. Descreva localização (bilateral/unilateral) e intensidade.\n[VALE 0,5 NO TOTAL - parte edema]
Dica: Acrônimo EDEMA (Expor, Detectar cacifo, Examinar simetria, Medir extensão, Anotar achados). Edema bilateral sugere IC, renal ou hepático.
Critério 19b - Avaliação de Extremidades (0,5) - TVP e Flogose
Como pesquisar sinais de TVP e inflamação?
- Inspeção: rubor, assimetria de volume, veias superficiais proeminentes.\n2. Palpação: calor local, dor à compressão na panturrilha.\n3. Sinal de Homans: dorsiflexão do pé (cuidado pois nem sempre confiável).\n4. Compare circunferência de ambas as pernas.\n5. Verbalize: “Não vejo sinais de inflamação ou trombose aparente.”\n[Continuação do Critério 19 - parte TVP/flogose]
Dica: Lembre-se: edema unilateral + dor podem ser trombose venosa profunda (emergência).
Critério 20a - Formulação de Hipóteses Diagnósticas (0,5) - Integração dos Dados
Como integrar os achados para gerar hipóteses diagnósticas?
- Recapitule principais achados de anamnese e exame físico.\n2. Correlacione sintomas cardiorrespiratórios (dispneia, edema, dor) com sinais (estase jugular, sopro, sibilos).\n3. Elenque 2-3 diagnósticos mais prováveis: Ex: ICC, DPOC, Pneumonia.\n4. Justifique cada hipótese: “Sugere ICC pela dispneia noturna + edema MMII + B3.”\n5. Mantenha em mente também os diagnósticos diferenciais.
Dica: Use sempre a lógica do “Problema + Achados + Possível Etiologia”. Hierarquize as hipóteses da mais à menos provável.